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Do Contrato Social Jean Jacques

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RESENHA
Por: aluno
ROUSSEAU, Jean Jacques. Do contrato social. São Paulo: Martin Claret, 2003.
Do Contrato Social é uma obra do autor suíço Jean-Jacques Rousseau, onde é avaliada por diversos leitores como sendo uma de suas melhores obras. 
Nesta obra, Rousseau expõe sua visão do contrato social que é completamente diferente de Hobbes e Locke: para Rousseau, a natureza humana é boa, e a sociedade é uma instituição politicamente dominada, sendo a política a principal culpada por sua "degeneração".
O contrato social para Rousseau é um acordo entre indivíduos para se criar uma sociedade, e só então um Estado, isto é, o contrato é um pacto de associação, e não de submissão.
Deste modo, a obra - que trata da ideia de política e poder - é dividida em IV livros, na qual cada livro (dividido em capítulos) trata de um assunto referente a: notas iniciais sobre o poder; soberania e as leis; formas de governo; e, direito do voto.
No seu livro “Do Contrato Social”, Rousseau defende a ideia de que a família seja a base da sociedade, sendo o pai, enquanto do âmbito familiar, a figura do rei. 
Segundo ele, é a família, portanto, o primeiro modelo das sociedades políticas; o chefe é a imagem do pai, o povo a imagem dos filhos, e havendo nascido todos livres e iguais, não alienam a liberdade a não ser em troca da sua utilidade. 
Toda a diferença consiste em que, na família, o amor do pai pelos filhos o compensa dos cuidados que estes lhe dão, ao passo que, no Estado, o prazer de comandar substitui o amor que o chefe não sente por seus povos.
No primeiro livro, ele trata da liberdade intrínseca à qualidade humana, afirmando que renunciar à liberdade é o mesmo que renunciar à qualidade de homem, aos direitos da Humanidade, inclusive aos seus deveres.
O contrato social ao qual Rousseau se refere no título de sua obra é o pacto celebrado por todos os cidadãos com o intento de submeterem-se às leis por eles próprios criadas para regularem suas vidas e preservarem a paz social. 
Rousseau leciona ainda que o contrato social, permite que as pessoas mudem da liberdade natural que prevalece instintivamente para a liberdade civil que prevalece na justiça. A primeira liberdade é restringida pelo próprio poder do indivíduo (quanto mais forte ele é, mais coisas ele pode fazer), e a segunda é restringida pela vontade universal. Portanto, a posse pode ser garantida pela força, mas a propriedade só pode ser garantida por lei.
Desta forma, Rousseau questiona se a maioria realmente tem o direito de decidir a minoria, basicamente, ele conclui que sim, pois esta vontade não respeitada, “causa a ruína do corpo político”.
Para o autor, sem que haja tal mudança na maneira de ser humana passagem do estado primitivo à condição de ser social, a raça humana haveria de perecer.
Percebe-se, no entanto, que a ideia de Rousseau ainda é muito ligada ao ideal cristão, defendendo ele que a origem de todo poder emane de Deus e somente Ele seja a fonte de todas as leis e de todo poder.
Ademais, na visão de Rousseau, o soberano é formado pelo acordo de todos os povos guiados pela vontade universal. Portanto, é uma entidade coletiva, diferente do soberano de Hobbes, individualizada entre os monarcas.
Lendo o Livro II, pode-se perceber que Rousseau defende que o soberano (que é o representante da vontade geral do povo) deve governar de acordo com a vontade geral, pois é dela que emana seu poder, bem como é essa mesma soberania que permite a alguém se submeter a restrição de sua liberdade, pois para Rousseau, o homem é livre e a submissão às leis é, na verdade, uma consequência do pacto firmado por todos.
Ensina que a soberania é o exercício da vontade geral e não pode ser transferida e ainda é Indivisível, porém, embora indivisível, pode ser dividido em termos de autoridade: executivo, legislativo, etc
Assim, o poder soberano é restrito nas convenções gerais, portanto, não pode suprimir a liberdade e os interesses individuais. No entanto, uma vez que o fim do contrato é uma proteção para ambas as partes, se alguém violar esta regra e cometer um crime, pode ser condenado à morte ou ao exílio. Em qualquer caso, muita tortura e perdões devem ser evitados.
Rousseau enfatiza que o objeto das leis é sempre geral, ou seja, nunca pode ser apenas para indivíduos ou grupos específicos, e a estes se aplica o decreto Segundo o autor, a República é um país regido pelas leis, independentemente de ser uma Democracia, aristocracia e até monarquia, desde que sejam guiadas pela vontade geral. Além disso, as leis que estabelecem o país devem ser implementadas em tempos de paz e o maior objetivo da legislação deve ser assegurar a liberdade e a igualdade.
O autor divide as leis em quatro tipos: leis políticas, leis civis, leis criminais e costumes. As leis políticas tratam da relação do todo com o todo, ou seja, do soberano (que se trata de um ser coletivo) com o Estado. As leis civis cuidam da relação dos membros entre si, ou com o corpo inteiro (já que a junção dos membros forma o corpo). As leis criminais existem para os casos de descumprimento das outras leis. Os costumes, usos e a opinião são aquelas regras “que não se esculpe no bronze ou no mármore, mas no peito dos cidadãos”, isto é, regras não escritas que também constituem o Estado
No entanto, as pessoas não podem fazer a promulgação efetiva de leis, para isto é necessário um legislador. O autor afirma que esse legislador deve ter duas características: sabedoria superior e autoridade e ainda este não pode se beneficiar de seu próprio trabalho.
Rousseau afirma ainda que no que diz respeito à expansão do território, o estado não pode muito grande ao ponto de não conseguir gerenciar ou muito pequeno ao ponto de não se sustentar.
Ele acrescentou que a grandeza de um Estado deve ser medido pela razão entre o tamanho do território e o número de residentes.
Rousseau destacou que a vontade geral do povo não perdeu sua essência: buscar interesses comuns para a sociedade, portanto, suas intenções nunca falharão, mas a vontade geral pode ser enganada.
No Livro III, Rousseau faz referência às formas de governo. Para ele, a distinção entre as distintas formas de governo está no número de membros que o compõem. Quanto mais numeroso for o povo, maior deve ser a força repressiva. Assim, a forma de governo deve ser escolhida de acordo com a grandeza do Estado.
O autor sintetiza que em princípio, os países pequenos são mais bem governados por democracias (quando o soberano delega o governo à maioria do povo), os países de tamanho médio são melhor governados por aristocracias e os países grandes são melhores governados pela monarquia. Além disso, ele diz que o melhor Estado é aquele que preserva e conserva a propriedade de seu povo.
Rousseau estabeleceu uma relação ainda entre clima e forma de governo, ligado os países mais quentes a governos despóticos, os frios à barbárie e os medianos à boa politie. Relata ainda que se quer saber se o governo de um determinado país é bom, você pode ver quantas pessoas existem nele, se estiver crescendo é um ótimo governo.
Quanto a legislação este relata que para ser perfeita, a vontade particular ou individual deve ser nula; a vontade do corpo, própria ao governo, bastante subordinada; e, por conseguinte, a vontade geral ou soberana sempre dominante é a regra única de todas as outras.
Para terminar, no último Livro Rousseau vem a falar sobre as formas de como eleger o governante, iniciando o primeiro capítulo do Livro IV com o título “a vontade geral é indestrutível”.
Leciona que As eleições podem ser por sorte ou por escolha. A eleição por escolha é mais aconselhada quando se trata de cargos mais técnicos e a por sorte de cargos que envolvam a justiça e os costumes.
Leciona ainda que A ditadura também pode ser usada, quando a própria lei torna difícil para o país repelir ameaças. Porém o ditador, está acima da lei e só pode ser administrado em um curto período de tempo. Além disso, disserta que também pode usar a censura para proteger os costumes.
Em relação à religião, Rousseau diz que,no início, toda sociedade política era Teocracia. No entanto, os pagãos têm deuses que "não são tão ciumentos" e concordam em dividir o império. Segundo ele, as guerras religiosas nasceram com os judeus que se recusa a reconhecer os deuses de seus dominadores.
Em suma, o autor divide a religião em dois tipos, um é a religião do homem e o outro é a religião dos cidadãos. A do cidadão são pessoas é gerada pelo Estado e devem ser condenados por enganar. A do homem e a que se cultua no seu interior, sem templos ou altares, o verdadeiro evangelho do cristianismo.
Por fim, destacamos a relevância de Rousseau na divulgação do conceito de direitos humanos e sua influência na Declaração dos Direitos Humanos e Civis (1789), quando declarou desde o início do seu livro que “todos os homens nascem livres e iguais”.
Desta forma, e plausível relatar que na verdade, poucos autores mudaram a realidade social de forma tão expressiva por meio de suas ideias. Portanto, este trabalho é um auxílio doutrinário para estudantes de filosofia, ciências políticas, ciências sociais e outras áreas como o direito, portanto, vale a pena e deve ser lido.

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