Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
HEMATOLOGIA DOENÇAS MIELOPROLIFERATIVAS CRÔNICAS Julya Pavão DOENÇAS (NEOPLASIAS) MIELOPROLIFERATIVAS CRÔNICAS · Poliglobulia é o aumento na massa eritrocitária sendo mais bem caracterizada pelo aumento do hematócrito. Devem-se investigar quando for maior que 50% na mulher e maior que 55% no homem. · A policitemia pode ser secundária a outras patologias ou vera. · A policitemia secundária é caracterizada pelo aumento na massa eritrocitária associada a uma causa que resulte em aumento secundário na produção de eritropoetina. · Causas de eritrocitose secundária: · Causas congênitas: hemoglobinas mutantes com afinidade aumentada por O2; deficiência congênita da 2-3 DPG; produção autônoma de EPO; mutações do receptor da eritropoetina. · Causas adquiridas: hipóxia; grandes altitudes; cardiopatias (estenose pulmonar, tetralogia, PCA, transposição de grandes vasos); DPOC; tabagismo excessivo. · Doenças renais: tumores, cistos, doença parenquimatosa difusa, hidronefrose. · Quadro clínico da poliglobulia secundária: · Associa-se à doença de base: fáscies pletórica, cianose, cefaléia, tontura, parestesia, tendência a hemorragias ou trombose. · POLICITEMIA VERA: · Doença clonal do sistema hematopoiético, originada da proliferação das linhagens eritroides granulocíticas e megacariocitárias. · Tem como manifestação mais proeminente a elevação do hematócrito. · Doença de idosos com maior ocorrência em maiores de 60 anos; · Mais comum entre judeus askenazy; · Incidência variando entre 5 a 26 por milhão de habitantes; · Pode evoluir com transformação para mielodisplasia, leucemia ou mielofibrose. · Quadro clínico da PV: · Prurido após banho: 40%; · Cefaléia; · Fraqueza; · Tonturas; · Sensação de cabeça “cheia”; · Tendência a tromboses; · Tendência a hemorragias. · Exame físico na PV: · Pletora; · Esplenomegalia; · Lesões de prurido na pele; · Manifestações de hemorragias; · Manifestações de tromboses (AVC, IAM, TVP, trombose do sistema porta intra-hepático, Budd-Chiari, embolia pulmonar). · Laboratório: · Aumento da massa eritrocitária; · Aumento de neutrófilos; · Aumento de plaquetas com função plaquetária alterada; · MO com alterações dos três setores: mieloide, eritroide e megacariocítico; · Alterações citogenéticas (-20q; trissomia do 8 e 9; -13q). · Critérios de diagnóstico da PV modificados: · A1: aumento da massa eritrocitária 25% acima do valor normal ou hematócrito >60% no homem ou >55% na mulher; · A2: ausência de causa de eritrocitose secundária; · A3: esplenomegalia detectada no exame físico; · A4: cariótipo anormal. · Policitemia vera: A1+A2+A3 ou A4. · B1: plaquetose > 400.000; · B2: neutrofilia (>10.000 e fumantes >12.500); · B3: esplenomegalia demonstrada apenas por exame subsidiário; · B4: crescimento de BFU-E (precursor dos eritroblastos) sem adição de EPO (eritropoetina) exógena ou níveis reduzidos de EPO. · Policitemia vera: A1+A2+ pelo menos 2 critérios de B. · História natural da PV: · Média de sobrevida de 15 anos; · As causas de mortalidade normalmente são trombóticas (IAM, AVCI, tromboembolismo venoso); · 10-15% evoluem para outras neoplasias como leucemias, mielofibrose e mielodisplasia. · Tratamento da PV: · Sangria (tira 300mL de sangue) terapêutica para hematócrito <45% + AAS se história de trombose ou alto número de sangrias ou plaquetose ou esplenomegalia progressiva (mielossupressão com hidroxiureia + AAS). · TROMBOCITEMIA ESSENCIAL (TE) OU TROMBOCITEMIA HEMORRÁGICA: · Trombocitose: número de plaquetas maior ou igual a 450.000/mm³; · TE: neoplasia mieloproliferativa crônica BCR-ABL1 – negativas, que envolve a linhagem megacariocitária, caracterizada por trombocitose sustentada no sangue periférico, aumento de megacariócitos maduros e grandes na medula óssea, e episódios de sangramentos (diminuição do fator de Von Willebrand) e/ou trombose (aumento de plaquetas). · Incidência de até 2,5/100 mil/ano; · Mais prevalente em mulheres entre 50 e 60 anos; · A célula-tronco hematopoetica é o progenitor mieloide comum – megacariócitos; · Produção de 100 bilhões de plaquetas por dia (até 1 trilhão). · Fisiopatologia: · Trombopoetina (GM-CSF, IL-3, IL-6, IL-11, fator da célula tronco, ligante do FLT, FGF e eritropoetina); · Mutação da JAK2: tiroquinase, V617F – bloqueio de efeito inibitório, levando a uma ativação constante das vias de sinalização, que resulta em crescimento independente das citocinas (a mutação da JAK2 ocorre em 95% da PV, 50% de TE/MFP); · A TE é indolente, sobrevida pouco menor que a população normal; · Assintomática por anos. · Clínica: · Fenômenos vasculares e hemorrágicos (eventos trombóticos 6x maior que a população em geral; tromboses arteriais como infarto, AVCI e isquemia arterial periférica em 60% dos casos). · Fatores de risco para evento trombótico: idade avançada, trombose prévia, fatores de risco cardiovasculares (diabetes, hipertensão, dislipidemia, tabagismo), trombofilias. · Fatores relacionados a TE: · Estado inflamatório; · Anormalidades funcionais e bioquímicas das plaquetas; · Ativação e disfunção endotelial; · Ativação anormal das plaquetas e leucócitos; · Aumento da interação entre plaquetas e leucócitos; · Presença da mutação e maior expressão da JAK2; · Trombocitose. · A PV e a TE são as principais causas de tromboses venosas intra-abdominal; · A TE tem risco aumentado para trombose venosa em sistema nervoso central e sistema venoso profundo dos MMSS e MMII; · Os fenômenos hemorrágicos estão presentes em menos de 1 paciente/ano (gastrintestinais, gengivais e epistaxes – se leucocitose, uso de AAS e plaquetas > 1 milhão). Associado à DvW adquirida, consumo exagerado dos grandes multímeros; · Possibilidade de evolução para leucemia aguda. · Diagnóstico: · Causas de trombocitose: TE, PV, LMC. · Trombocitoses reacionais: ferropenia, infecção ou inflamação, neoplasia disseminada, dorgas (vincristina, adrenalina, ácido transretinoico), esplenectomia, anemia hemolítica. · Trombocitose persistente, na ausência de outras neoplasias mieloides, associadas aos marcadores clonais e/ou ausência de causas reacionais. · Mielograma, biópsia e citogenética. · Tratamento: · Estratificar o risco trombótico e hemorrágico: idade (60 anos) e história prévia de trombos; · Principal complicação: eventos trombóticos, arterial ou venoso. · Trombocitoses extremas - > 1 milhão = sangramento – DvW adquirida. · AAS, hidroxiureia. HEMATOLOGIA DOENÇA S MIELOPROLIFERATIVA S CRÔNICA S Julya Pavão DOENÇA S (NEOPLASIAS) MIELOPROLIFERATIVA S CRÔNICA S · Poliglobulia é o aumento na massa eritrocitária sendo mais bem caracterizada pelo aumento do hematócrito. Devem - se investigar quando for maior que 50% na mulher e maior que 55% no homem. · A policitemia pode ser secundária a outras patologias ou vera. · A policitemia secundária é caracterizada pelo aumento na massa eritrocitária associada a uma causa que resulte em aumento secundário na produção de eritropoetina. · Causas de eritro cito se secundária: · Causas c ongênitas: hemoglobinas mutantes com afinidade aumentada por O2; deficiência congênita da 2 - 3 DPG; produção autônoma de EPO; mutações do receptor da eritropoetina. · Causas adquiridas: hipóxia; grandes altitudes; cardiopatias (estenose pulmonar, tetralogia, PCA, transposição de grandes vasos); DPOC; tabagismo excessivo. · Doenças renais: tumores, cistos, doença parenquimatosa difusa, hidronefrose. · Q uadro clínico da poli globulia secundária: · A ssocia - se à doença de base: fáscies pletórica, cianose, cefaléia , tontura, pare stesia, tendência a hemorragias ou trombose. · POLICITEMIA VERA: · D oença clonal do sistema hematopoiético, originada da proliferação das linhagens eritroides granulocíticas e megacariocitárias. · T em como manifestação mais proeminente a elevação do hematócrito. · D oença de idosos com maior ocorrência em maiores de 60 anos; · M ais comum entre judeus askenazy; · I ncidência va riando entre 5 a 26 por milhão de habitantes;· P ode evoluir com transformação para mielodisplasia , leucemia ou mielofibrose. · Q uadro clínico da PV: · P rurido após banho: 40%; · C efaléia ; · F raqueza; · T onturas; · S ensação de cabeça “ cheia ” ; · T endência a tromboses; · T endência a hemorragias. · E xame físico na PV: · Pletora; · E splenomegalia; · L esões de prurido na pele; · M anifestações de hemorragias; · M anifestações de tromboses (AVC, IAM, TVP, trombose do sistema porta intra - hepático, Budd - Chiari, embolia pul monar). · Laboratório: · A umento da massa eritrocitária; · A umento de neutrófilos; · A umento de plaquetas com função plaquetária alterada; · MO com alterações dos três setores: mieloide, eritroide e megacariocítico; · A lterações citogenéticas ( - 20q; trissomia do 8 e 9; - 13q). · Critérios de diagnóstico da PV modificados: · A1: aumento da massa eritrocitária 25% acima do valor normal ou hematócrito >60% no homem ou >55% na mulher; · A2: ausência de causa de eritrocitose secundária; · A3: esplenomegalia detectada no exame físico;
Compartilhar