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Uma parceria entre a SED/SC e o Instituto Ayrton Senna Orientação para Planos de Aulas (OPA) Projeto de Vida Autoconhecimento e o mundo do trabalho na construção de um projeto de vida 2º ano/2º semestre OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 2 Uma parceria entre a SED/SC e o Instituto Ayrton Senna 2º ano/2º semestre Orientação para Planos de Aulas (OPA) Projeto de Vida Autoconhecimento e o mundo do trabalho na construção de um projeto de vida Su m ár io Introdução p. 2 Por que trabalhar com projetos de vida? p. 3 Metodologias e gestão de encontros p. 6 Cardápio de atividades p. 10 Mapa das atividades p. 14 Introdução Caro(a) professor(a), O conjunto de orientações e reflexões que estruturam este material foi elaborado para servir de alicerce à sua ação como mediador dos encontros de Projeto de Vida do 2º semestre do 2º ano. Esse componente curricular tem como objetivo estimular a reflexão dos estudantes acerca de suas trajetórias e, em especial, potencializar a formação para a autonomia, o que, na perspectiva da educação integral, significa prepará-los para fazer escolhas no presente e para o futuro, na escola e na vida. Escolhas apoiadas em quem são (suas identidades e valores) e no que querem ser (seus sonhos e aspirações). OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 3 As atividades serão desenvolvidas em encontros semanais com os alunos, abordando temáticas diversas, porém sempre conectadas, como a identidade, o cotidiano escolar, a rotina de estudos, o mundo do trabalho e os projetos de vida dos jovens. Para esclarecer as intencionalidades educativas que embasam cada aspecto desse componente curricular e formar a base da sua ação mediadora, esta Orientação para Plano de Aulas (OPA) está organizada em quatro seções: Por que trabalhar com projetos de vida? Seção que explica os eixos orientadores do componente curricular Projeto de Vida, seus princípios e objetivos. Nela, estão explicitados os “porquês” da importância de formar os jovens para a autonomia, assim como o papel da escola e do professor nesse processo. Metodologias e gestão de encontros São apresentadas orientações gerais para sua atuação nas situações educativas do componente curricular, apontando posturas que devem ser adotadas na sala de aula, aspectos relacionais da sua mediação e modos de envolver e mobilizar os estudantes para a concretização de uma atitude protagonista. Cardápio de atividades Dispõe sobre a organização das atividades de Projeto de Vida ao longo do semestre e sobre como os encontros devem ser planejados por você e seus colegas professores. Mapa das atividades Apresentação, resumo e descrição de cada uma das atividades de Projeto de Vida propostas para o semestre. Mediar os encontros durante um semestre certamente será um trabalho desafiador. Compreender e compartilhar as intencionalidades por trás de cada etapa desse percurso – do planejamento das aulas até o último momento avaliativo – é muito importante para que os jovens construam sentido para as ações nas quais estarão engajados. Para isso, é fundamental que sua mediação seja sempre propositiva, embasada e planejada a partir das orientações desta OPA, que se oferece como um guia para que Projeto de Vida seja um componente com potencial transformador para você e para seu grupo de orientandos. Por que trabalhar com projetos de vida? Porque é preciso conectar a escola à juventude. Os altos índices de evasão e baixos índices de aprendizagem no Ensino Médio no Brasil provocam uma reflexão sobre a conexão entre a escola e o mundo juvenil. A falta de sentido dessa etapa da escolaridade é o principal motivo apontado pelos jovens para a desistência dos estudos. Essa “crise de sentido”, em boa parte, provém da falta de articulação entre as identidades e as aspirações juvenis e a escola, que muitas vezes não é percebida como uma parceira efetiva para os estudantes enfrentarem os desafios de suas existências e de seu tempo. O trabalho com projetos de vida se integra à proposta curricular como possibilidade para formar e potencializar a ação de jovens protagonistas, para que estes se sintam OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 4 corresponsáveis pela sua educação e empoderados na construção dos rumos de suas vidas. Para isso, Projeto de Vida situa os jovens no centro do processo educativo, reconhecendo-os em suas identidades (tendo em vista especificidades as mais variadas, como raça, gênero, orientação sexual, contexto cultural e socioeconômico), singularidades e potencialidades, como sujeitos sociais e de direitos, capazes de gerir sua própria aprendizagem e seus projetos futuros. Desses aspectos derivam dois grandes objetivos buscados ao se trabalhar os projetos de vida dos alunos como parte do currículo escolar: Oferecer espaço, escuta e mediação do professor para que os jovens reflitam sobre suas experiências na trajetória de estudantes e na relação com os demais, identificando seus aprendizados pessoais, relacionais, cognitivos e produtivos, de modo a atribuírem valor e significado a si mesmos, ao outro e ao conhecimento. Oferecer apoio e ferramentas para que professores e gestores possam influir positivamente no processo de construção da identidade e dos projetos de vida de/por seus alunos, exercendo as premissas da presença pedagógica nas aulas de projetos de vida. O q ue é e o q ue n ão é P ro je to d e Vi da ? O que é Projeto de Vida o Conjunto de encontros destinados à criação de situações educativas orientadas e ricas em intencionalidades, que contribuam para a formação de jovens autônomos e protagonistas. o Momento de estímulo à reflexão dos jovens sobre a trajetória escolar e sobre a conexão da experiência estudantil com seus sonhos e projetos para o presente e o futuro. o Constante avaliação da vivência e da rotina de estudos dos jovens, reconhecimento dos desafios que enfrentam e valorização de suas aprendizagens – tanto em Projeto de Vida quanto em outras disciplinas da estrutura curricular. o Exercício de desenvolvimento de um conjunto de competências fundamentais para viver no século 21, como: autoconhecimento, colaboração, abertura para o novo, responsabilidade, comunicação, pensamento crítico, resolução de problemas e criatividade. o Espaço para instigar os jovens a mapear e problematizar as questões sociais, políticas e culturais do mundo contemporâneo e o modo como elas se relacionam aos seus sonhos e projetos de vida. o Ambiente para reflexão sobre as relações estabelecidas pelos estudantes com outros jovens, com os adultos que os cercam, com o conhecimento e as práticas vivenciados na escola e fora dela. O que não é Projeto de Vida o Espaço destinado a conversas descompromissadas e desorganizadas sobre a vida dos jovens. o Componente desvinculado das demais disciplinas do currículo, da rotina de estudos dos jovens e das questões do mundo contemporâneo. o Espaço para a resolução de todos os desafios e problemas vivenciados pelos estudantes em outras disciplinas. o Momento para realizar um mergulho psicológico no universo interior de cada jovem, de suas angústias e problemas. As atividades de Projeto de Vida são formuladas e estruturadas para atender a três dimensões: pessoal, cidadã e profissional, incluída nesta última a dimensão do jovem como estudante. Por seu caráter complementar na formação dos alunos, tais dimensões devem ser trabalhadas constante e simultaneamente. Assim, na dimensão pessoal, as atividades convidam os jovens a se aproveitar de suas experiências na escola, na família e no tempo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre5 livre para que se conheçam melhor, reconheçam suas forças e se apoiem nelas, olhem para o futuro sem medo, identifiquem seus interesses e necessidades, estabeleçam significado às vivências na escola e fora dela, e usem a determinação para superar as dificuldades e orientar a busca da realização de seus sonhos. Esse trabalho perpassa, essencialmente, o Ciclo de Desenvolvimento Pessoal demonstrado no esquema a seguir. A dimensão cidadã se constrói como um desafio lançado aos alunos, também por meio de atividades intencionais, para que eles conheçam e compreendam seus direitos e deveres, e, principalmente, reflitam e dialoguem sobre as maneiras que vivenciam o compromisso com o outro e o bem comum. As experiências cotidianas na escola, em especial aquelas que dizem respeito ao convívio e à atuação em times nos projetos e nas aulas, serão focos de significação pelos jovens. Já a dimensão profissional provoca que os alunos reflitam e dialoguem sobre seus interesses em relação à sua inserção no mundo do trabalho, tendo como ponto de partida os conhecimentos, as habilidades e as competências desenvolvidas ao longo de sua trajetória escolar, familiar e comunitária, assim como seus sonhos e aspirações. Trata-se, também, de possibilitar que os alunos avaliem e signifiquem as experiências que tiveram na escola, para que possam projetar os próximos passos de formação e/ou início de atuação profissional. Como forma de abarcar essas três dimensões em diferentes âmbitos do universo de vivências dos jovens, o componente curricular se desenrola ao longo do Ensino Médio a partir dos eixos Identidade, Projeção do Futuro e Mundo do Trabalho, estruturados de acordo com as seguintes propostas e objetivos: 1º ano – Identidade - Promover oportunidades para que os jovens se reconheçam, tendo em vista suas identidades pessoais, familiares, escolares e comunitárias. Possibilitar que os alunos, ao se conhecerem, apoiem-se em suas forças, como condição prévia para planejar o futuro. Apresentar o currículo e gerar apropriação dos estudos pelos alunos. Orientar os alunos no acompanhamento de sua vivência escolar, favorecendo a aprendizagem e o desenvolvimento de competências. OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 6 2º ano – Projeção do Futuro - Promover oportunidades para que os jovens identifiquem seus interesses, sonhos e necessidades, aprendendo a planejar o futuro. Orientar os alunos no acompanhamento de sua vivência escolar, favorecendo a aprendizagem e o desenvolvimento de competências. 3º ano – Mundo do Trabalho - Promover oportunidades para que os jovens conheçam aspectos diversos (características, possibilidades, dilemas etc.) que permeiam o mundo do trabalho e identifiquem, reflitam e dialoguem sobre seus interesses nesse contexto. Orientar os alunos no acompanhamento de sua vivência estudantil, favorecendo a aprendizagem e o desenvolvimento de competências para a vida escolar e para o mundo do trabalho. Esses três focos, ainda que fortalecidos em seus respectivos anos, são contemplados em atividades de todos os semestres do Ensino Médio, revelando uma forte conexão entre a identidade, as habilidades, os desejos e planos de futuro que os jovens traçam para si. Metodologias e gestão de encontros Para a formação de jovens protagonistas, é fundamental que as práticas de ensino teçam uma abordagem colaborativa, problematizadora e conectada com a vida dos estudantes, de modo a desenvolver, de forma estruturada e intencional, as competências para o século 21. Para isso, é fundamental que os professores pratiquem, nos encontros de Projeto de Vida, a presença pedagógica, a problematização e o exercício da aprendizagem colaborativa. Presença pedagógica Metodologia que se fia na interação e na colaboração entre professores e estudantes, convocando e auxiliando o estudante em seu processo de desenvolvimento cognitivo e socioemocional; estabelecendo um vínculo de acolhimento, exigência e compromisso, sem perder o foco no conhecimento a ser construído e no desenvolvimento do aluno; utilizando-se de técnicas qualificadas de se fazer próximo do aluno pelo viés da ação educativa, dando atenção, reconhecendo as singularidades identitárias e os potenciais de cada jovem; estimulando a participação e promovendo a escuta atenta e a comunicação clara e respeitosa; envolvendo os estudantes em situações de aprendizagem que exijam responsabilidade e compromisso, ajudando-os a gerir suas aprendizagens e incentivando-os a crescer. Problematização Trata-se de investir numa postura mediadora que busque despertar e convocar o estudante para participar ativamente da construção do conhecimento, criando desafios e questões para reflexão, em vez de oferecer respostas prontas; aprofundar os conhecimentos a partir do diálogo; lançar os estudantes na estimulante vivência de criar, investigar e resolver problemas. Aprendizagem colaborativa Estimular a aprendizagem em times (alunos agrupados em duplas, trios, quartetos etc.), o diálogo constante, potencializando nos jovens a corresponsabilidade para aprenderem juntos, apoiando-se naqueles desafios grandes demais para resolverem sozinhos e desenvolvendo autonomia em relação ao professor, que passa a atuar na mediação do trabalho dos alunos e da sua aprendizagem. Essas metodologias norteiam a gestão dos encontros de Projeto de Vida. Elas se desdobram em várias outras posturas que se mostram importantes para balizar a sua mediação junto ao grupo de orientandos, trazendo à tona o seu jeito de trabalhar, mas dialogando com o material OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 7 de referência de maneira bem próxima, sem descaracterizar a proposta. Para isso, é preciso se preparar com cuidado para os encontros de orientação, que devem oferecer condições para que essa complexa articulação se faça possível. Para isso, alguns procedimentos são fundamentais: Preparação das aulas com foco na aprendizagem Ao planejar a aula, esteja atento a uma série de cuidados e detalhes que são decisivos à criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento das atividades com foco, autonomia e cooperação. Para auxiliar nesse aspecto, nas atividades desta OPA há quadros que detalham e esclarecem as intencionalidades que embasam as formas de organização da turma, as especificidades metodológicas e o tempo destinado às etapas de todos os encontros. Essas orientações são importantes para o seu planejamento! Organização do espaço da sala para traduzir as intenções educativas O diálogo, o debate e o trabalho colaborativo devem marcar os encontros de Projeto de Vida, e a organização da sala de aula (ou do espaço em que serão realizados os encontros) deve refletir essa escolha metodológica. Por isso, prepare a sala junto com os alunos, organizando as cadeiras e dispondo o mobiliário, os pertences de todos e os materiais necessários às atividades do dia de forma organizada. Lembre-se de que um ambiente limpo e arrumado é elemento facilitador de um trabalho com foco e concentração. Já o contrário – um espaço “bagunçado” – é um convite à dispersão. Para a maioria das atividades recomendamos que, na conversa inicial e no “aquecimento” do encontro, a turma se organize em roda. Dessa forma, todos podem se enxergar e a interação é estimulada. Para as outras etapas das atividades, a turma se organiza conforme as indicações da OPA. Acolhida dos encontros e combinados com a turma A primeira meia hora de cada encontro é decisiva para “aquecer” ou “esfriar” os alunos para as atividades propostas. Acolher bem e propor um bom papo faz toda a diferença nesse momento. E um “bom papo”, aqui, vem carregado de intencionalidades educativas: é o momento de reforçar os combinados da turma, dialogar sobre os objetivos de cada atividade e explicitar que atuação se espera deles. Aquivão algumas dicas: Avaliação em processo: logo no início dos encontros (10 a 30 minutos), todos devem ser convidados a falar de sua vivência na escola, de como está a frequência e a pontualidade nas atividades, bem como a participação e o aproveitamento nas aulas e nas experiências do núcleo. Deve ser dado espaço, inclusive, para que os alunos apresentem e discutam seus planos semanais de estudo. À medida que as experiências e dificuldades são relatadas, sugira reflexões (individuais e coletivas), destaque conquistas e desafios e encoraje também as contribuições dos colegas. O essencial, nesse momento de abertura dos encontros, é sempre discutir com os alunos as escolhas que eles têm feito, pois é por meio de uma reflexão própria que eles ganham autonomia para gerir seus estudos, ações e atitudes. Propomos que, em vez de condenar de forma efusiva determinados comportamentos e práticas considerados inadequados, o professor convide o aluno a se envolver no processo, a construir uma crítica própria, avaliando suas ações à luz de seus objetivos de vida. Para que aconteça de forma efetiva, essa construção de sentido tem de ser fundamentalmente do aluno. Lembramos que é necessário empenho – do professor e do estudante – na superação, pelo jovem, da prática da disciplina exterior pela disciplina interior (autonomia, autodeterminação, autodisciplina); OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 8 Pacto de trabalho: reapresente aos alunos os combinados – estabelecidos, de forma consensual, na primeira atividade do semestre – sobre como atuar individual e coletivamente. Apresentação da proposta de trabalho do dia: exponha de forma clara os objetivos da atividade do dia. Isso é essencial para que os alunos compreendam o sentido e se envolvam com o que está sendo proposto. Dialogar sobre as intenções de cada atividade é um aspecto central a ser observado a cada encontro com os alunos. Acompanhamento da participação dos jovens e da sua mediação A atenção individualizada ao processo educativo de cada aluno é o fundamento da orientação de Projeto de Vida. Portanto, a participação de cada jovem nos encontros é de suma importância. Tal participação deve ser monitorada a cada aula e alguns instrumentos podem auxiliar nessa tarefa, como a lista de presença. Para um monitoramento qualitativo, recomenda-se também realizar anotações com pontos de atenção relacionados tanto a cada um dos jovens quanto à turma, seus aprendizados e crescimentos. Com esses dados em mãos, você terá uma fonte segura para refletir sobre o andamento dos encontros, os principais desafios apresentados pelos jovens e também sobre o seu próprio trabalho de mediação. Para estimular esse exercício constante de monitoramento, ao final de cada atividade proposta na OPA há um quadro intitulado “Avaliação em processo". Nele são apresentadas algumas perguntas que irão contribuir para a avaliação dos encontros: os principais objetivos das atividades foram alcançados? A turma se envolveu no desenvolvimento das ações? Há evidências de que os estudantes conquistaram aprendizagens importantes para sua formação? Você atuou com presença pedagógica e com uma postura problematizadora? Ao final de cada bimestre há também uma atividade de feedback, quando você terá a oportunidade de dar uma devolutiva aos alunos, conversando individualmente com cada estudante sobre o percurso do semestre, apresentando sua avaliação sobre as posturas, aprendizados e competências de cada um. Gestão cuidadosa do tempo e da atenção Cada encontro tem um objetivo claro e um conjunto de ações essenciais à consecução de tal objetivo. Por isso, é importante que, a cada atividade, seja cumprido o ciclo de trabalho proposto. Para que isso seja possível, é necessário que o tempo seja bem utilizado e que a dispersão seja evitada. Você deve criar, com os alunos, uma cultura de respeito aos horários de início e fim das atividades e cuidar para que os tempos de desenvolvimento previstos para cada uma delas sejam respeitados. Evidentemente, ao perceber que determinada atividade demandou mais tempo que o previsto, você pode rever o planejamento e fazer os ajustes necessários para que a qualidade do trabalho seja potencializada. Por isso, é preciso: explicar de forma clara o trajeto a ser percorrido no encontro, destacando os pontos que mereçam mais atenção do grupo de orientandos; informar o tempo previsto para cada atividade e propor um combinado em relação a como será feita a gestão desse tempo (se vai ficar a cargo dele ou de algum aluno, em que momentos e como serão feitos os avisos de que o tempo de cada atividade está se esgotando etc.); e detectar os momentos de dispersão, chamando a atenção para o foco da atividade, sempre que houver situações de falta ou perda de concentração. Contextualização das atividades OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 9 O aluno precisa perceber que as atividades que vivencia na escola têm sentido em sua vida, compreender que há intensa conexão entre os conhecimentos trabalhados na escola, a realidade social, o mundo do trabalho e sua vida prática – incluindo o caminho a ser trilhado para a concretização de seus objetivos e sonhos. Você tem o papel importantíssimo no processo de dar visibilidade a essa conexão. Sua tarefa é explicar, despertar a curiosidade, problematizar cada experiência relatada ou vivenciada no núcleo, relacionando-a com inquietações, anseios e elementos cotidianos da vida dos jovens. Por isso, você deve ter um cuidado permanente em dar significado às experiências vivenciadas nos encontros, relacionando-as todo o tempo com os interesses e projetos pessoais dos estudantes. Articulação do processo à Matriz de Competências para o Século 21 É necessário que os alunos conheçam e compreendam o significado e a importância, para seu desenvolvimento pessoal, social e profissional, de cada uma das competências que integram tal Matriz. Também é crucial que os jovens percebam de que modo os aprendizados vividos na escola o ajudam a fortalecer tais habilidades e competências. Eles precisam saber, enfim, que um objetivo importante da escola é que desenvolvam essas competências, essenciais para uma vida plena. Também é necessário lembrá-los de que, de tempos em tempos, deverão se perguntar em que medida estão alcançando esse objetivo. Ao longo dos encontros de Projeto de Vida, seja nos momentos de execução ou avaliação das atividades, busque sempre problematizar a temática das competências socioemocionais com os jovens, principalmente no sentido de ajudá-los a reconhecer as competências mobilizadas no percurso de cada ação educativa. No quadro a seguir é apresentada a Matriz de Competências para o Século 21. Matriz de Competências para o Século 21 Responsabilidade o Refere-se à perseverança e eficiência na busca de objetivos, mesmo em situações adversas. o Está relacionada ao quanto as pessoas são organizadas, dedicadas, persistentes, autônomas e determinadas. Pensamento crítico o Analisar ideias e fatos em profundidade, investigando os elementos que os constituem e as conexões entre eles, utilizando conhecimentos prévios e formulando sínteses. o Saber analisar e sintetizar ideias, fatos e situações, assumindo posicionamentos fundamentados. Resolução de problemas o Mobilizar conhecimentos e estratégias para solucionar problemas da vida e aprender com o processo, aplicando as soluções em outros contextos. o Saber identificar um problema, levantar hipóteses, estabelecer relações, gerar alternativas, organizar conhecimentos, arriscar-se a solucioná-lo, sem medo de errar. Abertura para o novo o Disposição para novas experiências (estéticas, culturais e intelectuais) e comportamentos de exploração. o Ter abertura para errar e aprender coisas novas. o Demonstrar atitude curiosa, inventivae questionadora em relação à vida. Colaboração o Atuar em sinergia e responsabilidade compartilhada, respeitando diferenças e decisões comuns. o Inclui a habilidade de adaptar-se a diferentes situações sociais e a reconhecer-se como parte de um coletivo. OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 10 o Disposição para contribuir e construir em conjunto, em grupos pequenos e grandes. Comunicação o Compreender e fazer-se compreender em situações diversas, respeitando os valores e atitudes envolvidos nas interações. o Saber ouvir e interagir com o outro. o Utilizar criticamente as habilidades de leitura e de produção textual. Criatividade o Ser capaz de fazer novas conexões a partir de conhecimentos prévios e outros já estruturados, trazendo contribuições de valor para si mesmo e para o mundo. o Propor novas abordagens e buscar novas soluções, gerenciando variáveis aparentemente desconexas. Autoconhecimento o Capacidade de usar o conhecimento de si, a estabilidade emocional e a habilidade de interagir nas tomadas de decisão, especialmente em situações de estresse, críticas ou provocações. o Reconhecimento das suas próprias qualidades, confiança em si mesmo para vencer desafios e capacidade para crescer nessas situações. Por meio dos procedimentos metodológicos e cuidados de gestão da aula apresentados aqui, é possível criar um bom clima de trabalho nos encontros de orientação – marcado, ao mesmo tempo, pelo envolvimento de todos e pela leveza. Leveza que nasce em um ambiente de diálogo aberto e sereno, de mobilização e cooperação a partir de sentidos compartilhados e de objetivos em comum. Cardápio de atividades Tendo dialogado sobre os princípios e metodologias que permeiam o componente curricular Projeto de Vida, é hora de planejar o 2º semestre de encontros da turma do 2º ano. Delinear esse itinerário exige atenção e cuidado, pois é importante que ele seja repleto de sentido, tanto para você e seus colegas professores quanto para os jovens, e também que ele possa ser plenamente realizado. A OPA funciona como um “cardápio de atividades”. Isso significa que este material apresenta uma série de proposições que podem ser desenvolvidas com o seu grupo de orientandos nos encontros de Projeto de Vida. Ao todo, são 16 atividades que, somadas, totalizam 52 tempos. Mas nem todas elas deverão ser realizadas, afinal, não haverá tempo para isso! Como um semestre deste componente curricular tende a comportar de 34 a 44 tempos (pode variar de um ano para o outro ou de uma escola para outra, tendo em vista os acontecimentos cotidianos), é necessário adequar o planejamento e fazer o seu próprio roteiro. Isso significa que o Projeto de Vida de cada escola é singular, elaborado conforme a avaliação dos professores orientadores. O importante é que todos os professores que orientam Projeto de Vida na sua escola trabalhem, de modo colaborativo, na definição das atividades que serão realizadas no semestre e compartilhem momentos de planejamento. O espaço da reunião pedagógica pode ser importante para que esse planejamento coletivo se efetive. O que deve ser levado em conta para a elaboração do planejamento do semestre? Tempo O primeiro passo é consultar o calendário escolar e quantificar os tempos destinados a Projeto de Vida durante o semestre. Dessa forma, o semestre poderá ser planejado e incluir tanto as atividades “essenciais” quanto as “opcionais”. OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 11 Eixo As atividades são divididas em dois eixos. As do eixo estruturante são essenciais, por isso, tem o período exato em que devem acontecer já definido. As do eixo elegível, por sua vez, são intercambiáveis e podem ou não integrar o planejamento do semestre. Eixo estruturante: trata-se das atividades fundamentais para a realização de um percurso de Projeto de Vida que atenda a todos os princípios do componente curricular. São atividades essenciais e devem ser contempladas pelo seu planejamento impreterivelmente. As atividades desse eixo versam sobre a escolha do professor- orientador, o acompanhamento sistemático da vivência escolar dos jovens e a avaliação final e individual do semestre. Eixo elegível: compreende as atividades que podem ou não integrar o seu planejamento e dos seus colegas professores. Para balizar a escolha da equipe docente, um critério importante é que elas estejam alinhadas à intencionalidade da trajetória proposta por vocês. Etapa do semestre Cada atividade proposta no cardápio é indicada para um “momento” específico do semestre: início, meio ou fim. Essa divisão foi feita tendo em vista a organização por bimestres do calendário escolar, mas o seu planejamento também deve levar em conta alguns aspectos: o A escolha dos orientadores (atividade do eixo estruturante) é feita sempre no início do semestre. O orientador trabalha com os mesmos alunos durante todo o semestre. o Há atividades de avaliação do percurso (também do eixo estruturante) alocadas no meio e no final do semestre. o É indicado que as atividades mais complexas ocorram no meio dos bimestres, para que não coincidam com as semanas de avaliação final das disciplinas ou de fechamento de notas. As semanas de encerramento dos bimestres são o momento ideal para atividades que promovem reflexão de maneira intensiva sobre o cotidiano escolar e a rotina de estudo dos jovens. Adaptação à proposta curricular de Projeto de Vida O planejamento do semestre deve responder aos eixos norteadores de Projeto de Vida (Identidade, Projeção do Futuro e Mundo do Trabalho), de forma que a temática principal do ano seja contemplada. Mas é importante lembrar, também, que esses eixos se interpenetram, sendo importante que estejam contemplados no planejamento do semestre. Além disso, as atividades elencadas devem, em seu conjunto, contemplar as dimensões pessoais, cidadãs e profissionais do universo juvenil, assim como mobilizar variadas competências socioemocionais. Portanto, ter essa diversidade é importante. Disponibilidade de materiais e demais recursos Ao selecionar as atividades, é importante garantir que os materiais básicos à sua realização estarão disponíveis – pode ser papel, canetinhas, computador com projetor, sistema de som, internet e assim por diante. Se julgar que alguma das atividades ficará defasada pela ausência de algum desses materiais, prefira outras em que os objetos OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 12 estejam disponíveis ou pense em “planos b”, com materiais alternativos para a realização dessas atividades. Alinhamento com outras turmas e com as atividades da escola É importante que você trabalhe de modo alinhado a outros professores que orientam times do 2º ano, de modo que seja adotado um percurso similar junto aos alunos. Mas, se julgarem importante, é possível haver uma ou outra atividade específica, tendo em vista o perfil dos estudantes e seus interesses. Esse arranjo pode funcionar de maneira estratégica, especialmente para aquelas atividades que demandam uma logística mais complexa, como visitas a espaços exteriores à escola. Como são estruturadas as atividades? Cada atividade apresenta o passo a passo de seu desenvolvimento, com indicações detalhadas para fomentar a sua mediação durante os encontros. Elas se iniciam com um quadro que apresenta um resumo, seus objetivos, o modo como a turma se organiza, o eixo e a etapa do semestre à qual a atividade pertence, as competências para o século 21 que ela mobiliza, sua duração prevista e dicas para a sua mediação e para a sua presença pedagógica. Além disso, há outros elementos que compõem a OPA e merecem destaque: Quadros com dicas metodológicas Permeando o passo a passo, há caixas de texto para orientaçõesde mediação ao longo da atividade e para outras informações que mereçam destaque. Quadro “Avaliação em processo” Localizado ao final de cada atividade, apresenta questões para estimular a sua avaliação do desenvolvimento da atividade, tanto no que se refere à atuação dos jovens quanto à sua própria mediação. Anexos: Algumas atividades orientam para a leitura de seus anexos correspondentes. Localizados ao final desta OPA, os anexos são, em sua maioria, textos complementares para fomentar a sua mediação. Há também peças que devem ser impressas ou copiadas à mão em outras folhas para a realização da atividade. Caderno do Estudante O Caderno do Estudante é um material destinado aos jovens e deve ser entregue a eles logo no início do semestre, um por aluno. O caderno apresenta Fichas que são complementares à OPA e que dispõem textos e orientações que estimulam o desenvolvimento da autonomia dos estudantes durante os encontros. Não deixe de reforçar com os jovens a importância de eles terem sempre em mãos o Caderno do Estudante durante os encontros de Projeto de Vida. Álbum de Cartografia Pessoal Instrumento que serve como base de registro para os alunos ao longo dos três anos de Projeto de Vida no Ensino Médio. OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 13 Seguindo essas orientações, o percurso planejado para os encontros de Projeto de Vida do semestre tem tudo para funcionar com sucesso. Mas não deixe de ter em conta que, apesar de essenciais para a sua mediação, o cardápio de atividades e o seu planejamento devem ser tomados como ferramenta flexível e adaptável, passível de mudanças. Se, em algum momento do itinerário pensado para o semestre você julgar que outras atividades do cardápio podem se adequar melhor às dinâmicas da sua turma de orientandos, ou se os estudantes não estiverem mobilizados pelas atividades escolhidas, o percurso pode e deve ser replanejado, por meio do diálogo com os demais professores e com a equipe gestora da escola, tendo sempre em conta os pontos discutidos aqui. OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 14 Mapa das Atividades Nome Resumo Duração prevista Página Atividade 1 Avaliação e escolha do próximo professor- orientador. Dinâmica avaliativa voltada à relação orientador/orientandos, seguida do processo de escolha de três nomes de professores que cada aluno gostaria de ter como orientadores no presente semestre. 2 aulas p. 16 Atividade 2 Minha rotina ideal Construindo em um infográfico sua rotina ideal de lazer, estudo, descanso e outras atividades, os alunos refletirão sobre a autogestão do tempo e o autoconhecimento nas ações. 2 aulas p. 18 Atividade 3 Identidade na rede! Discussão, a partir de debate regrado, sobre os impactos das redes sociais nas identidades e de seus usos na escola. 2 aulas p. 21 Atividade 4 Tirando projetos do papel A atividade visa a inspirar os jovens a pensarem em modos criativos de realizar alguns dos planos e projetos que ambicionam tirar do papel. O tema da colaboração é explorado em uma conversa sobre novas formas de trabalho, como o coworking e a cocriação. 2 aulas p. 25 Atividade 5 Trabalho colaborativo: desafio de conceitos Divididos em times, os alunos devem criar o conceito de um novo aplicativo de celular destinado ao público jovem, trabalho que colocará em evidência a colaboração em sala de aula e no mundo profissional. 2 aulas p. 27 Atividade 6 Meus desafios em quadrinhos A partir de questões, os alunos devem identificar e justificar um desafio superado ao longo de seu percurso escolar, transformando suas respostas em histórias em quadrinhos. 2 aulas p. 30 Atividade 7 Qual a minha profissão ideal? Os jovens reconhecem suas habilidades e se engendram em uma discussão sobre a dinâmica do mundo do trabalho e suas profissões. Em seguida, realizam um exercício imaginativo sobre a profissão ideal de cada um. 6 aulas p. 34 Atividade 8 Rolé no Bairro Os jovens se envolvem na preparação e na realização de um Rolé no Bairro em que a escola se localiza, buscando conhecer um pouco mais dos aspectos do bairro: seus principais lugares, estabelecimentos, moradores e curiosidades. 8 aulas p. 38 Atividade 9 Guia do Bairro Após o Rolé no Bairro, os times se dedicam à produção de um Guia do Bairro, como forma de relatar e divulgar a experiência vivida 4 aulas p. 43 OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 15 Atividade 10 Feedback O orientador dá feedback a cada aluno a respeito do seu desenvolvimento, a partir da troca de informações com professores e da análise do desempenho nas áreas/disciplinas e no núcleo. 4 aulas p. 46 Atividade 11 Cinco informações que eu não sabia sobre... Duplas de alunos se entrevistam para obter informações curiosas um sobre o outro, com dois objetivos: desenvolver a curiosidade e experimentar a lista como expressão textual. 2 aulas p. 48 Atividade 12 Eu vou conseguir, vou conseguir... Leitura e discussão de artigo sobre o otimismo, visando à construção de um gráfico que explicitará a importância de conjugar, em uma meta, pensamento positivo e ação. 2 aulas p. 50 Atividade 13 A imagem diz que... Exercício para o descondicionamento do olhar, a partir da leitura de retratos. 2 aulas p. 53 Atividade 14 Julgamento das novas tecnologias Organizados em times de defesa e acusação, os estudantes debatem e julgam as novas tecnologias, suas potências e limitações, e como elas conformam nossa sociabilidade. 4 aulas p. 57 Atividade 15 Meu futuro na linha do tempo Os alunos construirão uma linha do tempo fictícia para um futuro de três anos, marcada por aspectos da vida profissional e pessoal. A atividade provoca reflexão sobre identidade e projetos de vida. 4 aulas p. 61 Atividade 16 Feedback O orientador dá feedback a cada aluno a respeito do desenvolvimento do jovem, a partir da troca de informações com professores e da análise do desempenho nas áreas/disciplinas e no núcleo. 4 aulas p. 65 Anexos p. 67 OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 16 Atividade 1 Avaliação e escolha do próximo professor-orientador Resumo Dinâmica avaliativa voltada à relação orientador/orientandos, seguida do processo de escolha de três nomes de professores que cada aluno gostaria de ter como orientadores no presente semestre. Objetivos Promover reflexão sobre a relação entre orientadores e orientandos no semestre anterior e realizar o processo de escolha de orientador do segundo semestre. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversa envolvendo a turma toda e trabalho individual. Recursos e providências Anexo 1 Tiras de papel Eixo Eixo estruturante Etapa do semestre Início do semestre (primeiro encontro). Duração Prevista 2 aulas. Desenvolvimento 1. Abra o encontro explicando aos orientandos que a ocasião marca o fim da parceria estabelecida com eles no último semestre e o início de novo processo de orientação, começando por uma reflexão a respeito de como as dinâmicas dos encontros do primeiro semestre funcionaram em time e como elas se refletiram na relação orientador- aluno. Informe que, após essa discussão, eles deverão indicar os professores de sua preferência para o atual semestre de orientação. 2. Para a primeira parte da atividade, organize os alunos em um círculo, colocando no centro um recipiente com tirinhas de papel dobradas e escrevendo em cada uma delas um dos termos abaixo (retirados do texto “Relação orientador-aluno”, discutido no semestre anterior): RESPEITO – COLABORAÇÃO – COMPROMISSO – INTERESSE – FLEXIBILIDADE– RESPONSABILIDADE – ORGANIZAÇÃO – MOTIVAÇÃO – CURIOSIDADE – ENTUSIASMO – DEDICAÇÃO 3. Apresente a questão propiciadora do debate sobre essas palavras: O que temos a dizer sobre isso? OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 17 4. Peça a um dos alunos que tire uma tirinha do recipiente e leia a palavra escrita em voz alta para a turma, comentando uma situação vivida por ele no semestre passado relacionada essa palavra. Nesse comentário, além de sua experiência, o estudante deve indicar como vê essa palavra em relação ao orientador e aos colegas do time. Assim, se o termo sorteado for “Entusiasmo”, ele deverá comentar se esteve animado durante as atividades e se encontrou o mesmo sentimento nos outros alunos e no orientador. 5. Pergunte se algum dos outros alunos gostaria de comentar o termo e também comente, se achar importante. Repita o procedimento até que todos os alunos tenham sorteado um termo. 6. A segunda parte da atividade segue o modelo de escolha do orientador do 1º semestre. Fale do desafio para o encontro: a escolha do professor que atuará como orientador de Projeto de Vida durante o 2º semestre. 7. Problematize com eles a necessidade de que, para esse semestre, façam uma escolha ainda mais consciente, tendo a vista a finalidade dos encontros de Projeto de Vida: ajudá-los a pensar, de forma mais intensa, nos seus projetos de futuro e em como dar os passos para construí-lo. 8. Reforce que, para o objetivo a ser alcançado, eles devem buscar um professor no qual percebam a potencialidade para uma relação de efetiva parceria. Uma relação sem dependência, com corresponsabilidade e com um bom canal de diálogo, que permita ao professor e ao aluno trazerem questões e construírem juntos boas estratégias para lidar com os desafios do dia a dia. 9. Informe aos alunos quais são os professores disponíveis para essa parceria no 3º ano. Faça cópias do formulário do Anexo 1 e distribua aos alunos ou o reproduza no quadro, para que todos possam copiá-lo. Em seguida, solicite que cada aluno preencha o seu formulário (ou redija suas respostas em um papel). Explique que o procedimento de escolha do orientador deve ser definido e validado pela direção e pelas equipes pedagógica e docente da escola e que, por isso, cada aluno deverá indicar, no formulário, três opções de professores, em ordem de preferência. Recolha todos os formulários e encerre o encontro. Informe aos alunos que o material será encaminhado ao Coordenador Pedagógico e ao Orientador Educacional, para que seja feito um cruzamento dos dados, tentando conciliar o desejo de todos. Esclareça que, no caso de algum aluno não conseguir ser orientado por nenhum dos três professores indicados, ele poderá indicar um novo, e, no semestre seguinte, terá prioridade na escolha em relação aos colegas. 10. Apresente aos jovens o roteiro dos encontros de Projeto de Vida do semestre, conforme formulado por você e demais orientadores do 2º ano a partir do Cardápio de Atividades. 11. Encerre a atividade esclarecendo possíveis dúvidas e passando confiança aos alunos sobre o processo de escolha do orientador. 1. Durante o exercício “O que temos a dizer sobre isso?”, os alunos estavam à vontade para falar sobre a relação orientador/orientando diante de toda a turma? Caso eles não tenham se sentido confortáveis, a que você acredita que isso se deva? 2. Em relação aos comentários feitos dos estudantes, você considera que a avaliação deles esteja afinada com suas impressões sobre o grupo ou há grandes diferenças entre Avaliação em processo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 18 elas? Os orientandos conseguiram exercer um pensamento autoavaliativo (apontar com clareza as facilidades e dificuldades da orientação ao longo do último semestre)? E você, encontrou subsídios para uma autoavaliação? 3. Os alunos trataram o processo de escolha do novo orientador de forma aprofundada e reflexiva ou o processo foi mais burocrático, para “cumprir tabela”? O que pesou mais na escolha deles do orientador: uma análise mais superficial, levando em conta fatores como a facilidade de relacionamento? Ou eles se permitiram considerar professores que, em suas percepções, trariam contribuições ao seu desenvolvimento, mesmo não havendo identificação pessoal? Atividade 2 Minha rotina ideal Resumo Construindo em um infográfico sua rotina ideal de lazer, estudo, descanso e outras atividades, os alunos refletirão sobre a autogestão do tempo e o autoconhecimento nas ações. Objetivos Refletir sobre a autodisciplina e planejar uma rotina diária que concilie as várias dimensões do cotidiano de cada estudante. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversa envolvendo a turma toda e trabalho individual. Recursos e providências Caderno do Estudante. Canetas e lápis de cor. Eixo Eixo elegível. Etapa do semestre Início do semestre. Duração Prevista 2 aulas. Para a sua mediação e presença pedagógica: Os exemplos nem sempre devem ser seguidos Em geral, os vídeos, reportagens e demais textos utilizados nas atividades servem para contextualizar ou aprofundar o tema tratado. Outras vezes eles extrapolam um papel ilustrativo e se tornam a base da atividade, caso que requer sempre um posicionamento crítico quanto ao modo de nos apropriamos desses materiais. Ou seja, nesta atividade, os gráficos e infográficos são um instrumento para apresentar aos estudantes a ideia de adotarem uma rotina de trabalho. Não está sendo sugerido a eles que planejem essa rotina OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 19 tendo como modelo exemplar o dia a dia das importantes figuras relatadas (Balzac, por exemplo, trabalhava mais de 13 horas por dia, impulsionado por muitas xícaras de café). Desenvolvimento 1. Inicie o encontro com uma roda de conversas. Peça que os alunos contem como organizam suas atividades cotidianas ao longo do dia e se eles conseguem conciliar as atividades escolares, os projetos pessoais, a convivência em família, o lazer e suas outras atividades. Algumas perguntas para orientar a conversa: Como vocês organizam o próprio tempo? As 24 horas de um dia são suficientes para contemplar tudo o que vocês gostariam de fazer? Como vocês conciliam as atividades escolares, o lazer e outros projetos que desenvolvem fora de casa? Acreditam que uma rotina bem organizada pode ser frutífera? A autogestão e o autoconhecimento são competências importantes para os jovens de hoje. Elas remetem a uma mesma característica: a disciplina que cada um desenvolve para controlar bem seu temperamento, balanceando as obrigações e os desejos, a criatividade e o respeito às regras, os momentos de distração e de dedicação ao trabalho. A autodisciplina não é apenas uma recomendação. Muitas pessoas conseguem viver o dia a dia seguindo uma rotina que contempla as dimensões do lazer, da preguiça e da sociabilidade, sem deixar que elas desviem o foco do trabalho quando é preciso concentração. Esta atividade visa auxiliar os alunos na construção de uma rotina produtiva e na reflexão sobre as possibilidades de autogestão do tempo e autoconhecimento das próprias ações. 2. Ao fim da conversa, peça que os jovens tenham em mãos o Caderno do Estudante aberto na Ficha 1. Ela apresenta uma reportagem do site Hypeness que será a base da atividade de construção de gráficos sobre a rotina diária de cada um dos estudantes. Disponível em: bit.ly/rotinacriativo. Acesso em: jan. 2018. 3. Inicie com a leitura conjunta da reportagem. Ela trata da rotina diária de alguns gênios criativos da humanidade, desde o tempo de sono de cada um deles aos momentos de trabalho, lazer, caminhadas e refeições, e apresentaalguns gráficos, dando forma visual a tais rotinas. Cada gráfico é dividido em 24 partes, representando as horas do dia. A primeira parte correspondente ao intervalo entre 00 h e 01 h da manhã. As horas são preenchidas conforme a ação desempenhada pela pessoa. Para a atividade deste encontro, o texto dos gráficos foi traduzido na legenda sob cada uma das imagens. 4. Promova a leitura dos gráficos, intercalando-a entre os alunos. Em seguida, distribua a as canetas e lápis de cor. Indique que, tal como na reportagem, cada um deve preencher o seu inforgráfico da Rotina Ideal, também presente na Ficha 1 do Caderno do Estudante. Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 20 Como o próprio nome indica, o exercício deve funcionar como o planejamento de uma rotina que atenda às necessidades dos estudantes, não apenas como um reflexo da rotina atual. A partir da pergunta “Como seria minha rotina ideal?”, da leitura da reportagem e da discussão que iniciou a atividade, instrua os estudantes a construírem seu próprio infográfico. A proposta é que eles coloram os intervalos entre as horas e coloquem, nos pontos destacados, as ações correspondentes. Cada uma deve corresponder a uma cor diferente e, se aluno dedica mais de uma hora a uma mesma atividade, basta escrever uma única vez no ponto em que ela se inicia. 5. Para finalizar o encontro, forme uma roda e oriente cada aluno a apresentar seu infográfico. Peça que, durante as apresentações, eles comentem: As vantagens de uma rotina planejada. Como esse planejamento pode contribuir para a autodisciplina. O que eles acreditam que conseguirão fazer a partir de agora, com esse esforço de planejamento da rotina. 1. Retomando a grande temática do 2º ano de Projeto de Vida, acredita que o planejamento do cotidiano pode contribuir para que os alunos coloquem degraus em seus sonhos? Você tem conseguido fazer a ligação entre as atividades e os objetivos de Projeto de Vida? 2. Após a segunda atividade que demanda dos alunos a expressão por meio de gráficos, como você avalia a habilidade dos alunos nessa linguagem? Que apoio você precisou dar a eles para que conseguissem expressar e organizar suas ideias em um gráfico? Avaliação em processo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 21 Atividade 3 Identidade na rede! Resumo Discussão, a partir de debate regrado, sobre os impactos das redes sociais nas identidades e de seus usos na escola. Objetivos Possibilitar que os jovens reflitam sobre a maneira como suas identidades são impactadas pelos modos como atuam e interagem nas redes sociais, e proponham ideias para a utilização das redes sociais para o aprendizado escolar. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversa envolvendo a turma toda e de trabalho em trios. Recursos e providências .Computador ligado à internet e projetor. . Álbum de Cartografia Pessoal. Eixo Eixo elegível. Etapa do semestre Início do semestre. Duração Prevista 2 aulas. Para a sua mediação e presença pedagógica: Os jovens nascidos entre os anos de 1980 e 1995, conhecidos como millenials, fazem parte da Geração Y. Essa geração ficou assim conhecida pois, ao contrário das gerações anteriores (os baby boomers e a geração X), eles estão totalmente inseridos no contexto das transformações tecnológicas, participando ativamente de redes sociais e do ecossistema digital. Para eles, a tecnologia não é algo que causa estranhamento, pelo contrário, estabelecem com ela relações simbióticas, daí também serem apontados como “jovens ciborgues”. A geração Z (nascidos do final da década de 1990 até o ano 2000), nativos digitais, devem acentuar a conectividade na maneira de estabelecer relações pessoais, virtuais e produtivas de maneiras inéditas e inovadoras. No entanto, o que seus estudantes pensam sobre redes sociais, em particular o Facebook, e os usos que fazem dela? E o que a escola tem a ver com essas novas tecnologias? Para trabalhar com essas e outras questões, será realizado um debate regrado, um debate de opinião. A modalização didática desse tipo de gênero, segundo Dolz e Schneuwly, deve envolver mais a construção coletiva de um ponto de vista sobre determinado assunto do que o jogo de refutação e polemização. A esse respeito ver: GOMES-SANTOS, Sandoval Nonato. Modos de apropriação do gênero debate regrado na escola: uma abordagem aplicada. DELTA [online]. 2009. Disponível em: bit.ly/debateregrado. Acesso em: jan. 2018. Desenvolvimento Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 22 1. A atividade do dia consiste em realizar um debate regrado sobre o tema “Identidade on- line”. Reúna a turma em roda e, como aquecimento, leia o texto abaixo ou projete-o, provocando os estudantes a descobrir qual é a dependência do jovem F.V. “O período de preparação foi bem fácil e legal. Foi aquele momento em que a gente acha que vai ser muito bom e fácil. Mas quando começou fiquei desnorteado. Admito: me tornei muito dependente da internet, não consigo mais ficar um dia sem. Eu não consegui dessa vez, mas vou ver se tento de novo qualquer dia”. F.V., 17 anos 2. Ouça alguns palpites, provavelmente alguém dirá, logo de cara, que é a internet. Conte que o depoimento faz parte da experiência a qual um grupo de jovens estudantes cariocas se submeteu: ficar sete dias sem internet. Mobilize a turma a pensar no que significa ficar sete dias desconectado e se eles próprios conseguiriam, do que mais sentiriam falta etc. Exiba os vídeos com o registro das expectativas dos participantes antes da experiência. Disponíveis em: bit.ly/oqueaconteceria bit.ly/antes7dias Acessos em: jan. 2018. 3. A seguir, pergunte sobre a relação que possuem com a internet, particularmente com o Facebook: “O que vocês mais costumam fazer na internet?”; “Para que costumam usar as redes sociais?”; “Vocês têm muitos amigos no Facebook? Qual é a importância de ter muitos amigos por lá?” etc. Para seu conhecimento e reflexão, recomendamos o trecho da entrevista (3´10) em que o sociólogo Zygmunt Baumam discute as relações de amizade no Facebook. Disponível em: bit.ly/amizadesdefacebook. Acesso em: jan. 2018. 4. A seguir, apresente o vídeo a que assistirão: “Vítimas do Facebook” (Facebook Follies, 53’20”, Canadá, 2011), que, como o nome diz, propõe uma reflexão sobre os perigos que rondam a rede. Esclareça que o documentário trará alguns temas importantes para alimentar o debate que farão. Diga que você exibirá apenas um trecho, e disponibilize o endereço web do vídeo para que eles possam assistir ao documentário na íntegra. Durante a exibição, peça que mantenham a atenção e anotem os conceitos e fatos que acharem mais significativos. Sugerimos a exibição do seguinte trecho do documentário: do início até 13’28’’. Disponível em: bit.ly/vitimasdofacebook. Acesso em: jan. 2018. Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 23 É fundamental que você assista ao documentário antes da aula, especialmente o trecho selecionado, tomando nota das principais ideias que poderão fomentar o debate. Busque manter a objetividade nas anotações, evitando que suas opiniões pessoais possam influenciar no debate que será realizado. 5. Confira se os estudantes estão tomando nota do que consideram importante. Exiba outro vídeo antes de iniciar odebate, que agora tratará do uso das redes sociais na escola. Peça que continuem tomando nota do que consideram mais significativo, para que o debate ganhe força. Exiba, na íntegra, o vídeo documentário “Uma escola entre redes sociais” (22’28’’). Disponível em: bit.ly/escolaeredes. Acesso em: jan. 2018. 6. A partir das ideias e conceitos principais que anotaram, peça aos estudantes para se reunirem em trios para trocarem suas impressões. Proponha que discutam a partir das seguintes questões, estabelecendo cerca de 15 minutos: As redes sociais trazem para o âmbito público o que costumava ser particular. Qual é o limite entre a exposição e a intimidade? Como a escola poderia usar as redes sociais a favor da educação? Deem exemplos do que poderia ser feito. 7. Dê início ao debate regrado, organizando a turma em roda de conversa e explicando as regras de funcionamento: Todos poderão falar e apresentar seus pontos de vista. Para isso, devem pedir a palavra, levantando a mão. O professor ficará atento para garantir que as inscrições sejam cumpridas. O objetivo não é chegar a um consenso, esse não é um exercício para aferir quem tem razão, quem está certo ou está errado, e sim, buscar construir juntos um grande caleidoscópio de pontos de vista sobre o tema. Para isso, é imprescindível ouvir com atenção os colegas e respeitar as diferentes opiniões. Saber ouvir é tão importante quanto saber falar. Durante a mediação do debate, cuide para que diferentes jovens possam participar, evitando que o debate seja localizado entre as mesmas pessoas. Durante o debate, eles podem citar trechos dos vídeos que assistiram ou dar exemplos que vivenciaram para dar sustentação aos argumentos. 8. Dê ritmo ao debate, iniciando com as questões debatidas pelos trios e continue fazendo boas perguntas, que estimulem os estudantes a rever seus posicionamentos, olhar a mesma situação por outros pontos de vista, sublinhando questões que forem trazidas por eles (não para atribuir valor de certo/errado, mas antes para provocá-los a pensar de maneira crítica, construindo dessa forma um diálogo participativo e coletivo). A seguir, sugerimos algumas perguntas que você pode lançar mão, complemente-as com outras! O que é o melhor e o pior do Facebook? O que pode ser considerado superexposição na internet? Citem exemplos. Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 24 Vocês acham que seriam pessoas diferentes se não existisse Facebook ou internet? Justifiquem no que seriam diferentes ou por que não seriam diferentes. 9. O debate deve finalizar com uma rápida avaliação pelos alunos da dinâmica da atividade, bem como das questões que eles avaliam que seguirão refletindo e conversando em outros tempos e lugares. Estimule que escrevam a respeito do assunto em seus Álbuns de Cartografia Pessoal. Observe as ideias que a turma trouxe para o uso das redes sociais na educação. Algumas delas, talvez, você consiga colocar em prática, como por exemplo, a criação de um grupo fechado no Facebook com todos os estudantes da turma. Esta “sala de aula virtual” pode ter usos como: organizar tarefas e fazer lembretes; apoio de registro pelos jovens das questões de suas aulas; fórum de discussão permanente; divulgação de filmes, eventos e outros temas de interesse cultural e educativo etc. Só fique atento(a): caso resolvam organizar o grupo virtual, tenha o cuidado de criar um perfil pessoal específico para isso, de caráter profissional. 1. Os estudantes formularam bons argumentos durante o debate, apresentando pontos de vista com clareza e respeitando e levando em consideração as diferentes opiniões? 2. Surgiram boas ideias sobre o uso das redes sociais na educação? Alguma que vocês colocarão em prática? 3. Como você avalia a qualidade de sua mediação na atividade: avalie com relação a sua preparação, ao trabalho executado durante o momento de aquecimento para o debate e em relação ao debate na roda. As perguntas que você formulou foram bons disparadores para estimular a argumentação dos estudantes? 4. Como você pretende desenvolver, junto com a turma, as ações necessárias para as possíveis ideias que surgiram para promover o uso das redes sociais em suas aulas? 5. É possível perceber quem são as lideranças que estão se sobressaindo na turma? Incentive que essas lideranças assumam uma atitude colaborativa com os colegas, de modo que não deixem ninguém ficar para trás, tanto em relação aos estudos quanto durante as atividades! Avaliação em processo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 25 Atividade 4 Tirando projetos do papel Resumo A atividade visa inspirar os jovens a pensar em modos criativos de realizar alguns dos planos e projetos que ambicionam tirar do papel. O tema da colaboração é explorado em uma conversa sobre novas formas de trabalho, como o coworking e a cocriação. Objetivos Apresentar aos alunos alguns dos modos contemporâneos de organização e trabalho colaborativo, incentivando o pensamento criativo para que tirem projetos pessoais do papel. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversa envolvendo a turma toda e trabalho em times. Recursos e providências Caderno do Estudante. Projetor, caixas de som e computador ligado à internet para exibição de um vídeo. Caso esses itens não estejam disponíveis na escola, os alunos poderão utilizar seus smartphones para realizar a ação. Eixo Eixo elegível. Etapa do semestre Início do semestre. Duração Prevista 2 aulas. Para a sua mediação e presença pedagógica: Vídeos, reportagens, textos literários, jogos – todos esses são elementos que podem enriquecer as discussões e atividades na sala de aula. Mas é fundamental notar que, em cada contexto, eles exercerão funções diferentes. Algumas vezes, serão a própria base da discussão (como nesta atividade); outras, poderão servir de exemplo, ilustrando a temática abordada na atividade; outras vezes, ainda, podem ter um uso metafórico, trazendo uma dimensão lúdica para a atividade, sem, no entanto, responder de maneira direta e exata às demandas da atividade. Por isso, sempre que vídeos, textos, músicas ou quaisquer outros produtos culturais forem apresentados em sala de aula, é importante fazer um breve debate com os alunos, destacando qual é a relação do que foi apresentado com a atividade do dia. Desenvolvimento 1. Inicie a atividade apresentando a questão em pauta: discutir as novas formas de organização que estão ganhando espaço no mundo do trabalho. 2. Pergunte aos alunos se já pensaram em um projeto mas não conseguiram tirá-lo do papel. Pode ser a vontade de criar uma banda, desenvolver uma invenção tecnológica, planejar um evento ou promover alguma atividade que envolva a escola e suas OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 26 perspectivas profissionais. Incentive os alunos a falar sobre suas expectativas e sobre o porquê desses seus projetos não terem se concretizado. 3. Após a conversa, explique que este encontro é justamente para inspirá-los a pensar em modos colaborativos e modernos de organização do trabalho, que podem tornar mais realizável um projeto e mais interessante a forma de desenvolvê-lo. 4. Proponha a leitura da reportagem “Colaborar é um bom negócio”, disponível na Ficha 2 do Caderno do Estudante, dividindo a turma em 4 times. O texto, publicado na edição de março de 2014 da revista Exame PME, aborda com linguagem clara os novos formatos de comunidades para a criação de produtos e serviços que são cada vez mais comuns no mundo do trabalho. Eles apontam para modos criativos e colaborativos de fazer: crowdsourcing, crowdfunding, cocriaçãoe coworking. Cada time lerá o trecho da reportagem que corresponde a um desses conceitos. Antes, contextualize o assunto para eles, lendo a introdução da matéria. A leitura fica assim distribuída: Orientador – Introdução Time 1 – Crowdsourcing Time 2 – Crowdfunding Time 3 – Cocriação Time4 – Coworking Oriente os times a ler o texto buscando exemplos conhecidos por eles que estejam em consonância com as atividades descritas na reportagem. Ressalte que esses exemplos não precisam corresponder exatamente às práticas de crowdsourcing, crowdfunding, cocriação e coworking, podem apenas ter semelhanças, especialmente no que diz respeito ao aspecto colaborativo dessas práticas. 5. Após a leitura, os jovens se organizam em círculo. Cada time deve explicar para os colegas o que é a prática relatada no texto lido, estabelecendo as relações com os exemplos elencados. Indique aos alunos de outros times que eles podem fazer perguntas ou comentários. Prossiga exibindo o vídeo “A arte de pedir”, da cantora Amanda Palmer. Disponível em: bit.ly/arte-de-pedir. Acesso em: jan. 2018. (Caso os equipamentos para exibição não estejam disponíveis na escola, os alunos poderão utilizar seus smartphones para realizar a ação.) O conteúdo do vídeo está intimamente relacionado aos textos lidos anteriormente, tanto no que diz respeito às formas criativas e colaborativas de trabalhar, quanto às discussões sobre o panorama do mundo do trabalho nos dias de hoje. Após a exibição, peça que os alunos comentem o vídeo a partir das seguintes perguntas: Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 27 Como a colaboração pode ajudar quando se deseja atuar fora do mercado tradicional do trabalho? Qual a relação entre as novas formas de trabalho e colaboração discutidas anteriormente (coworking, crowdfunding, cocriação) e os pequenos encontros e trocas que contribuem para o sucesso de Amanda Palmer? 6. Finalize a atividade com uma reflexão, retomando as questões iniciais e perguntando aos alunos se, ao fim deste encontro, algum deles vislumbra uma nova possibilidade de tirar seus projetos do papel. Adiante também que, na próxima atividade, os alunos exercitarão a cocriação – um trabalho em equipe, com várias cabeças respondendo a uma mesma provocação e buscando encontrar a melhor saída para um desafio comum. Empresas, escritórios e coletivos de trabalho têm investido nesse tipo de trabalho, por acreditarem que a cocriação promove soluções inteligentes para demandas e serviços cada vez mais difíceis. Assim, pessoas com características profissionais um tanto diferentes são convocadas a participar de processos comuns. 1. Como os alunos respondem às temáticas do mundo do trabalho e das profissões quando elas são tratadas de maneira frontal dentro de sala de aula? Com empolgação, entusiasmo, interesse, dúvidas, frustração, preocupação? 2. Retomando a grande temática do 2º ano de Projeto de Vida, acredita que estas discussões têm contribuído para que os alunos coloquem degraus em seus sonhos? Você tem conseguido fazer o link entre as atividades e os objetivos de Projeto de Vida? Atividade 5 Trabalho colaborativo: desafio de conceitos Resumo Divididos em times, os alunos devem criar o conceito de um novo aplicativo de celular destinado ao público jovem, trabalho que colocará em evidência a colaboração em sala de aula e no mundo profissional. Objetivos A atividade propõe aos jovens um desafio de cocriação, estimulando a criatividade e a cooperação dos alunos, dando continuidade às discussões da atividade anterior. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversa envolvendo a turma toda e trabalho em trios. Recursos e providências . Folhas A4. . Lápis de cor. . Canetas hidrocor. Avaliação em processo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 28 . Álbuns de Cartografia Pessoal Eixo Eixo elegível. Etapa do semestre Início do semestre. Duração Prevista 2 aulas. Para a sua mediação e presença pedagógica: Inserida no universo da tecnologia, sempre atraente para a maioria dos jovens, a atividade convida os alunos a criar, de forma conjunta em times, o conceito de um aplicativo móvel (app) para smartphones. O propósito é que os estudantes exercitem habilidades de colaboração e criatividade ao encararem este desafio: se fôssemos criar um app, como ele seria? Não deixe de ressaltar que essa atividade é um desdobramentoda atividade anterior, com foco no trabalho colaborativo. Ao longo do encontro, busque tecer links entre o trabalho que os alunos irão realizar e a reportagem lida no encontro anterior. Desenvolvimento 1. Levantar e compartilhar conhecimentos sobre os apps é o ponto de partida da atividade. Estimule os alunos a dizer o que sabem a respeito desses aplicativos móveis, para que servem, quais apps eles mais utilizam. Esses aplicativos são hoje os responsáveis por algumas das funções mais úteis e divertidas dos smartphones e tablets. Os mais famosos possuem funções de troca de mensagens, correio eletrônico, geolocalização, informações meteorológicas, calendários, circulação de imagens e jogos. Sua criação como atividade profissional é crescente, contribuindo para o desenvolvimento de ferramentas que facilitam o dia a dia dos usuários até nas situações mais inesperadas. 2. Peça a alguns estudantes que mostrem seus aplicativos favoritos e descrevam seu funcionamento. É importante que todos saibam o que são e como funcionam os apps, de modo a se engajarem com um mesmo nível de entendimento na atividade. Cada pessoa carrega consigo uma bagagem de conhecimento e repertório cultural que tem ligação direta com o seu cotidiano, ou seja, com os meios pelos quais se informa, as pessoas com as quais convive, os temas e assuntos pelos quais nutre interesse. Alguns temas podem ser entendidos pela maioria dos estudantes, mas é sempre importante garantir que todos estejam contextualizados acerca do assunto em pauta, o que chamamos criar um “território comum”. Quando os alunos compartilham seus conhecimentos sobre algo, contam suas experiências pessoais e se colocam em relação aos outros, cria-se um território comum onde todos podem caminhar com maior segurança. É a partir desse ponto OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 29 que todos os alunos poderão se engajar na atividade proposta de maneira consistente e ativa. 3. Inicie a etapa do desafio, propondo aos alunos que se organizem em trios para criar o conceito de um novo aplicativo móvel para smartphones. Distribua as folhas A4 e os demais materiais para os jovens. Estimule a adesão de todos à atividade, dando as primeiras explicações sobre suas regras: deve ser desenvolvida de modo colaborativo; o aplicativo visa a um público específico e sua concepção deve atender às necessidades de um usuário modelo. É muito importante investir na participação e envolvimento de todos, já que o objetivo principal desta proposta é demonstrar aos estudantes que o pensamento colaborativo enriquece a criação e possibilita saídas mais criativas. 4. Complemente as informações sobre as regras da atividade, apresentando o perfil do usuário modelo e os critérios de apresentação do trabalho. USUÁRIO MODELO O aplicativo deve ser criado tendo um vista um usuário (homem ou mulher), estudante de Ensino Médio e com idade entre 15 e 20 anos. A maior dificuldade desse usuário é conciliar os afazeres escolares com as outras atividades do dia a dia. Além disso, esse jovem tem curiosidade em saber mais informações sobre a agenda cultural de sua cidade e sobre os programas que seus amigos mais próximos estão fazendo. Ele deseja um aplicativoque possa tanto contribuir para a organização e divisão do tempo no seu dia a dia, quanto trazer informações sobre seus amigos e sua cidade. CRITÉRIOS DE APRESENTAÇÃO O conceito do aplicativo móvel deve ser estruturado da seguinte maneira: Interface: deve ser atraente e amigável para que os usuários se identifiquem com ela. Ou seja, o aplicativo deve ser bonito e de fácil uso para que as pessoas que se encaixam no perfil proposto possam se interessar em usá-lo. O time deve elaborar um desenho, feito com lápis de cor e canetas hidrográficas, da página inicial do aplicativo. Descrição: a proposta deve detalhar para que serve o aplicativo desenvolvido, a quais necessidades ele atende e por que é o aplicativo ideal para o usuário modelo selecionado. Como funciona: devem ser descritos os modos de uso do aplicativo e os recursos de que ele necessita para funcionar (por exemplo, se precisa ou não estar conectado à internet). 5. Na próxima etapa da atividade, de compartilhamento, cada trio apresenta seu conceito do novo aplicativo para smartphones. Peça que os times se organizem para mostrar os desenhos feitos e também para ler para todos os colegas a descrição e o modo de funcionamento do software. Caso algum aluno tenha dúvidas quanto ao projeto desenvolvido pelo outro time, pode haver perguntas e sugestões. 6. Para o fechamento, promova uma reflexão com a turma organizada em uma roda de conversa. Oriente os alunos a relatar para a turma como foi o processo de trabalho colaborativo. Incentive-os também a registrar o app criado na atividade em seus Álbuns de Cartografia Pessoal. OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 30 Instigue o debate, perguntando aos jovens qual a diferença entre trabalhar de forma colaborativa em time e trabalhar sozinho. Dialogue com eles sobre a importância da colaboração para a promoção da inovação, tão desejada no mundo do trabalho atualmente. 1. Como você avalia as situações em que os alunos do time deveriam agir de forma colaborativa? Houve participação de todos ou há aqueles que se apoiam sobre o trabalho de outros colegas? Quando não há total engajamento, quais artifícios você utiliza para envolver os alunos? 2. Nesta atividade, você percebeu engajamento efetivo de todos os alunos na criação do conceito dos aplicativos? Se não, como buscou incentivar a participação de todos? 3. A atividade envolveu o uso de celulares e dispositivos móveis, aparelhos cada vez mais comuns no cotidiano dos jovens. Como você tende a lidar com a presença dessas tecnologias em sala de aula? Acredita ser possível que elas contribuam para um maior envolvimento dos alunos nas atividades ou elas têm promovido dispersão, na maioria das vezes? Atividade 6 Meus desafios em quadrinhos Resumo A partir de questões, os alunos devem identificar e justificar um desafio superado ao longo de seu percurso escolar, transformando suas respostas em histórias em quadrinhos. Objetivos Incentivar a reflexão sobre o percurso escolar dos estudantes, especialmente no que diz respeito às dificuldades superadas no trajeto. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversa envolvendo a turma toda e trabalho individual. Recursos e providências . Folhas A4. . Lápis de cor; canetas; canetas hidrocor; fita-crepe. . Projetor, caixas de som e computador ligado à internet para exibição de um vídeo. Caso esses itens não estejam disponíveis na escola, os alunos poderão utilizar seus smartphones para realizar a ação. Eixo Eixo elegível. Etapa do semestre Meio do semestre. Avaliação em processo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 31 Duração Prevista 2 aulas. Para a sua mediação e presença pedagógica: A importância de compartilhar Quando uma atividade é demandada aos estudantes, ela envolve uma série de expectativas e orientações que contribuem para formular um passo a passo para a sua execução. As regras funcionam como guias de um percurso, mas não resultam nos mesmos produtos, que costumam ser bem diversos. Por isso é tão importante compartilhá-los com os orientandos, evidenciando para os alunos diferenças e semelhanças entre seus trabalhos e a pluralidade de produções que uma mesma proposta pode gerar. Ao compartilhar, o aluno também exercita um modo de se portar em público e de encadear suas ideias, pois precisa escolher bem as palavras com as quais vai explicar sua produção. Assim, se abre ao olhar do outro, às possíveis dúvidas e questões colocadas pelas colegas e professores, que podem enriquecer seu o trabalho. Desenvolvimento 1. O percurso escolar da maioria dos estudantes apresenta altos e baixos, seja em relação ao aprendizado e desempenho nas disciplinas, à adequação a regras e normas que conformam seu papel de aluno ou à convivência com colegas, professores ou funcionários da escola. O mesmo se aplica à trajetória das pessoas na vida pessoal e profissional. Todos enfrentamos desafios, e a questão-chave para superá-los está na resiliência, tema a ser trabalhado com os alunos nesta atividade. 2. Os jovens precisam exercitar a resiliência diante de situações adversas, isto é, aprender a lidar com obstáculos de modo confiante. O que se propõe a eles é um olhar retrospectivo sobre o próprio percurso escolar, buscando identificar alguma situação desafiadora que tenham enfrentado com sucesso e o resultado positivo que alcançaram. Não se trata de pensar no que deu errado, mas no que deu certo. Para compartilhar a experiência com os colegas, a sugestão é que cada aluno crie uma narrativa visual, como uma história em quadrinhos. 3. Apresente o tema da resiliência, mostrando aos alunos algumas definições de dicionário, como as que se seguem: Wickcionário Resiliência: 1. (Física) propriedade do material de retornar à forma ou posição original uma vez cessada a tensão sobre o mesmo. 2. (Figurado) habilidade que uma pessoa desenvolve para resistir, lidar e reagir de modo positivo em situações adversas. Significados.com.br Resiliência (Psicologia): ... é a capacidade de uma pessoa lidar com seus próprios problemas, vencer obstáculos e não ceder à pressão, seja qual for a situação. OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 32 A teoria diz que resiliência é a possibilidade de o indivíduo tomar uma decisão quando tem a chance de tomar uma atitude que é correta e, ao mesmo tempo, tem medo do que isso possa ocasionar. A resiliência demonstra se uma pessoa sabe ou não funcionar bem sob pressão. 4. Em seguida, peça que os alunos apresentem alguns exemplos de resiliência que eles conheçam, orientando-os a pensar em personagens de desenhos, filmes e novelas, que são ótimos para ilustrar o conceito (essa orientação é importante quando se trata de discutir resiliência, pois exemplos de cunho pessoal e familiar podem vir à tona e não seriam apropriados para a atividade). Exiba depois o vídeo “No time for nuts” (“Sem tempo para nozes”). Disponível em: bit.ly/no-time-for-nuts. Acesso em jan. de 2018. Trata-se de uma animação da Blue Sky Studio com o personagem Scrat, um atrapalhado esquilo obcecado por sua noz, que enfrenta uma série de dificuldades para tentar manter a salvo seu alvo de desejo. O personagem é famoso por estar presente nos desenhos da série A era do gelo, sendo um exemplo divertido de resiliência. 5. Proponha a reflexão sobre o percurso escolar e a produção da história em quadrinho, primeiro solicitando aos alunos que se lembrem de uma situação desafiadora que tenham enfrentado e superado na vida escolar. Apresente depois a ideia de cada um contar essa lembrança na forma de uma história em quadrinhos (nesta etapa da atividade, é importante destacar, novamente, que o desafio deve
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