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LÍNGUA PORTUGUESA TROVADORISMO @passeinenem Onde Tudo Começou Foi no século XII que o querido dom Afonso Henriques (o quase futuro primeiro monarca lusitano) deu o ponta pé para que o Condado Portucalense se separasse do que hoje é a Espanha. E, assim, nasceu Portugal! E de onde saiu a língua portuguesa? Calma! Nessa época, em Portugal, ainda nem se falava o português "aportuguesado"; Falava-se o galego-português (uma língua que você, provavelmente, não vai entender muito bem, e que foi se distanciando do provençal, do francês e do castelhano). Palavra-chave: galego-português A Mãe Portuguesa Faz sentido, após a existência de Portugal e da língua portuguesa, falar em Literatura Portuguesa (a lindíssima mãe da nossa Literatura Brasileira). O primeiro movimento literário da Língua Portuguesa foi o Trovadorismo, um movimento literário e poético que surgiu na Idade Média, no século XI. Nessa época, a poesia e a música andavam de mãos dadas. Por isso, os textos (chamados de cantigas) eram compostos não para serem lidos, mas para serem cantados e dançados. Para pesquisar: teocentrismo, feudalismo e relações de suserania e vassalagem - características do período histórico medieval. Poesia e Música de mãos dadas Trovadores (ou poetas-músicos) Influenciados por artistas provençais, produziram dois grandes gêneros de cantigas: as líricas e as satíricas (tudo isso em galego- português). Está gostando do nosso material? Salve e compartilhe com seus amigos! As cantigas líricas falando de amor (com o eu lírico masculino) e as de amigo (com eu lírico feminino). As cantigas satíricas, por sua vez, subdividem-se em de escárnio (uma forma com críticas indiretas) e de maldizer (com críticas diretas). Cantigas líricas: de amor e de amigo Cantígas satíricas: de escárnio e de maldizer Amor cortês: regras de comportamento amoroso que aparecem na vassalagem amorosa, na qual o homem está em condição inferior à mulher; Coita: sofrimento amoroso. O Amor Inalcansável Nas cantigas de amor, o eu lírico venera a amada. e é comum que ele se coloque em uma posição de inferioridade e submissão em relação à ela (amor cortês). A amada era vista como inalcançável. No trovadorismo, o amor descrito tinha muita cortesia, porém era sofrido (coita), era não correspondido. Está gostando do nosso material? Salve e compartilhe com seus amigos! A mulher inalcansável Mais rica, mais velha e/ou casada Qual dona Deus fez melhor parecer e que fezo de quantas outras son falar melhor e en melhor razón, e con tod'esto melhor prez haver, e máis mansa das que eu nunca vi, aquesta fezo desejar a min Deus, por jamais nunca coita perder. Cantiga de Amor Essa foi a mulher eu Deus fez com maior beleza (é a que fala melhor, que fala com mais inteligência, e é a que tem mais valor)... Além de ser a mais meiga, mansa. Mesmo sofrendo de amor, o eu lírico sempre quer ter essa mulher perto dele ("Deus, por jamais nunca coita perder"). Interpretação - Pero Garcia Burgalês https://pt.wikisource.org/wiki/Categoria:Pero_Garcia_Burgal%C3%AAs Nom chegou, madre, o meu amigo, e hoj'est o prazo saido; ai madre, moiro d'amor! Nom chegou, madr', o meu amado, e hoj'est o prazo passado; ai madre, moiro d'amor! Cantiga de Amigo As mulheres não escreviam nessa época, mas o eu lírico é feminino. Nas cantigas de amigo, há presença marcante da natureza. A mulher pode aparecer conversando com as plantas, com a mãe, com as irmãs ou com os animais. Há um sofrimento marcante pela ausência do "amigo" (namorado que nunca volta por conta da guerra). No caso acima, a moça fala para a mãe que o amigo está demorando a chegar, que ela está a ponto de morrer de amor. Há, também, paralelismo (repetição parcial dos versos - "e hoj'est o prazo saido") e a repetição (ai madre, moiro d'amor"), características marcantes das cantigas trovadorescas. Interpretação - D. Diniz Nom quer'eu donzela fea e velosa come cam que ant'a mia porta pea nem faça come alarmã. Nom quer'eu donzela fea que ant'a mia porta pea. Cantiga de Escárnio A cantiga de escárnio envolve uma crítica indireta (não cita nomes), mais irônica, com linguagem mais elaborada. No caso acima, Afonso X diz que não quer uma donzela feia e peluda ("velosa") como cão que, na frente de sua porta, fique soltando pum. Interpretação - Afonso X Ben me cuidei eu, María García, en outro día, quando vos fodí, que me non partiss'eu de vós assí como me partí ja, mão vazía, vel por serviço muito que vos fiz; que me non destes, como x'homen diz, sequer un soldo que ceass'un día. Cantiga de Maldizer A cantiga de maldizer envolve uma crítica direta (vai ser falado o nome da pessoa que está sendo criticada). A linguagem, nessas cantigas, é chula; aparecem palavras de baixo calão (palavrões). No texto acima, vê-se a citação do nome Maria Garcia. O eu lírico diz que, outro dia, transou com Maria Garcia e partiu da casa dela de mãos vazias (o que o deixou irritado, pois ele esperava receber pagamento por "seu serviço"). Interpretação - Afonso Eanes de Coton O brigado! S E E S T E M A T E R I A L F O I Ú T I L , S A L V E E C O M P A R T I L H E C O M S E U S A M I G O S !
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