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Enfermagem na prática Materno - neonatal EAGS-ME-B 2017 - ESTÁGIO DE ADAPTAÇÃO À GRADUAÇÃO DE SARGENTO 1 Profº Waleska Almeida Aleitamento Materno 2 3 Classificação do Aleitamento Materno Aleitamento materno exclusivo – somente leite da mama ou ordenhado. Aleitamento materno misto ou parcial – leite materno e outros tipos de leite. Aleitamento materno predominante – além do leite materno, recebe água, sucos e chás. Aleitamento materno complementado – além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semissólido, complementando-o, porém não substituindo. 4 5Vantagens para a mãe Estabelecimento de vínculo Evita complicações hemorrágicas, favorecendo a regressão uterina (Ocitocina) Retorno ao peso pré gestacional LAM – Lactação e amenorreia como método Menor prevalência de câncer de mama, ovário e endométrio. Vantagens para a criança Melhor alimento nutricional. Facilita a eliminação de mecônio e diminui o risco de icterícia. Protege contra infecções. Anticorpos maternos. 6 7 Hormônios e Reflexos Estrogênio, progesterona, hormônio lactogênio placentário (hPL), prolactina e gonadotrofina coriônica. Estrogênio – Desenvolvimento dos ductos lactíferos. Progesterona – Atua na formação do lóbulos. Demais hormônios - aceleração e desenvolvimento mamário Prolactina – Produção e inibição ovulatória Ocitocina – Promove a apojadura, a descida da maior quantidade de leite na puérpera, atua na contratilidade dos alvéolos mamários. 8 Tipos de Leite Colostro – Produzido nos primeiros dias do pós parto, pode durar até 1 semana. Espesso e de cor amarelada, tem ação laxativa, contém anticorpos e células brancas que o leite maduro. Cerca de 100 ml/dia. Leite de transição - Entre o 5° e o 7° dia, possui maiores níveis de gordura e açúcar. Cerca de 600 ml/dia. Leite maduro – A partir do 7° ao 10° dia, cor branca bem clara com aparência aguada, e ligeiramente adocicado. Cerca de 900 ml/dia. Leite Pré – termo – Maior teor de lipídeos e calorias, próprios para o amadurecimento do pré maturo e ganho de peso. 9 10 Leite Anterior Leite Posterior 11 Preparo das mamas 12 Orientar quanto á exposição das mamas ao sol entre 10h e 16h por cerca de 20 minutos, para evitar fissuras e rachaduras. Uso de sutiãns de alças firmes e largas com orifício central, utilizado de maneira permanente, inclusive á noite. Não utilizar cremes, pomadas e sabonetes com cheiro. Evitar a manipulação do seio por expressão da mama durante a gestação, pois pode desencadear contrações uterinas. Posicionamento da mãe e criança 13 14 Intervenções de Enfermagem Informar á mãe que não existe leite fraco, e quanto mais sucção, mais leite será produzido. Orientar quanto á pega correta. Evitar chuquinhas, bicos, chupetas e mamadeiras. Autocuidado – Alimentar-se bem, beber bastante líquido, descansar sempre que possível, amamentar em lugar calmo e de forma confortável e realizar a higiene adequada das mamas. 15 16 Intercorrências na Amamentação 17 Fissuras Orientar á corrigir a pega do bebê. Passar o próprio leite na fissura. Ordenhar a mama antes da oferta para aumentar a descida do leite. Ingurgitamento mamário 18 Promover a ordenha do leite em maior demanda. Aplicação de compressas frias por no máximo 20 minutos. Promover massagens nas mamas, principalmente nas áreas mais acometidas. 19 Mastite 20 Na mastite ocorrem, dor intensa devido ao acúmulo do leite, pode haver quadros de febre, calafrios, mal estar, caracterizando uma infecção puerperal extravaginal. A mastite não contra indica a amamentação Realizar higiene rigorosa das mamas. Realizar massagem com as pontas dos dedos , iniciando pela aréola, a fim de desobstruir os canalículos. Atentar para o aparecimento de abcessos na mama. 21 Técnica de Ordenha Manual 22 Armazenamento e degelo do leite humano 23 Não aquecer ou ferver o leite. Não descongelar diretamente ao fogo. Não recongelar. Não manter em banho – maria após o degelo. Não manter em temperatura ambiente Contra indicações ao aleitamento Mulheres com câncer de mama que foram tratadas ou que estão em tratamento. Puérperas HIV positivo. Mulheres com doenças infecciosas. (Ex: Zica). Distúrbios de consciência em que exponha o bebê a risco. (Ex: Psicose) Algumas medicações contra indicadas e droga ilícitas. Recusa da mãe em amamentar. Baixo peso ao nascer com imaturidade para os reflexos de sucção e deglutição. Fenda palatina 24 Complexidades do período Gestacional 25 Gestação de Risco Sangramento no período gestacional. Achados patológicos do líquido amniótico. Hiperêmese gravídica. Doença hemolítica perinatal (DHPN), mãe RH – e feto RH+ Doença Hipertensiva na gestação (DHEG). Diabetes Gestacional (DM gestacional). Trabalho de parto prematuro (TPP). Patologias Infecciosas. 26 Sangramento Gestacional Qualquer sangramento deve ser investigado. Primeira metade da gestação: Abortamento, gravidez ectópica ou doença trofoblástica gestacional (Mola Hidatiforme). Segunda metade da gestação: Problemas uterinos, inserção placentária, DPP. Visa – se controlar a hemorragia , repor a perda hídrica e manter a gestação. 27 Abortamento Espontâneo ou provocado. Menor que 500 gr ou 22 semanas de gestação. Anormalidades Cromossômicas (Cerca de 50%). Doenças endócrinas e Infecções (Doenças de tireóide, diabetes, HIV, Toxoplasmose). Fatores de risco (Idade materna avançada, múltiplos abortamentos provocados, abortamento espontâneo prévio, nova gestação de 3 á 6 meses após o parto, uso de drogas, medicações como Misoprostol). 28 Tipos de abortamento Ameaça de abortamento – apenas um sangramento que deve ser acompanhado, de leve á moderado. Abortamento completo – Todo o conteúdo do útero é expelido, feto e tecido placentário. Abortamento incompleto – Também chamado de inevitável, é caracterizado pela expulsão parcial do embrião. Abortamento infectado – Complicação do aborto incompleto, causando infecção, normalmente ligada à manipulação uterina em tentativas de incitar o aborto. Abortamento Retido – Cessação dos sinais sintomas da gestação, porém a amenorreia persiste. O útero estabiliza ou involui. 29 30 Aborto recorrente – 3 ou mais abortos consecutivos e seguidos, antes das 22° semana de vida. Abortamento Eletivo Previsto por Lei – Permitido em casos chamados de abortamento terapêutico, quando existam doenças graves que causem risco e morte á mãe. E em casos de estupro. Gravidez Ectópica Gravidez extra uterina, o blastocisto se adere na parede endometrial. Pode ser tubária, abdominal, cervical, dentre outras. Ocorrência de 1 á 2% de casos. Cerca de 90% destes casos são de gravidez tubária. Repouso na fase aguda, monitoração dos sinais vitais, aplicar escala de dor e observar perdas sanguíneas. 31 Doença Trofoblástica Gestacional Também conhecida como Mola Hidatiforme (forma benigna) ou neoplasia trofoblástica gestacional (forma maligna). Caracteriza – se por aumento de dosagem de ß – hCG, náuseas, vômitos, aumento uterino, etc. Oriente á paciente a evitar a gestação por 1 ano após todos os exames para dosagem de ß – hCG derem negativos, realizar exames de rotina para controle. 32 33 Mola Hidatiforme 34 Placenta Prévia Implantação anormal da placenta. Ela pode “migrar” para a parte inferior da cavidade uterina, cobrindo total ou parcialmente o orifício do colo do útero. O sangramento que ocorre de vido á essa migração pode ser acentuado pelas contrações de Braxton Hicks. É tida como a maior causa de sangramento ao longo do 3° trimestre. Pode ser classificada como: Placenta prévia total ou completa, parcial ou marginal. 35 36 Marginal Completa Incompleta Cuidados de Enfermagem na PP Repouso absoluto no leito commembros elevados e/ou decúbito lateral esquerdo (descompressão abdominal da aorta) Monitorar SV. Controle de perdas sanguíneas. Acesso venoso em caso de necessidade de administração de volume e hemoderivados. 37 Descolamento Prematuro de Placenta (DPP) É a separação da placenta normalmente implantada no corpo uterino, antes da expulsão do feto, em gestações de 22° ou mais semanas. Evento grave com intervenção imediata. Risco de morte materna e fetal. Fatores desencadeantes: Brevidade de cordão (60 á 90 cm), retrações uterinas, miomatose uterina, tabagismo, consumo de crack e cocaína estão intimamente ligados a altas taxas de incidência de DPP e anemia. 38 Cuidados de Enfermagem no DPP Repouso absoluto no leito com membros elevados e/ou decúbito lateral esquerdo. Monitorar SV. Controle de perdas sanguíneas. Acesso venoso em caso de necessidade de administração de volume e hemoderivados. Balanço hídrico efetivo. Avaliar condições maternas e fetais. 39 40 Achados patológicos do líquido amniótico Manter a temperatura constante na cavidade amniótica, permitir uma boa movimentação fetal, auxilia no desenvolvimento do pulmonar do feto e proteger o feto de traumatismos e uma barreira contra infecções. Polidramnia – Excesso de líquido amniótico, seno superior á 2.000 ml em uma gestação á termo. Pode causar desconforto materno, dispneia, aumento do abdome gravídico, constipação intestinal. Pode causar amniorrex prematura. 41 42 Oligodramnia – Líquido amniótico inferior á 400 ml, no 3° trimestre de gestação. Pode ser causada por hipertensão, diabetes e pós – maturidade. Em alguns casos avalia-se a interrupção da gestação devido ao sofrimento fetal. Cuidados de Enfermagem na Oligodramnnia Monitorar SV. Alertar a gestante para evitar esforço durante a evacuação. Avaliar sinais e sintomas de trabalho de parto. Repouso no leito e lateralização á esquerda.. 43 Doença Hemolítica Perinatal (DHPN) Incompatibilidade sanguínea entre mãe (Rh -) e feto (Rh +). O corpo materno ao entrar em contato com as hemácias Rh + do feto produzirão anticorpos contra o mesmo. Como resultado, pode desenvolver-se a doença hemolítica no feto (eritroblastose fetal) ou no recém-nascido (eritroblastose neonatal) 44 45 46 Para evitar este tipo de problema, faz – se uma testagem sanguínea chamada Coobs indireto na mãe, onde avalia-se a presença desses anticorpos Rh+. O tratamento para evitar a hemólise de um feto Rh+ em uma outra gravidez, consiste um aplicar na mãe, após o parto, uma vacina para inibir a produção de anticorpos anti-Rh+, chamada RhoGAM (ou vulgarmente de “Rogan”). Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG) DHEG ou Toxemia Gravídica – aumentos patológicos da PA associada a proteinúria e edema. Níveis de pressão arterial sistólica e/ou diastólica iguais ou superiores a 140 x 90 mmHg, iniciando geralmente após a 16ª/18ª semana de gestação. Em única aferição, quando se verifica a pressão diastólica igual ou superior a 110 mmHg. 47 Tipos de DHEG Pré eclâmpsia leve – PA 140/90 mmHg, proteinúria de 300 mg até 1,0 gr em 24 horas. Pode haver edema ou não. Pré eclampsia grave – PA diastólica maior que 110 mmHG, proteinúria igual ou superior á 2 g/l em 24 horas, anasarca, oligúria, cefaléia, alterações visuais. Eclâmpsia - Todos os sinais e sintomas incluindo convulsão e o coma. Síndrome HELLP – (Hemólise / Elevação de enzimas hepáticas / Contagem baixa das plaquetas/plaquetopenia). Edema pulmonar, hemorragia cerebral, AVC, insuficiência renal ou cardíaca, podendo culminar com a morte. 48 Pré Eclâmpsia Caracterizada por uma tríade clássica: hipertensão, edema (mãos e face) e proteinúria significativa. O edema é representado pelo símbolo +,podendo, em situações mais graves, alcançar até ++++. Proteinúria - é um sinal de formas mais graves de pré-eclampsia, quando, muitas vezes, é necessária internação hospitalar para melhor acompanhamento da gestante. Edema - apenas em tornozelo, registra-se +/4+ ou ++/4+ (com cacifo). Quando o edema se limita aos membros inferiores, registra-se +++/4+. Por outro lado, quando o edema é generalizado ( ++++/4+). Medicamentos utilizados - Hidralazina, nifedipina e sulfato de magnésio (controle das convulsões) 49 50 Diabetes Gestacional Diabetes Gestacional - Diabetes gestacional é um estado de hiperglicemia, menos severo que o diabetes tipo 1 e 2, detectado pela primeira vez na gravidez. Geralmente se resolve no período pós-parto e pode frequentemente retornar anos depois. 51 52 Complicações maternas: • Hiperglicemia • Pré-eclampsia • Infecções urinárias Complicações fetais: • Macrossomia • Polidramnia • Hipoglicemia neonatal • Malformações congênitas • Abortamentos (estão relacionados com glicemia pré-prandial maior que 120 mg/d.€ no primeiro trimestre). • Síndrome da angústia respiratória no RN (doença da membrana hialina) 53 TPP - Trabalho de Parto Prematuro É aquele que ocorre entre a 23ª semana até 36 semanas e 6 dias. 54 55 Patologias Infecciosas da Gestação Infecção Urinária • Escherichia coli (85%), Klebsiella (10%) e Proteus (5%). A infecção urinária pode se manifestar nas seguintes formas clínicas: bacteriúria assintomática, cistite e pielonefrite. Estase das vias urinárias, estase vesical e uretral são fatores predisponentes para o desenvolvimento de infecção urinária 56 Toxoplasmose, rubéola e sífilis na gestação • Toxoplasmose - É causada pelo protozoário Toxoplasma gondii e pode ser transmitida por meio da ingestão de carne crua ou mal cozida, que contenham microrganismos encistados; pelas fezes dos gatos e também por via transplacentária, caso a gestante esteja infectada. Recomenda-se a triagem por meio da detecção de anticorpos IgG e IgM na primeira consulta pré-natal. Se a gestante for IgG-positiva e IgM-negativa, é considerada imunizada, ou seja, não há necessidade de novas sorologias. 57 Rubéola • A rubéola é uma infecção viral que pode produzir graves malformações no feto. O vírus é transmitido de pessoa a pessoa por meio das secreções faríngeas. Sinais e sintomas: Exantema maculopapular centrífugo tipicamente no rosto e se alastra pelo tronco (surge 2 a 3 semanas após contato, durando até 5 dias), febrícula, adenomegalia, principalmente na região cervical, atralgias são queixas comuns em 40% dos casos. • Observação: uma semana antes da fase exantemática, o vírus já está sendo eliminado na orofaringe. Sífilis • É uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum cuja transmissão pode ocorrer por meio de relações sexuais desprotegidas, transfusão de sangue contaminado e durante a gestação e o parto ( transmissão vertical). • Efeitos na gestação: sífilis em gestantes pode provocar abortamento espontâneo e, em outras situações, podem ocorrer trabalho de parto prematuro, infecção congênita, malformação fetal e natimortalidade. Durante a gravidez, após confirmação do VDRL, iniciar o tratamento imediatamente. O tratamento de escolha é a penicilina. Eritromicina em casos de alergia. 58 Transmissão vertical do HIV • O modo de transmissão vertical do HIV está relacionado com múltiplos fatores. Entre os principais destacam-se: carga viral elevada, ruptura prolongada das membranas amnióticas, via de parto, práticas intervencionistas, dentre outros. • 80% dos casos acontecem durante o trabalho de parto. • No período puerperal, logo após o parto, o profissional deve estar ciente quanto à inibição láctea da puérpera HIV-positiva (medicamentos e enfaixamento das mamas) • Tratamento à base de Zidovudina, tanto para a mãe como para o RN. 59 Até a próxima aula...
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