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Administração Geral- Professor Vinícius Bastos Teoria Geral da Administração- TGA Todas as organizações são constituídas por pessoas e por recursos não humanos (como recursos físicos e materiais, financeiros, tecnológicos, mercadológicos, etc.) A vida das pessoas depende intimamente das organizações e estas dependem da atividade e do trabalho daquelas. As Organizações são extremamente heterogêneas e diversificadas, de tamanhos diferentes, de características diferentes, de estruturas diferentes, de objetivos diferentes. Segundo CHIAVENATO, a Administração é um fenômeno social e organizacional que ocorre exclusivamente dentro das organizações. O conceito de Organização como uma unidade social ou agrupamento de pessoas que trabalha conjuntamente (agrupa os recursos) para suprir as demandas da sociedade (para alcançar objetivos). Assim, uma organização pode ser: uma empresa, uma igreja, uma instituição militar. Existem Organizações Lucrativas (chamadas Empresas) e Organizações Não Lucrativas (como Exército, Igreja, serviços públicos, entidades filantrópicas, organizações não governamentais – ONGs – etc.). O termo organização apresenta duas referências básicas. Por um lado, a palavra organização é utilizada para se referir à ação ou resultado de organizar ou organizar-se. Por outro lado, designa-se com o termo de organização àquele sistema desenhado para atingir satisfatoriamente determinados objetivos ou metas, no entanto, estes sistemas podem, a sua vez, estar formados por outros subsistemas relacionados que cumprem funções específicas. Ou seja, em outras palavras, uma organização será qualquer grupo social formado por pessoas, com uma série de tarefas e uma administração, que interagem no marco de uma estrutura sistêmica com a meta de cumprir certos objetivos propostos. A Teoria das Organizações – TO é o campo do conhecimento humano que se ocupa do estudo das organizações em geral. Por seu tamanho e pela complexidade de suas operações, as organizações, ao atingirem um certo porte, precisam ser administradas e sua administração requer todo o aparato de pessoas estratificadas em diversos níveis hierárquicos que se ocupam de incumbências diferentes. A Administração nada mais é do que a condução racional das atividades de uma Administração Geral- Professor Vinícius Bastos organização seja ela lucrativa ou não lucrativa. A administração trata do planejamento, da organização (estruturação), da direção e do controle de todas as atividades diferenciadas pela divisão de trabalho que ocorram dentro de uma organização. Assim, a Administração é imprescindível para existência, sobrevivência e sucesso das organizações. Sem a administração, as organizações jamais teriam condições de existir e de crescer. A Teoria Geral da Administração – TGA é o campo do conhecimento humano que se ocupa do estudo da Administração em geral, não importa onde ela seja aplicada, se nas organizações lucrativas (empresas) ou se nas organizações não lucrativas. A TGA trata do estudo da Administração das organizações e empresas do ponto de vista de interação e da interdependência entre as seis variáveis principais: Tarefa, Estrutura, Pessoas, Tecnologia, Ambiente e Competitividade. Administração Geral- Professor Vinícius Bastos Abordagens Clássicas: Administração Científica e Administração Clássica Introdução As origens da Abordagem Clássica da Administração remontam às consequências geradas pela Revolução Industrial e podem ser resumidas em dois fatos genéricos, a saber: • O crescimento acelerado e desorganizado das empresas, ocasionando gradativamente a complexidade na sua administração e exigindo uma abordagem científica e mais apurada que substituísse o empirismo e a improvisação até então dominantes. • A necessidade de aumentar a eficiência e a competência das organizações, no intuito de se obter o melhor rendimento dos recursos e fazer face à concorrência e à competição entre as empresas. A Abordagem Clássica é desdobrada em duas orientações diferentes e, até certo ponto, opostas entre si, mas que se complementam com relativa coerência: 1-Escola da Administração Científica - Frederick Winslow Taylor *Ênfase nas tarefas dos indivíduos 2-Corrente Anatômica e Fisiologista (Teoria Clássica) - Henri Fayol *Ênfase na Administração Geral- Professor Vinícius Bastos estrutura organizacional ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA – 1903-Fim do século XIX e início do século XX Frederick Winslow Taylor Taylor (Nascido na Filadélfia, 20 de março de 1856 – Filadélfia, 21 de março de 1915) foi um engenheiro mecânico estadunidense. Era técnico em mecânica e operário, formou-se engenheiro mecânico. Escreveu o livro "Os Princípios da Administração Científica", publicado em 1911, sendo considerado "o pai" da Administração Científica, por propor a utilização de métodos científicos cartesianos na administração de empresas. Seu foco era a eficiência operacional na administração industrial e comercial. Frederick Taylor acreditava que oferecendo instruções sistemáticas e adequadas aos trabalhadores, ou seja, treinando-os, haveria possibilidade de fazê-los produzir mais e com melhor qualidade. Taylor achava que todo e qualquer trabalho necessita, preliminarmente, de um estudo para que seja determinada uma metodologia própria visando sempre ao seu máximo desenvolvimento. • Ênfase nas tarefas dos indivíduos; • Frederick Winslow Taylor Administração Científica = Sistema de Taylor = Gerência Científica do Trabalho = Organização Racional do Trabalho; • Em 1903, ele publica o livro “Administração de Oficinas” onde expõe pela primeira vez suas teorias. Administração Geral- Professor Vinícius Bastos • O nome Administração Científica é devido à tentativa de aplicação dos métodos da ciência aos problemas da administração para alcançar a eficiência. Princípios da Administração Científica segundo Taylor Em seu segundo livro “Principles of Scientific Management” (Princípios de Administração Científica), publicado em 1911, Taylor apresenta seus estudos, porém com maior ênfase em sua filosofia, e introduz os quatro princípios fundamentais da administração científica: 1) Princípio de Planejamento – substituição de métodos empíricos por procedimentos científicos – sai de cena o improviso e o julgamento individual, o trabalho deve ser planejado e testado, seus movimentos decompostos a fim de reduzir e racionalizar sua execução. 2) Princípio de Preparo dos Trabalhadores – selecionar os operários de acordo com as suas aptidões e então prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor, de acordo com o método planejado para que atinjam a meta estabelecida. Preparar também máquinas e equipamentos através do arranjo físico racional das ferramentas e materiais. 3) Princípio de Controle – controlar o desenvolvimento do trabalho para se certificar de que está sendo realizado de acordo com a metodologia estabelecida e dentro da meta. 4) Princípio da Execução – distribuir as atribuições e responsabilidades para que o trabalho seja o mais disciplinado possível. Organização Racional do Trabalho (ORT) Os métodos científicos ficaram conhecidos como Organização Racional do Trabalho (ORT), que tem os seguintes fundamentos (‘‘Princípios da ORT’’): • Análise do trabalho em si e estudo dos tempos e movimentos; • Estudo da fadiga humana; • Divisão do trabalho e especialização do trabalhador; • Desenho de cargos e tarefas; • Incentivos e prêmios salariais por produção; • A ideia do Homo Economicus; Administração Geral- Professor Vinícius Bastos • O ambiente de trabalho, • Padronização; • Supervisão Funcional. *OBS: Eficiência – Correta utilização dos recursos (meios de produção) disponíveis. Essa tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares pelos métodos científicos recebeu o nome de Organização Racional do Trabalho (ORT). A Organização Racional do Trabalho (ORT) se fundamentaem: 1) Análise do Trabalho e Estudo dos Tempos e Movimentos- Eliminação dos movimentos inúteis e simplificação dos movimentos necessários, para proporcionar economia de tempo e menor esforço ao operário. Com isso padronizava-se o método de trabalho e o tempo destinado à sua execução. • Frank e Lillian Gilbreth – Parceiros de Taylor, foram pioneiros da ergonomia, que significa essencialmente “adaptar o lugar de trabalho ao trabalhador”, onde o objetivo é prevenir lesões e ferimentos em decorrência do trabalho, reduzindo ou eliminando a exposição do trabalhador a riscos como repetições, má postura, compressões mecânicas, altas temperaturas, entre outros. Frank Bunker Gilbreth, aprofundou o estudo dos movimentos junto com sua esposa e colaboradora Lillian Moller Gilbreth. Buscou compreender os hábitos de trabalho dos empregados das indústrias e encontrar meios de aumentar sua produção. O casal focou seus estudos no chamado "estudo dos movimentos", Frank tinha preocupações muito semelhantes às de Taylor, exceto que Taylor era interessado em engenharia e em problemas com o tempo dos funcionários e Frank em construção e com os movimentos dos operários. -Método: É a maneira de se fazer alguma coisa para obter determinado resultado. -Therbligs (anagrama de Gilbreth) – movimentos elementares que permitem decompor e analisar qualquer tarefa. Administração Geral- Professor Vinícius Bastos • O conceito de eficiência é fundamental para a Administração Científica. A Análise do Trabalho e o estudo de tempos e movimentos focalizam a melhor maneira (the one best way) de executar uma tarefa e elevar a eficiência do operário. • Eficiência = Correta utilização dos recursos (meios de produção) disponíveis. É a relação entre o que é feito e o que pode ser feito, uma relação entre o custo e o benefício. A consequência direta da eficiência é a produtividade. 2) Estudo da fadiga humana – Os Gilbreth efetuaram estudos sobre a fadiga na produtividade do operário. A fadiga predispõe o trabalhador para: - Diminuição da produtividade e qualidade do trabalho; - Perda de tempo; - Aumento da rotatividade de pessoal; - Doenças; - Acidentes; e - Diminuição da capacidade de esforço. 3) Divisão do trabalho e Especialização do trabalhador – Uma das decorrências do estudo de tempos e movimentos. Cada operário passou a ser responsável por uma única operação no processo produtivo. Administração Geral- Professor Vinícius Bastos A ideia predominante era a de que a eficiência aumenta com a especialização: quanto mais especializado for um operário, tanto maior será a sua eficiência. 4) Desenho de Cargos e Tarefas – É a maneira pela qual um cargo é criado, projetado e combinado com outros cargos para a execução das tarefas. - Tarefa: se constitui na menor unidade possível dentro da divisão do trabalho em uma organização. - Cargo: é um conjunto de tarefas executadas de maneira cíclica ou repetitiva. 5) Incentivos Salariais e Prêmios de Produção - Taylor e seus seguidores entendiam que a remuneração baseada no tempo (salário mensal, diário ou por hora) não estimula ninguém a trabalhar mais e deve ser substituída por uma remuneração baseada na produção de cada operário (salário por peça ou produção). Além disso, introduziu um estímulo salarial para operários que ultrapassassem o tempo padrão. - Tempo Padrão – Tempo médio necessário para o operário realizar a tarefa racionalizada. Constitui o nível de eficiência equivalente a 100%. A produção individual até o nível de 100% de eficiência é remunerada pelo número de peças produzidas. Acima do nível de 100% de eficiência a remuneração por peça passa a ser acrescida de um prêmio de produção ou incentivo salarial que aumenta na medida em que se eleva a eficiência do operário. Exemplo Hipotético Pré Taylor: Remuneração por período – $200,00 - Operário “A”: 80 peças = $200,00 - Operário “B” 100 peças = $200,00 - Despesas com salário = $ 400,00 Taylor: Remuneração por tarefa: $2,00/peça -Operário “A”: 80 peças x $2,00 = $160,00 -Operário “B”: 100 Peças x $2,00 = $200,00 Administração Geral- Professor Vinícius Bastos -Despesas com salário = $360,00 Incentivo Salarial e Prêmio de Produção Condições: -$/peça = $2,00 -Tempo Padrão: 180 peças/2 = 90 peças -$/peça acima do Tempo Padrão: $3,00 Remunerações: -Operário “A”: 80 peças x $2,00 = $160,00 -Operário “B”: (90 peças x $2,00 + 10 x $3,00) = $210,00 6) Conceito do “Homo Economicus” - O homem procura o trabalho não porque gosta dele, mas como meio de ganhar a vida por meio do salário que o trabalho proporciona. A Administração Científica fundamenta-se no conceito de que o trabalhador é influenciado exclusivamente por recompensas salariais, econômicas e materiais. 7) Condições de Trabalho – Conjunto de condições de trabalho que garantam o bem-estar físico do trabalhador e diminuem a fadiga. O conforto do operário e a melhoria do ambiente físico passam a ser valorizados, não porque as pessoas o merecessem, mas porque eram essenciais para a melhoria da eficiência do trabalhador. 8) Racionalização do Trabalho - A contribuição de Taylor à Administração foi logo enriquecida com uma torrente de outras contribuições feitas por contemporâneos. Henry Lawrence Gantt, engenheiro americano que trabalhou com Taylor entre 1887 e 1902, passou a se dedicar a uma nova profissão liberal: a de engenheiro consultor em racionalização do trabalho. Enquanto Taylor dava ênfase à análise e à organização do trabalho em si como solução para os problemas de eficiência e produtividade, Gantt dava maior atenção às pessoas que executam o trabalho. Enquanto um se preocupava com o aspecto tecnológico e metodológico (Taylor) , o outro se voltava para o aspecto psicológico e humano (Gantt). OBS: Gráfico de Gantt: É um cronograma muito aplicado atualmente na metodologia Administração Geral- Professor Vinícius Bastos administrativa, como instrumento de planejamento e controle. É uma tabela de dupla entrada que retrata e mede a atividade e o tempo necessários para seu desempenho, permitindo a comparação entre o desempenho real e o desempenho planejado. 9) Padronização - Uniformidade de métodos, processos, equipamentos, matérias- primas, visando reduzir a variabilidade e a diversidade no processo produtivo e, daí, eliminar o desperdício e aumentar a eficiência. - Padrão é uma unidade de medida adotada e aceita comumente como critério. A padronização é a aplicação de normas em uma organização para obter uniformidade e, consequentemente, redução de custos. 10) Supervisão Funcional - A especialização do operário deve ser acompanhada da especialização do supervisor e não de uma centralização da autoridade. Taylor propunha a chamada supervisão funcional, que nada mais é do que a existência de diversos supervisores, cada qual especializado em determinada área e que tem autoridade funcional (relativa apenas a sua especialidade) sobre os mesmos representa a aplicação da divisão do trabalho. • Especialização- especialistas no nível dos supervisores e chefes, - e não mestres - transmitam a cada operário o conhecimento e orientação. Administração Geral- Professor Vinícius Bastos Apreciação crítica da Administração Científica 1) Mecanicismo da Administração Científica A Administração Científica restringiu-se às tarefas e aos fatores diretamente relacionados com o cargo e a função do operário. Muito embora a organização seja constituída de pessoas, deu-se pouca atenção ao elemento humano e concebeu-se a organização como “um arranjo rígido e estático de peças”, ou seja, como uma máquina. Daí a denominação “Teoria de Máquina” dada a essa abordagem. 2) Superespecialização do Operário A fragmentação das tarefas (especialização) tornou supérflua a qualificação do operário, levando-o à bitolação e à desmotivação. Até certo ponto, esseesquema será o responsável pelo alcance de altos lucros em curto prazo, com baixo nível salarial e à custa de tensões sociais e sindicais. A proposição de Taylor de que “a eficiência administrativa aumentava com a especialização do trabalhador” não encontrou amparo nos resultados de pesquisas posteriores. 3) Visão Microscópica do Homem A utilização dos seres humanos na organização limitou-se às tarefas na linha de produção, abrangendo apenas as variáveis fisiológicas, tanto assim que a Administração Científica é chamada de Teoria Fisiológica da Organização. Taylor considerou os recursos humanos como um apêndice da maquinaria industrial. Administração Geral- Professor Vinícius Bastos 4) Ausência de comprovação científica A Administração Científica é criticada por pretender criar uma ciência, sem apresentar comprovação científica das suas proposições e princípios. Os engenheiros americanos utilizaram pouquíssima pesquisa e experimentação científica para comprovar sua tese. 5) Abordagem incompleta da organização A Administração Científica é considerada incompleta, parcial e inacabada, por se restringir apenas aos aspectos formais da organização, omitindo completamente a organização informal e os aspectos humanos da organização. 6) Limitação do campo de aplicação As ideias de Taylor e seus seguidores limitaram-se aos problemas de produção localizados na fábrica, não considerando os demais aspectos da vida da empresa (financeiras, comerciais, etc). 7) Abordagem Prescritiva e Normativa A Administração Científica se caracteriza pela preocupação em prescrever princípios normativos que devem ser aplicados como receituário em todas as circunstâncias para que o administrador possa ser bem-sucedido. Essa perspectiva visualiza a organização como ela deveria funcionar, em vez de explicar seu funcionamento. 8) Abordagem de Sistema Fechado Se caracteriza pelo fato de visualizar somente aquilo que acontece dentro de uma organização, sem levar em conta o meio ambiente em que ela está situada. O comportamento de um sistema fechado é mecânico, previsível e determinístico. Porém, as organizações nunca se comportam como um sistema fechado nem podem ser reduzidas a algumas poucas variáveis ou a alguns poucos aspectos importantes. 9) Pioneirismo na Administração A Escola da Administração Científica constitui o ponto de partida da administração contemporânea, principalmente nos seguintes aspectos. a) É o primeiro desenvolvimento científico que se propõe a analisar e a Administração Geral- Professor Vinícius Bastos padronizar os processos produtivos com o objetivo de aumentar a produtividade e a eficiência. b) Obteve êxito na racionalização e eficiência dentro do contexto de sua época. c) Complementou a tecnologia de então, desenvolvendo métodos que racionalizaram a produção, logrando aumento técnicas e de produtividade. Fordismo – 1908 Henry Ford Henry Ford (Nascido em Greenfield Township, atual Condado de Wayne, 30 de julho de 1863 — Dearborn, 7 de abril de 1947) foi um empreendedor e engenheiro mecânico estadunidense, fundador da Ford Motor Company, autor dos livros ‘‘Minha filosofia de indústria’’ e ‘‘Minha vida e minha obra’’, e o primeiro empresário a aplicar a montagem em série de forma a produzir em massa automóveis em menos tempo e a um menor custo. A introdução de seu modelo Ford T revolucionou os transportes e a indústria dos Estados Unidos. Como único dono da Ford Company, ele se tornou um dos homens mais ricos e conhecidos do mundo. A ele é atribuído o "fordismo", isto é, a produção em grande quantidade de automóveis a baixo custo por meio da utilização do artifício conhecido como "linha de montagem", o qual tinha condições de fabricar um carro a cada 98 minutos, além dos altos salários oferecidos a seus operários — notavelmente o valor de 5 dólares por dia, adotado em 1914. Administração Geral- Professor Vinícius Bastos O fordismo é um princípio organizador do trabalho desenvolvido por Henry Ford em 1908, sendo uma evolução do Taylorismo. Manteve-se o mecanismo de produção e a organização da gerencia utilizada do sistema anterior, porém foi adicionada a esteira rolante, ditando um novo ritmo de trabalho. Essa filosofia de fabricação também se baseava na produção industrial em massa e visava alcançar uma maior produtividade padronizando a produção e dividindo o trabalho em tarefas menores, onde cada funcionário é responsável por uma etapa. A minimização de custos e aumento da produtividade fazem com que os preços dos produtos caiam, porém, esse método acaba por desqualificar os funcionários. Apesar disso, no fordismo houve uma limitação da carga horária de funcionários para 8h diárias e o pagamento de melhores salários. - Características de produção: 1. Padronização dos produtos; 2. Produção em grande escala; 3. Uso de linhas de montagem; 4. Divisão do trabalho em pequenas tarefas. - Princípios adotados por Henry Ford: 1) Princípio de Intensificação: diminuir o tempo de duração com utilização imediata dos equipamentos e matéria-prima e a rápida colocação do produto no mercado. 2) Princípio de Economicidade: reduzir ao mínimo o volume de estoque da matéria prima em transformação, para que o automóvel fosse pago à empresa antes de vencido o prazo de pagamento dos salários e da matéria-prima adquirida. 3) Princípio de Produtividade: aumentar a capacidade de produção do homem no mesmo período (produtividade) por meio da especialização e da linha de montagem. Administração Geral- Professor Vinícius Bastos Toyotismo- 1962 Taiichi Ohno Taiichi Ohno (Nascido em Dalian, China, 29 de fevereiro de 1912 — 28 de maio de 1990) é considerado o principal responsável pela criação do Sistema Toyota de Produção. Formou-se em Engenharia Mecânica na Escola Técnica de Nagoya e entrou para a Toyota Spinning and Weaving em 1932. Em 1943 foi transferido para a Toyota Motor Company, em 1954 tornou-se diretor, em 1964 diretor gerente, em 1970 diretor gerente sênior e vice-presidente executivo em 1975. Taiichi Ohno é considerado o criador do Sistema Toyota de Produção e o pai do Sistema Kanban. Logo cedo na sua carreira ele expandiu as ideias desenvolvidas por Kiichiro Toyoda para reduzir perdas na produção, iniciando a experimentação e o desenvolvimento de metodologias de produção que diminuíssem o tempo de fabricação dos componentes principais dos produtos e a criação de sub-linhas de montagens que dessem suporte a linha de produção final. O Toyotismo é um princípio de organização do trabalho desenvolvido por Taiichi Ohno em 1962. Esta organização define-se por dois princípios principais: - Princípio just in time (JIT): consiste em minimizar estoques produzindo de acordo com a demanda; - Princípio de Cinco Zeros: zero de atraso, zero defeitos, zero de estoque, zero panes e zero papéis. No Toyotismo, o trabalho em equipe é um fator importante, com grupos que organizam e controlam seu próprio trabalho, de forma a obter um melhoramento contínuo. Surgiu assim uma organização de trabalho horizontal, com objetivo de um melhor acabamento dos produtos. Administração Geral- Professor Vinícius Bastos O Toyotismo aparece como um modelo ideal em termos de produtividade, no entanto, sua implementação é difícil e as empresas que tentaram aplicar falharam. - Características de produção: 1. Produção diversificada; 2. Eliminação de desperdício; 3. Autonomia; 4. Trabalhadores com múltiplas tarefas; TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO Jules Henri Fayol Fayol (Nasceu em Istambul, 29 de julho de 1841 — Paris, 19 de novembro de 1925) foi um engenheiro de minas francês, formado pela Ecole des Mines de Saint-Etienne e um dos teóricos clássicos da ciência da administração, sendo o fundador da Teoria Clássica da administração. Criou o Centro de Estudos Administrativos, onde se reuniam semanalmente pessoasinteressadas na administração de negócios comerciais, industriais e governamentais, contribuindo para a difusão das doutrinas administrativas. Entre seus seguidores estavam Luther Guilick, James D. Mooney, Oliver Sheldon e Lyndal F. Urwick. A Teoria Clássica tinha sua ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para ser eficiente. Enquanto Taylor e outros engenheiros desenvolviam a Administração Geral- Professor Vinícius Bastos Administração Científica nos Estados Unidos, em 1916, surgia na França, espraiando- se rapidamente pela Europa, a Teoria Clássica da Administração. Na realidade, o objetivo de ambas as teorias era o mesmo: a busca da eficiência das organizações Segundo a Administração Científica, a eficiência é alcançada por meio da racionalização do trabalho do operário e na somatória das eficiências individuais. Na Teoria Clássica, ao contrário, partia-se do todo organizacional e da sua estrutura, para garantir a eficiência de todas as partes envolvidas, direcionou seu trabalho para a empresa como um todo, ou seja, procurando cuidar da empresa de cima para baixo, ao contrário das ideias adotadas por Taylor e Ford. Funções Básicas da Empresa segundo Fayol Funções básicas da empresa 1) Funções Técnicas: produção. 2) Funções Comerciais: compra, venda e permuta. 3) Funções Financeiras: procura e gerência de capitais. 4) Funções de Segurança: proteção e preservação de bens e pessoas. 5) Funções Contábeis: inventários, registros, balanços, custos. 6) Funções Administrativas: coordenam e sincronizam as demais funções. Administração Geral- Professor Vinícius Bastos Funções Administrativas segundo Fayol FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS - Prever (Previsão) - Avaliação do futuro. Determinar antecipadamente o que deve ser feito. - Organizar (Organização) - Constituir o duplo organismo material e social da empresa. - Comandar (Comando) - Dirigir e orientar o pessoal - Coordenar (Coordenação) - Ligar, unir, harmonizar atos e esforços coletivos. - Controlar (Controle) - Verificar se tudo ocorre conforme o previsto e estabelecer a ação corretiva, se necessário. Elementos da Administração Ao definir Administração, Fayol implicitamente definiu os elementos que a compõem: Previsão, Organização, Comando, Coordenação e Controle. Esses cinco elementos constituem as chamadas funções do administrador. Contudo, os seguidores de Fayol definiram, a seu modo, os seus elementos da administração, mas não se afastaram muito da concepção fayoliana. Administração Geral- Professor Vinícius Bastos Princípios Gerais da Administração para Fayol Como toda ciência, a Administração deve se basear em leis ou em princípios. Fayol tentou definir os “princípios gerais” de Administração, sem muita originalidade, baseado em diversos autores da época. Fayol adota a denominação de princípio, afastando dela qualquer ideia de rigidez, pois nada existe de rígido ou de absoluto em matéria de administração 1- Divisão do trabalho - Constitui a base da organização. Especialização e à diferenciação de tarefas (heterogeneidade). 2- Autoridade e Responsabilidade • Autoridade - Poder de mandar e se fazer obedecer • Responsabilidade - Dever de fazer e prestar contas do que foi feito. A autoridade deve ser acompanhada da responsabilidade correspondente. Ambas devem estar equilibradas entre si. 3- Disciplina – É essencial para que a organização funcione bem e depende da obediência, aplicação, energia e respeito aos acordos estabelecidos 4- Unidade de comando - Cada empregado deve receber ordens de um único superior. É o princípio da autoridade única. 5- Unidade de direção – Todas as atividades direcionadas a um único objetivo, devem ser coordenadas por único plano e por um único responsável. 6 - Subordinação dos interesses individuais aos gerais – Os interesses gerais da Administração Geral- Professor Vinícius Bastos empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares das pessoas. 7 - Remuneração do pessoal – Deve haver justa e garantida satisfação para os empregados e para a organização em termos de retribuição. 8 - Centralização – Refere-se à concentração de autoridade no topo da hierarquia da organização. *Delegação → processo pelo qual a autoridade é distribuída pelos níveis mais baixos da organização (descentralização). 9 - Hierarquia ou cadeia escalar – A comunicação deve fluir segundo a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao escalão mais baixo em função do princípio de comando. 10 - Ordem - Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem material e humana. 11 - Equidade - Justiça para alcançar a lealdade do pessoal. 12 - Estabilidade - A rotatividade do pessoal é prejudicial para a eficiência da empresa. Quanto mais tempo uma pessoa permanecer no cargo, tanto melhor para a empresa. 13 - Iniciativa – Todas as pessoas devem ser encorajadas a ter iniciativa dentro dos limites impostos pela necessidade de autoridade e disciplina. 14 - Espírito de equipe - A harmonia e a união entre as pessoas são fundamentais para a organização. Apreciação crítica da Teoria Clássica 1) Abordagem simplificada da organização Os autores clássicos partem do pressuposto de que a simples adoção dos princípios gerais de administração - como a divisão do trabalho, a especialização, a unidade de comando - permite uma organização formal da empresa capaz de proporcionar-lhe a máxima eficiência possível. Daí a crítica quanto a essa visão simplória e reducionista da atividade organizacional. 2) Ausência de trabalhos experimentais O fato de denominarem de princípios a muitas de suas proposições acaba sendo criticado, utilizado como um procedimento presunçoso, pois como sinônimo de lei Administração Geral- Professor Vinícius Bastos deve envolver um princípio alto grau de regularidade e consistência, permitindo razoável previsão em sua aplicação, tal como acontece nas outras ciências. Porém, como Taylor, Fayol fundamenta seus conceitos na observação e no senso comum. Seus princípios carecem de apresentação metódica. Seu método é empírico e concreto, baseado na experiência direta e no pragmatismo. 3) Extremo racionalismo na concepção da administração A insistência sobre a concepção da Administração como um conjunto de princípios universalmente aplicáveis, provocou a denominação Escola Universalista. O abstracionismo e o formalismo são criticados por levarem a análise da Administração à superficialidade, à super simplificação e à falta de realismo. Princípios Universais – Únicos; válidos para quaisquer situações, quaisquer empresas. Alguns autores preferem, pelo espírito pragmático e utilitarista, a denominação de Teoria Pragmática Pragmatismo (do grego pragmata = atos ou negócios) – Doutrina ou atitude de conformidade com a qual a verdade nasce da relação existente entre a experiência humana e seus efeitos práticos 4) Teoria da máquina A Teoria Clássica recebe o nome de teoria da máquina pelo fato de considerar a organização sob o prisma do comportamento mecânico de uma máquina: a determinadas causas decorrerão determinados efeitos ou consequências dentro de uma correlação determinística. Os modelos administrativos de Taylor-Fayol correspondem à divisão mecanicista do trabalho, em que o parcelamento das tarefas é a mola do sistema. 5) Abordagem incompleta da organização Tal como aconteceu com a Administração Científica, também a Teoria Clássica somente se preocupou com a organização formal, descuidando-se da organização informal. 6) Abordagem de sistema fechado Da mesma maneira como ocorreu com a Administração Científica, a Teoria Clássica trata a organização como se ela fosse um sistema fechado, composto de poucas Administração Geral- Professor Vinícius Bastos variáveis, perfeitamente conhecidas e previsíveis que podem ser manipuladas pelos princípios gerais da administração.7) Conclusão Apesar de todas as críticas, a Teoria Clássica é ainda a abordagem mais utilizada para os iniciantes em Administração, pois permite uma visão sistemática e ordenada. Embora, em uma era de mudança e instabilidade como a que atravessamos, a abordagem clássica mostre-se rígida, inflexível e conservadora, pois ela foi concebida em uma época de estabilidade e permanência, ainda assim, tem a sua utilidade no mundo de hoje. Os seus princípios proporcionam guias gerais que permitem ao gerente manipular os deveres do cotidiano do seu trabalho com mais segurança e confiança. Teoria Geral da Administração- TGA Introdução Princípios da Administração Científica segundo Taylor Organização Racional do Trabalho (ORT) Henry Ford - Características de produção: - Características de produção: Funções Básicas da Empresa segundo Fayol Funções Administrativas segundo Fayol
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