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A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO: OBSTÁCULOS E POTENCIALIDADES
PROJETO DE PESQUISA
Nome: Rozana Reis Fortkamp
	Tema 
	Intervenção por meio da Terapia Cognitivo-Comportamental para o tratamento da depressão
	Problema inicial
	A Terapia Cognitivo-Comportamental pode contribuir para o atendimento aos pacientes com quadros de depressão?
	Revisão bibliográfica
	
A depressão pode ser leve, moderada ou grave podendo acometer pessoas de qualquer idade sexo ou religião, e juntamente com o transtorno de ansiedade é o transtorno mais frequente em nossa sociedade moderna (BECK; ALFORD, 2016).
A depressão pode se manifestar diante de diversos sintomas, como redução do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades, insônia ou hipersonia, humor deprimido, perda ou ganho de peso, fadiga ou perda de energia, agitação ou retardo psicomotor, sentimentos de desvalia ou culpa inapropriados, redução da concentração e idéias de morte ou de suicídio. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais, em sua quarta edição, a caracterização da depressão maior requer a existência no mínimo de cinco dos nove sintomas citados (POWELL et al., 2008).
Os transtornos podem ter como causa os fatores, biológicos, psicológicos e psicossociais. Estes são classificados como transtornos depressivos o transtorno depressivo persistente, o transtorno depressivo devido a outra condição médica, o transtorno disfórico pré-menstrual, transtorno depressivo induzido por substância ou medicamento, outro transtorno depressivo especificado e transtorno depressivo não especificado (PEREIRA, 2019).
No Brasil, pesquisa aponta que 7,6% da população afirma ter diagnóstico médico ou de profissional de saúde de transtorno depressivo maior. No entanto, que uma significativa quantidade de estudiosos não define a depressão como uma doença, mas uma desordem ou distúrbio emocional (CARNEIRO; DOBSON, 2016). 
Esteves e Galvan (2006) afirmam que não apenas as experiências internas são responsáveis pelo sofrimento e pela dor do depressivo. Desse modo, considera-se que outros fatores aportam mais sofrimento psíquico, alterando a afetividade e a percepção da realidade traduzida pela euforia ou depressão resultando nos chamados Transtornos de Humor.
Conforme Irons (2018), é importante que se possa estabelecer de forma explícita a diferença entre a depressão clínica e as tristezas cotidianas, considerando que a depressão apresenta sintomas que a caracterizam e envolvem motivações, emoções, pensamentos e comportamento. A tristeza, geralmente, mostra-se como um quadro de infelicidade temporário, que dura horas ou dias e que representa uma mudança de humor, diferentemente da depressão, que se instala e muda as atitudes e sentimentos do indivíduo. 
Destaca-se, inclusive, que mais da metade das pessoas diagnosticadas com depressão também atendem aos critérios para diagnóstico de transtorno de ansiedade. Estima-se que entre 12 e 18% da população irá desenvolver depressão em algum momento da vida e conforme a A Organização Mundial da Saúde ao menos 350 milhões de pessoas no mundo estão em depressão atualmente, sendo que o Brasil é um dos países que lidera a lista, com maior número de pessoas com depressão (IRONS, 2018).
É importante que a depressão seja analisada sob o prisma do sintoma, da síndrome e da doença. Um exemplo da análise da depressão enquanto sintoma pode ser observada na observação de Nakabayashi et al. (2008), que consideram que é necessário o reconhecimento da depressão nos pacientes com doença de Parkinson e que essa prevalência varia conforme a metodologia utilizada.
Considerando que a depressão é resultado de hábitos de pensamentos extremamente arraigados, bem como de crenças e pensamentos distorcidos, os pacientes passam a observar a situação na qual estão vivendo de modo bem mais grave do que ela realmente se apresenta, potencializando os pontos negativos. Assim, a terapia cognitivo-comportamental, nos diferentes níveis de depressão, pode apresentar-se como alternativa isolada ou em conjunto com a farmacoterapia (POWELL et al., 2008).
Segundo Knapp e Beck (2008), os pesquisadores da Psicologia Cognitivo-Comportamental afirmam que a depressão tem sua manifestação devido às interpretações tendenciosas das situações, juntamente com a ativação de representações negativas de si mesmo, dos outros e do futuro, bem como do mundo de modo geral, sendo esta a chamada tríade cognitiva. 
Um sentimento comum nos indivíduos depressivos é a ideia de que não possuem qualidades, o que resulta na baixa autoestima, defendendo também que outras pessoas possuem mais virtudes e que seu próprio futuro será infeliz (KNAPP; BECK, 2008).
A terapia cognitivo-comportamental atua como um modelo de colaboração e confiança entre o paciente e terapeuta nos transtornos depressivos. Destaca-se que a psicoeducação indica um aspecto relevante do tratamento, bem como a avaliação e a observação acerca da validade das cognições do paciente. Estas podem ser proporcionadas por experimentos comportamentais e estratégias cognitivas (PEREIRA, 2019).
Abreu e Abreu (2020) compreendem que a ideia é de que o terapeuta evidencie o progresso para o cliente a partir dos dados levantados, desafiando com isso as crenças iniciais de desamparo. Além disso, ao avaliar o grau de satisfação, o cliente pode gradativamente ficar mais sensível a esse sentimento que foi produzido na execução das atividades. Tais experiências desafiarão suas crenças de que não é capaz de sentir prazer.
Segundo Paína et al. (2018), os recursos de enfrentamento ou coping integram o contexto da Terapia Cognitivo-Comportamental e representam esforços tanto comportamentais quanto cognitivos utilizados pelo indivíduo para resolver as demandas internas ou externas impostas, surgidas em situações de estresse e avaliadas como potencialmente aversivas conduzindo à sobrecarga ou excedendo os recursos individuais. Essa ação física ou mental pode ser definida como intencional e que é iniciada em resposta a um estressor percebido, direcionada para circunstâncias externas ou estados internos.
	Problema (atualizado)
Reformulação do problema a partir da revisão bibliográfica
	Quais são as potencialidades inerentes à utilização da terapia cognitivo-comportamental para o tratamento dos pacientes depressivos?
	Tipo de pesquisa
	A pesquisa possui caráter descritivo, qualitativo e de natureza básica.
	Delineamento da pesquisa/metodologia
	A metodologia empregada no trabalho foi a revisão bibliográfica em livros e artigos científicos. Os descritores utilizados são “depressão”, “Terapia Cognitivo-Comportamental” e “Psicologia”. 
As palavras-chave foram submetidas às plataformas BVS, Google Acadêmico e Scielo, por meio dos operadores booleanos “and” e “or”. A partir da leitura dos resumos dos artigos, foram selecionados os que são convergentes aos objetivos para comporem o trabalho juntamente com os livros que abordam o tema.
A partir da seleção dos materiais a serem utilizados, passa-se à análise de conteúdo e estratificação dos dados, bem como à elaboração da revisão de literatura, a análise dos resultados e a discussão.
REFERÊNCIAS
ABREU, P. R.; ABREU, J. H. S. S. Ativação comportamental na depressão. Barueri: Manole, 2020.
BECK, A. T.; ALFORD, B. A. Depressão: Causas e Tratamento. Porto Alegre: Artmed, 2016.
CARNEIRO, Adriana Munhoz; DOBSON, K. S. Tratamento cognitivo-comportamental para depressão maior: uma revisão narrativa. Rev. Bras. Ter. Cogn.,  Rio de Janeiro,  v. 12, n. 1, p. 42-49, jun. 2016. 
ESTEVES, Fernanda Cavalcante; GALVAN, Alda Luiza. Depressão numa contextualização contemporânea. Aletheia, Canoas, n. 24, p. 127-135, dez. 2006. 
IRONS, Chris. Depressão: saiba como diferenciar a depressão clínica das tristezas do dia a dia. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
KNAPP, P; BECK, A. T. Fundamentos, modelos conceituais, aplicações e pesquisa da terapia cognitiva. Rev. Bras. Psiquiatr., v. 30, n. 2, p. 5464, 2008.
NAKABAYASHI, T. I. K. et al. Prevalênciade depressão na doença de Parkinson. Rev. psiquiatr. clín., São Paulo, v. 35, n. 6, p. 219-227, 2008. 
PAINA, Daniella Moreira et al. Avaliação da qualidade de vida, estresse, ansiedade e coping de jogadores de futebol de campo da categoria sub-20. Contextos Clínic., São Leopoldo, v.11, n.1, jan. 2018.
PEREIRA, D. B. A TCC no tratamento dos Transtornos Depressivos. ATC Minas. 2019. Disponível em: https://atcminas.com/tratamentos-depressivos/. Acesso em 17 set. 2021.
POWELL, Vania Bitencourt et al. Terapia cognitivo-comportamental da depressão. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo, v. 30, supl. 2, p. s73-s80, out. 2008.

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