Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Rúbia Rogovski I Medicina Veterinária UFRGS Microbiologia Clínica - Virologia Viroses de Suinos INTRODUÇÃO • Importante atividade econômica no País • Quarto maior exportador de carne suína no mundo • Medidas de combate em nível de rebanho, não indivíduo • Doenças virais → Queda de performance → Perdas econômicas → Manter competitividade → OIE PRINCIPAIS DOENÇAS • Doença de Aujeszky (Pseudoraiva Suína) • Peste Suína Clássica • Peste Suína Africana • Síndrome Respiratória e Reprodutiva de Suínos (PRRS) • Circovirose Suína • Parvovirose Suína • Rotavirose Suína • Coronavírus Suínos • Influenza Suína • Doenças Vesiculares DOENÇA DE AUJESKY (PSEUDORAIVA SUÍNA) • Doença: Doença de Aujeszky, Pseudoraiva suína, • Vírus: herpesvírus suíno 1, “Suid herpesvirus 1 (suhv1)” • Distribuição mundial • Também infecta ruminantes, equinos, caninos e felinos. • Papel limitado na transmissão, mas sempre fatal e rápida (SNC) • Endêmica em algumas regiões do País • Região Sul provisoriamente zona livre - RS em Erradicação • RS surto 2003 / SC focos desde 1984: Erradicação com vacinação nos focos • Vírus resistente no meio, permanece em produtos cárneos • Vírus cresce em cultivo celular – ecp • Morbilidade e Mortalidade PATOGÊNESE • Via oral ou nasal • Orofaríngeo: replicação 1ª • Gânglios nervosos craniais e medula • SNC: meningoencefalite • Morte SINAIS CLÍNICOS • Adultos: respiratórios e reprodutivos • Jovens: nervosos • Respiratórios: jovens no desmame → espirros, tosse e febre → fezes duras e secas → crescimento deficiente • nervosos (encefalite): lactantes → febre e tremores musculares → paralisias: morte rápida • Reprodutivos: fêmeas → Aborto → Natimortos → fetos mumificados, macerados ou fracos TRANSMISSÃO • Horizontal → aerossóis (saliva e secreção nasais) e carcaças • Vertical → transplacentária DIAGNÓSTICO • Sorologia: ELISAs e Soroneutralização → soropositivos: latência viral - fontes de vírus → soronegativos - susceptíveis • Imunofluorescência: tecidos alterados • Isolamento viral: cérebro, abortos, pulmão, finge, rins • PCR - rápido, confirmatório PREVENÇÃO • Isolar granja inteira • Vacinação – somente em focos (MAPA) – gE- → Controle com ELISA gE 2 Rúbia Rogovski I Medicina Veterinária UFRGS Microbiologia Clínica - Virologia PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO • Vacinação somente permitida em focos • Vigilância sanitária • Monitoramento sorológico da população • Controle de movimento de animais e produtos. • Identificar e eliminar suínos infectados • Certificação: duas sorologias negativas com intervalo de 180 PESTE SUÍNA CLÁSSICA • Espécie: Pestivirus C • Nomes antigos: classical swine fever virus (CSFV), hog cholera virus • Família Flaviridae, gênero Pestivirus, • Distribuição: Ásia, África, América do Sul e Europa • Afeta exportações • Programa de erradicação: Região Sul • Hospedeiros: suínos domésticos e selvagens • Fonte de vírus: animal infectado (saliva, sangue, fezes, urina, secreções) • Suínos subclínicos, PI ou crônicos • Maioria do País considerado livre sem vacinação pela OIE → Não: alguns estado do N e NE • Restos alimentos • Vetores mecânicos • Artrópodes (Haematopinus suis, Musca, Stomoxys, Tab anus...) PATOGÊNESE • Vírus via oronasal • Tonsilas: replicação 1a. • Viremia • Células endoteliais, órgãos linfóides e medula óssea: replicação 2a. • Transtornos reprodutivos, febre e diarréia • Febre, leucopenia e hemorragias: morte SINAIS CLÍNICOS/FORMAS • Periaguda - morte súbita • Aguda - curso 7 dias → Febre alta, anorexia e depressão, → conjuntivite, dispnéia e tosse → incoordenação motora e vômito. → Severa leucopenia, púrpura no abdomen e orelhas → lesão -infarto baço • Sub-aguda ou Crônica: + freqüente, curso longo e intermitente → retardo de crescimento e diarreia crônica → dermatite e púrpura → infecções bacterianas secundárias → lesões - atrofia de timo e centros germinativos e baço. → transtornos reprodutivos • Morbilidade e mortalidade 3 Rúbia Rogovski I Medicina Veterinária UFRGS Microbiologia Clínica - Virologia TRANSMISSÃO • Horizontal: secreções, excreções, carcaças, fômites,... • Vertical DIAGNÓSTICO • Difícil: confirmação laboratorial • Sorologia : ELISA e SN • Imunofluorescência: nódulos, linfáticos, baço, tonsilas, pâncreas • Isolamento viral: cultivo celular, não causa ecp Imunoperoxidase ou Imunofluorescência • PCR: mais preciso, mais rápido, diferenciar Pestivirus CONTROLE • Vacinação é proibida → Somente em focos (controle MAPA) • Vigilância sanitária • Monitoramento sorológico população (ELISA) • Controle de movimento de animais e produtos • Identificar e eliminar suínos infectados • Javalis OUTROS PESTIVIRUS PESTIVIRUS A, B E D (BVDV-1, BVDV-2 E BDV) • Infectam ruminantes e suídeos • Sintomatologia semelhante a cepas de baixa virulência do CSFV • BVDV-1 e 2: endêmicos no País • BDV nunca detectado na América do Sul PESTIVIRUS K (APPV) • Relatado em 2017 no País • Tremor congênito PESTIVIRUS F (BUNGOWANNAH) • Relatado somente na Austrália em 2003 • Miocardite em leitões PESTE SUÍNA AFRICANA • Família Asfarviridae, gênero Asfivirus, dsDNA, envelopado • distribuição: África • Erradicada no País desde 1987 • Importante no diagnóstico diferencial de Peste Suína Clássica • Permanece infectante em carcaças e produtos cárneos • Comum a entrada do vírus dessa forma em outros países • Uso para alimentar suínos -> surtos • Carrapatos do gênero Ornithodoros • Doença aguda em suínos e javalis com sinais similares a CSF • Javali africano não apresenta sinais e é reservatório SINAIS • Febre, hemorragias, morte súbita e alta mortalidade • Sobreviventes são portadores e disseminadores • Induz fracamente a produção de anticorpos DIAGNÓSTICO • Imunofluorescência em baço, tonsilas e linfonodos • Isolamento viral: sangue, secreções e tecidos linfóides - induz ecp. PREVENÇÃO • Erradicação (Zonas Livres) • Vigilância Sanitária / Identificar e eliminar animais e produtos infectados 4 Rúbia Rogovski I Medicina Veterinária UFRGS Microbiologia Clínica - Virologia SÍNDROME RESPIRATÓRIA E REPRODUTIVA DE SUÍNOS (PRRS) • Sinônimos: PRRS, Doença Misteriosa, Doença de Lelystad • Famíla Arteriviridae, gênero Arterivirus , ssRNA+, envelopado -> PRRSV • Hospedeiros: suídeos • Endêmico na Europa, Ásia, América do Norte • Relatos na América Central e do Sul (Colômbia, Bolívia, Chile e Peru) • 2017: Uruguai • Nunca relatado no Brasil • Causa infecção persistente e assintomática (até 200 dias), associada a outros fatores pode ser severa. Maior incidência em meses frios. SINAIS CLÍNICOS • Anorexia, febre, cianose (orelhas, focinho e vulva) • Reprodutivos: agalaxia, aborto tardio (110 dias), mumificados, natimortos, nascimentos prematuros • Nascimentos a termo congenitamente infectados são pouco viáveis → sinais respiratórios • Morbilidade e mortalidade TRANSMISSÃO • Horizontal (aerossol e sêmen) e transplacentária DIAGNÓSTICO • Soroneutralização: amostras pareadas • Isolamento viral: leitões moribundos e suabe faríngeo • PCR de tecidos CONTROLE E PREVENÇÃO • Isolar e eliminar doentes. • Vacina atenuada em regiões com problema (não disponível no brasil -> exótico) CIRCOVIROSE SUÍNA • Família Circoviridae, gênero Circovirus, circovírus suíno 2 (PCV-2) • ssDNA circular, não envelopado • 1997 - Canadá- Síndrome de refugo multissistêmico de suínos (Postweaning multisystemic wasting syndrome, PMWS) • Síndrome da dermatite e nefropatia suína (porcine dermatitis and nephropathy syndrome, PDNS) • Brasil: virose da modanos anos 2000 • Associado com PRRS, PPV, desmame e estresse • Problemas de cutâneos, nefropatia, reprodutivos e sistêmicos SINAIS CLÍNICOS • Emagrecimento • Dispneia e tosse • Aumento de linfonodos e diarreia • Predispõe a infecções secundárias • Doenças de pele • Reprodutivos (aborto, mumificações e natimortos) DIAGNÓSTICO • PCR • Isolamento viral (IPX e IF) pulmão e linfonodos • Soro Neutralização e Inibição da Hemaglutinação CONTROLE E PREVENÇÃO • Manejo, higiene e sanidade • Evitar estresse e imunodepressoras • Vacina inativada 2-4 sem. Antes do parto 5 Rúbia Rogovski I Medicina Veterinária UFRGS Microbiologia Clínica - Virologia PCV3 • Descoberto em 2016 nos EUA • Diversidade genética grande comparado ao PCV2 • Sintomatologia semelhante ao PCV2 • Relatado no Brasil em 2017 no RS PARVOVIROSE SUÍNO • Família Parvoviridae, parvovírus suíno (PPV) • Infecta macrófagos e monócitos, causa leucopenia, replica em tecidos linfóides. SINAIS CLÍNICOS • Fêmeas susceptíveis: transtornos reprodutivos - infertilidade, retorno ao cio, aborto, mumificações, natimortos e leitões fracos • Filhotes: sub-clínica ou branda • Machos: sub-clínica, eliminam vírus no sêmen TRANSMISSÃO • Horizontal (contato direto e indireto) e vertical DIAGNÓSTICO • Elisa e HI: soros pareados • Imunofluorescência de abortos e natimortos • PCR - diagnóstico rápido e caracterização de amostras • Isolamento viral: nódulos linfáticos mesentéricos, fígado, feto e placenta CONTROLE E PREVENÇÃO • ambiente higienizado • vacinas inativadas: 7 meses de idade, antes de cobertura, revacinar antes de cada cobertura ROTAVÍRUS • Família Reoviridae, rotavírus suíno, vários sorotipos • dsRNA segmentado, não envelopados SINAIS CLÍNICOS • diarréia neonatal • idade de 1 a 3 semanas • período de incubação curto: 16 a 24h • fezes moles fezes líquidas com muco PATOGÊNESE • Vírus entra via oral • Células vilosidades intestinais • Destruição epitélio • Má absorção • Diarreia • Desidratação • Morte DIAGNÓSTICO • Imunofluorescência: esfregaço de fezes ou cortes de intestino delgado • Eletroforese em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE): fezes • PCR: fezes CONTROLE E PREVENÇÃO • Ambiente limpo • Vacinação de matrizes • Leitões: colostro CORONAVÍRUS SUÍNO • Encefalomielite Hemaglutinante Suína → vômitos frequentes em leitões jovens, retardo no crescimento, sem diarreia • Diarreia Endêmica Suína → curso mais brando TGE, diarreia menos severa e menor mortalidade 6 Rúbia Rogovski I Medicina Veterinária UFRGS Microbiologia Clínica - Virologia • Doença respiratória (Porcine respiratory coronavirus, PRCV) → 1986- alteração do vírus, manifestações respiratórios, sem problemas digestivos. • Gastroenterite Transmissível de Suínos (TGE) → é a infecção característica dos coronavírus suínos. → distribuição mundial → transmissible gastroenteritis virus (TG EV) • Diarreia epidêmica de suínos (PEDV) → Europa: década de 70 → Surto nos EUA em 2013 ❖ Levantamento SN (CNPSA - Embrapa) ❖ 2675 amostras de 87 granjas PR, SC , RS, MS, MT, MG e GO ❖ TGE e Coronavírus respiratório= todas negativas GASTROENTERITE TRANSMISSÍVEL DE SUÍNOS (TGE) • Neonatal- Leitões menores de 3 semanas de idade Gastroenterite severa • Alta morbilidade e mortalidade • Vômito • Diarréia profusa amarelada • Perda de peso • Desidratação e morte • Curso: 2 a 7 dias • Leitões lactentes -maiores de 3 semanas de idade • Período menor de diarréia • Raramente têm vômitos • Mortalidade menor • Imunidade: matriz importante imunidade para leitegada (iga) → Anticorpos maternos protegem em período mais crítico SINTOMAS • Adultos → Infecções inaparentes → Eventualmente matrizes: anorexia, diarreia e agalaxia → Raramente apresentam mortalidade TRANSMISSÃO • Orofecal, contato direto ou indireto. DIAGNÓSTICO • Imunofluorescência esfregaço de mucosa ou cortes de intestino delgado: rápido • Isolamento viral • Sn e elisa- monitoramento sorológico CONTROLE E PREVENÇÃO • Isolar animais doentes • Desinfecção de local contaminado • Vacinação de matrizes (via oral) • Em propriedades com problema INFLUENZA SUÍNA • Família Orthomyxoviridae, vírus da influenza tipo A – humano pode transmitir para suíno e vice versa • Ssrna- segmentado, envelopado • Doença respiratória aguda de distribuição mundial • Sorologia (HI) na Embrapa CNPSA= 16,7% + sem sintomatologia • Período de incubação curto (24 a 72 h), disseminação rápida SINAIS CLÍNICOS • Febre, apatia e inapetência • Tosse, espirros, rinite e dispnéia • Curso 3 dias • Mortalidade baixa (<1%) DIAGNÓSTICO • Sorologia: ELISA e HI • Isolamento viral: ovo embrionado (tradicional), ou cultivo celular: HA e IF • Biologia molecular: caracterização de amostras PREVENÇÃO E CONTROLE • Controle de trânsito e evitar estresse • Vacina: em surtos?, pouco usada • Humanos podem transmitir a suínos e vice- versa (zoonose) 7 Rúbia Rogovski I Medicina Veterinária UFRGS Microbiologia Clínica - Virologia DOENÇAS VESICULARES • Febre Aftosa (Família Picornaviridae, gênero Alphtovirus) → Hospedeiros: bovinos, ovinos e suínos • Estomatite Vesicular (Família Rhabdoviridae, gênero Vesiculovirus) → Hospedeiros: bovinos, suínos e equinos, criações pouco tecnificadas • Senecavirus A (Família Picornaviridae, gênero Alphtovirus) → Hospedeiros suínos → EUA: 2004 → Brasil: 2015 → Lesões semelhantes a FMD • Doença vesicular dos suínos (Família Pircornaviridae, gênero Enterovirus) → Indistinguível da FMD → Nunca relatada nas Américas → Atinge apenas suínos • Exantema vesicular (Família Caliciviridae, gênero Calicivirus) → Somente relatada nos EUA e Islândia → Considerada erradicada em 1959 DIAGNÓSTICO CLÍNICO, LABORATORIAL E EPIDEMIOLÓGICO • Febre aftosa → Isolamento viral: raspados de úlceras e líquido de vesículas (refrigerados) → Sorologia: ELISA, AGID e Western Blot - animais suspeitos e monitoramento epidemiológico. • Senecavirus A → Raspado de úlceras e líquidos vesiculares → RT-PCR • Estomatite Vesicular → Isolamento viral → Sorologia: AGID e SN ERRADICAÇÃO • Isolar, identificar e eliminar doentes • Vigilância sanitária • Controle de trânsito de animais e produtos
Compartilhar