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Indaial – 2020
RepResentação descRitiva ii 
– catalogação
Prof.ª Juliana Frainer
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof.ª Juliana Frainer
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
F812r
 Frainer, Juliana
 Representação descritiva II – catalogação. / Juliana Frainer. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2020.
 214 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0448-2
 1. Biblioteconomia. - Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 025.3
III
apResentação
O bibliotecário é um agente indispensável e essencial para auxiliar 
a sociedade nos vários processos inerentes à construção do conhecimento. 
Este profissional tem sido amplamente habilitado, de início, durante a sua 
formação acadêmica, para aquisição de abrangentes conhecimentos teóricos, 
técnicos e práticos referentes às várias facetas de atuação, em especial, que 
envolvem toda a complexidade de se gerir o fluxo informacional. 
Com o Advento das Tecnologias da Informação e da Comunicação, 
bem como da internet, é cada vez mais imprescindível que o bibliotecário seja 
flexível, criativo e atualize as suas capacidades, habilidades e conhecimentos 
para a implementação de práticas mais adequadas para gerir quaisquer tipos 
de informação em quaisquer tipos de suportes para atender as exigentes 
necessidades dos usuários, sejam estes inseridos em bibliotecas, unidades de 
informação, e até mesmo em instituições empresariais, culturais e científicas. 
Em especial, no que confere aos processos e procedimentos de 
armazenamento, organização e disseminação da informação, se coloca 
em destaque, dentre as várias oportunidades de atuação profissional do 
bibliotecário, as funções e atividades do CATALOGADOR. Diante disso, se 
faz essencial, neste importante período formativo, ou seja, no curso superior, 
oportunizar ao futuro bibliotecário o acesso e os primeiros contatos com os 
conhecimentos, regras, diretrizes, indicações e até mesmo, o manuseio de 
códigos de catalogação, como o AACR2 e o MARC21. 
Diante disso, o que se busca com esta disciplina é oportunizar ao 
acadêmico a aquisição de habilidades e capacidades inerentes, especificamente, 
as técnicas e práticas da catalogação. 
Assim, em um primeiro momento, na Unidade 1, serão abordados os 
principais aspectos conceituais, aliados aos importantes momentos históricos, 
sociais e tecnológicos, que direcionaram à criação e desenvolvimento das 
Regras de Catalogação Anglo-Americanas, o atual AACR2. Munidos destes 
conhecimentos, os esforços serão direcionados para identificar como é 
estruturado o AACR2, em especial, de que maneira são organizadas as 
áreas e regras pertencentes à Parte I – Descrição e a Parte II – Cabeçalhos, 
Títulos Uniformes e remissivas, do Código. E, ainda, para potencializar a 
interação teórico-prática de aprendizagem, por meio da elaboração de fichas 
catalográficas, serão apresentadas as principais regras para a descrição 
bibliográfica, bem como, as instruções para as escolhas de ponto de acesso, 
títulos uniformes e remissivas dos diferentes tipos de materiais e suportes, 
tal qual indicadas no AACR2.
IV
Em um segundo momento, na Unidade 2, como oportunidade de 
ampliar as opções de aprendizagem dos aspectos teórico-práticos inerentes a 
catalogação, serão abordados os conceitos, bem como os eventos históricos, sociais 
e tecnológicos mais relevantes que direcionaram à criação e desenvolvimento 
do formato Machine-Readable Cataloging (MARC), até se chegar ao formato 
MARC21, amplamente utilizado na atualidade. Além disso, serão elencados 
aspectos relativos à estrutura do MARC21, a considerar seus campos e demais 
especificidades para a utilização prática do formato. E, por meio de exemplos, 
serão apresentados os direcionamentos, instruções e diretrizes de utilização do 
Formato MARC 21, em especial, para Dados Bibliográficos. 
Por fim, em um terceiro momento, na Unidade 3, serão elencados 
aspectos conceituais mais relevantes da Norma Internacional de Descrição 
Bibliográfica (International Standard Bibliographic Description – ISBD) e as 
principais implicações que esta norma trouxe para a área da Representação 
Descritiva – Catalogação. Aliado a estes conhecimentos, serão abordadas as 
principais tendências para a atuação prática do catalogador, especialmente, 
as que se referem aos aspectos teóricos do modelo conceitual denominado 
Requisito Funcional para Registro Bibliográfico (Functional Requirements for 
Bibliographic Records – FRBR); bem como dos modelos abrangentes ao FRBR. 
Nessa mesma expectativa, serão apresentados ainda, os aspectos conceituais 
de maior relevância da Descrição e Acesso de Recursos (o Resource Description 
and Acces – RDA), que, apresar de ainda não ser uma realidade das práticas 
de catalogação nas bibliotecas brasileiras, tem sido considerado uma das 
principais evoluções da área, em consonância com o FRBR. O RDA está sendo 
configurado para auxiliar nos procedimentos e práticas de catalogação da 
atualidade como um possível substituto do AACR2.
Como se é possível vislumbrar com os temas abordados nesta 
disciplina, fica evidente os esforços para que os futuros profissionais 
consigam, de maneira adequada, adquirir o máximo de capacidades, 
habilidades e aprendizagens inerentes as técnicas da catalogação, por meio 
da apreensão das regras que as direcionam. No entanto, é válido ressaltar que, 
os conhecimentos e a utilização destas regras em bases automatizadas, na sua 
essência, normalmente se darão na prática, ou seja, durante as experiencias 
no campo de atuação profissional, sejam estas, por meio dos estágios 
curriculares e não curriculares ou durante a futura atuação profissional. 
Boa leitura e bons estudos!
Profa. Juliana Frainer
V
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
VI
VII
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo deenriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
VIII
IX
UNIDADE 1 – REGRAS DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANA – AACR2 .....................1
TÓPICO 1 – CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS RELEVANTES E A ORGANIZAÇÃO 
DAS REGRAS DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANAS, SEGUNDA 
EDIÇÃO (ANGLO-AMERICAN CATALOGING RULES – AACR2) ......................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3
2 CÓDIGO DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANO – AACR2: OS PRIMEIROS 
CONTATOS – APREENDENDO A SUA ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO .........................15
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................20
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................21
TÓPICO 2 – AS REGRAS DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANAS (AACR2): 
PRINCIPAIS ASPECTOS TEÓRICOS PARA O MANUSEIO E UTILIZAÇÃO 
 PRÁTICA DO CÓDIGO .................................................................................................23
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................23
2 AACR2: ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS REGRAS DE CATALOGAÇÃO ...............25
2.1 PARTE I – “DESCRIÇÃO” ..............................................................................................................26
2.2 PARTE II – “CABEÇALHOS, TÍTULOS UNIFORMES E REFERÊNCIAS” ...........................35
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................55
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................56
TÓPICO 3 –A APLICAÇÃO DAS REGRAS DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANAS 
(AACR2): ELABORANDO AS FICHAS CATALOGRÁFICAS ................................57
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................57
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................71
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................78
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................79
UNIDADE 2 – O FORMATO MACHINE-READABLE CATALOGING (MARC 21) ................81
TÓPICO 1 – ASPECTOS CONCEITUAIS, HISTÓRICOS E TECNOLÓGICOS E O 
DESENVOLVIMENTO DO FORMATO MACHINE-READABLE CATALOGING 
(MARC/MARC21) NO BRASIL E NO MUNDO ........................................................83
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................83
2 UNIMARC: UNIVERSAL MARC FORMAT [FORMATO UNIVERSAL MARC] ..................91
3 DOS FORMATOS USMARC E CAN / MARC AO FORMATO MARC21 ................................97
4 A IMPLEMENTAÇÃO DO FORMATO MARC EM CONTEXTO BRASILEIRO .................103
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................110
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................111
TÓPICO 2 – A ORGANIZAÇÃO TEÓRICA E PRÁTICA DO FORMATO MACHINE-
READABLE CATALOGING (MARC21) ....................................................................113
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................113
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................127
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................128
sumáRio
X
TÓPICO 3 – EXEMPLOS PRÁTICOS PARA A REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA – 
CATALOGAÇÃO COM A UTILIZAÇÃO DO FORMATO MACHINE-
READABLE CATALOGING (MARC21) ....................................................................129
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................129
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................139
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................145
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................146
UNIDADE 3 – OS NOVOS RUMOS E TENDÊNCIAS PARA A REPRESENTAÇÃO 
DESCRITIVA CATALOGAÇÃO: DO ISBD AOS 
 REQUISITOS FUNCIONAIS E RDA .....................................................................149
TÓPICO 1 – NORMA INTERNACIONAL DE DESCRIÇÃO BIBLIOGRÁFICA 
(INTERNATIONAL STANDARD BIBLIOGRAPHIC 
 DESCRIPTION - ISBD): IMPLICAÇÕES NA REPRESENTAÇÃO 
 DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO ..............................................................................151
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................151
2 A NORMA INTERNACIONAL DE DESCRIÇÃO BIBLIOGRÁFICA (INTERNATIONAL 
STANDARD BIBLIOGRAPHIC DESCRIPTION – ISBD): PRINCIPAIS CONCEITOS E 
IMPLICAÇÕES NA PRÁTICA DA CATALOGAÇÃO ...............................................................155
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................163
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................164
TÓPICO 2 – REQUISITO FUNCIONAL PARA REGISTRO BIBLIOGRÁFICO 
(FUNCTIONAL REQUIREMENTS FOR BIBLIOGRAPHIC RECORDS – FRBR): 
 AS TENDÊNCIAS NA PRÁTICA DA REPRESENTAÇÃO 
 DESCRITIVA – CATALOGAÇÃO ...............................................................................165
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................165
2 ASPECTOS CONCEITUAIS ENVOLTOS NO DESENVOLVIMENTO DO REQUISITO 
FUNCIONAL PARA REGISTRO BIBLIOGRÁFICO (FUNCTIONAL 
 REQUIREMENTS FOR BIBLIOGRAPHIC RECORDS – FRBR) ...............................................166
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................177
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................178
TÓPICO 3 – DESCRIÇÃO E ACESSO DE RECURSOS (RESOURCE DESCRIPTION AND 
ACCES – RDA): ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ....................................................179
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................179
2 CATALOGAÇÃO ................................................................................................................................181
3 ASPECTOS CONCEITUAIS DAS NOVAS REGRAS DE CATALOGAÇÃO - RECURSOS: 
DESCRIÇÃO E ACESSO (RESOURCE DESCRIPTIONAND ACCESS – RDA) .....................182
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................197
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................202
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................203
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................205
1
UNIDADE 1
REGRAS DE CATALOGAÇÃO ANGLO-
AMERICANA – AACR2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• desmistificar os principais aspectos conceituais, aliados aos importantes 
momentos históricos, sociais e tecnológicos que direcionaram à criação e 
desenvolvimento das Regras do Catalogação Anglo-Americanas, o atual 
AACR2;
• identificar como é estruturado o AACR2, em especial, de que maneira são 
organizadas as áreas e regras pertencentes à Parte I – Descrição e Parte 
II – Cabeçalhos, Títulos Uniformes e remissivas, pertencentes ao Código;
• por meio da elaboração de fichas catalográficas, em especial no tópico 
três, estão representadas as principais regras para a catalogação dos 
diferentes tipos de material, a considerar ainda, as escolhas de ponto de 
acesso, títulos uniformes e remissivas, tal qual indicado no AACR2.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS RELEVANTES E 
A ORGANIZAÇÃO DAS REGRAS DE CATALOGAÇÃO 
ANGLO-AMERICANAS, SEGUNDA EDIÇÃO (ANGLO-
AMERICAN CATALOGING RULES – AACR2)
TÓPICO 2 – AS REGRAS DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANAS 
(AACR2): PRINCIPAIS ASPECTOS TEÓRICOS PARA O 
MANUSEIO E UTILIZAÇÃO PRÁTICA DO CÓDIGO
TÓPICO 3 – A APLICAÇÃO DAS REGRAS DE CATALOGAÇÃO ANGLO-
AMERICANAS (AACR2): – ELABORANDO AS FICHAS 
CATALOGRÁFICAS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS 
RELEVANTES E A ORGANIZAÇÃO DAS REGRAS 
DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANAS, 
SEGUNDA EDIÇÃO (ANGLO-AMERICAN 
CATALOGING RULES – AACR2)
1 INTRODUÇÃO
Em meados do século VI, as notícias relativas aos procedimentos de 
catalogação, realizados pelos eruditos nas primeiras bibliotecas da história, 
denotam que a organização dos documentos era elaborada, em sua grande maioria, 
por meio de catálogos impressos, ou de listas que apresentavam o registro das 
obras apenas pela identificação de seus volumes. Só em meados do século XVI, 
os catálogos começaram a apresentar o nome do autor de cada obra em ordem 
alfabética. Nos anos seguintes, este passou a ser o método mais utilizado para 
representar a informação dos acervos das bibliotecas, tinha como foco facilitar 
o acesso de informações por parte dos profissionais que eram responsáveis pela 
organização dos documentos, não necessariamente para atender as demandas 
dos possíveis usuários externos sedentos por informações. 
Contudo, com os eventos históricos relativos ao desenvolvimento da 
sociedade da informação e do conhecimento, em especial a partir do século XVIII, 
outras formas de representar a informação foram sendo desenvolvidas, como a 
exemplo, por se vislumbrar a necessidade de se detalhar com maior precisão as 
informações dos documentos. A partir desse período, eram elaborados catálogos 
com a organização dos sobrenomes dos autores das obras respeitando uma ordem 
alfabética, as folhas de rosto dos livros começaram a receber uma maior relevância 
e os catálogos começaram a apresentar uma maior quantidade de dados relativos 
à descrição física das obras. 
Aliado a isto, as bibliotecas foram se tornando espaços destinados a 
produção, o armazenamento e a busca de informações para a construção de 
conhecimento e, por conta disso, o foco da organização dos itens informacionais 
passou a estar centrada, também, nas necessidades dos usuários. Ressalta-se que 
“as bibliotecas foram as primeiras instituições a se preocuparem com o controle 
bibliográfico e durante algum tempo seus catálogos constituíram os únicos 
instrumentos para esse fim” (CAMPELLO, 2006, p. 9).
Como o passar dos anos, a partir do século XX, assim como em outras esferas 
da sociedade, as bibliotecas também foram impactadas pelo estabelecimento 
das tecnologias e da internet e deixaram de ser espaços unicamente detentores 
UNIDADE 1 | REGRAS DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANA – AACR2
4
e disseminadores de informações em suportes físicos e impressos para se 
transformarem, também, em espaços com a oferta de serviços ainda mais eficientes 
e interativos e com a organização e disponibilização de acervos em meio digital/
virtual. Como consequência, as bibliotecas com acervos constituídos unicamente 
por obras impressas, passaram a incluir em seus acervos obras em meio eletrônico 
e a fazer uso de Bibliotecas Digitais/Virtuais e Repositórios Institucionais para a 
disseminação da informação.
 
Também os profissionais que trabalhavam com a informação, tiveram que 
se adequar a essas mudanças e começaram a demandar e a produzir conhecimentos 
mais específicos e especializados relativos às áreas de gestão documental, e, com 
isso, eventos e estudos científicos foram se tornando uma realidade no âmbito das 
bibliotecas e para a área da biblioteconomia e impulsionaram o desenvolvimento 
e evolução dos procedimentos para a organização da informação. 
Nesse contexto, inerentes ao advento das Tecnologias de Informação 
e Comunicação – TIC, o desenvolvimento e a evolução dos catálogos foram 
conduzidos pela produção e consumo de um volume cada vez maior e mais 
abrangente de itens e conteúdos informacionais em toda a sociedade. Diante 
disso, para que os catálogos pudessem abarcar todas essas informações de 
maneira a torná-las acessíveis, e para além disso, torná-las confiáveis e com 
grau de qualidade quando da sua recuperação, foram estabelecidos padrões de 
catalogação, indexação e classificação, que pudessem abranger a diversidade 
de itens, suportes, fontes e tipos de informações e documentos ofertados pelas 
bibliotecas e unidades de informação. 
Em especial, as regras de catalogação, não só estas, começaram a ser 
elaboradas com o intuito principal de se estabelecer formas de padronizar 
e universalizar as informações contidas em um documento com a garantia 
que a unicidade desse fosse privilegiada e preservada. Como consequência, a 
organização e o armazenamento das informações quando efetuadas com a 
utilização dessa padronização, oportunizaram e continuam a fazê-lo, em uma 
maior eficiência e especificidade na forma de se disponibilizar, buscar, recuperar 
e consequentemente, consumir a informação. 
Exemplo disso, mesmo antes do advento das TIC, mais especificamente 
em 1970, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura 
– United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO), criou 
um programa denominado Controle Bibliográfico Universal, que foi gerenciado 
pela Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA). O 
objetivo do referido programa é, desde então, por meio de uma rede internacional 
de informações, reunir e tornar disponíveis os registros da produção bibliográfica 
produzidos em todos os países, considerando não apenas a identificação de que 
determinada produção existe, mas também, ter dados de onde é possível encontrá-
la sem ter acesso a ela fisicamente (MACHADO, 2003; MEY, 1995). Atualmente, o 
programa é acoplado ao International MRAC, denominado “Universal Bibliographic 
Control and Information Mar” (UBCIM). 
TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS RELEVANTES E A ORGANIZAÇÃO DAS REGRASDE CATALOGAÇÃO 
ANGLO-AMERICANAS, SEGUNDA EDIÇÃO (ANGLO-AMERICAN CATALOGING RULES – AACR2)
5
Foi por influência de programas como este, ou ainda, de eventos como 
o que ocorreu anos antes, em 1961, conhecido como “Convenção de Paris” em 
que se deliberou um documento denominado “Declaração de Princípios” – que 
estabeleceu importantes funções inerentes aos catálogos, a ser um instrumento 
efetivo e eficiente que permita ao usuário encontrar, identificar, selecionar, 
adquirir ou obter, navegar e explorar informações de um registro bibliográfico 
– que se tornou viável a possibilidade de se regulamentar as regras e padrões 
para a organização e registro das informações contidas nos documentos. Além 
disso, possibilitou a discussão de outras contribuições e elaboração de trabalhos 
científicos produzidos em conformidade internacional, em especial, no âmbito da 
Catalogação da informação.
Mais especificamente, foram concretizadas na Conferência de Paris, 
patrocinada pela UNESCO com a organização da IFLA, as primeiras propostas 
para a criação de um Código com regras para padronizar a catalogação dos itens 
informacionais com esforços direcionados para que este fosse aceito por todos os 
países associados à IFLA, ou pelo menos grande parte deles e, como consequência, 
se tornasse possível atender com maior efetividade aos pressupostos do programa 
de Controle Bibliográfico Universal. 
 
Vale ressaltar que, mesmo não sendo um dos objetivos traçados durante a 
Convenção de Paris, a criação de um Código de Catalogação padronizado poderia 
ser uma das oportunidades de se operacionalizar os pressupostos da Catalogação 
Cooperativa projetada por Charles Jewett e, posteriormente, defendida por 
Charles Cutter. Vale destacar que na atualidade, por meio da utilização de padrões 
e regras nos processos não só de catalogação, mas de indexação e classificação da 
informação difundidas e aceitas no mundo todo (a saber, padrões estabelecidos 
pela Classificação Decimal de Dewey, Classificação Decimal Universal, entre 
outros) a catalogação cooperativa é uma realidade bastante praticada entre as 
bibliotecas do mundo inteiro.
UNIDADE 1 | REGRAS DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANA – AACR2
6
Ademais, em decorrência das discussões realizadas pelos grupos de trabalho 
que participaram da Conferência de Paris, no ano de 1967, foi publicada a primeira 
edição das Anglo-American Cataloging Rules (AACR). Essa edição foi constituída 
pelas interpretações das regras de catalogação elaboradas em conjunto pela 
American Library Association (ALA), Canadian Library Association e Library Association 
(Inglaterra). A primeira edição foi publicada em duas versões diferentes, um texto 
norte-americano para os Estados Unidos e um texto britânico para o Reino Unido, 
e, por esse motivo, apresentava algumas divergências em determinados pontos que 
só foram revistos e revisados na publicação da segunda edição em 1978.
Ambos os textos da AACR continham três partes. A parte I foi 
intitulada Entrada e Cabeçalho. Continha cinco capítulos, baseados 
nos Princípios de Paris, nas regras da ALA de 1949 e no rascunho de 
Lubetzky de 1960. A parte II foi intitulada Descrição. Continha quatro 
capítulos, consistindo em regras revisadas das regras da LC 1949. A 
parte III foi intitulada Materiais não Livros, que continham regras para 
entrada e descrição de materiais não livros. Cada texto continha um 
apêndice listando regras para entrada e cabeçalho que diferiam na 
outra versão (HAIDER, 2018, p. 1, tradução nossa, grifo nosso).
Shmaryahu Lubetzky e suas importantes contribuições para a catalogação
 Shmaryahu Lubetzky nasceu em 1898 em Zelwa, Polônia. Obteve um bacharelado 
pela UCLA em 1931 e um mestrado pela Universidade da Califórnia, Berkeley, em 
1932, com especialização em literatura e línguas. Além disso, obteve um certificado em 
biblioteconomia e uma credencial no ensino. Ingressou como um dos catalogadores da 
Biblioteca do Congresso em 1943. 
Em 1951, a American Library Association convidou Lubetzky para a elaboração de 
um estudo crítico do Código ALA 1949. Como resultado, Lubetzky preparou uma análise 
crítica por meio da produção de um relatório denominado Cataloging Rules and Principles 
(1953), que defendia uma mudança em direção a um código menos complexo, baseado 
em princípios bem definidos, em vez de um código baseado em casos, fornecendo regras 
duplicadas e sobrepostas para condições idênticas. Outro Comitê de Revisão de Código de 
Catálogo foi estabelecido pela ALA com a finalidade de elaborar um novo código. Em 1956, 
Lubetzky foi nomeado editor do código revisado e, em 1960, produziu a obra intitulada 
“Código de Regras de Catalogação; Autor e Título: um rascunho inacabado”.
Sua teoria sobre o design de código logo se espalhou pelo mundo, o que lhe 
rendeu um papel de liderança na Conferência Internacional de 1961 sobre Princípios de 
Catalogação em Paris.
Em 1960, Lubetzky deixou a Biblioteca do Congresso e tornou-se professor na 
recém-inaugurada Escola de Serviço de Bibliotecas da UCLA. Se aposentou em meados de 
1967, e mesmo depois, continuou a estudar sobre problemas de catalogação e a palestrar 
em conferências nacionais e internacionais. Ficou mundialmente conhecido por suas 
contribuições prolíficas à teoria da catalogação e sua influência no desenvolvimento dos 
“Princípios de Paris” e das Regras de Catalogação Anglo-Americanas de 1967. Morreu 
aos 104 e é considerado o principal teórico da catalogação do século XX (Adaptado de 
HAIDER, 2018, tradução nossa; ENGLE, 2003, tradução nossa).
TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS RELEVANTES E A ORGANIZAÇÃO DAS REGRAS DE CATALOGAÇÃO 
ANGLO-AMERICANAS, SEGUNDA EDIÇÃO (ANGLO-AMERICAN CATALOGING RULES – AACR2)
7
Outro evento relevante e que impactou com bastante expressividade em 
uma direção a um acordo internacional ainda mais abrangente, aconteceu dois 
anos após a publicação da primeira edição do AACR, mais precisamente em 1969. 
Em Copenhague o evento denominado Reunião Internacional de Especialistas 
em Catalogação (RIEC) desmistificou, de maneira avassaladora, os caminhos da 
catalogação. Também promovida pela IFLA, a Reunião contou com a participação 
de 32 países e implicou em mudanças significativas para os códigos e as práticas 
da catalogação (MEY, 1995).
Dentre os vários objetivos propostos pela RIEC, os seus interlocutores 
pretendiam resolver as divergências que estavam pendentes desde a Conferência de 
Paris, além de examinar os programas que, de alguma forma, estavam influenciando 
a catalogação, a exemplo; a catalogação compartilhada e a adesão de computadores 
nas rotinas e atividades dentro das bibliotecas. A referida Reunião propôs ainda 
a criação de um sistema internacional de permuta de informações bibliográficas 
de cada país, elaboradas por uma agência nacional, por meio de fichas ou fitas 
magnéticas e, para tal, o que se buscava era estabelecer o máximo de normalização, 
tanto na forma, quando no conteúdo da descrição bibliográfica (ORTEGA, 2006).
Nesse sentido, Michael Gorman, um notável especialista em catalogação, 
apresentou à RIEC um documento denominado International Standard Bibliografic 
Description (Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada) ou ISBD, que 
padronizava as informações contidas na descrição bibliográfica. Neste documento, 
Gorman procurou sistematizar a ordem das informações e a pontuação utilizada 
antes de cada informação, de modo a tornar possível seu reconhecimento pelos 
usuários do catálogo. Mais especificamente: 
o ISBD é um conjunto de regras produzidas pela Federação Internacional 
de Associações e Instituições de Bibliotecas (IFLA) para criar uma 
descrição bibliográfica em uma forma padrão legível por humanos para 
descrever uma ampla variedade de materiais de biblioteca. Diz respeito 
apenas ao aspecto descritivo da catalogação, não aos pontos de entrada 
ou títulos. A ISBD especifica as fontes na publicação das quais os vários 
elementos da descrição devem ser transcritos; aordem em que esses 
elementos devem ser registrados; e os sinais de pontuação a serem 
usados para separar os elementos individuais. O efeito da aplicação das 
regras da ISBD é produzir um padrão reconhecível pelos usuários do 
catálogo e que permita a fácil troca de registros criados por diferentes 
agências (HAIDER, 2018, p. 1, tradução nossa).
O conjunto de regras estabelecidas pelas ISBDs possibilita assegurar um 
registro mais depurado dos dados de uma obra e, desta forma, possibilitar, como 
maior facilidade o compartilhamento destas informações. Por meio destas regras é 
possível “[...] reconhecer áreas específicas como autor, título, preço da editora etc., 
as quais devem ser expressamente previstas em qualquer publicação de forma que 
possam ser identificadas facilmente” (ENANG; UMOREN, 2011, p. 38).
UNIDADE 1 | REGRAS DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANA – AACR2
8
A proposta de Gorman, após apreciação internacional, foi publicada 
em 1971 pela IFLA, como ISBD(M), isto é, para monografias. Seguiram-
se outras ISBDs, inclusive uma geral, para todos os tipos de suportes, a 
ISBD(G). Hoje, as ISBDs dessa fase já se encontram em segunda edição 
e outras foram elaboradas, cobrindo todos os tipos de materiais (oito 
ao todo) (MEY, 1995, p. 28).
Ao considerar o que Mey (1995) menciona relativo à existência de outras 
ISBDs elaboradas para cada tipo de suporte, se faz pertinente evidenciar como 
estas se identificam, a saber: 
a) ISBD(A): International Standard Bibliographic Description for Older 
Monographic Publications (Antiquarian), para monografias anteriores 
a 1801; 
b) ISBD(CF): International Standard Bibliographic Description for 
Computer Files, para Recursos eletrônicos, alterada para ISBD(ER), 
em 1995; 
c) ISBD(CM): International Standard Bibliographic Description for 
Cartographic Materials, para Materiais cartográficos;
d) ISBD(CR): International Standard Bibliographic Description for Serials 
and Other Continuing Resources, para recursos contínuos, inclusive 
periódicos; 
e) ISBD(ER): International Standard Bibliographic Description for 
Electronic Resources, para Recursos Eletrônicos; 
f) ISBD(G): General International Standard Bibliographic Description; 
contém as Regras gerais aplicáveis a todas outras ISBD; 
g) ISBD(M): International Standard Bibliographic Description for 
Monographic Publications, para Monografias; 
h) ISBD(NBM): International Standard Bibliographic Description for Non-
Book Materials, para materiais não livros, conceituados como os 
materiais visuais em duas dimensões; 
i) ISBD(PM): International Standard Bibliographic Description for Printed 
Music, para Partituras; 
j) ISBD(S): International Standard Bibliographic Description for Serials, 
alterada para ISBD(CR) (CORRÊA, 2008, p. 28).
A implementação das ISBDs possibilitou uma ação mais efetiva de 
padronização pois, a adesão destas regras por parte de inúmeros países, 
impulsionou diversas mudanças e atualizações em muitos códigos de catalogação 
que, até então eram utilizados, a considerar, os critérios das ISBDs. E não foi 
diferente com o próprio AACR, “A criação dos ISBDs obrigou, de certa forma, 
a revisão e convergência das regras do AACR. Assim, em 1978, foi publicada 
a segunda edição do Código de Catalogação Anglo-Americano, um conjunto 
de normas de catalogação seguido em grande parte das bibliotecas até hoje” 
(GRINGS; PACHECO, 2010, p. 81). As ISBDs, inclusive, ainda são as normas 
básicas para a descrição bibliográfica assumidas pelo Programa Controle 
Bibliográfico Universal.
TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS RELEVANTES E A ORGANIZAÇÃO DAS REGRAS DE CATALOGAÇÃO 
ANGLO-AMERICANAS, SEGUNDA EDIÇÃO (ANGLO-AMERICAN CATALOGING RULES – AACR2)
9
A considerar o contexto da criação das ISBDs, no ano de 1973, os editores 
do AACR consideram pertinente uma revisão do Código e, em 1974, importantes 
representantes das bibliotecas e associações nacionais dos Estados Unidos, Reino 
Unido e Canadá se reuniram para elaborar um planejamento para deliberarem a 
segunda edição das Regras de Catalogação Anglo-Americanas. 
Os representantes nesta reunião concordaram em estabelecer um Joint 
Steering Committee for the Revision of AACR (Comitê Diretor Conjunto 
para a Revisão da AACR] (JSC). O JSC foi criado em 1974 e encarregado 
de Revisar o AACR) e desenvolver um conjunto unificado de regras. Os 
membros do JSC eram a American Library Association, a British Library, a 
Canadian Library Association (representada pelo Canadian Committee on 
Cataloging), a Library Association e a Library of Congress. O JSC nomeou 
um editor de cada lado do Atlântico para o código revisado, Michael 
Gorman, da Biblioteca Britânica, e Paul W. Winkler, da Biblioteca do 
Congresso (HAIDER, 2018, p. 1, tradução nossa).
Assim, em 1978, em uma revisão elaborada pelo JSC, foram integrados 
os textos norte-americanos e britânicos em uma versão única e que foi designada 
como AACR2 (Regras de Catalogação Anglo-Americanas, Segunda Edição). “Os 
usos americanos foram escolhidos em alguns casos (por exemplo, parênteses em 
vez dos colchetes britânicos) e os usos britânicos apareceram em outros casos 
(por exemplo, ponto final)” (HAIDER, 2018, p. 1, tradução nossa).
Vale destacar, ainda, que para a edição do AACR2, a fim de cumprir os 
acordos e normas internacionais o JSC incorporou os critérios das ISBDs, mais 
especificamente para formar a base da Parte I e, para as regras contidas na Parte 
II do Código, foram utilizados os pressupostos definidos nos Princípios de Paris. 
Mais especificamente, para a Parte I:
cada capítulo (1-12), independentemente do meio com o qual se 
refere, segue os princípios da ISBD. O ISBD (G) foi incorporado no 
capítulo 1 como o formato geral para a descrição bibliográfica. Cada 
um dos capítulos subsequentes, numerados de 2 a 12, é baseado em 
uma ISBD especializada. Por exemplo, no capítulo 2, a base das regras 
para a descrição de materiais monográficos é ISBD (M): Descrição 
Bibliográfica Padrão Internacional para Publicações Monográficas 
(HAIDER, 2018, p. 1, tradução nossa).
Nesse sentido, evidencia-se que, ao contrário do que acompanhou na 
primeira edição do AACR, o AACR2 está dividido em duas partes. A primeira 
parte se refere a delimitação dos itens que descrevem o que está sendo 
catalogado. A segunda parte estabelece os pontos de acesso de como as 
informações são descritas e apresentadas aos usuários do catálogo (FUSCO, 
2011, p. 32). Mais especificamente:
a Parte I (capítulos 1-13), intitulada Descrição, trata do fornecimento 
de informações que descrevem o item que está sendo catalogado, 
cobrindo as regras para descrição bibliográfica. A parte II (capítulos 
UNIDADE 1 | REGRAS DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANA – AACR2
10
21 a 26), intitulada Cabeçalhos, títulos uniformes e referências, trata da 
determinação e estabelecimento de cabeçalhos que abrangem as regras 
de escolha e formas de pontos de acesso sob as quais as informações 
descritivas devem ser apresentadas aos usuários do catálogo; e com 
a referência a esses títulos. As introduções às partes I e II começam 
em cada parte, respectivamente. Nas duas partes, as regras passam do 
geral para o específico. A parte II é seguida pelos apêndices (A-E), que 
tratam de letras maiúsculas, abreviações, numerais, glossário e artigos 
iniciais de títulos em diferentes idiomas, respectivamente (HAIDER, 
2018, p. 1, tradução nossa).
Um aspecto que pode até parecer intrigante e/ou mesmo curioso, mas que 
possui fundamento, é que “a numeração de capítulos no AACR2 não é consecutiva. 
Os números 14 a 20 dos capítulos são omitidos para permitir adições futuras ao 
padrão e também para fornecer a estrutura mnemônica do texto” (HAIDER, 2018, 
p. 1, tradução nossa). Além disso, salienta-se que:
ao longo dos anos, o AACR2 foi atualizado por alterações ocasionais. 
As principais revisões da segunda edição foram publicadas em 1988, 
1998 e 2002. Em vez de chamar essas revisões do AACR2 como 'terceira 
edição', o JSC decidiu chamá-lascomo: Anglo-American Cataloging 
Rules, 2ª Edição, Revisão de 1988 (AACR2R; 1988), Anglo-American 
Cataloging Rules, 2ª Edição, Revisão 1998 (AACR2R; 1998), e Anglo-
American Cataloging Rules, 2ª Edição, Revisão 2002 (AACR2R; 2002). 
A revisão de 2002 incluiu mudanças substanciais nas seções para 
materiais que não são livros. Atualizações do padrão também foram 
publicadas em 2003, 2004 e 2005 (HAIDER, 2018, p. 1, tradução nossa).
Desde seu desenvolvimento o AACR, ainda em sua segunda edição, tem 
sido o código de catalogação mais difundido e utilizado pelos bibliotecários e 
gestores de informação para os processos e procedimentos de Representação 
Descritiva – Catalogação da informação no mundo inteiro. “Este código, dado 
contemplar não só os aspetos da descrição bibliográfica (zonas ISBD), mas também 
a determinação dos pontos de acesso, foi largamente adotado como código de 
catalogação em muitos países do mundo” (GRINGS; PACHECO, 2010, p. 81). 
Em contexto brasileiro, as primeiras ações e discussões relativas a 
regras de catalogação com dimensão internacional foram experenciadas pela 
bibliotecária Maria Luiza Monteiro da Cunha que participou como integrante 
de um Grupo de Trabalho Internacional focado em estudos sobre essa temática. 
Este grupo de trabalho se reuniu em um evento em Londres, ainda em 1959, para 
discutir e estabelecer o planejamento, a composição, a definição dos objetivos e 
dos campos de ação que foram apresentados na famosa “Conferência de Paris”, 
em 1961 (BARBOSA, 1978). Vale destacar que outra importante contribuição de 
Maria Luiza Monteiro da Cunha, também aceita pela comissão organizadora 
da Conferência de Paris, foi a publicação do documento denominado “Nomes 
brasileiros e portugueses: problemas e soluções” designado pela Conferência 
como Documento número 13 e que, anos mais tarde, foi incluída como apêndice 
na edição brasileira do AACR2 (MEY, 1987).
TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS RELEVANTES E A ORGANIZAÇÃO DAS REGRAS DE CATALOGAÇÃO 
ANGLO-AMERICANAS, SEGUNDA EDIÇÃO (ANGLO-AMERICAN CATALOGING RULES – AACR2)
11
Com influência das ações de Maria Luiza Monteiro da Cunha, em 
1969, a versão brasileira do AACR, traduzida em português como “Código de 
Catalogação Anglo-Americano” foi publicada em sua primeira edição com a 
coordenação de bibliotecário Abner Lellis Corrêa Vicentini. A segunda edição do 
Código em inglês foi, como visto, publicada em 1978, mas, apenas em 1980, foi 
autorizado à Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas da 
Informação e Instituições (FEBAB) a publicação do referido Código em língua 
portuguesa, tal qual publicada em dois volumes anos mais tarde:
[...] em 1983 o volume 1, e em 1985 o volume 2. Posteriormente, 
várias tentativas foram realizadas para reimpressão do código com 
as atualizações publicadas desde 1988, porém, sem sucesso devido à 
insuficiência de recursos financeiros. Em janeiro de 2003, foi efetivada 
a renovação do contrato com os editores do AACR para a cessão dos 
direitos autorais, o que possibilitou à FEBAB as providências para 
tornar disponível aos bibliotecários brasileiros e dos países de língua 
portuguesa o novo Código de Catalogação Anglo-Americano, 2ª 
edição, revisão 2002 (FEBAB, 2019, p. 1).
Quando o Código foi lançado no Brasil, o ensino de Biblioteconomia do 
país passou a torná-lo prioridade e outros códigos, antes utilizados, foram sendo 
substituídos pelo AACR, e isso tem se evidenciado na realidade das bibliotecas 
ainda nos dias atuais (MEY, 1995). Vale destacar que no Brasil, assim como em 
alguns outros países, o AACR2 é, atualmente, utilizado sob os direcionamentos 
do formato MARC (tópico a ser discutido na próxima Unidade desta disciplina), 
o que tem favorecido amplamente o intercâmbio de dados bibliográficos e 
catalográficos de forma nacional e internacional (BRUNA; ALVES, 2011). 
O AACR2 foi traduzido para 25 línguas e suas regras são aceitas e 
utilizadas em diversos países. Sua revisão foi necessária após tantas traduções 
e divergências, e sua última atualização aconteceu mediante a publicação da 
segunda edição em 1978 e, como se vê na Figura 1, precisou ser reeditada com 
revisões nos anos de 1988, 1998 e 2002. A versão da segunda edição publicada 
com as revisões de 2002 é a que possui ampla aceitação, cujo protagonismo tem 
sido repensado desde as discussões advindas com a implementação do RDA – 
Descrição do Recurso e Acesso (tema que será abordado com maior profundidade 
e detalhamento nas próximas unidades).
Ademais, a Figura 1 ilustra os principais momentos históricos do percurso de 
criação e de revisões do AACR/AACR2, incluindo as ações evidenciadas no Brasil.
UNIDADE 1 | REGRAS DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANA – AACR2
12
FIGURA 1 – MOMENTOS HISTÓRICOS INERENTES A CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO AACR
FONTE: Adaptado de Código de catalogação Anglo-Americano (2004); FEBAB (2019); Haider (2018)
TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS RELEVANTES E A ORGANIZAÇÃO DAS REGRAS DE CATALOGAÇÃO 
ANGLO-AMERICANAS, SEGUNDA EDIÇÃO (ANGLO-AMERICAN CATALOGING RULES – AACR2)
13
A considerar as constantes atualizações e revisões, conforme se pôde 
acompanhar até então, o AACR2 apresenta como objetivo: normalizar os 
procedimentos de catalogação, em uma abrangência internacional, por meio do 
estabelecimento de normas relativas a descrição de publicações e da atribuição 
de uma ordem aos elementos descritivos, prescrevendo, ainda, um sistema de 
pontuação em que a catalogação pode ser efetuada a considerar o suporte físico da 
obra, através da forma escrita convencional ou legível por máquina (FUSCO, 2011).
Estas regras se destinam à elaboração de catálogos e outras listas em 
bibliotecas gerais de todos os tamanhos. Elas não visam, especificamente 
bibliotecas especializadas e de arquivos, mas recomenda-se que estas 
bibliotecas usem as regras como base para sua catalogação e façam 
os acréscimos necessários (CÓDIGO DE CATALOGAÇÃO ANGLO-
AMERICANO, 2004, p. 1).
Em suma, o AACR2 se caracteriza pelo agrupamento de regras que 
permitem elaborar descrições bibliográficas, e para além disso, que permitem 
construir e atribuir pontos de acesso e cabeçalhos. As regras implicam na 
possibilidade de retratar pessoas, pontos geográficos e entidades coletivas, e 
ainda, de salvaguardar títulos. Em outras palavras:
é um código internacional utilizado na construção de formas de 
representação bibliográfica, apresenta abrangência e detalhamento, 
sendo bastante utilizado no ensino de catalogação. Outra grande 
característica do AACR2 é o formalismo em sua estrutura de 
representação que permite, por meio de suas regras, uma relação 
semântica entre os elementos descritos, apresentando uma estrutura 
coerente e lógica (FUSCO, 2011, p. 31).
Além da versão impressa, que foi elaborada mediante uma encadernação 
com as folhas soltas com o objetivo inicial de facilitar uma possível substituição 
ou inclusão de páginas em caso de atualizações e revisões posteriores, o AACR2 
atualmente está configurado como as regras utilizadas no formato MARC21, o 
qual permite os processos de catalogação automatizados.
Reforça-se que o uso dos aparatos tecnológicos e da internet impactou de 
maneira expressiva o modo de armazenamento, organização e disponibilização 
da informação no cotidiano das bibliotecas. Diante disso, se torna inevitável que 
as atividades e funções relativas aos procedimentos e processos de catalogação 
sejam operacionalizados de maneira a atender a essa configuração. Nesse sentido, 
vislumbra-se que a maior parte, se não todos os serviços inerentes à disponibilização 
de informação e itens informacionais pertencentes a um acervo, bem como 
os catálogos elaborados pelas bibliotecas, estejam veiculados e conectados à 
rede e, para tal, evidencia-se a utilização do registro em computadores. Desta 
forma, é evidente a atenção que deve ser dispensada nas decisões relativas ao 
apoio tecnológico mais apropriado e da escolha de um Software específico paragerenciamento de acervos.
UNIDADE 1 | REGRAS DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANA – AACR2
14
Ademais, a utilização de regras, tais quais oportunizadas pelo AACR2, 
podem auxiliar de maneira bastante efetiva nas atividades relativas à organização 
dos acervos, estas, que por sua vez, têm se tornado ainda mais complexas devido, 
por exemplo, a aspectos como:
a) os avanços relativos ao advento das Tecnologias da Informação e Comunicação 
e da Internet e seu indiscutível e irreversível uso para as atividades de 
armazenamento, organização, disponibilização, busca, recuperação e acesso 
de informações; 
b) a diversidade dos meios para disponibilizar e organizar a informação; 
c) a diversificação de fontes suportes de informação; 
d) o constante crescimento do intercâmbio informacional entre as bibliotecas e 
unidades de informação; 
e) a inclusão de novos suportes para atender as demandas dos usuários; 
f) a necessidade constante de desenvolver e adequar regras, normas e formar 
variadas para armazenar, organizar, disponibilizar e recuperar a informação.
Tais aspectos foram e são determinantes, em especial para o 
desenvolvimento e avanços nos procedimentos de Representação Descritiva 
– Catalogação, para a elaboração de um sistema classificatório atualizado 
e amplamente aceito, tal qual, apesar das atuais reviravoltas e discussões 
relativas a ampliação e readequação desse sistema com o advento da RDA, tem 
se configurado e operacionalizado com o uso, ainda em evidência, do AACR2.
Nesse sentido, munidos dos referenciais históricos e conceituais já 
apresentados, essenciais para se apreender as direções e decisões acerca do 
desenvolvimento do referido Código e, consequente, da evolução das temáticas 
relativas a Representação Descritiva – Catalogação, o que se pretende nos tópicos 
que seguem, é de, para além de simplesmente replicar as informações e regras 
contidas no AACR2, até por considerar os preceitos éticos e legais de direito 
autoral da referida obra, fazer com que seja possível se estabelecer uma sequência 
lógica de como fazer uso do Código. Para isso, serão descritos a seguir, em um 
primeiro momento, os principais direcionamentos e tópicos do AACR2, e, em um 
segundo momento, descrever e demonstrar exemplos da utilização das regras. 
TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS RELEVANTES E A ORGANIZAÇÃO DAS REGRAS DE CATALOGAÇÃO 
ANGLO-AMERICANAS, SEGUNDA EDIÇÃO (ANGLO-AMERICAN CATALOGING RULES – AACR2)
15
O que são Direitos Autorais?
 
O Direito Autoral se refere as normas desenvolvidas, em âmbito legal, para proteger as 
relações entre o autor (ou criador) e a(s) sua(s) obra(s) (ou criação/criações). Essas obras 
podem ser de cunho artístico, literário ou ainda científico, expressas em livros, pinturas, 
músicas, artigos científicos, ilustrações, fotografias, dentre outro. 
 
“O direito de autor tutela a obra: criação intelectual original, materializada em qualquer 
meio, físico ou não. […] a proteção é dada à expressão original [de uma ou mais ideias], 
materializadas em um suporte (pode ser um livro, CD, pintura, arquivo de computador 
etc.)” (GIORGETTI; FREITAS, 2017, p. 13).
Dentre as diversas especificações dadas pela Lei nº 9.610/1998, destaca-se:
 
O Capítulo II – das obras protegidas, em especial o artigo 7, delimita que: “Art. 7º. são obras 
intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em 
qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro”. E detalha 
quais seriam essas obras.
 
Referente a autoria das obras intelectuais, o Capítulo II, em especial o artigo 11 estabelece 
que: “Art. 11. Autor é a pessoa física criadora de obra literária, artística ou científica. 
Parágrafo único. A proteção concedida ao autor poderá aplicar-se às pessoas jurídicas nos 
casos previstos nesta Lei”.
 
O Capítulo IV - Das Limitações aos Direitos Autorais, dentre outras providências, delimita, 
no artigo 46, que não constitui ofensa aos direito autorais, no que refere à reprodução 
quando: “a) na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado 
em diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação 
de onde foram transcritos”.
Legislação brasileira sobre o Direito Autoral
“O direito autoral brasileiro é disciplinado essencialmente pela Lei nº 9.610/1998 — a Lei de 
Direitos Autorais — e oferece proteção às obras intelectuais nos campos literário e artístico. 
Vale lembrar que também os programas de computador são protegidos pelo direito autoral, 
nos termos da Lei no 9.609/1998” (GIORGETTI; FREITAS, 2017, p. 13).
2 CÓDIGO DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANO – 
AACR2: OS PRIMEIROS CONTATOS – APREENDENDO A SUA 
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO 
Com o objetivo de se conhecer a estrutura do AACR2, descreve-se, 
neste tópico, as principais delimitações do Código, bem como a maneira como 
ele é organizado. Contudo, reforça-se que se faz necessário ter em mãos uma 
versão original do AACR2 para que seja possível se ter acesso a todas as suas 
especificidades e as suas regras de maneira legítima e integral. 
UNIDADE 1 | REGRAS DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANA – AACR2
16
Aos bibliotecários, quando habilitados, para aquisição do AACR2, sugere-se 
o acesso ao link: http://loja.febab.org.br/aacr2.html, vinculado à Federação Brasileira de 
Associações de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições (FEBAB), Instituição 
que, em conjunto com a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, é responsável pela 
editoração do AACR2 em língua portuguesa desde sua primeira edição e tradução brasileira. 
DICAS
Em especial, para a edição e publicação do AACR datada de 2002, no 
Brasil, sob a responsabilidade da FEBAB, criou-se um grupo de trabalho ainda em 
2000, constituído pelas bibliotecárias Neyde Pedroso Póvoa, Anamaria da Costa 
Cruz, Maria Tereza Reis Mendes e Rosa Maria Rodrigues Corrêa, esta última na 
função de coordenadora, e ainda, com a colaboração de Ana Valquíria Niaradi e 
Concilia Teodósio. Contudo, o trabalho de atualização do AACR elaborado com 
base na Revisão de 1998, exigiu a ampliação da equipe, mais especificamente para 
atualização do texto para a língua portuguesa, e vieram a cooperar com o grupo 
as bibliotecárias Madelene Marinho, Maria José Stefani Buttarello, Maria Regina 
Pontes Trugilho, Marilim Zampieri, Marily Antonelli Graeber e Patrícia Braghin 
(FEBAB, 2019, p. 1).
Quando finalizada a atual edição, o grupo de trabalho que se dedicou à 
tradução e publicação do Código fez um apelo e deixou explicita a importância 
de todas as bibliotecas brasileiras atentarem ao uso de regras de catalogação 
padronizadas para se tornar ainda mais eficiente e evidente a cooperação e 
intercâmbio de informações dentro e fora do país, tal qual, oportunizado pela 
adesão ao AACR2. 
Com esta nova edição, estamos confiantes na continuidade de futuras 
revisões pelos especialistas da área, com a Diretoria da FEBAB, para 
proporcionar à classe bibliotecária brasileira e de língua portuguesa 
um código sempre atualizado, a fim de manter um padrão de descrição 
bibliográfica equiparado aos demais países e compatível com os desafios 
de ambientes de alta tecnologia e de intercâmbio de informações, cada 
vez mais presentes em nossa realidade (FEBAB, 2019, p. 1).
Mais especificamente, ainda nas páginas iniciais do AACR2, é possível 
ter informações relativas às diversas instituições e comissões de países que 
até 2002, e, desde as primeiras iniciativas para a elaboração de um Código com 
regras de catalogação padronizadas que assumisse um caráter de aceitação e 
utilização internacional, trabalharam para o desenvolvimento, as publicações e as 
reformulações do Código que ficou conhecido como Anglo-American Cataloguing 
Rules – AACR, traduzido no Brasil como Código de Catalogação Anglo-Americano, 
de mesma sigla, e, agora em sua segunda edição, conhecido como AACR2.
TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS RELEVANTES E A ORGANIZAÇÃO DAS REGRAS DE CATALOGAÇÃO 
ANGLO-AMERICANAS,SEGUNDA EDIÇÃO (ANGLO-AMERICAN CATALOGING RULES – AACR2)
17
Ainda, apresenta-se no AACR2 um prefácio dedicado a revisão do 
Código de 2002 em âmbito mundial, o qual expressa que “[…] o aparecimento 
da internet e a utilização e intercâmbio crescentes dos recursos eletrônicos […]” 
(CÓDIGO DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANO, 2004, p. 25), bem 
como para conseguir abarcar as necessidades e expectativas dos usuários em 
constante evolução e transformação, ações foram e continuam a ser regularmente 
articuladas, em especial pelo Joint Steering Committee for Revision of AACR (JSC), 
unindo as entidades e países que o constituem, para o desenvolvimento de 
pesquisas para revisão e atualização das regras do AACR, até se ter acesso a 
versão de 2002. Ainda se vislumbra nesse prefácio, promessas de que o trabalho 
para o planejamento e a evolução das regras do código será contínuo.
A versão impressa da revisão de 2002 da segunda edição do Anglo-
American Cataloguing Rules (AACR) representa um marco na história 
da publicação do código. Ele está sendo lançado como um recurso 
integrado, no formato de folhas soltas para facilitar a atualização […]. 
Esta revisão incorpora os dois conjuntos de revisões publicadas como 
Emendas de 1999 e Emendas de 2001. Inclui revisões aprovadas durante 
2001 e finalizadas em 2002. Foram feitas alterações substanciais em três 
capítulos: Capítulo 3 (Materiais Cartográficos); Capítulo 9 (Recursos 
Eletrônicos); e Capítulo 12 (Recursos contínuos) […] o JSC, com o 
Committee of Principals for AACR, continuará a fazer uma abordagem 
estratégica para planejar a evolução do Código, e como resultado 
tornará viável um padrão para descrição bibliográfica e acesso no futuro 
(CÓDIGO DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANO, 2004, p. 27).
Além disso, o AACR2 apresenta um sumário com as principais e mais 
significativas alterações das ementas de 2002, de 2001, e de 1999, ou seja, posteriores 
à revisão de 1998 da segunda edição do AACR, tais quais foram incorporadas na 
revisão de 2002. O AACR2 apresenta ainda, um tópico denominado “Introdução 
Geral”, o qual se especificam aspectos importantes relativos à estrutura do 
próprio AACR2, que pode auxiliar, para além dos esclarecimentos conceituais, 
no manuseio do mesmo. 
De maneira geral, como já indicado, o AACR2 está dividido em suas partes. 
Na Parte I, que recebe o nome de “Descrição”, são apresentadas as informações 
essenciais que descrevem o item que está sendo catalogado, e abrange as regras 
para a descrição bibliográfica. Esta primeira parte está estruturada em 13 capítulos. 
Em especial, no Capítulo 1, são apresentadas as regras consideradas básicas ou 
gerais para a descrição de todos os materiais que podem compor os diversificados 
acervos de uma biblioteca. Vale ressaltar que essas regras são destinadas a serem 
aplicáveis a qualquer forma, inclusive as que ainda não existem.
Cada um dos capítulos numerados de 2 a 12 fornece regras para a descrição 
de um tipo específico de material, por exemplo, livros, panfletos e folhas 
impressas, materiais cartográficos, manuscritos, músicas, gravações 
sonoras, filmes e gravações de vídeo, materiais gráficos, arquivos de dados 
legíveis por máquina (alterados em 1988 para arquivos de computador), 
artefatos tridimensionais, microformas e recursos (seriados). O Capítulo 
13 contém regras para fazer entradas analíticas e tem sua própria estrutura 
(HAIDER, 2018, p. 1, tradução nossa).
UNIDADE 1 | REGRAS DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANA – AACR2
18
Os Capítulos 21 a 26 compõem a Parte II do AACR2, a considerar que, 
como visto, a numeração dos capítulos não é feita de maneira consecutiva, na 
qual a numeração correspondente aos Capítulos 14 a 20 foram omitidos para 
que se pudessem atribuir adições futuras ao padrão, bem como para fornecer a 
estrutura mnemônica do texto. A Parte II recebeu o título de “Cabeçalhos, títulos 
uniformes e referências” e, elaborada mediante os pressupostos dos Princípios de 
Paris, estabelece os “[...] cabeçalhos (pontos de acesso) sob os quais a informação 
descrita será representada aos usuários e, também, da elaboração de remissivas 
para esses cabeçalhos” (CÓDIGO DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANO, 
2004, p. 31). Com maior detalhamento:
[...] o primeiro capítulo (Capítulo 21) trata das regras para a escolha 
de pontos de acesso para entradas principais e adicionadas. Outros 
capítulos fornecem regras para a criação de títulos de nomes pessoais, 
geográficos e corporativos (Capítulos 22 a 24). O próximo, Capítulo 25, 
trata da criação de um título uniforme ou padrão para uma obra que 
pode ter tido muitas manifestações diferentes em forma e conteúdo. 
O Capítulo 26 (último) contém regras para a criação de referências a 
partir de variantes e formas diferentes do nome ou título uniforme. 
As regras da Parte II aplicam-se a obras e não a manifestações físicas 
dessas obras, embora as características de um item individual sejam 
levadas em consideração em alguns casos (HAIDER, 2018, p. 1, 
tradução nossa).
As Partes I e II são claramente identificadas e separadas no AACR2 por 
sumários específicos e que detalham a informação a ser procurada quando se 
processam as etapas de catalogação. “As regras obedecem à sequência das 
operações executadas pelos catalogadores, na maioria das bibliotecas e entidades 
bibliográficas” (CÓDIGO DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANO, 2004, p. 
31). Aliada a estas duas partes são apresentados, ainda, os apêndices. 
Além disso, ainda ao considerar as informações que o AACR2 apresenta 
em sua estrutura, para além das informações já expostas, o tópico de Introdução 
Geral delimita alguns aspectos importantes relativos ao que se é denominado 
“Alternativas e opções”. Neste tópico, os editores consideram que:
[...] em contextos diferentes, podem ser dadas soluções diferentes para 
um mesmo problema, bem como níveis distintos de detalhamento e 
especificidade. Algumas alternativas e opções devem ser definidas 
como parte da política de catalogação para um determinado catálogo 
ou agência bibliográfica e, uma vez estabelecidas, devem ser 
sempre aplicadas. Outras alternativas e opções devem ser definidas 
conforme o caso. Recomenda-se que todas as entidades catalogadoras 
façam distinção entre esses dois tipos de opções e mantenham um 
registro de sua política de decisões e das circunstâncias em que 
uma determinada opção se aplica (CÓDIGO DE CATALOGAÇÃO 
ANGLO-AMERICANO, 2004, p. 32). 
TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO, CONCEITOS RELEVANTES E A ORGANIZAÇÃO DAS REGRAS DE CATALOGAÇÃO 
ANGLO-AMERICANAS, SEGUNDA EDIÇÃO (ANGLO-AMERICAN CATALOGING RULES – AACR2)
19
Para atender tais preocupações, o próprio AACR2 denomina algumas 
regras como: “regras alternativas” ou “acréscimos opcionais”. Na mesma 
expectativa, os editores do AACR2 apontam a possibilidade e a necessidade de 
se estabelecer julgamentos e interpretações de como proceder a catalogação de 
determinado item informacional. Nas regras, as indicações de palavras e frases 
como: “quando couber”, “se importante” e “se necessário”, são utilizadas para 
dar abertura ao catalogador julgar ou interpretar o que de fato é considerado 
por ele, importante, mas, de forma alguma implica em contradizer o valor da 
normalização, visto que é essencial considerar o contexto no qual as informações 
estão sendo catalogadas ao ponto de se verificar se determinadas regras são ou 
não pertinentes àquele contexto.
Esse julgamento e interpretação podem se basear em requisitos de 
um determinado catálogo ou na utilização dos itens que estão sendo 
catalogados. [...] Essas palavras e frases indicam o reconhecimento do 
fato de que não é possível e nem desejável o estabelecimento de regras 
uniformes para todos os tipos e tamanhos de catálogos e encoraja a 
adoção de um critério individual baseado no conhecimento específico 
das necessidades locais (CÓDIGO DE CATALOGAÇÃO ANGLO-
AMERICANO, 2004, p. 32). 
Após os demais direcionamentos dados na Introdução Geral do AACR2, 
dando sequência do Código, os capítulos daParte I e Parte II são apresentados 
de fato. Em cada uma das Partes são apresentadas suas respectivas introduções 
e sumários com a descrição detalhada do conteúdo que as compõem (os tópicos 
que seguem irão detalhar com mais especificidade as duas partes em que são 
divididas o AACR2).
Vale destacar que tanto na Parte I quanto na Parte II os exemplos que 
aparecem no decorrer de todo o Código são ilustrativos e, de forma alguma, 
assumem um caráter prescritivo. Além disso, os exemplos ilustram somente 
soluções para problemas abordados em cada regra (CÓDIGO DE CATALOGAÇÃO 
ANGLO-AMERICANO, 2004, p. 345).
Em seguida, no Capítulo 26, são apresentados os apêndices, e ao final, 
o AACR2 apresenta, ainda, um índice que “[...] abrange as regras (inclusive as 
introduções às regas) e apêndices, porém não cobre os exemplos que aparecem 
sob essas regras, bem como as obras citadas em quaisquer regras e apêndices” 
(CÓDIGO DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANO, 2004, p. 673). 
Ademais, os Tópicos 2 e 3 desta unidade apresentam os principais 
aspectos estruturais das regras da Parte I e Parte II do AACR2, incluindo uma 
série de exemplos de como podem ser elaboradas as fichas catalográficas, tais 
quais resultam dos procedimentos de catalogação e são inerentes aos catálogos 
dos acervos que compõem as bibliotecas ou unidades de informação.
20
Neste tópico, você aprendeu que:
• A contextualização histórica, os conceitos e os desdobramentos relativos ao 
desenvolvimento de uma padronização dos procedimentos de Representação 
Descritiva – Catalogação, são aspectos essenciais para apreender com um 
direcionamento mais crítico o porquê, como e em sob quais contextos e 
momentos sociais, históricos e tecnológicos foram deliberadas e definidas as 
regras e estruturação do Anglo-American Cataloging Rules – AACR2.
• O AACR2 é dividido em duas partes, a Parte I se refere a delimitação dos itens 
que descrevem o que está sendo catalogado e a Parte II estabelece os pontos de 
acesso de como as informações são descritas e apresentadas aos usuários do 
catálogo.
• Apesar de existirem as regras e elas, por sua vez, serem seguidas de maneira 
universalizada em grande parte das bibliotecas do mundo, é essencial que 
o catalogador desenvolva no decorrer das experiências vivenciadas em seu 
trabalho, bem como ao considerar o contexto no qual a Biblioteca está inserida, 
um posicionamento crítico em busca de uma catalogação mais efetiva e ativa 
para as realidades e necessidades dos usuários. Estas são preocupações 
expostas de maneira explicita no próprio AACR2, quando os editores apontam 
a necessidade de flexibilizar, em certa medida, a forma de se fazer a utilização 
das regras. Para tal, como visto, com as indicações do próprio Código 
identificadas como “Alternativas e opções” se reconhece o fato de que “[...] não 
é possível e nem desejável o estabelecimento de regras uniformes para todos 
os tipos e tamanhos de catálogos e encoraja a adoção de um critério individual 
baseado no conhecimento específico das necessidades locais (CÓDIGO DE 
CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANO, 2004, p. 32).
RESUMO DO TÓPICO 1
21
1 Quais são os principais momentos históricos relativos ao desenvolvimento e 
revisões do Anglo-American Cataloguing Rules (AACR/AACR2)?
2 Qual o principal objetivo e como é caracterizado o Anglo-American Cataloguing 
Rules (AACR2)? 
3 Como ficou estruturada a segunda edição do AACR, publicada a partir do 
ano de 1978?
AUTOATIVIDADE
22
23
TÓPICO 2
AS REGRAS DE CATALOGAÇÃO ANGLO-
AMERICANAS (AACR2): PRINCIPAIS 
ASPECTOS TEÓRICOS PARA O MANUSEIO 
E UTILIZAÇÃO PRÁTICA DO CÓDIGO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
As bibliotecas e unidades de informação, assumem, cada vez mais, a 
função de se tornarem um espaço interativo e abrangente para tornar acessível 
todo o fluxo informacional inerente aos seus acervos, sejam estes constituídos 
por obras em suportes físicos ou digitais/virtuais. Nesse sentido, cabe ao 
bibliotecário, como um importante protagonista para a mediação da informação, 
a tarefa essencial de organizar, armazenar e disseminar toda essa informação a 
considerar critérios que assegurem que a sua busca e recuperação se efetivem de 
maneira qualificada, eficiente e diversificada.
Diante disso, em decorrência dos avanços históricos, sociais e, em especial, 
tecnológicos que impactaram em todas as esferas da organização do fluxo 
informacional, vale destacar que os esforços direcionados ao desenvolvimento 
das temáticas relativas aos processos técnicos da informação foram essenciais 
para transformar a sociedade em uma sociedade do conhecimento, visto que, toda 
essa organização influenciou de maneira expressiva e direta na disseminação, na 
busca, na recuperação e no consumo da informação. Além disso: 
é importante ressaltar que os avanços que ocorrem no tratamento da 
informação são sempre impulsionados para acompanhar as mudanças 
nos suportes informacionais e nas diferentes formas de disponibilizar 
as informações. As TIC permitem que as informações sejam tratadas e 
organizadas de uma forma que possibilite recuperar informação mais 
apurada, eficiente e abrangente, além de ser em tempo real (SOUZA; 
HILLESHEIM, 2014, p. 93).
Em outras palavras, esses avanços impactaram, para além dos 
desdobramentos teóricos, as formas de operacionalizar o processamento técnico 
da informação no sentido de se observar a necessidade do estabelecimento de 
padrões que abarcassem em um âmbito universal, a maior diversidade de fontes, 
suportes e tipos de itens informacionais, tais quais possibilitados pelas regras 
relativas à indexação, a catalogação e a classificação. Em especial, os padrões e 
regras elaborados para os processos de Representação Descritiva – Catalogação 
implicaram, dentre outros vários aspectos, para:
UNIDADE 1 | REGRAS DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANA – AACR2
24
a) O aumento da qualidade dos processos de catalogação, decorrentes da escolha 
dos critérios, bem como das informações a serem utilizadas para a representação 
informacional de uma obra. 
b) Na diminuição do tempo investido nos processos de catalogação, à medida que 
se oportuniza, por meio da universalização de regras, a troca e integração de 
informações e a catalogação cooperativa, inclusive, com a eliminação duplicada 
de trabalho.
Diante disso, como visto no Tópico 1 desta Unidade, “no decorrer dos anos 
foram desenvolvidos e aperfeiçoados códigos de catalogação para o estabelecimento 
de padrões auxiliando assim no tratamento da informação em bibliotecas” (SOUZA; 
HILLESHEIM, 2014, p. 93). Nesse sentido, o AACR2, o código de catalogação 
internacional, essencial para a catalogação descritiva de diversos tipos de recursos 
de informação, tem sido considerado, ainda, o Código com maior aceitação entre 
os catalogadores. Foi projetado para a elaboração de catálogos de bibliotecas gerais 
e de todos os tamanhos espalhadas pelo mundo inteiro. 
A implementação do AACR2, desde a sua primeira edição, foi 
acompanhada pelo aprimoramento e especialização cada vez mais constates dos 
conhecimentos e técnicas para catalogação por parte dos bibliotecários. Desde o 
seu lançamento em contexto brasileiro, por exemplo, o AACR, ao ser substituto 
dos que o antecederam, passou a ser uma ferramenta indispensável para a 
aprendizagem e formação nos cursos de Biblioteconomia, e até hoje, tem sido um 
dos instrumentos de catalogação mais ensinados e utilizados no Brasil. Aliado a 
isso, torna-se cada vez mais essencial que esses profissionais estejam amparados 
teoricamente e tecnicamente para que, mais do que seguirem as regras, apreendam 
criticamente qual a melhor forma de utilizá-las e de que maneira o uso destas 
impacta as possibilidades de se efetivar a catalogação cooperativa, de facilitar a 
organização e potencializar a disseminação, busca e recuperação da informação. 
Assim, a considerar todo o aparato histórico e teórico acerca do 
desenvolvimento do AACR2, tal qual, já descrito, o que se pretende, nos tópicos 
a seguir é fornecerum amparo teórico/prático mediante a descrição elaborada 
de maneira mais genérica de como está estruturado o AACR2. Logo após, serão 
apresentados exemplos para que se possa observar, em contexto prático, a 
utilização dessas regras para a catalogação. Cabe ressaltar que não se pretende, 
em nenhum momento, elaborar uma replicação das regras apresentadas no 
AACR2, para tal, como já mencionado, é necessário ter acesso ao AACR2 na sua 
versão comercializada pela FEBAB, que detém os direitos autorais da obra.
TÓPICO 2 | AS REGRAS DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANAS (AACR2): PRINCIPAIS ASPECTOS TEÓRICOS PARA O 
MANUSEIO E UTILIZAÇÃO PRÁTICA DO CÓDIGO
25
2 AACR2: ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS REGRAS DE 
CATALOGAÇÃO 
Como já se é possível compreender, o AACR2 se caracteriza por um conjunto 
detalhado de regras e diretrizes, elaboradas com base nas temáticas advindas 
da “Declaração de Princípios”, documento resultante das discussões ocorridas 
durante a Convenção de Paris, em 1961, e nas ISBDs – International Standard 
Bibliografic Description, em português traduzido para Descrição Bibliográfica 
Internacional Normalizada, estas, por sua vez, resultados das discussões que 
ocorreram durante a Reunião Internacional de Especialistas em Catalogação, de 
1969. Diante disso, de maneira geral, as regras do AACR abrangem: 
[...] a descrição padrão de áreas como, título, editor, edição, série 
etc., bem como o fornecimento de opção e forma de pontos de acesso 
(títulos) para todos os materiais que uma biblioteca possa conter ou 
para a qual possa ter acesso, incluindo livros, seriados, materiais 
cartográficos, recursos eletrônicos etc. A AACR também fornece 
regras para a formulação de formas padrão de nomes e títulos para 
fornecer acesso e agrupamento dessas descrições (HAIDER, 2018, p. 
1, tradução nossa). 
Como já mencionado, o AACR2 está estruturado em duas principais 
partes e anexos, a saber: 
Parte I – Denominada “Descrição” que se refere as instruções relativas às 
informações para a descrição do item que está sendo catalogado 
(contém um total de 13 capítulos). 
Parte II – Denominado “Cabeçalhos, títulos uniformes e referências” estabelece 
a utilização de cabeçalhos, ou seja, os pontos de acesso sob os quais a 
informação descritiva é representada aos usuários do catálogo, bem 
como da elaboração de remissivas para esses cabeçalhos (contém um 
total de 6 capítulos). 
Tanto na Parte I quanto na Parte II as regras são apresentadas a considerar 
as instruções gerais e em seguida as instruções específicas. 
Na Parte I: [...] a especificidade se refere tanto ao suporte físico do 
item que está sendo catalogado como o nível de detalhamento exigido 
para cada elemento da descrição e a análise do item contendo partes 
distintas [...] Na parte II: as regras se baseiam na proposição de que 
para cada item descrito se façam uma entrada principal suplementada 
por entradas secundárias (CÓDIGO DE CATALOGAÇÃO ANGLO-
AMERICANO, 2004, p. 31, grifo nosso). 
As duas partes se integram no sentido de que, nas descrições dos itens 
informacionais, delimitadas no decorrer de toda a Pare I, na grande maioria dos 
casos, precisam ter incluídos os cabeçalhos ou títulos uniformes antes de serem 
utilizadas como entradas do catálogo, regras estas delimitadas na Parte II do 
Código de catalogação Anglo-Americano (2004). 
UNIDADE 1 | REGRAS DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANA – AACR2
26
Diante disso, os tópicos que seguem detalham a estrutura da Parte I e da 
Parte II, respectivamente, bem como alguns aspectos importantes relativos aos 
apêndices, para que, em seguida, sejam descritos os expostos de fichas catalográficas. 
2.1 PARTE I – “DESCRIÇÃO”
Ao que confere a estrutura da Parte I, o Capítulo 1 delimita as regras 
que podem ser aplicadas a todos os materiais de maneira geral. Além disso, os 
diferentes tipos de materiais, cada qual com suas especificidades, têm suas regras 
apresentadas no decorrer dos Capítulos 2 a 12 e as regras de entradas analíticas 
descritas no Capítulo 13. A figura 2 detalha a estrutura da Parte I do AACR2, bem 
como as definições dos tipos de materiais ao qual as regras abrangem.
FIGURA 2 – ESTRUTURA DO CONTEÚDO DA PARTE I E DEFINIÇÕES DOS TIPOS ESPECÍFICOS 
DE MATERIAIS DO AACR2
Introdução – Parte 1
Regras Gerais de Descrição
Materiais Cartográficos
1
2
4
3
Livros, Folhetos e Folhas
impressas
Manuscritos (incluindo 
Coleções Manuscritas
Descrição de itens monográficos impressos 
que não sejam itens cartográficos e música 
impressa. Referem-se a monografias 
impressas e compreendem livros, folhetos e 
folhas soltas impressas. Não incluem textos 
impressos em microforma e publicações 
seriadas e em folhas soltas de atualização. 
Descrição de materiais cartográficos de 
todos os tipos e que representam, no todo, 
ou em parte, a Terra e qualquer corpo 
celeste. Incluem mapas em duas ou três 
dimensões e plantas (inclusive mapas de 
lugares imaginários; cartas aeronáuticas, 
náuticas e celestes; atlas; globos; diagramas 
de bloco; seções; fotografias aéreas para 
fins cartográficos; vistas panorâmicas etc.). 
Não abrangem detalhadamente a descrição 
de materiais cartográficos antigos ou 
manuscritos. 
Descrição de materiais manuscritos 
(incluindo os datilografados) ou impressos 
de todos os tipos compreendendo livros 
manuscritos, dissertações e teses, cartas, 
discursos etc., documentos jurídicos 
(incluindo formulários completados a 
mão) e coleções desses manuscritos. Não 
incluem manuscritos publicados em 
várias cópias (ver capítulo. 2 ou 11) e nem 
itens cartográficos manuscritos e músicas 
manuscritas.
TÓPICO 2 | AS REGRAS DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANAS (AACR2): PRINCIPAIS ASPECTOS TEÓRICOS PARA O 
MANUSEIO E UTILIZAÇÃO PRÁTICA DO CÓDIGO
27
Música
Gravações de Som
Filmes Cinematográficos e 
Gravações de Vídeo
Materiais Gráficos
Recursos Elétricos
5
6
7
8
9
Descrição de música publicada. Não 
abrangem detalhadamente manuscritos ou 
outro tipo de música não publicada, música 
gravada ou obras musicais em microforma.
Descrição de gravações de som em todos os 
meios, como discos, fitas, (bobinas abetas, 
cartuchos, cassetes), rolos para pianola 
(e outros rolos) e gravações de som em 
filmes (com execução daquelas destinadas 
a acompanhar imagens visuais). Não 
abrangem especificamente gravações em 
outras formas como cilindros, fios de metal 
etc. ou em vários meios experimentais.
Descrição de filmes cinematográficos e 
gravações de vídeo de todos os tipos, 
incluindo filmes completos e programas, 
compilações, trailers, noticiários televisivos 
e cinematográficos, cenas de arquivo e 
material não editado. Não abrangem trilha 
sonora de filmes não acompanhados por 
material visual.
Descrição de materiais gráficos de todos 
os tipos, quer opacos (exemplo: originais e 
produções de arte bidimensionais, quadros, 
fotografias, diapositivos), quer destinados 
a serem projetados ou vistos (exemplo: 
diafilmes, radiografias, dispositivos), bem 
como coleções desses materiais gráficos. 
Não abrangem material visual registrado 
em filme e destinado a ser projetado, 
bem como destinado a criar a ilusão de 
movimento (ver capítulo. 7).
Descrição de recursos eletrônicos, ou seja, 
dados (informações que representam 
números, textos, gráficos, imagens, imagens 
em movimento, mapas, música, sons etc.), 
programas (instruções etc., que processam 
os dados para uso), ou combinações de 
dados e programas. Incluem componentes 
cujas características são encontradas em 
diversas espécies de materiais, de modo 
que quase sempre será necessário consultar 
outros capítulos.
UNIDADE 1 | REGRAS DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANA – AACR2
28
FONTE: Elaborado e adaptado pela autora de acordo com as instruções do AACR2 (CÓDIGO DE 
CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANO, 2004).
Artefatos 
Tridimensionais e Realia
Microformas
Análise
Recursos Contínuos
10
11
13
12
Descrição de objetos tridimensionais 
de todos os tipos (menos os abrangidos 
nos capítulos

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