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HEMATOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A DOENÇAS MIELOPROLIFERATIVAS CRÔNICAS (DMP ou SMP) ● A origem das SMPs é a proliferação clonal de um progenitor hematopoiético pluripotencial, levando à hematopoiese exacerbada com expansão de uma ou mais linhagens. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: ● Hipercelularidade da MO. ● Hematopoiese extramedular ocasionando esplenomegalia. ● Transformação para leucemia aguda. ● Desenvolvimento de mielofibrose. ● Alto risco e hemorragia e trombose. Jak2 V617F: ● Mutação pontual no gene JAK2 com a substituição de uma guanina por uma timina no éxon 14, levando a substituição de uma valina por fenilalanina na posição 617 da proteína codificada. ● É recorrente em pacientes com SMPs clássicas, Bcr-Abl negativas, encontada em mais de 95% dos pacientes com PV e em 50-60% dos pacientes com TE ou MF. ● A mutação causa uma sinalização intracelular exacerbada e essa levaria tanto à hipersensibilidade quanto à independência de fatores de crescimento. ● É uma mutação somática, adquirida, sendo detectada em célular de linhagem eritróide e mielóide. ● A proteína JAK2 é também uma tirosina-quinase, fosforilada em resposta à ação de diversas citocinas. POLICITEMIA VERA ● Caracteriza-se por aumento das células sanguíneas, incluindo os glóbulos vermelhos (eritrocitose), brancos (leucocitose) e plaquetas (trombocitose), principalmente Hb. ● Esplenomegalia pode estar presente. ● Manifestação é de 5/1.000.000 pessoas. ● Relação entre sexo é de 1-2 homens: 1 mulher. ● A idade média é de 60 anos. ● Sintomas: sinais e sintomas decorrentes de hipertensão e anormalidades vasculares; episódios tromboembólicos; prurido; eritromelalgia (aumento da Classificação da OMS dos distúrbios mieloproliferativos crônicos Leucemia neutrofílica crônica Leucemia neutrofílica aguda Leucemia eosinofílica crônica, não especificada Policitemia vera Mielofibrose primária Trombocitose essencial Mastocitose Neoplasias mieloproliferativas, não classificável HEMATOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A temperatura da pele, sensação de queimação e eritrodermia); hepatomegalia em 40% dos casos e esplenomegalia em 70% deles. ● Diagnóstico: É feito pela suspeita clínica e pela exclusão de poliglobulia secundária a hipoxemia crônica, tumores secretores de eritropoietina, exclusão de leucemia mielóide crônica e presença da mutação do JAK2. ● Diagnóstico diferencial: bronquite crônica, enfisema, LMC, neoplasia renal e SMP. ● Exames utilizados com frequência: BCR/ABL (cario ou PCR), gasometria, EPO, BMO, prova de função pulmonar, Rx e CT abdômen/eco abdômen. FASES: ● Inicial: pletórica (aumento excessivo de sangue no organismo, causando inchaço vascular), em que há predomínio das hemácias. ● Segunda fase: redução do número de células, fibrose da medula óssea e esplenomegalia volumosa. MIELOFIBROSE ● Metaplasia mielóide agnogênica ou mielofibrose com metaplasia mielóide. ● Distúrbio clonal de uma célula progenitora hematopoiética multipotente, de etiologia desconhecida, caracterizada por fibrose da MO, hematopoiese extramedular e esplenomegalias. ● Há proliferação megacariocítica e granulocítica na MO, associada com deposição reacional de tecido conectivo. ● A medula óssea se torna insuficiente para a produção de células normais e a hematopoiese passa para o baço, causando seu aumento de tamanho. ● ESTÁGIO INICIAL: fase celular pré-fibrótica, com hipercelularidade da MO e fibrose reticular mínima. ● EVOLUÇÃO: aumento progressivo da reticulina (substância proteica das fibras do tecido conjuntivo de suporte dos gânglios linfáticos, dos pulmões ou dos rins) e da fibrose colágena e, em alguns casos, osteomieloesclerose (endurecimento da MO). ● É o distúrbio menos comum. Trata-se se uma doença rara (5 casos/milhão de hab./ano) e ocorre predominantemente em indivíduos idosos. ● Etiologia desconhecida, porém a exposição a benzeno e a radiação ionizante foi documentada em alguns casos, também há raros casos de mielofibrose familiar. ● Mutação JAK2 presente. ● Incidência de transformação leucêmica: varia de 5 a 30%, alguns casos podem estar associados ao uso de terapia citotóxica para o controle do processo mieloproliferativo. ● A linhagem das células da leucemia pode ser mielóide, linfóide ou bifenotípica. SINAIS E SINTOMAS: ● Existem assintomáticos. ● Fadiga, dispneia, perda de peso, sudorese noturna, febre baixa e sangramentos. ● Artrite gotosa e cálculo renal podem ocorrer devido à hiperuricemia. ● Esplenomegalia de graus variados. (Em mais de 90% dos casos e pode ser maciça) ● Cerca de 50% têm hepatomegalia. FASE FIBRÓTICA: ● Cerca de 70-80% dos casos são diagnosticados nesta fase. HEMATOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Esplenomegalia e/ou hepatomegalia de moderada a acentuada. ● Reação leucoeritroblástica evidente. ● Medula óssea: fibrose reticulínica e/ou colágena em graus de moderado a acentuado, celularidade diminuída. ● Não há alterações citogenéticas específicas, porém podem estar presentes em cerca de 60% dos casos. ● Alterações moleculares: a pesquisa da mutação JAK2 V617 é importante e na mielofibrose idiopática essa mutação está presente em cerca de 50% dos casos. Principais causas de morbidade e mortalidade: ● São falência da medula óssea com sangramento e/ou infecção ● Eventos tromboembólicos ● Hipertensão portal ● Insuficiência cardíaca ● Leucemia aguda Tratamento: 1. Suporte transfusional 2. Eritropoietina 3. Hydrea 4. Talidomida 5. Transplante de medula óssea alogênico 6. Molécula ruxolitinibe: controla as enzimas JAK1 e JAK2 TROMBOCITEMIA ESSENCIAL ● Doença mieloproliferativa crônica clonal que envolve, principalmente, a linhagem megacariocítica (produz plaquetas). ● Caracterizada por plaquetoses (número excessivo plaquetas/trombócitos na corrente sanguínea) sustentadas em sangue periférico e aumento do número de megacariócitos (células da medula óssea, responsáveis pela produção de plaquetas sanguíneas) na MO. ● Pode haver presença de episódios trombóticos e/ou hemorragias. ● Não há marcador biológico específico. ● A incidência exata é desconhecida, mas estima-se que seja em torno de 1 – 2,5 por 100.000 hab/ano. ● A maioria dos casos é diagnosticada em torno dos 50 a 60 anos, sem predomínio de sexo. ● Pico de freqüência em torno dos 30 anos de idade e, nesse caso, as mulheres são mais afetadas. ● A ocorrência de TE em crianças é rara. A TE familiar também é rara, porém há relatos na literatura de algumas famílias com vários membros afetados. ● Mais da metade dos casos é assintomática ao diagnóstico, e a suspeita ocorre devido a achado de plaquetose em um hemograma de rotina.● Cerca de 20 a 50% dos pacientes tem alguma manifestação de oclusão vascular ou de hemorragia ao diagnóstico. ● Oclusão da microvasculatura pode levar a AITs, isquemia digital com parestesias e nos casos mais graves gangrenas. HEMATOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Transformação leucêmica: ocorre em menos que 5% dos casos e pode estar associada ao uso de terapia citotóxica prévia. ● Pode desenvolver fibrose de medula óssea alguns anos após o diagnóstico, mas é pouco comum. ● O aumento de fibras de reticulina ou fibrose colágena nos primeiros anos após o diagnóstico deve levar à investigação de outro diagnóstico como mielofibrose crônica. Diagnóstico: ● Sangue periférico: plaquetas maior que 600.000/mm3. ● A contagem de leucócitos geralmente é normal, porém pode haver discreta elevação. ● Basofilia é usualmente ausente. ● A série vermelha é normal, com hemácias normocíticas, normocrômicas, a menos que haja deficiência de ferro por hemorragia prévia, quando, então, serão microcíticas e hipocrômicas. ● Alterações citogenéticas: o Não há alterações citogenéticas ou moleculares específicas. o O cromossomo Philadelphia e o gene BCR/ABL são ausentes e devem ser sempre pesquisados para a exclusão de LMC como causa de plaquetose. o A ocorrência de cariótipo anormal é pouco freqüente na TE, estando presente em 5 a 10% dos casos. o Anormalidades recorrentes incluem del (13q22), +8 e +9. ● Alterações moleculares: o Cerca de 50% dos pacientes apresentam a mutação JAK2 V617F o Os que são positivos apresentam-se com uma doença que lembra Policitemia Vera (níveis mais altos de hemoglobina). ● Critérios diagnósticos de 2007: (o diagnóstico requer todos os critérios) o Contagem de plaquetas >= 450.000/mm3 sust. o BMO mostrando proliferação da linhagem megacariocítica, sem proliferação significativa granulocítica ou eritrocítica. o Ausência de critérios para PV, Mielofibrose, LMC, MDS ou outras neoplasias mielóides. o Presença da mutação JAK2 V617F ou outro marcador clonal, ou ausência de evidência de plaquetose reacional. Tratamento: ● Hydrea ● Alfainterferon LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA (LMC): ● 15-20% das leucemias do adulto. ● Incidência: 1-2 casos/100000 hab. ● Mais frequente em homens que em mulheres (1,4-2,2 : 1) ● Idade média ao diagnóstico: 55-60 anos. ● É uma doença clonal da “stem cell” pluripotente HEMATOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Associada ao cromossomo Philadelphia e a fusão gênica BCR/ABL, os quais podem ser encontrados em toda a linhagem mielóide e em algumas células linfóides. ● Constituída por 3 fases: o Fase crônica: é uma fase inicial indolente ▪ Sangue periférico: presença de leucocitose com predomínio de células mielóides com escalonamento maturativo de pro-mielócitos até segmentados. ▪ A porcentagem de blastos geralmente < 2%. ▪ Podem estar presentes basofilia e/ou eosinofilia. ▪ A contagem plaquetária é normal ou aumentada, plaquetopenia é pouco comum nesta fase. ▪ A maioria dos pacientes tem anemia discreta. o Fase acelerada: seguida por uma fase intermediária de transformação ▪ É uma ou mais das seguintes alterações: ▪ Porcentagem de blastos no sangue periférico e/ ou medula óssea de 10 a 19% ▪ Basófilos no sangue periférico ≥ 20% ▪ Trombocitopenia persistente < 100.000/mm3 não relacionada à terapêutica ▪ Trombocitose persistente > 1.000.000/mm3 ▪ Aumento da contagem de leucócitos e aumento do tamanho do baço não responsivos à terapia e/ou evidência de evolução clonal o Crise blástica: que é uma fase agressiva com transformação leucêmica evidente, denominada crise blástica. ▪ É diagnosticada quando há uma das seguintes alterações: ▪ Porcentagem de blastos no sangue periférico e entre as células nucleadas da medula óssea é maior ou igual a 20% -> simula LMA ▪ Presença de grandes agregados de células blásticas na biópsia de medula óssea ▪ Presença de proliferação blástica extramedular ● A maioria dos pacientes é diagnosticada na fase crônica. ● Cerca de 20 a 40% dos pacientes são assintomáticos ao diagnóstico. ● Os achados clínicos mais freqüentes incluem fadiga, perda de peso, anemia e esplenomegalia. ● Apresentações atípicas com características de fase acelerada ou crise blástica ao diagnóstico podem ocorrer. Análise genética: ● Ao diagnóstico, cerca de 90 a 95% dos casos apresentam o cromossomo Philadelphia, ou seja, a translocação t(9;22)(q34;q11). ● No estudo molecular (PCR) poderemos observar a presença da fusão BCR/ABL, que é a fusão do gene BCR no cromossomo 22 com regiões do gene ABL no cromossomo 9, em quase 100% dos pacientes. ● A análise quantitativa periódica da fusão BCR/ABL é utilizada no controle do tratamento dos pacientes com inibidores da tirosino- quinase. Tratamento: 1. Hydrea HEMATOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A 2. Alfainterferon 3. TMO alogênico 4. Inibidores de tirosina-quinases: são análogos estruturais do trifosfato de adenosina (ATP), com o qual competem para ligação na molécula da quinase. Imatinibe, Dasatinibe, Nilotinibe. NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS Suspeita de malignidade hematológica: ● Falta de energia/adinamia. ● Facilidade de sangramentos. ● Infecções frequentes. ● Emagrecimento inexplicável. INVESTIGAÇÃO: ● Exames laboratoriais (Podem sugerir, podem evidenciar outras causas, podem estar dentro dos valores de referência): o Hemograma com plaquetas; o Coagulograma; o Função hepática; o Função renal (creatina e ác. úrico) o VSG e LDH o Sorologias / Doenças reumatológicas ● Exame físico: pode guiar a suspeita. o Buscar ectoscopia, adenopatias, esplenomegalia e manifestações hemorrágicas. CLASSIFICAÇÃO DAS NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS 1. Neoplasia mielóide pré-maligna ● Doenças mielo-proliferativas ● Síndromes mielo-displásicas 2. Desordens linfoides pré-malignas ● Desordens linfoproliferativas crônicas ● Distúrbios de plasmócitos 3. Neoplasias linfoides e mielóides do tecido hematopoético ● Leucemias HEMATOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A MALIGNIDADES: Leucemia - Malignidades do tecido hematopoético que decorre da substituição dos elementos normais da medula óssea pelas células neoplásicas. As células anormais podem ser vistas no sangue periférico. Linfoma - Proliferação anormal do tecido linfóide nos órgãos linfóides ou linfonodos, resultando em tumor sólido. Se invadir a medula, pode leucemizar. LEUCEMIAS ● Leucemias - São doenças heterogêneas que se caracterizam pela infiltração do sangue, medula e outros tecidos por células hematopoiéticas doente. ● Classificação das leucemias: o Conforme linhagem: ▪ Linfoide ▪ Mielóide o Conforme evolução: ▪ Aguda ▪ Crônica ● FATORES DE ATIVAÇÃO: oSusceptibilidade genética: Anemia de Fanconi e Síndrome de Down. o Mutação somática: radiações ionizantes, armas nucleares; medicamentos e substâncias químicas; benzeno, cloranfenicol e fenilbutazona; certos agentes citotócios especialmente se for em conjunto com a radiação; infecção viral: HIV-1, HTVL I e II; disfunção imunológica: ataxia telangectasia - leucemias linfoides ou linfomas; agamaglobulinemia ligada ao sexo. ● Epidemiologia: o Maioria dos novos casos ocorre em idosos (id >67 anos); o 50% das leucemias são agudas; o Mais comum em brancos; o Grupos etários: ▪ LLAs: crianças de 2-5 anos; ▪ LLCs: adultos >50 anos; ▪ LMA: adultos; ▪ LMC: adultos; ● Achados clínicos: o Anemias – devido à eritropenia; o Infecções- devido à neutropenia; o Sangramentos- devido a trombocitopenia; o Dores ósseas- devido a expansão medular; o Emagrecimento- TNF, hiperconsumo. ● Achados laboratoriais: o Anemia normocítica normocrômica; o Trombocitopenia; o Contagem leucocitária pode ser aumentada, normal ou diminuída; HEMATOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A o Leucócitos imaturos podem ser vistos circulando; o Medula óssea hipercelular; o Anormalidades maturacionais em todas as linhagens; o Aumento de Ácido Úrico. CLASSIFICAÇÃO: ● A classificação é importante pois agrupa pelas linhagens comprometidas, sistematizando e comparando regimes terapêuticos, e também permite associações de alterações citogenéticas com a doença. LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA: ● Doença maligna monoclonal caracterizada pela produção anormal de blastos (células jovens ou imaturas anormais) na medula e consequente prejuízo na produção das células normais. ● Etiologia: exposição crônica (benzeno, pesticida, irradiação), quimioterapia 10-15%, agentes alquilantes, outras drogas (cloranfenical, cloroquina), tabagistas. ● Fatores genéticos: significado indeterminado ● Pode ser a evolução de outras doenças. Secundário: S. Down, SIDA ● Epidemiologia: incidência 3,8/100.000, aumenta com a idade. ● 80% das leucemias em adultos ● 15-20% em crianças ● Idade média 70 anos ● Mais em homens que mulheres (3:2) ● M3 mais em latinos ● LMA mais frequente em neonatos Características clínicas: ● Anemia, plaquetopenias, infecções, perda de peso, febre e anorexia. ● As células leucêmicas podem infiltrar em outros órgãos causando hepato-esplenomegalia + LLA. ● O aumento dos linfonodos é incomum. ● Pode infiltrar outros locais formando sarcoma granulocítico (como pele, SNC e gengiva). ● Artralgia, poliartrite e dor óssea. ● Sintomas de hiperleucocitose em 5% dos casos): dispneia, dor torácica, cefaleia, alteração visual e paralisia de nervos. Diagnóstico: ● >20% de blastos na MO (pela OMS). ● Imunofenotipagem: CD33 e CD13 (marcadores de linhagem mielóide). ● Há anormalidade citogenéticas em 50% dos pacientes. ● CUIDADO com síndrome de lisa tumoral - presença de hiperuricemia com alterações renais. Estratificação de risco: ● Fatores prognósticos: citogenética, idade, performance status, comorbidades. ● Fatores associados a mortalidade precoce: idade avançada, disfunção orgânica e IPS (células tronco pluripotente induzidas). ● Fatores associados a resistência a QT. Diagnóstico diferencial: pseudoleucemia, medula hipoplásica, reação leucemóide, pancitopenias não-leucêmicas. Tratamento: HEMATOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● É baseado na idade, performance e cariótipo. ● Terapia de indução: 7+3 (daunorrubicina e citarabina) ● Reavaliação em 2-3 semanas com mielograma. ● Aporte tranfusional: manter PL> 10.000 e Hb>8. ● Acompanhamento após: hemograma completo de 1-3 meses por 2 anos, após, 3-6 meses até 5 anos. ● Repetir mielograma se alteração no hemograma. LEUCEMIA LINFOCÍTICA AGUDA: ● Aumento rápido e progressivo de blastos linfoides na medula. ● Pode ocupar linfonodos, baço e outros órgãos vitais. (sempre pesquisar testículos e SNC) ● Se não tratada, pode levar a morte em meses após o diagnóstico. ● 1-2 casos em 100.000 habitantes / ano. ● Tem distribuição bimodal: acomete crianças e velhos. ● Na maioria das vezes a causa não é definida, mas tem relação com exposição a radiação. ● Tem associação com o HTLV na célula T e Epstein-Baar associada ao leucemia de Burkitt. ● Pode ser classificada em 3 segundo tipo imunológico (FAB): o LLA pré-B o LLA de células T o LLA de células B ● Outra classificação: o L1 - variante da infância. o L2 - variante de adultos. o L3 - variante Burkitt. ● Alguns casos não são classificados, sendo chamados de indiferenciados e outros expressam as 2 linhagens, sendo chamadas de bifenotípicas. Quadro clínico: ● Cansaço, dispneia, sangramento, infecções, febre, linfonodomegalias, esplenomegalia, sinais de envolvimento do SNC. Diagnóstico: ● Microscopia do sangue periférico e da MO, pela imunofenotipagem e citogenética. ● Sempre fazer exame do líquor. Tratamento: ● Curativo com quimioterapia. ● Uso de inibidores da tirosinaquinase, quando indicado. ● TMO se indicação em pacientes de alto risco: Ph+, >35ª., pró-B, t (4;11) e DMR pós tratamento. ● O objetivo é atingir remissão, medula com função normal. ● É baseado em 3 fases: indução de remissão, pós-remissão e profilaxia do SNC. NEOPLASIAS LINFOIDES / DOENÇAS LINFOPROLIFERATIVAS ● Originam-se das células imunes nos mais diferentes estágios de maturação, que faz com que tenham aspectos clínicos, morfológicos, imunes e terapêuticos específicos. HEMATOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Se apresentam na forma de leucemias (envolvimento medular) ou linfomas (envolvimento ganglionar). LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA: ● Ocorre aumento progressivo de linfócitos maduros no sangue, MO e órgãos linfoides. ● Neoplasia maligna de linhagem B. ● É igual ao linfoma não-Hodgkin linfocítico B. ● É uma doença de pessoas velhas, mais comum após 70 anos. Não existe em crianças. ● É uma doença adquirida, não relacionada a exposição e sem anormalidades genéticas. A etiologia é desconhecida. Quadro clínico: ● É variável. ● Assintomática em 50% dos pacientes (quando aparece como achado laboratorial). ● Adenomegalias mais frequentes em região cervical, axilar e supra clavicular. ● Hepatoesplenomegalia. ● 5-15% tem sintomas B (febre, perda de peso, sudorese noturna e fadiga extrema). Diagnóstico: ● => 5000 leucócitos maduros. ● Fenótipo monoclonal B. ● Não é necessário estudo da medula. ● Estadiamento clínico: RAIxBinet Tratamento: ● Assintomáticos → observação. ● Tratar se: HB <10; plaquetas <100.000; leucócitos x2 ● O tratamento precoce não melhora o prognóstico. LINFOMAS ● Podem ser definidos como um grupo de diversas doenças neoplásicas do sistema linfático. ● Tem origem na proliferação de linfócitos B ou T em qualquer um de seus estágios de maturação. ● Ocorre perda do controle da multiplicação das células. ● No sistema linfático, os linfócitos presentes (linfonodo), sofrem mutaçãonos seus genes e começam a proliferar desordenadamente em progressão geométrica. Um linfócito gera dois, que geram quatro, oito, dezesseis e assim sucessivamente até formar uma geração de clones, ou seja, de linfócitos anormais que não mais respeitam as sinalizações do organismo para pararem de reproduzir-se. Gânglios: ● São formados basicamente por glóbulos brancos. ● Alguns podem ser sentidos pela palpação quando aumentam de volume e estão situados no pescoço, nas axilas e na região inguinal. ● Há também gânglios distribuídos estrategicamente em outros órgãos. ● Os gânglios aumentam de tamanho sempre que são atingidos por algum processo infeccioso. HEMATOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Em algumas situações que consideramos especiais, os gânglios podem crescer devido a multiplicação desordenada dos glóbulos brancos existentes em seu interior. ● A proliferação anormal de linfócitos pode ter como resultado o aparecimento dos linfomas. SUSPEITA: ● Linfonodomegalia o >2cm de diâmetro, firme, indolor, não associado a processo infeccioso e que persiste por mais de 4 semanas. CLÍNICA: ● Linfomas de alto grau: são de crescimento rápido e dobram de tamanho em dois ou três dias; ● Linfomas de grau intermediário: dobram de tamanho em um mês, um mês e pouquinho. ● Linfoma de baixo grau: crescem extremamente devagar, ou seja, dobram de tamanho em seis meses, um ano ● Obs: Quando se examina um paciente e se levanta sua história, determinar a velocidade de crescimento dos gânglios ajuda a classificar o tipo de linfoma. LINFOMA DE HODGKIN: ● Quando um linfócito B, cresce descontroladamente (forma maligna) e se dissemina pelo corpo. ● Dentro dos linfonodos ocorre a produção de cópias idênticas às células neoplásicas. Após algum tempo, pode haver a disseminação dessas células para os tecidos adjacentes. A disseminação de grupos de linfonodos para outros grupos de linfonodos através da circulação linfática. ● Mais comumente, este tipo de neoplasia se localiza no mediastino. Fatores de risco: ● Indivíduos com o sistema imunitário comprometido ● Doenças genéticas hereditárias, ● Infecção Pelo vírus HIV, ● Uso de medicamentos Imunossupressores, ● História familiar. Sintomas: ● Depende da sua localização: o Próximos da pele, do pescoço, das axilas e da virilha : linfonodos aumentados e indolores nesses locais do corpo. o Região torácica: tosse, dispnéia e dor torácica. o Pelve e na cavidade abominal: plenitude e distensão do abdômen. ● Outros sintomas incluem febre, fadiga, sudorese noturna, perda de peso e prurido. Diagnóstico: ● A biópsia é fundamental para determinar o tipo de células. HEMATOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Tomografia, RM (entre outros). ● Estudo de genética molecular. Tratamento: ● Poloquimioterpaia, com ou sem radioterapia. ● Quando ocorrem recaídas da doença: poliquimioterapia e transplante de MO. LINFOMA NÃO-HODGKIN: ● Comprometem o sistema imune. ● Pode ocorrer em pessoas imunodeficientes, doenças genéticas hereditárias, uso de drogas imunossupressoras e infecção pelo HIV. ● Também pode estar relacionada a exposição química: pesticidas, solventes, fertilizantes, entre outros. E a exposição a altas doses de radiação. Sintomas: ● Linfoadenopatia no pescoço, axila e/ou virilha. ● Sudorese noturna excessiva. ● Febre. ● Prurido. ● Perda de peso sem explicação. Diagnóstico: ● Evitar biópsia e punção aspirativa. ● Tomografia computadorizada. ● Ressonância magnética. ● Estudos de genética molecular. Estadiamento: ● Estágio I - envolvimento de apenas um grupo de linfonodos. ● Estágio II – quando há envolvimento de mais de um grupo de gânglios linfáticos, acima ou abaixo do diafragma, ou quando está afetado um único órgão ou local com gânglios linfáticos adjacentes do mesmo lado do diafragma. ● Estágio III- há envolvimento de gânglios linfáticos, várias localizações, podendo ser no mesmo lado do diafragma. Quando há envolvimento de gânglios do mediastino (dentro do tórax). ● Estágio IV -temos o envolvimento disseminado dos linfonodos. Cada estágio é subdividido em A e B: "A" significa assintomático, e para pacientes que se queixam de febre, sudorese ou perda de peso inexplicada, aplica-se o termo "B". Tratamento: ● Quimioterapia, radioterapia ou ambos. ● Imunoterapia - anticorpos monoclonais e citoquinas, isoladamente ou associados à quimioterapia. MIELOMA MÚLTIPLO ● Neoplasia progressiva e incurável de células B. ● Proliferação desregulada de plasmócitos na MO. Esses plasmócitos (células anti-inflamatórias que se originam na diferenciação dos linfócitos B que chegam até os tecidos conjuntivos através do sangue) secretam uma imunoglobulina chamada proteína M (monoclonal). Plasmócitos anormais produzem imunoglobulinas anormais, que não conseguem exercer suas funções de proteção e formam um amontoado de proteínas “bagunçadas”, chamadas proteína HEMATOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A monoclonal ou proteína M. Para entender melhor: a proteína monoclonal é uma imunoglobulina malformada. ● Promove, progressivamente, destruição óssea, falência renal, supressão hematopoiética e infecções. ● É frequentemente precedida por Gamopatia Monoclonal de Significado Indeterminado (MGUS). ● Ocorrem 5 casos/100000 hab. ● Predominantemente em idosos entre 60-75 anos. ● Ocorre mais em negros. ● Ocorre mais em homens. Manifestações clínicas: ● Dor óssea (principal manifestação clínica, associada à destruição óssea). ● Fratura patológica (confirma doença em pela atividade e indica estádio clínico mais avançado). ● Fraqueza. ● Perda de peso. ● Febre. ● Hepatomegalia e esplenomegalia. Achados laboratoriais: anemia; palmócitos e hemácias em rouleaux (empilhamento); trombocitopenia; insuficiência renal; hipercalcemia; hiperuricemia. Diagnóstico: mielograma (grande quantidade de plasmócitos na medula); BMO; plasmocitoma extramedular; imunifenotipagem. Tratamento: ● Assintomático: não deve receber tratamento ao diagnóstico, apenas quando surgirem indicações. ● Sintomático: o tratamento deve ser rapidamente instituído. ● Pacientes com menos de 65-70 anos, com bom performance status, sem comorbidades e com função renal próxima do normal são potencialmente candidatos à consolidação com altas doses de quimioterapia seguidas de transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas. ● Mais de 65-70 anos, com performance status ruim, comorbidades e com função renal alterada podem receber tratamento com agentes alquilantes (por exemplo, melfalano e prednisona, com ou sem talidomida) pois não serão submetidos atransplante. O principal objetivo nesses casos é atingir resposta com mínima toxicidade. TROMBOFILIAS HEREDITÁRIAS E ADQUIRIDAS TROMBOSE: ● É um processo patológico resultante da iniciação e propagação inapropriada da resposta hemostática. ● Essa alteração do sistema hemostático causa aumento do risco de desenvolvimento de trombos. ● Trombose = formação de uma massa (de constituintes do sangue) dentro da árvore venosa ou arterial. ● TRÍADE DE VIRCHOW (A tríade é composta por três categorias de fatores que contribuem para a trombose venosa e trombose arterial): o Alterações da função endotelial (lesão do endotélio vascular). HEMATOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A o Alterações no fluxo sanguíneo (estase venosa). o Alterações na coagulação do sangue (alterações na constituição do sangue, hipercoagulabilidade). ● Território - pode ser arterial ou venoso, o que diferencia é a velocidade do fluxo sanguíneo. o Arterial → estresse de cisalhamento (atrito do sangue com as paredes elevado) elevado → plaquetas. o Venoso → estresse de cisalhamento baixo (estase) → coagulação. ▪ Fisiopatologia do Tromboembolismo venoso (TEV): ● Fatores de predisposição genética. ● Fator precipitante/desencadeante. ● Fator predisponente genético de baixo grau (evento trombogênico forte e clinicamente evidente). ● Fator predisponente genético de alto grau (evento menor e subclínico). TROMBOFILIAS HEREDITÁRIAS: Características clínicas: ● TEV em mais de 90% dos casos → trombose venosa profunda dos MMII, embolia pulmonar, tromboflebite superficial, trombose venosa mesentérica e trombose venosa cerebral. ● História familiar de trombose. ● Primeiro episódio usualmente em idade jovem (<45 anos). ● Recorrências frequentes. ● Púrpura fulminante neonatal (por deficiência homozigótica da proteína C ou proteína S). 1. Redução das proteínas antitrombóticas (perda funcional): o Deficiência de AT (antitrombina III) o Deficiência de proteína C o Deficiência de proteína S ● Idade mais hovem. ● Trombose venosa idiopática ou secundária. ● Maior probabilidade de história familiar e de recorrência. ● Púrpuras fulminantes neonatal. HEMATOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A 2. Aumento das proteínas pró-trombóticas (ganho funcional): o Fator V Leiden (causando aumento das proteínas, é o mais importante) o Mutação do gene da protrombina o Níveis aumentados dos fatores VIII, IX, XI, VII e FVW T ● Idade mais avançada. ● Menor morbidade. Diagnóstico laboratorial: ● Quantificação da Antitrombina III ● Quantificação da Proteína C ● Quantificação da Proteína S ● Pesquisa do fator V Leiden ● Pesquisa da mutação do gene da protrombina ● Quantificação da homocisteína ● A investigação para trombofilia hereditária tem prós e contras: o Ela não altera a intensidade ou tempo de tratamento (exceto nas associações) e pode ocorrer má interpretação dos resultados pelos portadores assintomáticos. o Mas serve para esclarecimento das causas do TEV ou complicações gestacionais, abordagem dos portadores sintomáticos e assintomáticos em situações de alto risco para TEV, prevenção de complicações obstétricas nas portadoras, terapia de reposição hormonal em portadoras assintomáticas. ▪ O que é importante na trombofilia hereditária é esclarecer o motivo da trombose para avaliar uso de anticoagulante pelo resto da vida e avaliar a necessidade de acompanhar o resto da família. Mulheres com trombofilia tem risco de ter dificuldade para engravidar, não podem usar ACO com estrogênio e nem reposição hormonal no climatério. TROMBOFILIAS ADQUIRIDAS: Causas adquiridas que levam a trombose: ● Síndrome antifosfolipídio (SAF) ● Hemoglobinúria paroxística noturna (HPN) ● Doenças mieloproliferativas ● Neoplasias ● Gestação e puerpério ● Síndrome nefrótica ● Hiperviscosidade ● Contraceptivos com estrogênio SÍNDROME DO ANTICORPO ANTIFOSFOLIPÍDEO (SAF) ● Trombose arterial ou venosa, abortos recorrentes e trombocitopenia (↓ plaquetas no sangue) + evidência laboratorial de anticorpos antifosfolipídeos (AAF). o Os AAF incluem uma família de imunoglobulinas (IgG, IgM, IgA, ou mistas) autoimunes, que reconhecem e se ligam a complexos de proteínas plasmáticas, associadas a fosfolipídeos de membrana. ● Tem confirmação laboratorial difícil, os exames nem sempre são conclusivos. HEMATOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Forte suspeita clínica de SAF + testes negativos por 2 vezes → Pesquisa dos anticorpos anticardiolipina IgA e anti-Beta2GPI. ● Paciente com SAF deve usar antiacoagulante por toda a gestação e AAS pelo resto da vida. ● Critérios laboratoriais para diagnóstico: (2 exames com intervalo de 12 semanas) o Anticoagulante lúpico (LAC) + o Anticardiolipina (aCL): IgG ou IgM elevado o Anti-Beta2 GI - IgG ou IgM HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA (HPN) ● Hemólise intravascular ● Hemoglobinúria ● Pancitopenia ● Eventos trombóticos DOENÇAS MIELOPROLIFERATIVAS CRÔNICAS ● Mais em TE (trombocitopenia essencial) e PV (policitemia vera). ● Os eventos trombóticos ocorrem na apresentação ou durante os dois anos que precedem o diagnóstico da doença mieloproliferativa. HEMATOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● A trombose arterial é comum, acometendo coronárias, sistema nervoso central e vasos periféricos. ● Territórios venosos envolvidos: veias mesentérica, porta, cava inferior e cerebrais. NEOPLASIAS ● Eventos tromboembólicos ocorrem em aproximadamente 10-15% dos pacientes com neoplasia. Considerando-se os achados de necropsia, a frequência atinge 30%. ● É a 2ª causa mais comum de óbito entre os pacientes com neoplasia. GRAVIDEZ E PUERPÉRIO ● A gravidez aumenta em 6x o risco de TEV. ● O risco de trombose é ainda maior no puerpério. ● Fatores de risco: idade avançada, cesárea, imobilização prolongada, obesidade e tromboembolismo prévio. ● Mecanismos: alterações da hemostasia e aumento de substâncias pró-coagulantes. INVESTIGAÇÃO DAS TROMBOFILIAS QUANDO TESTAR? ● O modo de tratamento não se altera com a identificação de uma trombofilia hereditária ou adquirida. ● O processo inflamatório da fase aguda da trombose pode interferir na concentração dos inibidores fisiológicos da coagulação. ● Os anticorpos antifosfolipídeos podem ser consumidos na formação do trombo. ● Os testes devem ser realizados 3 meses após o evento trombótico agudo. TRATAMENTO ● O TEV pode ser considerado como uma doença crônica, independentemente da condição trombofílica subjacente, uma vez que o risco cumulativo de recorrência a longo prazo após o primeiro episódio de TVP ou EP atinge aproximadamente 25%após 5 anos e 30% após 10 anos. ● O risco basal de sangramento grave durante o tratamento é de 1% por ano. ● Fatores que aumentam o risco hemorrágico: >40 anos e neoplasia. ● Anticoagulação com varfarina ou anticoagulantes modernos. HEMATOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A COAGULOPATIAS HEMORRÁGICAS HEREDITÁRIAS E ADQUIRIDAS HEMOFILIAS: ● Distúrbios hemorrágicos hereditários no qual o sangue não coagula adequadamente. ● Ligada ao cromossomo X. ● Deficiência no fator de coagulação VIII ou IX. ● Tem formas leves, moderadas e graves. ● Facilidade de sangramento, principalmente em articulações. ● Alterações de TTP. ● Reposição de fator liofilizado. DEFICIÊNCIA DO FATOR DE VON WILLEBRAND: ● Doença hereditária. ● Ligado ao fator plaquetário e fator VIII. ● Tem formas leves, moderadas e graves. ● Facilidade de sangramento, principalmente em mucosas. ● Reposição de fator liofilizado. ALTERAÇÕES PLAQUETÁRIAS HEREDITÁRIAS: ● Sindrome de bernard Soulier ● Trombastenia de glanzmann ● Entre outras , geralmente familiares , podem ser qualitativas ou quantitativas DISTÚRBIOS DE COAGULAÇÃO ADQUIRIDOS: ● PTI ● PTT ● CIVD ● Doença hepatica grave ● Deficiência de vitamina K ● Causas infecciosas , tal como dengue hemorragica ● Tratamento depende da gravidade intensidade do quadro e etiologia. TERAPIA TRANSFUSIONAL / HEMOTERAPIA SISTEMA ABO: ● A superfície dos eritrócitos (hemácias) possui um elevado número de glicoproteínas que são agrupadas em famílias, os denominados “grupos sanguíneos”. ● Os mais importantes grupos/sistemas são o ABO e o sistema Rh. ● Um indivíduo pode ser A, B, AB ou O. ● Naturalmente, cada indivíduo possui anticorpos específicos para os carboidratos que não possui. ● Um indivíduo A possui anticorpos anti-B, um individuo O possui anticorpos anti-B e anti-A, e um individuo AB não possui nenhum dos anticorpos. HEMATOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● O sistema ABO é o de maior importância na prática transfusional por ser o mais antigênico, ou seja, por ter maior capacidade de provocar a produção de anticorpos, seguido pelo sistema Rh. ● Os antígenos deste sistema estão presentes na maioria dos tecidos do organismo. ● Fazem parte deste sistema três genes A, B e O podendo qualquer um dos três ocupar o loco ABO em cada elemento do par de cromossomos responsáveis por este sistema. ● Grupo AB: é possuidor de um gene A e de um gene B, ele possui nos seus glóbulos vermelhos os antígenos A e B, seu genótipo é AB. ● Grupo O: o gene O é amorfo, isto é, não produz antígeno perceptível. As células de grupo O são reconhecidas pela ausência de antígeno A ou B. Quando o gene O é herdado ao lado de A, apenas o gene A se manifesta; e se é herdado ao lado do gene B apenas o gene B se manifesta. Se não herda nenhum dos dois, chamamos OO. SISTEMA Rh: ● É caracterizado pela presença ou ausência do antígeno D. ● Ao contrário do sistema ABO, um individuo sem o antígeno D não possui anticorpos anti-D se nunca tiver sido exposto ao antígeno. ● O antígeno D só é produzido após o contato. TIPAGEM SANGUÍNEA: ● A determinação do grupo sanguíneo é feita usando dois tipos de testes: o TIPAGEM DIRETA - Através da identificação da presença de antígenos nos eritrócitos, usando reativos compostos de anticorpos conhecidos (anti-A, anti-B, anti-AB). o TIPAGEM REVERSA - Através da identificação da presença de anticorpos no soro/plasma usando reativos compostos de antígenos conhecidos (hemácias A e B). ● Por este processo, os indivíduos com idade superior a seis meses, possuem o anticorpo contra o antígeno que não tem, pois já foram expostos a essas bactérias e plantas, através da alimentação. Estes anticorpos são chamados de isoaglutininas ou aglutininas naturais. ● Observando o quadro abaixo podemos perceber a presença dos antígenos e anticorpos em cada grupo sanguíneo. ● É nesta presença ou ausência de antígenos e anticorpos que se baseia a tipagem sanguínea e a escolha do sangue a ser transfundido. TRANFUSÕES ● As transfusões podem ser: o Isogrupo: quando doador e receptor são do mesmo grupo ABO. o Heterogrupo: doador e receptor são de grupos sanguíneos diferentes. HEMATOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A Escolha do sangue a ser transfundido: ● Baseia-se em que o indivíduo não pode ser transfundido com um sangue que possua um antígeno que ele não tem, pois o anticorpo presente no seu plasma, contra esse antígeno, iria reagir com essas hemácias transfundidas. Ex: um indivíduo do grupo A não pode receber sangue B e assim por diante. ● Tipo AB: não possuem nenhuma das aglutininas do sistema ABO e isso significa que elas podem receber, por transfusão, sangue de qualquer tipo. Essas pessoas são chamadas de receptores universais. ● Tipo O: são os doadores universais, pios podem doar sangue para qualquer pessoa, uma vez que suas hemácias não possuem aglutinogênios. Mesmo que o receptor possua aglutininas, estas não terão nenhuma substância contra a qual reagir.
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