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Uma parceria entre a SED/SC e o Instituto Ayrton Senna Orientação para Planos de Aulas (OPA) Projeto de Vida Autoconhecimento e o mundo do trabalho na construção de um projeto de vida 2º ano/2º semestre OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 2 Uma parceria entre a SED/SC e o Instituto Ayrton Senna 2º ano/2º semestre Orientação para Planos de Aulas (OPA) Projeto de Vida Autoconhecimento e o mundo do trabalho na construção de um projeto de vida Su m ár io Introdução p. 2 Por que trabalhar com projetos de vida? p. 3 Metodologias e gestão de encontros p. 6 Cardápio de atividades p. 10 Mapa das atividades p. 14 Introdução Caro(a) professor(a), O conjunto de orientações e reflexões que estruturam este material foi elaborado para servir de alicerce à sua ação como mediador dos encontros de Projeto de Vida do 2º semestre do 2º ano. Esse componente curricular tem como objetivo estimular a reflexão dos estudantes acerca de suas trajetórias e, em especial, potencializar a formação para a autonomia, o que, na perspectiva da educação integral, significa prepará-los para fazer escolhas no presente e para o futuro, na escola e na vida. Escolhas apoiadas em quem são (suas identidades e valores) e no que querem ser (seus sonhos e aspirações). OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 3 As atividades serão desenvolvidas em encontros semanais com os alunos, abordando temáticas diversas, porém sempre conectadas, como a identidade, o cotidiano escolar, a rotina de estudos, o mundo do trabalho e os projetos de vida dos jovens. Para esclarecer as intencionalidades educativas que embasam cada aspecto desse componente curricular e formar a base da sua ação mediadora, esta Orientação para Plano de Aulas (OPA) está organizada em quatro seções: Por que trabalhar com projetos de vida? Seção que explica os eixos orientadores do componente curricular Projeto de Vida, seus princípios e objetivos. Nela, estão explicitados os “porquês” da importância de formar os jovens para a autonomia, assim como o papel da escola e do professor nesse processo. Metodologias e gestão de encontros São apresentadas orientações gerais para sua atuação nas situações educativas do componente curricular, apontando posturas que devem ser adotadas na sala de aula, aspectos relacionais da sua mediação e modos de envolver e mobilizar os estudantes para a concretização de uma atitude protagonista. Cardápio de atividades Dispõe sobre a organização das atividades de Projeto de Vida ao longo do semestre e sobre como os encontros devem ser planejados por você e seus colegas professores. Mapa das atividades Apresentação, resumo e descrição de cada uma das atividades de Projeto de Vida propostas para o semestre. Mediar os encontros durante um semestre certamente será um trabalho desafiador. Compreender e compartilhar as intencionalidades por trás de cada etapa desse percurso – do planejamento das aulas até o último momento avaliativo – é muito importante para que os jovens construam sentido para as ações nas quais estarão engajados. Para isso, é fundamental que sua mediação seja sempre propositiva, embasada e planejada a partir das orientações desta OPA, que se oferece como um guia para que Projeto de Vida seja um componente com potencial transformador para você e para seu grupo de orientandos. Por que trabalhar com projetos de vida? Porque é preciso conectar a escola à juventude. Os altos índices de evasão e baixos índices de aprendizagem no Ensino Médio no Brasil provocam uma reflexão sobre a conexão entre a escola e o mundo juvenil. A falta de sentido dessa etapa da escolaridade é o principal motivo apontado pelos jovens para a desistência dos estudos. Essa “crise de sentido”, em boa parte, provém da falta de articulação entre as identidades e as aspirações juvenis e a escola, que muitas vezes não é percebida como uma parceira efetiva para os estudantes enfrentarem os desafios de suas existências e de seu tempo. O trabalho com projetos de vida se integra à proposta curricular como possibilidade para formar e potencializar a ação de jovens protagonistas, para que estes se sintam OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 4 corresponsáveis pela sua educação e empoderados na construção dos rumos de suas vidas. Para isso, Projeto de Vida situa os jovens no centro do processo educativo, reconhecendo-os em suas identidades (tendo em vista especificidades as mais variadas, como raça, gênero, orientação sexual, contexto cultural e socioeconômico), singularidades e potencialidades, como sujeitos sociais e de direitos, capazes de gerir sua própria aprendizagem e seus projetos futuros. Desses aspectos derivam dois grandes objetivos buscados ao se trabalhar os projetos de vida dos alunos como parte do currículo escolar: Oferecer espaço, escuta e mediação do professor para que os jovens reflitam sobre suas experiências na trajetória de estudantes e na relação com os demais, identificando seus aprendizados pessoais, relacionais, cognitivos e produtivos, de modo a atribuírem valor e significado a si mesmos, ao outro e ao conhecimento. Oferecer apoio e ferramentas para que professores e gestores possam influir positivamente no processo de construção da identidade e dos projetos de vida de/por seus alunos, exercendo as premissas da presença pedagógica nas aulas de projetos de vida. O q ue é e o q ue n ão é P ro je to d e Vi da ? O que é Projeto de Vida o Conjunto de encontros destinados à criação de situações educativas orientadas e ricas em intencionalidades, que contribuam para a formação de jovens autônomos e protagonistas. o Momento de estímulo à reflexão dos jovens sobre a trajetória escolar e sobre a conexão da experiência estudantil com seus sonhos e projetos para o presente e o futuro. o Constante avaliação da vivência e da rotina de estudos dos jovens, reconhecimento dos desafios que enfrentam e valorização de suas aprendizagens – tanto em Projeto de Vida quanto em outras disciplinas da estrutura curricular. o Exercício de desenvolvimento de um conjunto de competências fundamentais para viver no século 21, como: autoconhecimento, colaboração, abertura para o novo, responsabilidade, comunicação, pensamento crítico, resolução de problemas e criatividade. o Espaço para instigar os jovens a mapear e problematizar as questões sociais, políticas e culturais do mundo contemporâneo e o modo como elas se relacionam aos seus sonhos e projetos de vida. o Ambiente para reflexão sobre as relações estabelecidas pelos estudantes com outros jovens, com os adultos que os cercam, com o conhecimento e as práticas vivenciados na escola e fora dela. O que não é Projeto de Vida o Espaço destinado a conversas descompromissadas e desorganizadas sobre a vida dos jovens. o Componente desvinculado das demais disciplinas do currículo, da rotina de estudos dos jovens e das questões do mundo contemporâneo. o Espaço para a resolução de todos os desafios e problemas vivenciados pelos estudantes em outras disciplinas. o Momento para realizar um mergulho psicológico no universo interior de cada jovem, de suas angústias e problemas. As atividades de Projeto de Vida são formuladas e estruturadas para atender a três dimensões: pessoal, cidadã e profissional, incluída nesta última a dimensão do jovem como estudante. Por seu caráter complementar na formação dos alunos, tais dimensões devem ser trabalhadas constante e simultaneamente. Assim, na dimensão pessoal, as atividades convidam os jovens a se aproveitar de suas experiências na escola, na família e no tempo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre5 livre para que se conheçam melhor, reconheçam suas forças e se apoiem nelas, olhem para o futuro sem medo, identifiquem seus interesses e necessidades, estabeleçam significado às vivências na escola e fora dela, e usem a determinação para superar as dificuldades e orientar a busca da realização de seus sonhos. Esse trabalho perpassa, essencialmente, o Ciclo de Desenvolvimento Pessoal demonstrado no esquema a seguir. A dimensão cidadã se constrói como um desafio lançado aos alunos, também por meio de atividades intencionais, para que eles conheçam e compreendam seus direitos e deveres, e, principalmente, reflitam e dialoguem sobre as maneiras que vivenciam o compromisso com o outro e o bem comum. As experiências cotidianas na escola, em especial aquelas que dizem respeito ao convívio e à atuação em times nos projetos e nas aulas, serão focos de significação pelos jovens. Já a dimensão profissional provoca que os alunos reflitam e dialoguem sobre seus interesses em relação à sua inserção no mundo do trabalho, tendo como ponto de partida os conhecimentos, as habilidades e as competências desenvolvidas ao longo de sua trajetória escolar, familiar e comunitária, assim como seus sonhos e aspirações. Trata-se, também, de possibilitar que os alunos avaliem e signifiquem as experiências que tiveram na escola, para que possam projetar os próximos passos de formação e/ou início de atuação profissional. Como forma de abarcar essas três dimensões em diferentes âmbitos do universo de vivências dos jovens, o componente curricular se desenrola ao longo do Ensino Médio a partir dos eixos Identidade, Projeção do Futuro e Mundo do Trabalho, estruturados de acordo com as seguintes propostas e objetivos: 1º ano – Identidade - Promover oportunidades para que os jovens se reconheçam, tendo em vista suas identidades pessoais, familiares, escolares e comunitárias. Possibilitar que os alunos, ao se conhecerem, apoiem-se em suas forças, como condição prévia para planejar o futuro. Apresentar o currículo e gerar apropriação dos estudos pelos alunos. Orientar os alunos no acompanhamento de sua vivência escolar, favorecendo a aprendizagem e o desenvolvimento de competências. OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 6 2º ano – Projeção do Futuro - Promover oportunidades para que os jovens identifiquem seus interesses, sonhos e necessidades, aprendendo a planejar o futuro. Orientar os alunos no acompanhamento de sua vivência escolar, favorecendo a aprendizagem e o desenvolvimento de competências. 3º ano – Mundo do Trabalho - Promover oportunidades para que os jovens conheçam aspectos diversos (características, possibilidades, dilemas etc.) que permeiam o mundo do trabalho e identifiquem, reflitam e dialoguem sobre seus interesses nesse contexto. Orientar os alunos no acompanhamento de sua vivência estudantil, favorecendo a aprendizagem e o desenvolvimento de competências para a vida escolar e para o mundo do trabalho. Esses três focos, ainda que fortalecidos em seus respectivos anos, são contemplados em atividades de todos os semestres do Ensino Médio, revelando uma forte conexão entre a identidade, as habilidades, os desejos e planos de futuro que os jovens traçam para si. Metodologias e gestão de encontros Para a formação de jovens protagonistas, é fundamental que as práticas de ensino teçam uma abordagem colaborativa, problematizadora e conectada com a vida dos estudantes, de modo a desenvolver, de forma estruturada e intencional, as competências para o século 21. Para isso, é fundamental que os professores pratiquem, nos encontros de Projeto de Vida, a presença pedagógica, a problematização e o exercício da aprendizagem colaborativa. Presença pedagógica Metodologia que se fia na interação e na colaboração entre professores e estudantes, convocando e auxiliando o estudante em seu processo de desenvolvimento cognitivo e socioemocional; estabelecendo um vínculo de acolhimento, exigência e compromisso, sem perder o foco no conhecimento a ser construído e no desenvolvimento do aluno; utilizando-se de técnicas qualificadas de se fazer próximo do aluno pelo viés da ação educativa, dando atenção, reconhecendo as singularidades identitárias e os potenciais de cada jovem; estimulando a participação e promovendo a escuta atenta e a comunicação clara e respeitosa; envolvendo os estudantes em situações de aprendizagem que exijam responsabilidade e compromisso, ajudando-os a gerir suas aprendizagens e incentivando-os a crescer. Problematização Trata-se de investir numa postura mediadora que busque despertar e convocar o estudante para participar ativamente da construção do conhecimento, criando desafios e questões para reflexão, em vez de oferecer respostas prontas; aprofundar os conhecimentos a partir do diálogo; lançar os estudantes na estimulante vivência de criar, investigar e resolver problemas. Aprendizagem colaborativa Estimular a aprendizagem em times (alunos agrupados em duplas, trios, quartetos etc.), o diálogo constante, potencializando nos jovens a corresponsabilidade para aprenderem juntos, apoiando-se naqueles desafios grandes demais para resolverem sozinhos e desenvolvendo autonomia em relação ao professor, que passa a atuar na mediação do trabalho dos alunos e da sua aprendizagem. Essas metodologias norteiam a gestão dos encontros de Projeto de Vida. Elas se desdobram em várias outras posturas que se mostram importantes para balizar a sua mediação junto ao grupo de orientandos, trazendo à tona o seu jeito de trabalhar, mas dialogando com o material OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 7 de referência de maneira bem próxima, sem descaracterizar a proposta. Para isso, é preciso se preparar com cuidado para os encontros de orientação, que devem oferecer condições para que essa complexa articulação se faça possível. Para isso, alguns procedimentos são fundamentais: Preparação das aulas com foco na aprendizagem Ao planejar a aula, esteja atento a uma série de cuidados e detalhes que são decisivos à criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento das atividades com foco, autonomia e cooperação. Para auxiliar nesse aspecto, nas atividades desta OPA há quadros que detalham e esclarecem as intencionalidades que embasam as formas de organização da turma, as especificidades metodológicas e o tempo destinado às etapas de todos os encontros. Essas orientações são importantes para o seu planejamento! Organização do espaço da sala para traduzir as intenções educativas O diálogo, o debate e o trabalho colaborativo devem marcar os encontros de Projeto de Vida, e a organização da sala de aula (ou do espaço em que serão realizados os encontros) deve refletir essa escolha metodológica. Por isso, prepare a sala junto com os alunos, organizando as cadeiras e dispondo o mobiliário, os pertences de todos e os materiais necessários às atividades do dia de forma organizada. Lembre-se de que um ambiente limpo e arrumado é elemento facilitador de um trabalho com foco e concentração. Já o contrário – um espaço “bagunçado” – é um convite à dispersão. Para a maioria das atividades recomendamos que, na conversa inicial e no “aquecimento” do encontro, a turma se organize em roda. Dessa forma, todos podem se enxergar e a interação é estimulada. Para as outras etapas das atividades, a turma se organiza conforme as indicações da OPA. Acolhida dos encontros e combinados com a turma A primeira meia hora de cada encontro é decisiva para “aquecer” ou “esfriar” os alunos para as atividades propostas. Acolher bem e propor um bom papo faz toda a diferença nesse momento. E um “bom papo”, aqui, vem carregado de intencionalidades educativas: é o momento de reforçar os combinados da turma, dialogar sobre os objetivos de cada atividade e explicitar que atuação se espera deles. Aquivão algumas dicas: Avaliação em processo: logo no início dos encontros (10 a 30 minutos), todos devem ser convidados a falar de sua vivência na escola, de como está a frequência e a pontualidade nas atividades, bem como a participação e o aproveitamento nas aulas e nas experiências do núcleo. Deve ser dado espaço, inclusive, para que os alunos apresentem e discutam seus planos semanais de estudo. À medida que as experiências e dificuldades são relatadas, sugira reflexões (individuais e coletivas), destaque conquistas e desafios e encoraje também as contribuições dos colegas. O essencial, nesse momento de abertura dos encontros, é sempre discutir com os alunos as escolhas que eles têm feito, pois é por meio de uma reflexão própria que eles ganham autonomia para gerir seus estudos, ações e atitudes. Propomos que, em vez de condenar de forma efusiva determinados comportamentos e práticas considerados inadequados, o professor convide o aluno a se envolver no processo, a construir uma crítica própria, avaliando suas ações à luz de seus objetivos de vida. Para que aconteça de forma efetiva, essa construção de sentido tem de ser fundamentalmente do aluno. Lembramos que é necessário empenho – do professor e do estudante – na superação, pelo jovem, da prática da disciplina exterior pela disciplina interior (autonomia, autodeterminação, autodisciplina); OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 8 Pacto de trabalho: reapresente aos alunos os combinados – estabelecidos, de forma consensual, na primeira atividade do semestre – sobre como atuar individual e coletivamente. Apresentação da proposta de trabalho do dia: exponha de forma clara os objetivos da atividade do dia. Isso é essencial para que os alunos compreendam o sentido e se envolvam com o que está sendo proposto. Dialogar sobre as intenções de cada atividade é um aspecto central a ser observado a cada encontro com os alunos. Acompanhamento da participação dos jovens e da sua mediação A atenção individualizada ao processo educativo de cada aluno é o fundamento da orientação de Projeto de Vida. Portanto, a participação de cada jovem nos encontros é de suma importância. Tal participação deve ser monitorada a cada aula e alguns instrumentos podem auxiliar nessa tarefa, como a lista de presença. Para um monitoramento qualitativo, recomenda-se também realizar anotações com pontos de atenção relacionados tanto a cada um dos jovens quanto à turma, seus aprendizados e crescimentos. Com esses dados em mãos, você terá uma fonte segura para refletir sobre o andamento dos encontros, os principais desafios apresentados pelos jovens e também sobre o seu próprio trabalho de mediação. Para estimular esse exercício constante de monitoramento, ao final de cada atividade proposta na OPA há um quadro intitulado “Avaliação em processo". Nele são apresentadas algumas perguntas que irão contribuir para a avaliação dos encontros: os principais objetivos das atividades foram alcançados? A turma se envolveu no desenvolvimento das ações? Há evidências de que os estudantes conquistaram aprendizagens importantes para sua formação? Você atuou com presença pedagógica e com uma postura problematizadora? Ao final de cada bimestre há também uma atividade de feedback, quando você terá a oportunidade de dar uma devolutiva aos alunos, conversando individualmente com cada estudante sobre o percurso do semestre, apresentando sua avaliação sobre as posturas, aprendizados e competências de cada um. Gestão cuidadosa do tempo e da atenção Cada encontro tem um objetivo claro e um conjunto de ações essenciais à consecução de tal objetivo. Por isso, é importante que, a cada atividade, seja cumprido o ciclo de trabalho proposto. Para que isso seja possível, é necessário que o tempo seja bem utilizado e que a dispersão seja evitada. Você deve criar, com os alunos, uma cultura de respeito aos horários de início e fim das atividades e cuidar para que os tempos de desenvolvimento previstos para cada uma delas sejam respeitados. Evidentemente, ao perceber que determinada atividade demandou mais tempo que o previsto, você pode rever o planejamento e fazer os ajustes necessários para que a qualidade do trabalho seja potencializada. Por isso, é preciso: explicar de forma clara o trajeto a ser percorrido no encontro, destacando os pontos que mereçam mais atenção do grupo de orientandos; informar o tempo previsto para cada atividade e propor um combinado em relação a como será feita a gestão desse tempo (se vai ficar a cargo dele ou de algum aluno, em que momentos e como serão feitos os avisos de que o tempo de cada atividade está se esgotando etc.); e detectar os momentos de dispersão, chamando a atenção para o foco da atividade, sempre que houver situações de falta ou perda de concentração. Contextualização das atividades OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 9 O aluno precisa perceber que as atividades que vivencia na escola têm sentido em sua vida, compreender que há intensa conexão entre os conhecimentos trabalhados na escola, a realidade social, o mundo do trabalho e sua vida prática – incluindo o caminho a ser trilhado para a concretização de seus objetivos e sonhos. Você tem o papel importantíssimo no processo de dar visibilidade a essa conexão. Sua tarefa é explicar, despertar a curiosidade, problematizar cada experiência relatada ou vivenciada no núcleo, relacionando-a com inquietações, anseios e elementos cotidianos da vida dos jovens. Por isso, você deve ter um cuidado permanente em dar significado às experiências vivenciadas nos encontros, relacionando-as todo o tempo com os interesses e projetos pessoais dos estudantes. Articulação do processo à Matriz de Competências para o Século 21 É necessário que os alunos conheçam e compreendam o significado e a importância, para seu desenvolvimento pessoal, social e profissional, de cada uma das competências que integram tal Matriz. Também é crucial que os jovens percebam de que modo os aprendizados vividos na escola o ajudam a fortalecer tais habilidades e competências. Eles precisam saber, enfim, que um objetivo importante da escola é que desenvolvam essas competências, essenciais para uma vida plena. Também é necessário lembrá-los de que, de tempos em tempos, deverão se perguntar em que medida estão alcançando esse objetivo. Ao longo dos encontros de Projeto de Vida, seja nos momentos de execução ou avaliação das atividades, busque sempre problematizar a temática das competências socioemocionais com os jovens, principalmente no sentido de ajudá-los a reconhecer as competências mobilizadas no percurso de cada ação educativa. No quadro a seguir é apresentada a Matriz de Competências para o Século 21. Matriz de Competências para o Século 21 Responsabilidade o Refere-se à perseverança e eficiência na busca de objetivos, mesmo em situações adversas. o Está relacionada ao quanto as pessoas são organizadas, dedicadas, persistentes, autônomas e determinadas. Pensamento crítico o Analisar ideias e fatos em profundidade, investigando os elementos que os constituem e as conexões entre eles, utilizando conhecimentos prévios e formulando sínteses. o Saber analisar e sintetizar ideias, fatos e situações, assumindo posicionamentos fundamentados. Resolução de problemas o Mobilizar conhecimentos e estratégias para solucionar problemas da vida e aprender com o processo, aplicando as soluções em outros contextos. o Saber identificar um problema, levantar hipóteses, estabelecer relações, gerar alternativas, organizar conhecimentos, arriscar-se a solucioná-lo, sem medo de errar. Abertura para o novo o Disposição para novas experiências (estéticas, culturais e intelectuais) e comportamentos de exploração. o Ter abertura para errar e aprender coisas novas. o Demonstrar atitude curiosa, inventivae questionadora em relação à vida. Colaboração o Atuar em sinergia e responsabilidade compartilhada, respeitando diferenças e decisões comuns. o Inclui a habilidade de adaptar-se a diferentes situações sociais e a reconhecer-se como parte de um coletivo. OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 10 o Disposição para contribuir e construir em conjunto, em grupos pequenos e grandes. Comunicação o Compreender e fazer-se compreender em situações diversas, respeitando os valores e atitudes envolvidos nas interações. o Saber ouvir e interagir com o outro. o Utilizar criticamente as habilidades de leitura e de produção textual. Criatividade o Ser capaz de fazer novas conexões a partir de conhecimentos prévios e outros já estruturados, trazendo contribuições de valor para si mesmo e para o mundo. o Propor novas abordagens e buscar novas soluções, gerenciando variáveis aparentemente desconexas. Autoconhecimento o Capacidade de usar o conhecimento de si, a estabilidade emocional e a habilidade de interagir nas tomadas de decisão, especialmente em situações de estresse, críticas ou provocações. o Reconhecimento das suas próprias qualidades, confiança em si mesmo para vencer desafios e capacidade para crescer nessas situações. Por meio dos procedimentos metodológicos e cuidados de gestão da aula apresentados aqui, é possível criar um bom clima de trabalho nos encontros de orientação – marcado, ao mesmo tempo, pelo envolvimento de todos e pela leveza. Leveza que nasce em um ambiente de diálogo aberto e sereno, de mobilização e cooperação a partir de sentidos compartilhados e de objetivos em comum. Cardápio de atividades Tendo dialogado sobre os princípios e metodologias que permeiam o componente curricular Projeto de Vida, é hora de planejar o 2º semestre de encontros da turma do 2º ano. Delinear esse itinerário exige atenção e cuidado, pois é importante que ele seja repleto de sentido, tanto para você e seus colegas professores quanto para os jovens, e também que ele possa ser plenamente realizado. A OPA funciona como um “cardápio de atividades”. Isso significa que este material apresenta uma série de proposições que podem ser desenvolvidas com o seu grupo de orientandos nos encontros de Projeto de Vida. Ao todo, são 16 atividades que, somadas, totalizam 52 tempos. Mas nem todas elas deverão ser realizadas, afinal, não haverá tempo para isso! Como um semestre deste componente curricular tende a comportar de 34 a 44 tempos (pode variar de um ano para o outro ou de uma escola para outra, tendo em vista os acontecimentos cotidianos), é necessário adequar o planejamento e fazer o seu próprio roteiro. Isso significa que o Projeto de Vida de cada escola é singular, elaborado conforme a avaliação dos professores orientadores. O importante é que todos os professores que orientam Projeto de Vida na sua escola trabalhem, de modo colaborativo, na definição das atividades que serão realizadas no semestre e compartilhem momentos de planejamento. O espaço da reunião pedagógica pode ser importante para que esse planejamento coletivo se efetive. O que deve ser levado em conta para a elaboração do planejamento do semestre? Tempo O primeiro passo é consultar o calendário escolar e quantificar os tempos destinados a Projeto de Vida durante o semestre. Dessa forma, o semestre poderá ser planejado e incluir tanto as atividades “essenciais” quanto as “opcionais”. OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 11 Eixo As atividades são divididas em dois eixos. As do eixo estruturante são essenciais, por isso, tem o período exato em que devem acontecer já definido. As do eixo elegível, por sua vez, são intercambiáveis e podem ou não integrar o planejamento do semestre. Eixo estruturante: trata-se das atividades fundamentais para a realização de um percurso de Projeto de Vida que atenda a todos os princípios do componente curricular. São atividades essenciais e devem ser contempladas pelo seu planejamento impreterivelmente. As atividades desse eixo versam sobre a escolha do professor- orientador, o acompanhamento sistemático da vivência escolar dos jovens e a avaliação final e individual do semestre. Eixo elegível: compreende as atividades que podem ou não integrar o seu planejamento e dos seus colegas professores. Para balizar a escolha da equipe docente, um critério importante é que elas estejam alinhadas à intencionalidade da trajetória proposta por vocês. Etapa do semestre Cada atividade proposta no cardápio é indicada para um “momento” específico do semestre: início, meio ou fim. Essa divisão foi feita tendo em vista a organização por bimestres do calendário escolar, mas o seu planejamento também deve levar em conta alguns aspectos: o A escolha dos orientadores (atividade do eixo estruturante) é feita sempre no início do semestre. O orientador trabalha com os mesmos alunos durante todo o semestre. o Há atividades de avaliação do percurso (também do eixo estruturante) alocadas no meio e no final do semestre. o É indicado que as atividades mais complexas ocorram no meio dos bimestres, para que não coincidam com as semanas de avaliação final das disciplinas ou de fechamento de notas. As semanas de encerramento dos bimestres são o momento ideal para atividades que promovem reflexão de maneira intensiva sobre o cotidiano escolar e a rotina de estudo dos jovens. Adaptação à proposta curricular de Projeto de Vida O planejamento do semestre deve responder aos eixos norteadores de Projeto de Vida (Identidade, Projeção do Futuro e Mundo do Trabalho), de forma que a temática principal do ano seja contemplada. Mas é importante lembrar, também, que esses eixos se interpenetram, sendo importante que estejam contemplados no planejamento do semestre. Além disso, as atividades elencadas devem, em seu conjunto, contemplar as dimensões pessoais, cidadãs e profissionais do universo juvenil, assim como mobilizar variadas competências socioemocionais. Portanto, ter essa diversidade é importante. Disponibilidade de materiais e demais recursos Ao selecionar as atividades, é importante garantir que os materiais básicos à sua realização estarão disponíveis – pode ser papel, canetinhas, computador com projetor, sistema de som, internet e assim por diante. Se julgar que alguma das atividades ficará defasada pela ausência de algum desses materiais, prefira outras em que os objetos OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 12 estejam disponíveis ou pense em “planos b”, com materiais alternativos para a realização dessas atividades. Alinhamento com outras turmas e com as atividades da escola É importante que você trabalhe de modo alinhado a outros professores que orientam times do 2º ano, de modo que seja adotado um percurso similar junto aos alunos. Mas, se julgarem importante, é possível haver uma ou outra atividade específica, tendo em vista o perfil dos estudantes e seus interesses. Esse arranjo pode funcionar de maneira estratégica, especialmente para aquelas atividades que demandam uma logística mais complexa, como visitas a espaços exteriores à escola. Como são estruturadas as atividades? Cada atividade apresenta o passo a passo de seu desenvolvimento, com indicações detalhadas para fomentar a sua mediação durante os encontros. Elas se iniciam com um quadro que apresenta um resumo, seus objetivos, o modo como a turma se organiza, o eixo e a etapa do semestre à qual a atividade pertence, as competências para o século 21 que ela mobiliza, sua duração prevista e dicas para a sua mediação e para a sua presença pedagógica. Além disso, há outros elementos que compõem a OPA e merecem destaque: Quadros com dicas metodológicas Permeando o passo a passo, há caixas de texto para orientaçõesde mediação ao longo da atividade e para outras informações que mereçam destaque. Quadro “Avaliação em processo” Localizado ao final de cada atividade, apresenta questões para estimular a sua avaliação do desenvolvimento da atividade, tanto no que se refere à atuação dos jovens quanto à sua própria mediação. Anexos: Algumas atividades orientam para a leitura de seus anexos correspondentes. Localizados ao final desta OPA, os anexos são, em sua maioria, textos complementares para fomentar a sua mediação. Há também peças que devem ser impressas ou copiadas à mão em outras folhas para a realização da atividade. Caderno do Estudante O Caderno do Estudante é um material destinado aos jovens e deve ser entregue a eles logo no início do semestre, um por aluno. O caderno apresenta Fichas que são complementares à OPA e que dispõem textos e orientações que estimulam o desenvolvimento da autonomia dos estudantes durante os encontros. Não deixe de reforçar com os jovens a importância de eles terem sempre em mãos o Caderno do Estudante durante os encontros de Projeto de Vida. Álbum de Cartografia Pessoal Instrumento que serve como base de registro para os alunos ao longo dos três anos de Projeto de Vida no Ensino Médio. OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 13 Seguindo essas orientações, o percurso planejado para os encontros de Projeto de Vida do semestre tem tudo para funcionar com sucesso. Mas não deixe de ter em conta que, apesar de essenciais para a sua mediação, o cardápio de atividades e o seu planejamento devem ser tomados como ferramenta flexível e adaptável, passível de mudanças. Se, em algum momento do itinerário pensado para o semestre você julgar que outras atividades do cardápio podem se adequar melhor às dinâmicas da sua turma de orientandos, ou se os estudantes não estiverem mobilizados pelas atividades escolhidas, o percurso pode e deve ser replanejado, por meio do diálogo com os demais professores e com a equipe gestora da escola, tendo sempre em conta os pontos discutidos aqui. OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 14 Mapa das Atividades Nome Resumo Duração prevista Página Atividade 1 Avaliação e escolha do próximo professor- orientador. Dinâmica avaliativa voltada à relação orientador/orientandos, seguida do processo de escolha de três nomes de professores que cada aluno gostaria de ter como orientadores no presente semestre. 2 aulas p. 16 Atividade 2 Minha rotina ideal Construindo em um infográfico sua rotina ideal de lazer, estudo, descanso e outras atividades, os alunos refletirão sobre a autogestão do tempo e o autoconhecimento nas ações. 2 aulas p. 18 Atividade 3 Identidade na rede! Discussão, a partir de debate regrado, sobre os impactos das redes sociais nas identidades e de seus usos na escola. 2 aulas p. 21 Atividade 4 Tirando projetos do papel A atividade visa a inspirar os jovens a pensarem em modos criativos de realizar alguns dos planos e projetos que ambicionam tirar do papel. O tema da colaboração é explorado em uma conversa sobre novas formas de trabalho, como o coworking e a cocriação. 2 aulas p. 25 Atividade 5 Trabalho colaborativo: desafio de conceitos Divididos em times, os alunos devem criar o conceito de um novo aplicativo de celular destinado ao público jovem, trabalho que colocará em evidência a colaboração em sala de aula e no mundo profissional. 2 aulas p. 27 Atividade 6 Meus desafios em quadrinhos A partir de questões, os alunos devem identificar e justificar um desafio superado ao longo de seu percurso escolar, transformando suas respostas em histórias em quadrinhos. 2 aulas p. 30 Atividade 7 Qual a minha profissão ideal? Os jovens reconhecem suas habilidades e se engendram em uma discussão sobre a dinâmica do mundo do trabalho e suas profissões. Em seguida, realizam um exercício imaginativo sobre a profissão ideal de cada um. 6 aulas p. 34 Atividade 8 Rolé no Bairro Os jovens se envolvem na preparação e na realização de um Rolé no Bairro em que a escola se localiza, buscando conhecer um pouco mais dos aspectos do bairro: seus principais lugares, estabelecimentos, moradores e curiosidades. 8 aulas p. 38 Atividade 9 Guia do Bairro Após o Rolé no Bairro, os times se dedicam à produção de um Guia do Bairro, como forma de relatar e divulgar a experiência vivida 4 aulas p. 43 OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 15 Atividade 10 Feedback O orientador dá feedback a cada aluno a respeito do seu desenvolvimento, a partir da troca de informações com professores e da análise do desempenho nas áreas/disciplinas e no núcleo. 4 aulas p. 46 Atividade 11 Cinco informações que eu não sabia sobre... Duplas de alunos se entrevistam para obter informações curiosas um sobre o outro, com dois objetivos: desenvolver a curiosidade e experimentar a lista como expressão textual. 2 aulas p. 48 Atividade 12 Eu vou conseguir, vou conseguir... Leitura e discussão de artigo sobre o otimismo, visando à construção de um gráfico que explicitará a importância de conjugar, em uma meta, pensamento positivo e ação. 2 aulas p. 50 Atividade 13 A imagem diz que... Exercício para o descondicionamento do olhar, a partir da leitura de retratos. 2 aulas p. 53 Atividade 14 Julgamento das novas tecnologias Organizados em times de defesa e acusação, os estudantes debatem e julgam as novas tecnologias, suas potências e limitações, e como elas conformam nossa sociabilidade. 4 aulas p. 57 Atividade 15 Meu futuro na linha do tempo Os alunos construirão uma linha do tempo fictícia para um futuro de três anos, marcada por aspectos da vida profissional e pessoal. A atividade provoca reflexão sobre identidade e projetos de vida. 4 aulas p. 61 Atividade 16 Feedback O orientador dá feedback a cada aluno a respeito do desenvolvimento do jovem, a partir da troca de informações com professores e da análise do desempenho nas áreas/disciplinas e no núcleo. 4 aulas p. 65 Anexos p. 67 OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 16 Atividade 1 Avaliação e escolha do próximo professor-orientador Resumo Dinâmica avaliativa voltada à relação orientador/orientandos, seguida do processo de escolha de três nomes de professores que cada aluno gostaria de ter como orientadores no presente semestre. Objetivos Promover reflexão sobre a relação entre orientadores e orientandos no semestre anterior e realizar o processo de escolha de orientador do segundo semestre. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversa envolvendo a turma toda e trabalho individual. Recursos e providências Anexo 1 Tiras de papel Eixo Eixo estruturante Etapa do semestre Início do semestre (primeiro encontro). Duração Prevista 2 aulas. Desenvolvimento 1. Abra o encontro explicando aos orientandos que a ocasião marca o fim da parceria estabelecida com eles no último semestre e o início de novo processo de orientação, começando por uma reflexão a respeito de como as dinâmicas dos encontros do primeiro semestre funcionaram em time e como elas se refletiram na relação orientador- aluno. Informe que, após essa discussão, eles deverão indicar os professores de sua preferência para o atual semestre de orientação. 2. Para a primeira parte da atividade, organize os alunos em um círculo, colocando no centro um recipiente com tirinhas de papel dobradas e escrevendo em cada uma delas um dos termos abaixo (retirados do texto “Relação orientador-aluno”, discutido no semestre anterior): RESPEITO – COLABORAÇÃO – COMPROMISSO – INTERESSE – FLEXIBILIDADE– RESPONSABILIDADE – ORGANIZAÇÃO – MOTIVAÇÃO – CURIOSIDADE – ENTUSIASMO – DEDICAÇÃO 3. Apresente a questão propiciadora do debate sobre essas palavras: O que temos a dizer sobre isso? OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 17 4. Peça a um dos alunos que tire uma tirinha do recipiente e leia a palavra escrita em voz alta para a turma, comentando uma situação vivida por ele no semestre passado relacionada essa palavra. Nesse comentário, além de sua experiência, o estudante deve indicar como vê essa palavra em relação ao orientador e aos colegas do time. Assim, se o termo sorteado for “Entusiasmo”, ele deverá comentar se esteve animado durante as atividades e se encontrou o mesmo sentimento nos outros alunos e no orientador. 5. Pergunte se algum dos outros alunos gostaria de comentar o termo e também comente, se achar importante. Repita o procedimento até que todos os alunos tenham sorteado um termo. 6. A segunda parte da atividade segue o modelo de escolha do orientador do 1º semestre. Fale do desafio para o encontro: a escolha do professor que atuará como orientador de Projeto de Vida durante o 2º semestre. 7. Problematize com eles a necessidade de que, para esse semestre, façam uma escolha ainda mais consciente, tendo a vista a finalidade dos encontros de Projeto de Vida: ajudá-los a pensar, de forma mais intensa, nos seus projetos de futuro e em como dar os passos para construí-lo. 8. Reforce que, para o objetivo a ser alcançado, eles devem buscar um professor no qual percebam a potencialidade para uma relação de efetiva parceria. Uma relação sem dependência, com corresponsabilidade e com um bom canal de diálogo, que permita ao professor e ao aluno trazerem questões e construírem juntos boas estratégias para lidar com os desafios do dia a dia. 9. Informe aos alunos quais são os professores disponíveis para essa parceria no 3º ano. Faça cópias do formulário do Anexo 1 e distribua aos alunos ou o reproduza no quadro, para que todos possam copiá-lo. Em seguida, solicite que cada aluno preencha o seu formulário (ou redija suas respostas em um papel). Explique que o procedimento de escolha do orientador deve ser definido e validado pela direção e pelas equipes pedagógica e docente da escola e que, por isso, cada aluno deverá indicar, no formulário, três opções de professores, em ordem de preferência. Recolha todos os formulários e encerre o encontro. Informe aos alunos que o material será encaminhado ao Coordenador Pedagógico e ao Orientador Educacional, para que seja feito um cruzamento dos dados, tentando conciliar o desejo de todos. Esclareça que, no caso de algum aluno não conseguir ser orientado por nenhum dos três professores indicados, ele poderá indicar um novo, e, no semestre seguinte, terá prioridade na escolha em relação aos colegas. 10. Apresente aos jovens o roteiro dos encontros de Projeto de Vida do semestre, conforme formulado por você e demais orientadores do 2º ano a partir do Cardápio de Atividades. 11. Encerre a atividade esclarecendo possíveis dúvidas e passando confiança aos alunos sobre o processo de escolha do orientador. 1. Durante o exercício “O que temos a dizer sobre isso?”, os alunos estavam à vontade para falar sobre a relação orientador/orientando diante de toda a turma? Caso eles não tenham se sentido confortáveis, a que você acredita que isso se deva? 2. Em relação aos comentários feitos dos estudantes, você considera que a avaliação deles esteja afinada com suas impressões sobre o grupo ou há grandes diferenças entre Avaliação em processo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 18 elas? Os orientandos conseguiram exercer um pensamento autoavaliativo (apontar com clareza as facilidades e dificuldades da orientação ao longo do último semestre)? E você, encontrou subsídios para uma autoavaliação? 3. Os alunos trataram o processo de escolha do novo orientador de forma aprofundada e reflexiva ou o processo foi mais burocrático, para “cumprir tabela”? O que pesou mais na escolha deles do orientador: uma análise mais superficial, levando em conta fatores como a facilidade de relacionamento? Ou eles se permitiram considerar professores que, em suas percepções, trariam contribuições ao seu desenvolvimento, mesmo não havendo identificação pessoal? Atividade 2 Minha rotina ideal Resumo Construindo em um infográfico sua rotina ideal de lazer, estudo, descanso e outras atividades, os alunos refletirão sobre a autogestão do tempo e o autoconhecimento nas ações. Objetivos Refletir sobre a autodisciplina e planejar uma rotina diária que concilie as várias dimensões do cotidiano de cada estudante. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversa envolvendo a turma toda e trabalho individual. Recursos e providências Caderno do Estudante. Canetas e lápis de cor. Eixo Eixo elegível. Etapa do semestre Início do semestre. Duração Prevista 2 aulas. Para a sua mediação e presença pedagógica: Os exemplos nem sempre devem ser seguidos Em geral, os vídeos, reportagens e demais textos utilizados nas atividades servem para contextualizar ou aprofundar o tema tratado. Outras vezes eles extrapolam um papel ilustrativo e se tornam a base da atividade, caso que requer sempre um posicionamento crítico quanto ao modo de nos apropriamos desses materiais. Ou seja, nesta atividade, os gráficos e infográficos são um instrumento para apresentar aos estudantes a ideia de adotarem uma rotina de trabalho. Não está sendo sugerido a eles que planejem essa rotina OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 19 tendo como modelo exemplar o dia a dia das importantes figuras relatadas (Balzac, por exemplo, trabalhava mais de 13 horas por dia, impulsionado por muitas xícaras de café). Desenvolvimento 1. Inicie o encontro com uma roda de conversas. Peça que os alunos contem como organizam suas atividades cotidianas ao longo do dia e se eles conseguem conciliar as atividades escolares, os projetos pessoais, a convivência em família, o lazer e suas outras atividades. Algumas perguntas para orientar a conversa: Como vocês organizam o próprio tempo? As 24 horas de um dia são suficientes para contemplar tudo o que vocês gostariam de fazer? Como vocês conciliam as atividades escolares, o lazer e outros projetos que desenvolvem fora de casa? Acreditam que uma rotina bem organizada pode ser frutífera? A autogestão e o autoconhecimento são competências importantes para os jovens de hoje. Elas remetem a uma mesma característica: a disciplina que cada um desenvolve para controlar bem seu temperamento, balanceando as obrigações e os desejos, a criatividade e o respeito às regras, os momentos de distração e de dedicação ao trabalho. A autodisciplina não é apenas uma recomendação. Muitas pessoas conseguem viver o dia a dia seguindo uma rotina que contempla as dimensões do lazer, da preguiça e da sociabilidade, sem deixar que elas desviem o foco do trabalho quando é preciso concentração. Esta atividade visa auxiliar os alunos na construção de uma rotina produtiva e na reflexão sobre as possibilidades de autogestão do tempo e autoconhecimento das próprias ações. 2. Ao fim da conversa, peça que os jovens tenham em mãos o Caderno do Estudante aberto na Ficha 1. Ela apresenta uma reportagem do site Hypeness que será a base da atividade de construção de gráficos sobre a rotina diária de cada um dos estudantes. Disponível em: bit.ly/rotinacriativo. Acesso em: jan. 2018. 3. Inicie com a leitura conjunta da reportagem. Ela trata da rotina diária de alguns gênios criativos da humanidade, desde o tempo de sono de cada um deles aos momentos de trabalho, lazer, caminhadas e refeições, e apresentaalguns gráficos, dando forma visual a tais rotinas. Cada gráfico é dividido em 24 partes, representando as horas do dia. A primeira parte correspondente ao intervalo entre 00 h e 01 h da manhã. As horas são preenchidas conforme a ação desempenhada pela pessoa. Para a atividade deste encontro, o texto dos gráficos foi traduzido na legenda sob cada uma das imagens. 4. Promova a leitura dos gráficos, intercalando-a entre os alunos. Em seguida, distribua a as canetas e lápis de cor. Indique que, tal como na reportagem, cada um deve preencher o seu inforgráfico da Rotina Ideal, também presente na Ficha 1 do Caderno do Estudante. Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 20 Como o próprio nome indica, o exercício deve funcionar como o planejamento de uma rotina que atenda às necessidades dos estudantes, não apenas como um reflexo da rotina atual. A partir da pergunta “Como seria minha rotina ideal?”, da leitura da reportagem e da discussão que iniciou a atividade, instrua os estudantes a construírem seu próprio infográfico. A proposta é que eles coloram os intervalos entre as horas e coloquem, nos pontos destacados, as ações correspondentes. Cada uma deve corresponder a uma cor diferente e, se aluno dedica mais de uma hora a uma mesma atividade, basta escrever uma única vez no ponto em que ela se inicia. 5. Para finalizar o encontro, forme uma roda e oriente cada aluno a apresentar seu infográfico. Peça que, durante as apresentações, eles comentem: As vantagens de uma rotina planejada. Como esse planejamento pode contribuir para a autodisciplina. O que eles acreditam que conseguirão fazer a partir de agora, com esse esforço de planejamento da rotina. 1. Retomando a grande temática do 2º ano de Projeto de Vida, acredita que o planejamento do cotidiano pode contribuir para que os alunos coloquem degraus em seus sonhos? Você tem conseguido fazer a ligação entre as atividades e os objetivos de Projeto de Vida? 2. Após a segunda atividade que demanda dos alunos a expressão por meio de gráficos, como você avalia a habilidade dos alunos nessa linguagem? Que apoio você precisou dar a eles para que conseguissem expressar e organizar suas ideias em um gráfico? Avaliação em processo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 21 Atividade 3 Identidade na rede! Resumo Discussão, a partir de debate regrado, sobre os impactos das redes sociais nas identidades e de seus usos na escola. Objetivos Possibilitar que os jovens reflitam sobre a maneira como suas identidades são impactadas pelos modos como atuam e interagem nas redes sociais, e proponham ideias para a utilização das redes sociais para o aprendizado escolar. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversa envolvendo a turma toda e de trabalho em trios. Recursos e providências .Computador ligado à internet e projetor. . Álbum de Cartografia Pessoal. Eixo Eixo elegível. Etapa do semestre Início do semestre. Duração Prevista 2 aulas. Para a sua mediação e presença pedagógica: Os jovens nascidos entre os anos de 1980 e 1995, conhecidos como millenials, fazem parte da Geração Y. Essa geração ficou assim conhecida pois, ao contrário das gerações anteriores (os baby boomers e a geração X), eles estão totalmente inseridos no contexto das transformações tecnológicas, participando ativamente de redes sociais e do ecossistema digital. Para eles, a tecnologia não é algo que causa estranhamento, pelo contrário, estabelecem com ela relações simbióticas, daí também serem apontados como “jovens ciborgues”. A geração Z (nascidos do final da década de 1990 até o ano 2000), nativos digitais, devem acentuar a conectividade na maneira de estabelecer relações pessoais, virtuais e produtivas de maneiras inéditas e inovadoras. No entanto, o que seus estudantes pensam sobre redes sociais, em particular o Facebook, e os usos que fazem dela? E o que a escola tem a ver com essas novas tecnologias? Para trabalhar com essas e outras questões, será realizado um debate regrado, um debate de opinião. A modalização didática desse tipo de gênero, segundo Dolz e Schneuwly, deve envolver mais a construção coletiva de um ponto de vista sobre determinado assunto do que o jogo de refutação e polemização. A esse respeito ver: GOMES-SANTOS, Sandoval Nonato. Modos de apropriação do gênero debate regrado na escola: uma abordagem aplicada. DELTA [online]. 2009. Disponível em: bit.ly/debateregrado. Acesso em: jan. 2018. Desenvolvimento Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 22 1. A atividade do dia consiste em realizar um debate regrado sobre o tema “Identidade on- line”. Reúna a turma em roda e, como aquecimento, leia o texto abaixo ou projete-o, provocando os estudantes a descobrir qual é a dependência do jovem F.V. “O período de preparação foi bem fácil e legal. Foi aquele momento em que a gente acha que vai ser muito bom e fácil. Mas quando começou fiquei desnorteado. Admito: me tornei muito dependente da internet, não consigo mais ficar um dia sem. Eu não consegui dessa vez, mas vou ver se tento de novo qualquer dia”. F.V., 17 anos 2. Ouça alguns palpites, provavelmente alguém dirá, logo de cara, que é a internet. Conte que o depoimento faz parte da experiência a qual um grupo de jovens estudantes cariocas se submeteu: ficar sete dias sem internet. Mobilize a turma a pensar no que significa ficar sete dias desconectado e se eles próprios conseguiriam, do que mais sentiriam falta etc. Exiba os vídeos com o registro das expectativas dos participantes antes da experiência. Disponíveis em: bit.ly/oqueaconteceria bit.ly/antes7dias Acessos em: jan. 2018. 3. A seguir, pergunte sobre a relação que possuem com a internet, particularmente com o Facebook: “O que vocês mais costumam fazer na internet?”; “Para que costumam usar as redes sociais?”; “Vocês têm muitos amigos no Facebook? Qual é a importância de ter muitos amigos por lá?” etc. Para seu conhecimento e reflexão, recomendamos o trecho da entrevista (3´10) em que o sociólogo Zygmunt Baumam discute as relações de amizade no Facebook. Disponível em: bit.ly/amizadesdefacebook. Acesso em: jan. 2018. 4. A seguir, apresente o vídeo a que assistirão: “Vítimas do Facebook” (Facebook Follies, 53’20”, Canadá, 2011), que, como o nome diz, propõe uma reflexão sobre os perigos que rondam a rede. Esclareça que o documentário trará alguns temas importantes para alimentar o debate que farão. Diga que você exibirá apenas um trecho, e disponibilize o endereço web do vídeo para que eles possam assistir ao documentário na íntegra. Durante a exibição, peça que mantenham a atenção e anotem os conceitos e fatos que acharem mais significativos. Sugerimos a exibição do seguinte trecho do documentário: do início até 13’28’’. Disponível em: bit.ly/vitimasdofacebook. Acesso em: jan. 2018. Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 23 É fundamental que você assista ao documentário antes da aula, especialmente o trecho selecionado, tomando nota das principais ideias que poderão fomentar o debate. Busque manter a objetividade nas anotações, evitando que suas opiniões pessoais possam influenciar no debate que será realizado. 5. Confira se os estudantes estão tomando nota do que consideram importante. Exiba outro vídeo antes de iniciar odebate, que agora tratará do uso das redes sociais na escola. Peça que continuem tomando nota do que consideram mais significativo, para que o debate ganhe força. Exiba, na íntegra, o vídeo documentário “Uma escola entre redes sociais” (22’28’’). Disponível em: bit.ly/escolaeredes. Acesso em: jan. 2018. 6. A partir das ideias e conceitos principais que anotaram, peça aos estudantes para se reunirem em trios para trocarem suas impressões. Proponha que discutam a partir das seguintes questões, estabelecendo cerca de 15 minutos: As redes sociais trazem para o âmbito público o que costumava ser particular. Qual é o limite entre a exposição e a intimidade? Como a escola poderia usar as redes sociais a favor da educação? Deem exemplos do que poderia ser feito. 7. Dê início ao debate regrado, organizando a turma em roda de conversa e explicando as regras de funcionamento: Todos poderão falar e apresentar seus pontos de vista. Para isso, devem pedir a palavra, levantando a mão. O professor ficará atento para garantir que as inscrições sejam cumpridas. O objetivo não é chegar a um consenso, esse não é um exercício para aferir quem tem razão, quem está certo ou está errado, e sim, buscar construir juntos um grande caleidoscópio de pontos de vista sobre o tema. Para isso, é imprescindível ouvir com atenção os colegas e respeitar as diferentes opiniões. Saber ouvir é tão importante quanto saber falar. Durante a mediação do debate, cuide para que diferentes jovens possam participar, evitando que o debate seja localizado entre as mesmas pessoas. Durante o debate, eles podem citar trechos dos vídeos que assistiram ou dar exemplos que vivenciaram para dar sustentação aos argumentos. 8. Dê ritmo ao debate, iniciando com as questões debatidas pelos trios e continue fazendo boas perguntas, que estimulem os estudantes a rever seus posicionamentos, olhar a mesma situação por outros pontos de vista, sublinhando questões que forem trazidas por eles (não para atribuir valor de certo/errado, mas antes para provocá-los a pensar de maneira crítica, construindo dessa forma um diálogo participativo e coletivo). A seguir, sugerimos algumas perguntas que você pode lançar mão, complemente-as com outras! O que é o melhor e o pior do Facebook? O que pode ser considerado superexposição na internet? Citem exemplos. Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 24 Vocês acham que seriam pessoas diferentes se não existisse Facebook ou internet? Justifiquem no que seriam diferentes ou por que não seriam diferentes. 9. O debate deve finalizar com uma rápida avaliação pelos alunos da dinâmica da atividade, bem como das questões que eles avaliam que seguirão refletindo e conversando em outros tempos e lugares. Estimule que escrevam a respeito do assunto em seus Álbuns de Cartografia Pessoal. Observe as ideias que a turma trouxe para o uso das redes sociais na educação. Algumas delas, talvez, você consiga colocar em prática, como por exemplo, a criação de um grupo fechado no Facebook com todos os estudantes da turma. Esta “sala de aula virtual” pode ter usos como: organizar tarefas e fazer lembretes; apoio de registro pelos jovens das questões de suas aulas; fórum de discussão permanente; divulgação de filmes, eventos e outros temas de interesse cultural e educativo etc. Só fique atento(a): caso resolvam organizar o grupo virtual, tenha o cuidado de criar um perfil pessoal específico para isso, de caráter profissional. 1. Os estudantes formularam bons argumentos durante o debate, apresentando pontos de vista com clareza e respeitando e levando em consideração as diferentes opiniões? 2. Surgiram boas ideias sobre o uso das redes sociais na educação? Alguma que vocês colocarão em prática? 3. Como você avalia a qualidade de sua mediação na atividade: avalie com relação a sua preparação, ao trabalho executado durante o momento de aquecimento para o debate e em relação ao debate na roda. As perguntas que você formulou foram bons disparadores para estimular a argumentação dos estudantes? 4. Como você pretende desenvolver, junto com a turma, as ações necessárias para as possíveis ideias que surgiram para promover o uso das redes sociais em suas aulas? 5. É possível perceber quem são as lideranças que estão se sobressaindo na turma? Incentive que essas lideranças assumam uma atitude colaborativa com os colegas, de modo que não deixem ninguém ficar para trás, tanto em relação aos estudos quanto durante as atividades! Avaliação em processo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 25 Atividade 4 Tirando projetos do papel Resumo A atividade visa inspirar os jovens a pensar em modos criativos de realizar alguns dos planos e projetos que ambicionam tirar do papel. O tema da colaboração é explorado em uma conversa sobre novas formas de trabalho, como o coworking e a cocriação. Objetivos Apresentar aos alunos alguns dos modos contemporâneos de organização e trabalho colaborativo, incentivando o pensamento criativo para que tirem projetos pessoais do papel. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversa envolvendo a turma toda e trabalho em times. Recursos e providências Caderno do Estudante. Projetor, caixas de som e computador ligado à internet para exibição de um vídeo. Caso esses itens não estejam disponíveis na escola, os alunos poderão utilizar seus smartphones para realizar a ação. Eixo Eixo elegível. Etapa do semestre Início do semestre. Duração Prevista 2 aulas. Para a sua mediação e presença pedagógica: Vídeos, reportagens, textos literários, jogos – todos esses são elementos que podem enriquecer as discussões e atividades na sala de aula. Mas é fundamental notar que, em cada contexto, eles exercerão funções diferentes. Algumas vezes, serão a própria base da discussão (como nesta atividade); outras, poderão servir de exemplo, ilustrando a temática abordada na atividade; outras vezes, ainda, podem ter um uso metafórico, trazendo uma dimensão lúdica para a atividade, sem, no entanto, responder de maneira direta e exata às demandas da atividade. Por isso, sempre que vídeos, textos, músicas ou quaisquer outros produtos culturais forem apresentados em sala de aula, é importante fazer um breve debate com os alunos, destacando qual é a relação do que foi apresentado com a atividade do dia. Desenvolvimento 1. Inicie a atividade apresentando a questão em pauta: discutir as novas formas de organização que estão ganhando espaço no mundo do trabalho. 2. Pergunte aos alunos se já pensaram em um projeto mas não conseguiram tirá-lo do papel. Pode ser a vontade de criar uma banda, desenvolver uma invenção tecnológica, planejar um evento ou promover alguma atividade que envolva a escola e suas OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 26 perspectivas profissionais. Incentive os alunos a falar sobre suas expectativas e sobre o porquê desses seus projetos não terem se concretizado. 3. Após a conversa, explique que este encontro é justamente para inspirá-los a pensar em modos colaborativos e modernos de organização do trabalho, que podem tornar mais realizável um projeto e mais interessante a forma de desenvolvê-lo. 4. Proponha a leitura da reportagem “Colaborar é um bom negócio”, disponível na Ficha 2 do Caderno do Estudante, dividindo a turma em 4 times. O texto, publicado na edição de março de 2014 da revista Exame PME, aborda com linguagem clara os novos formatos de comunidades para a criação de produtos e serviços que são cada vez mais comuns no mundo do trabalho. Eles apontam para modos criativos e colaborativos de fazer: crowdsourcing, crowdfunding, cocriaçãoe coworking. Cada time lerá o trecho da reportagem que corresponde a um desses conceitos. Antes, contextualize o assunto para eles, lendo a introdução da matéria. A leitura fica assim distribuída: Orientador – Introdução Time 1 – Crowdsourcing Time 2 – Crowdfunding Time 3 – Cocriação Time4 – Coworking Oriente os times a ler o texto buscando exemplos conhecidos por eles que estejam em consonância com as atividades descritas na reportagem. Ressalte que esses exemplos não precisam corresponder exatamente às práticas de crowdsourcing, crowdfunding, cocriação e coworking, podem apenas ter semelhanças, especialmente no que diz respeito ao aspecto colaborativo dessas práticas. 5. Após a leitura, os jovens se organizam em círculo. Cada time deve explicar para os colegas o que é a prática relatada no texto lido, estabelecendo as relações com os exemplos elencados. Indique aos alunos de outros times que eles podem fazer perguntas ou comentários. Prossiga exibindo o vídeo “A arte de pedir”, da cantora Amanda Palmer. Disponível em: bit.ly/arte-de-pedir. Acesso em: jan. 2018. (Caso os equipamentos para exibição não estejam disponíveis na escola, os alunos poderão utilizar seus smartphones para realizar a ação.) O conteúdo do vídeo está intimamente relacionado aos textos lidos anteriormente, tanto no que diz respeito às formas criativas e colaborativas de trabalhar, quanto às discussões sobre o panorama do mundo do trabalho nos dias de hoje. Após a exibição, peça que os alunos comentem o vídeo a partir das seguintes perguntas: Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 27 Como a colaboração pode ajudar quando se deseja atuar fora do mercado tradicional do trabalho? Qual a relação entre as novas formas de trabalho e colaboração discutidas anteriormente (coworking, crowdfunding, cocriação) e os pequenos encontros e trocas que contribuem para o sucesso de Amanda Palmer? 6. Finalize a atividade com uma reflexão, retomando as questões iniciais e perguntando aos alunos se, ao fim deste encontro, algum deles vislumbra uma nova possibilidade de tirar seus projetos do papel. Adiante também que, na próxima atividade, os alunos exercitarão a cocriação – um trabalho em equipe, com várias cabeças respondendo a uma mesma provocação e buscando encontrar a melhor saída para um desafio comum. Empresas, escritórios e coletivos de trabalho têm investido nesse tipo de trabalho, por acreditarem que a cocriação promove soluções inteligentes para demandas e serviços cada vez mais difíceis. Assim, pessoas com características profissionais um tanto diferentes são convocadas a participar de processos comuns. 1. Como os alunos respondem às temáticas do mundo do trabalho e das profissões quando elas são tratadas de maneira frontal dentro de sala de aula? Com empolgação, entusiasmo, interesse, dúvidas, frustração, preocupação? 2. Retomando a grande temática do 2º ano de Projeto de Vida, acredita que estas discussões têm contribuído para que os alunos coloquem degraus em seus sonhos? Você tem conseguido fazer o link entre as atividades e os objetivos de Projeto de Vida? Atividade 5 Trabalho colaborativo: desafio de conceitos Resumo Divididos em times, os alunos devem criar o conceito de um novo aplicativo de celular destinado ao público jovem, trabalho que colocará em evidência a colaboração em sala de aula e no mundo profissional. Objetivos A atividade propõe aos jovens um desafio de cocriação, estimulando a criatividade e a cooperação dos alunos, dando continuidade às discussões da atividade anterior. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversa envolvendo a turma toda e trabalho em trios. Recursos e providências . Folhas A4. . Lápis de cor. . Canetas hidrocor. Avaliação em processo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 28 . Álbuns de Cartografia Pessoal Eixo Eixo elegível. Etapa do semestre Início do semestre. Duração Prevista 2 aulas. Para a sua mediação e presença pedagógica: Inserida no universo da tecnologia, sempre atraente para a maioria dos jovens, a atividade convida os alunos a criar, de forma conjunta em times, o conceito de um aplicativo móvel (app) para smartphones. O propósito é que os estudantes exercitem habilidades de colaboração e criatividade ao encararem este desafio: se fôssemos criar um app, como ele seria? Não deixe de ressaltar que essa atividade é um desdobramentoda atividade anterior, com foco no trabalho colaborativo. Ao longo do encontro, busque tecer links entre o trabalho que os alunos irão realizar e a reportagem lida no encontro anterior. Desenvolvimento 1. Levantar e compartilhar conhecimentos sobre os apps é o ponto de partida da atividade. Estimule os alunos a dizer o que sabem a respeito desses aplicativos móveis, para que servem, quais apps eles mais utilizam. Esses aplicativos são hoje os responsáveis por algumas das funções mais úteis e divertidas dos smartphones e tablets. Os mais famosos possuem funções de troca de mensagens, correio eletrônico, geolocalização, informações meteorológicas, calendários, circulação de imagens e jogos. Sua criação como atividade profissional é crescente, contribuindo para o desenvolvimento de ferramentas que facilitam o dia a dia dos usuários até nas situações mais inesperadas. 2. Peça a alguns estudantes que mostrem seus aplicativos favoritos e descrevam seu funcionamento. É importante que todos saibam o que são e como funcionam os apps, de modo a se engajarem com um mesmo nível de entendimento na atividade. Cada pessoa carrega consigo uma bagagem de conhecimento e repertório cultural que tem ligação direta com o seu cotidiano, ou seja, com os meios pelos quais se informa, as pessoas com as quais convive, os temas e assuntos pelos quais nutre interesse. Alguns temas podem ser entendidos pela maioria dos estudantes, mas é sempre importante garantir que todos estejam contextualizados acerca do assunto em pauta, o que chamamos criar um “território comum”. Quando os alunos compartilham seus conhecimentos sobre algo, contam suas experiências pessoais e se colocam em relação aos outros, cria-se um território comum onde todos podem caminhar com maior segurança. É a partir desse ponto OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 29 que todos os alunos poderão se engajar na atividade proposta de maneira consistente e ativa. 3. Inicie a etapa do desafio, propondo aos alunos que se organizem em trios para criar o conceito de um novo aplicativo móvel para smartphones. Distribua as folhas A4 e os demais materiais para os jovens. Estimule a adesão de todos à atividade, dando as primeiras explicações sobre suas regras: deve ser desenvolvida de modo colaborativo; o aplicativo visa a um público específico e sua concepção deve atender às necessidades de um usuário modelo. É muito importante investir na participação e envolvimento de todos, já que o objetivo principal desta proposta é demonstrar aos estudantes que o pensamento colaborativo enriquece a criação e possibilita saídas mais criativas. 4. Complemente as informações sobre as regras da atividade, apresentando o perfil do usuário modelo e os critérios de apresentação do trabalho. USUÁRIO MODELO O aplicativo deve ser criado tendo um vista um usuário (homem ou mulher), estudante de Ensino Médio e com idade entre 15 e 20 anos. A maior dificuldade desse usuário é conciliar os afazeres escolares com as outras atividades do dia a dia. Além disso, esse jovem tem curiosidade em saber mais informações sobre a agenda cultural de sua cidade e sobre os programas que seus amigos mais próximos estão fazendo. Ele deseja um aplicativoque possa tanto contribuir para a organização e divisão do tempo no seu dia a dia, quanto trazer informações sobre seus amigos e sua cidade. CRITÉRIOS DE APRESENTAÇÃO O conceito do aplicativo móvel deve ser estruturado da seguinte maneira: Interface: deve ser atraente e amigável para que os usuários se identifiquem com ela. Ou seja, o aplicativo deve ser bonito e de fácil uso para que as pessoas que se encaixam no perfil proposto possam se interessar em usá-lo. O time deve elaborar um desenho, feito com lápis de cor e canetas hidrográficas, da página inicial do aplicativo. Descrição: a proposta deve detalhar para que serve o aplicativo desenvolvido, a quais necessidades ele atende e por que é o aplicativo ideal para o usuário modelo selecionado. Como funciona: devem ser descritos os modos de uso do aplicativo e os recursos de que ele necessita para funcionar (por exemplo, se precisa ou não estar conectado à internet). 5. Na próxima etapa da atividade, de compartilhamento, cada trio apresenta seu conceito do novo aplicativo para smartphones. Peça que os times se organizem para mostrar os desenhos feitos e também para ler para todos os colegas a descrição e o modo de funcionamento do software. Caso algum aluno tenha dúvidas quanto ao projeto desenvolvido pelo outro time, pode haver perguntas e sugestões. 6. Para o fechamento, promova uma reflexão com a turma organizada em uma roda de conversa. Oriente os alunos a relatar para a turma como foi o processo de trabalho colaborativo. Incentive-os também a registrar o app criado na atividade em seus Álbuns de Cartografia Pessoal. OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 30 Instigue o debate, perguntando aos jovens qual a diferença entre trabalhar de forma colaborativa em time e trabalhar sozinho. Dialogue com eles sobre a importância da colaboração para a promoção da inovação, tão desejada no mundo do trabalho atualmente. 1. Como você avalia as situações em que os alunos do time deveriam agir de forma colaborativa? Houve participação de todos ou há aqueles que se apoiam sobre o trabalho de outros colegas? Quando não há total engajamento, quais artifícios você utiliza para envolver os alunos? 2. Nesta atividade, você percebeu engajamento efetivo de todos os alunos na criação do conceito dos aplicativos? Se não, como buscou incentivar a participação de todos? 3. A atividade envolveu o uso de celulares e dispositivos móveis, aparelhos cada vez mais comuns no cotidiano dos jovens. Como você tende a lidar com a presença dessas tecnologias em sala de aula? Acredita ser possível que elas contribuam para um maior envolvimento dos alunos nas atividades ou elas têm promovido dispersão, na maioria das vezes? Atividade 6 Meus desafios em quadrinhos Resumo A partir de questões, os alunos devem identificar e justificar um desafio superado ao longo de seu percurso escolar, transformando suas respostas em histórias em quadrinhos. Objetivos Incentivar a reflexão sobre o percurso escolar dos estudantes, especialmente no que diz respeito às dificuldades superadas no trajeto. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversa envolvendo a turma toda e trabalho individual. Recursos e providências . Folhas A4. . Lápis de cor; canetas; canetas hidrocor; fita-crepe. . Projetor, caixas de som e computador ligado à internet para exibição de um vídeo. Caso esses itens não estejam disponíveis na escola, os alunos poderão utilizar seus smartphones para realizar a ação. Eixo Eixo elegível. Etapa do semestre Meio do semestre. Avaliação em processo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 31 Duração Prevista 2 aulas. Para a sua mediação e presença pedagógica: A importância de compartilhar Quando uma atividade é demandada aos estudantes, ela envolve uma série de expectativas e orientações que contribuem para formular um passo a passo para a sua execução. As regras funcionam como guias de um percurso, mas não resultam nos mesmos produtos, que costumam ser bem diversos. Por isso é tão importante compartilhá-los com os orientandos, evidenciando para os alunos diferenças e semelhanças entre seus trabalhos e a pluralidade de produções que uma mesma proposta pode gerar. Ao compartilhar, o aluno também exercita um modo de se portar em público e de encadear suas ideias, pois precisa escolher bem as palavras com as quais vai explicar sua produção. Assim, se abre ao olhar do outro, às possíveis dúvidas e questões colocadas pelas colegas e professores, que podem enriquecer seu o trabalho. Desenvolvimento 1. O percurso escolar da maioria dos estudantes apresenta altos e baixos, seja em relação ao aprendizado e desempenho nas disciplinas, à adequação a regras e normas que conformam seu papel de aluno ou à convivência com colegas, professores ou funcionários da escola. O mesmo se aplica à trajetória das pessoas na vida pessoal e profissional. Todos enfrentamos desafios, e a questão-chave para superá-los está na resiliência, tema a ser trabalhado com os alunos nesta atividade. 2. Os jovens precisam exercitar a resiliência diante de situações adversas, isto é, aprender a lidar com obstáculos de modo confiante. O que se propõe a eles é um olhar retrospectivo sobre o próprio percurso escolar, buscando identificar alguma situação desafiadora que tenham enfrentado com sucesso e o resultado positivo que alcançaram. Não se trata de pensar no que deu errado, mas no que deu certo. Para compartilhar a experiência com os colegas, a sugestão é que cada aluno crie uma narrativa visual, como uma história em quadrinhos. 3. Apresente o tema da resiliência, mostrando aos alunos algumas definições de dicionário, como as que se seguem: Wickcionário Resiliência: 1. (Física) propriedade do material de retornar à forma ou posição original uma vez cessada a tensão sobre o mesmo. 2. (Figurado) habilidade que uma pessoa desenvolve para resistir, lidar e reagir de modo positivo em situações adversas. Significados.com.br Resiliência (Psicologia): ... é a capacidade de uma pessoa lidar com seus próprios problemas, vencer obstáculos e não ceder à pressão, seja qual for a situação. OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 32 A teoria diz que resiliência é a possibilidade de o indivíduo tomar uma decisão quando tem a chance de tomar uma atitude que é correta e, ao mesmo tempo, tem medo do que isso possa ocasionar. A resiliência demonstra se uma pessoa sabe ou não funcionar bem sob pressão. 4. Em seguida, peça que os alunos apresentem alguns exemplos de resiliência que eles conheçam, orientando-os a pensar em personagens de desenhos, filmes e novelas, que são ótimos para ilustrar o conceito (essa orientação é importante quando se trata de discutir resiliência, pois exemplos de cunho pessoal e familiar podem vir à tona e não seriam apropriados para a atividade). Exiba depois o vídeo “No time for nuts” (“Sem tempo para nozes”). Disponível em: bit.ly/no-time-for-nuts. Acesso em jan. de 2018. Trata-se de uma animação da Blue Sky Studio com o personagem Scrat, um atrapalhado esquilo obcecado por sua noz, que enfrenta uma série de dificuldades para tentar manter a salvo seu alvo de desejo. O personagem é famoso por estar presente nos desenhos da série A era do gelo, sendo um exemplo divertido de resiliência. 5. Proponha a reflexão sobre o percurso escolar e a produção da história em quadrinho, primeiro solicitando aos alunos que se lembrem de uma situação desafiadora que tenham enfrentado e superado na vida escolar. Apresente depois a ideia de cada um contar essa lembrança na forma de uma história em quadrinhos (nesta etapa da atividade, é importante destacar, novamente, que o desafio deveestar intimamente relacionado às atividades escolares, sem trazer questões familiares). 6. Indique algumas questões que podem ajudar no resgate dessas situações: Por que era um desafio para mim? Como consegui superá-lo? Qual foi o resultado positivo disso para minha vida? 7. Oriente os alunos a transformar a experiência recordada em uma narrativa visual, com desenhos e textos, que é a característica básica das histórias em quadrinhos, e distribua a eles o material necessário, passando estas instruções: Dividir a folha A4 em quatro quadros, de modo que as ilustrações não fiquem muito pequenas e possam ser visualizadas por todos na rodada de compartilhamento. As histórias poderão ter de quatro a doze quadros. Elaborar um breve roteiro antes de iniciar os desenhos, o que ajuda a organizar as ideias, a prever quantos quadros serão necessários para contar a história e também a definir qual será o conteúdo de cada quadro. Formular algumas perguntas básicas para estruturar o roteiro e construir uma história com começo, meio e fim: Quem são os personagens? O que aconteceu? Por quê? Como a situação se desdobrou? Quando e onde ocorreu? Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 33 8. Tranquilize os alunos quanto ao desenho, comentando que não se espera que todos saibam desenhar bem. Um roteiro e uma história interessantes contribuem para que a história em quadrinhos seja divertida e envolvente. Retome com eles, se preciso, algumas características dos quadrinhos: são lidos de cima para baixo; em geral, são compostos por imagens e texto, mas podem conter apenas imagens; os balões com escritos dentro representam as falas ou pensamentos dos personagens. 9. Para a etapa de compartilhamento das produções, cada aluno deve pregar sua história na parede com fita-crepe (ajude-os na estética dessa apresentação, garantindo um bom visual). 10. Instrua os alunos a circular pela sala, ao longo de dez minutos, lendo todas as histórias produzidas pelos colegas, e depois a se organizar em uma roda para o fechamento da atividade com um debate. 11. Para fomentar a discussão, questione-os sobre a importância de enfrentar desafios para atingir a realização escolar e profissional e busque traçar com eles relações com as histórias em quadrinhos que respondam a essa questão. 1. Como os alunos, você certamente tem desafios no dia a dia da escola e já enfrentou situações adversas. Quais foram as mais marcantes? Como agiu para superá-las? 2. Durante a atividade, você conseguiu que os alunos se focassem nos desafios conectados ao percurso escolar? Pode perceber, pelo que conhece dos estudantes, se os desafios elencados por eles de fato demandaram uma postura resiliente ou se foram escolhidas situações aleatórias apenas para cumprir a atividade? 3. Algum aluno teve resistência ou dificuldade para desenhar por acreditar não ser competente nessa tarefa? Você conseguiu incentivá-lo a prosseguir com a atividade de forma confiante? 4. Houve referência a experiências de cunho familiar por parte de algum aluno? Se sim, você acha que conseguiu lidar de modo sensível com o assunto e reorientar o estudante para o foco do trabalho? Avaliação em processo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 34 Atividade 7 Qual a minha profissão ideal? Resumo Os jovens reconhecem suas habilidades e se engendram em uma discussão sobre a dinâmica do mundo do trabalho e suas profissões. Em seguida, realizam um exercício imaginativo sobre a profissão ideal de cada um. Objetivos Estimular que os jovens reflitam sobre as suas habilidades e as dinâmicas das profissões no mundo do trabalho, de modo a incentivar que eles imaginem para si uma profissão ideal, relacionando-a aos seus projetos de vida. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversa envolvendo a turma toda e de trabalho em trios e individual. Recursos e providências . Caderno do Estudante. . Álbum de Cartografia Pessoal. . Computadores com caixa de som e internet, para a exibição de um vídeo e realização de pesquisa. Caso esses itens não estejam disponíveis na escola, os alunos poderão utilizar seus smartphones para realizar as ações. Eixo Eixo elegível. Etapa do semestre Meio do semestre. Duração Prevista 6 aulas. Para a sua mediação e presença pedagógica: A dinâmica das profissões atualmente é um fato que não se pode negar. Não se trata apenas de identificar que, ao longo da vida, a maioria dos jovens de hoje transitará entre diferentes profissões – algumas afins, outras nem tanto – mas também de reconhecer que as profissões estão em constante mudança: algumas delas exigem novas competências e habilidades, novos modos de organização do trabalho, formações plurais em diferentes áreas do conhecimento. Esta atividade busca integrar um exercício de autoconhecimento sobre os próprios sonhos a uma reflexão sobre o mundo do trabalho e às mudanças nos campos profissionais, de modo que os estudantes possam costurar essas duas importantes dimensões de seus projetos de vida. Para uma perspectiva de viés crítico sobre o trabalho e as funções que exercemos, a animação argentina El empleo (O emprego, em português) é uma referência artística importante, tendo recebido mais de cem prêmios internacionais em festivais de cinema. No link a seguir, um breve artigo da revista eletrônica Obvious, apresentando o vídeo: Disponível em bit.ly/empleovideo. Acesso em: jan. 2018. Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 35 Desenvolvimento Momento 1 1. Receba a turma e apresente um resumo dos temas e ações que serão desenvolvidos nos próximos encontros. Indique que a temática em questão está relacionada ao mundo do trabalho e ao autoconhecimento que cada um tem de seus próprios sonhos e habilidades. 2. Com a turma em uma roda de conversa, peça que os jovens falem sobre situações em que não puderam realizar alguma atividade ou trabalho porque não se sentiam capacitados para tal. Busque criar uma atmosfera acolhedora para a conversa, pergunte o que fizeram para lidar com essa situação e como deram a “volta por cima”. 3. Em seguida, exiba o vídeo “Habilidades Especiais”, da vlogueira Jout Jout (Disponível em: bit.ly/habilidades-especiais. Acesso em: jan. 2018.). No vídeo, ela fala sobre sua inadequação para algumas atividades, sobre seus talentos e comenta sobre como conseguiu se arranjar dentro do mundo do trabalho. 4. Peça que a turma se organize em trios e que, inspirados pela conversa anterior e pelo vídeo de Jout Jout, realizem as ações propostas no tópico “Habilidades especiais”, da Ficha 3 do Caderno do Estudante. Estabeleça um tempo para que a atividade seja realizada e o informe aos trios, para que eles possam gerir o próprio tempo. A Ficha 3 propõe um exercício em que os jovens reconhecem as próprias habilidades e refletem sobre como elas se aplicam ao cotidiano deles. Em um segundo momento, são convidados a elencar aquelas habilidades que gostariam de desenvolver para alcançar seus sonhos. Nesse momento, eles são convidados a pesquisar na internet a melhor forma de desenvolver tais competências. Acompanhe os trios durante o exercício, auxiliando na pesquisa e respondendo a possíveis dúvidas que poderão surgir. 5. Para finalizar o 1º momento da atividade, novamente em uma roda de conversa, peça aos estudantes que compartilhem suas respostas com toda a turma. Estimule-os a encontrar semelhanças e diferenças entre seus quadros, e também a comentar o trabalho dos colegas. 6. Encerre com uma apresentação dos próximos passos da atividade,em que cada jovem será convidado a imaginar sua profissão ideal. Momento 2 1. Oriente a turma para que se organize em uma roda. Para começar, proponha uma dinâmica rápida que mobilize toda a turma. Peça que cada jovem pegue uma folha de papel e um lápis ou caneta. Apresente o desafio: durante 2 minutos, cada um deve escrever no papel todas as profissões que lhe vierem à cabeça, listando o máximo de profissões possível! Isso mesmo: eles devem escrever com velocidade, sem parar para refletir sobre as profissões às quais estão se referindo. Eles nem precisam ter certeza de que tais profissões existem de fato ou não, se são regulamentadas ou não. Devem apenas escrever no papel, da forma como preferirem. O objetivo é estimular que, nesse tempo, eles garimpem na memória o maior número de profissões. OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 36 Essa dinâmica, apesar de bastante simples, tem dois objetivos. O primeiro deles é o de introduzir a temática das profissões de maneira leve e divertida. O segundo é o de fazer ver, no próprio exercício de memória, que existe uma infinitude tão grande de profissões que elas não poderiam ser escritas numa folha de papel em 2 minutos. Diversidade tal que, para alguns jovens, pode mesmo causar um “nó” no momento de garimpar as palavras na mente e quem sabe até travar a escrita. Mas não há problema nisso! Se você considerar pertinente, converse com os estudantes sobre essas duas dimensões da dinâmica. 2. Passados os 2 minutos, diga a todos para pararem de escrever. Peça que um estudante se voluntarie para ler tudo o que escreveu. Em seguida, inicie uma conversa com ele com questões como: Você saberia dizer por que escolheu essas profissões? Entre elas, estão algumas das profissões que você admira ou gostaria de exercer? Ou, ao contrário, alguma que você não tem a menor vontade de seguir? Você percebeu algum tipo de relação ou encadeamento entre as profissões que listou? Como se uma lembrasse outra que lembrasse outra...? (por exemplo: médico, que lembra enfermeiro, que lembra farmacêutico...) 3. A partir daí, abra a conversa para os demais estudantes, a fim de socializar as listas de profissões que eles acabaram de fazer. Ouça trechos de algumas listas e procure incentivar a discussão para aspectos que estabeleçam relações entre as listas, de modo que os jovens encontrem semelhanças e diferenças entre elas. Você pode utilizar o quadro nesse momento, para auxiliar a visualização do que for dito. 4. Ao fim, esclareça o objetivo dessa etapa introdutória da atividade: discutir sobre as profissões e como elas mudam ao longo do tempo. Adiante, também, que será feito um exercício de criatividade em que eles deverão imaginar uma profissão ideal para eles. 5. Prossiga para a próxima etapa da atividade, que acontecerá com a turma organizada em trios (os mesmos da etapa anterior) e será orientada a partir do conteúdo da Ficha 3 do Caderno do Estudante. Lá, no tópico “As profissões mudam?”, além de alguns parágrafos introdutórios sobre o tema, encontra-se uma lista do site Mega Curioso chamada “Conheça 9 profissões peculiares que não existem mais”, e uma reportagem da revista Galileu intitulada “Saiba quais são as profissões do futuro”. 6. Oriente que os trios leiam os textos a partir de um revezamento entre seus integrantes. Incentive-os a fazer comentários após a leitura, a partir das seguintes questões: Você saberia indicar, no mundo do trabalho atual, profissões que podem estar com os dias contados? Quais seriam elas e por quê? A partir da sua experiência cotidiana e de relatos que já ouviu de outras pessoas e na mídia, saberia indicar quais campos do mundo do trabalho são frutíferos para novas profissões? Ou mesmo problemas contemporâneos que podem demandar soluções profissionais que ainda não existem? Afinal de contas, são as urgências do mundo que impulsionam a criação de novas profissões? Ou novas profissões criam demandas para os serviços, produtos e conhecimentos que elas podem oferecer? OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 37 A etapa de leitura pode não ser a mais desafiadora para todos da turma, mas é fundamental que você os estimule a se manter concentrados. Os textos trazem informações preciosas para o debate, e é importante que todos os estudantes se engajem e participem! 7. Peça que os estudantes tenham em mãos o Álbum de Cartografia Pessoal. Nessa etapa, cada estudante deverá formular um breve texto chamado Minha profissão ideal: como eu me vejo?, conforme disposto na Ficha 3 do Caderno do Estudante. O líder de cada trio lerá as instruções do texto. Ao final dela, reforce as orientações para que eles escrevam sobre qual seria a profissão perfeita para eles, uma que contemplasse suas habilidades, desejos e projetos de vida. Acompanhe o processo, certificando-se de que todos estejam cumprindo a atividade sem maiores dificuldades. Caso algum deles apresente dúvidas ou outras questões, oriente da melhor maneira para que a atividade seja concluída. 8. Ao final, a turma deve se organizar em uma roda de conversa para que cada trio socialize o teor de suas discussões. Os líderes dos trios iniciam o bate-papo, apresentando um resumo do que foi discutido, e então todos são convidados a comentar. Aqueles jovens que se sentirem à vontade também podem falar de suas profissões ideais. 9. Parabenize a turma pelo trabalho e dê algumas dicas sobre o que acontecerá na próxima aula, ressaltando a importância de que todos compareçam ao encontro. 1. Os estudantes demonstraram entusiasmo e criticidade quanto à temática das habilidades e das profissões? 2. De acordo com os textos produzidos e discussões levadas a cabo pelos jovens nessa atividade, você avalia que eles conseguem elaborar as relações envolvidas entre seus sonhos, habilidades e desejos profissionais? E com o mundo do trabalho e as demais dinâmicas sociais do nosso tempo? Como as aulas de Projeto de Vida têm contribuído para isso? 3. Como você avalia a qualidade de sua mediação ao longo das aulas? Durante os momentos de leitura, conseguiu estimular os estudantes a se concentrar nos textos? Na etapa de produção individual dos textos, foi possível auxiliá-los nas dúvidas e questões apresentadas? Durante a roda de conversa, foi importante a sua mediação para incentivar a participação de todos? 4. Se você pudesse definir o envolvimento da turma nessa atividade em uma palavra, seria: 5. Algum jovem demonstrou dificuldade em identificar os próprios desejos e competências para, assim, imaginar a profissão ideal para si? Caso isso tenha ocorrido, como você acredita que pode trabalhar essa dificuldade ao longo das próximas aulas? Avaliação em processo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 38 Atividade 8 Rolé no Bairro Resumo Os jovens se envolvem na preparação e na realização de um Rolé no Bairro em que a escola se localiza, buscando conhecer um pouco mais dos aspectos do bairro: seus principais lugares, estabelecimentos, moradores e curiosidades. Objetivos Permitir que os jovens estabeleçam uma nova vivência do bairro em que a escola está localizada, dando continuidade à lógica dos rolés de apropriação dos espaços urbanos. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversas envolvendo a turma toda e trabalho em times. Recursos e providências . Caderno do Estudante. . Recomendamos que a primeira etapa da atividade seja feita no laboratório de informática, para que os jovens possam realizar pesquisas. Caso não seja possível, incentive-os a usar seus smartphones. . Folhas A4. Eixo Eixo elegível. Etapa do semestre Meio do semestre. Duração Prevista 8 aulas. Para a sua mediação e presençapedagógica: O Rolé no Bairro é mais uma da série de atividades que promove a circulação dos estudantes pela cidade, promovendo a apropriação dos espaços públicos e contribuindo para o mapeamento dos espaços e acontecimentos artísticos e culturais do lugar em que moram. Para este semestre o Rolé foi elaborado de maneira que os jovens possam conhecer mais a fundo o bairro em que a escola está localizada, as pessoas que circulam por ele, as histórias que tecem no seu dia a dia, seu comércio e seus pontos de referência. O Rolé no Bairro traz ainda mais uma novidade: após a tradicional saída dos alunos para além dos muros da escola, eles estarão envolvidos na produção de um Guia do Bairro, material para a divulgação de tudo que viram e registraram durante o Rolé, no intuito de valorizar o local e vê-lo sob novas perspectivas – essa é a segunda etapa da atividade. Não se esqueça que é essencial preparar e planejar cada uma das etapas do Rolé com antecedência, para que ele se transforme em um momento rico de aprendizagem. Será preciso estreitar o diálogo e contar com o apoio da equipe de gestão da escola no que concerne a algumas demandas do Rolé: como a saída dos estudantes do ambiente escolar, o transporte dos jovens e um possível rearranjo de horários das aulas no dia do Rolé. Atenção! Caso a escola esteja localizada em um bairro de difícil circulação ou que não ofereça segurança para que a turma possa transitar por ele, eleja com os jovens um outro bairro em que o Rolé possa ser realizado. Opções possíveis são o centro da cidade e bairros vizinhos ao da escola. Desenvolvimento OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 39 Momento 1: Tematizando o Rolé no Bairro (2 aulas) 1. Para iniciar o encontro, peça que a turma se organize em uma roda e inicie uma conversa para apurar o que os jovens já conhecem sobre o bairro em que a escola se localiza. Peça que eles comentem sobre como eles vivenciam o espaço do bairro. Busque estimular que os jovens se expressem a partir de perguntas como: Vocês conhecem bem o bairro ou só vêm aqui para frequentar a escola? Se já conhecem bem, quais os principais caminhos que gostam de fazer, quais estabelecimentos frequentam, quais pessoas conhecem? Se vêm apenas para frequentar a escola, qual trajeto fazem, por quais ruas passam e quais as suas principais impressões sobre o bairro? O que no bairro mais os chama a atenção? O que gostariam de conhecer melhor? 2. Após a conversa, apresente a proposta do Rolé: os jovens farão uma visita a locais, estabelecimentos e pessoas do próprio bairro, no intuito de conhecê-lo melhor. Na segunda etapa da atividade, produzirão um Guia do Bairro para divulgar a experiência que viveram e o bairro, que poderá ser visto por uma nova perspectiva. 3. Em seguida, peça que os jovens se reúnam em times de três integrantes. Com os times formados, eles devem ler o texto presente na Ficha 4 do Caderno do Estudante, que traz uma introdução sobre a temática do Rolé e apresenta o Guia do Morador, iniciativa editorial de Belo Horizonte que inspira a realização desta atividade. 4. Finalizadas as leituras, acompanhe os times nas orientações presentes no Caderno do Estudante. Neste momento, cada trio deverá elencar os pontos do bairro que mais gostariam de visitar e pesquisar sobre. Dentre eles, deverá indicar um como escolha para compor o trajeto do Rolé. A ideia é que cada time escolha um ponto diferente e, a partir desse ponto seja definido o trajeto do Rolé pelo bairro. 5. Peça que a turma se reúna novamente em uma roda de conversas. Nesse momento, cada líder apresenta o ponto escolhido por seu trio e justifica sua decisão. No caso de dois ou mais times escolherem pontos semelhantes, deve-se entrar em um acordo, de modo que um dos times escolha outro dos pontos elencados durante a atividade. Nesse caso, faça a mediação entre os times para que eles cheguem a uma boa solução. Explique que, como vários pontos do bairro serão visitados, você irá formular um roteiro adequado ao tempo do Rolé para que todos os times sejam contemplados na atividade. Caso você tenha dificuldades para construir esse roteiro, conte com a ajuda dos alunos que conhecem bem o bairro para indicar os melhores caminhos e estabelecer a ordenação dos pontos que serão visitados. 6. Para finalizar o encontro, adiante que no próximo encontro os times irão se preparar para o Rolé e dar os primeiros passos para idealizar um Guia do Bairro. Peça também que eles busquem, junto a conhecidos e familiares, mais informações e curiosidades sobre o bairro e os pontos que serão visitados. Isso pode enriquecer a experiência do Rolé! Momento 2: Preparando o Rolé no Bairro (2 aulas) OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 40 1. Receba os jovens e peça que eles se reúnam nos times formados na aula anterior. Apresente a eles o roteiro do Rolé. Em seguida, explique que chegou a hora de decidir em qual plataforma a turma irá construir o Guia do Bairro. 2. Reforce que esta etapa da atividade é fundamental para tudo que acontecerá nos próximos encontros. A partir dela, muitos aspectos e recursos necessários ao Rolé serão definidos. Em seguida, peça que cada time elabore uma proposta para a produção do Guia, de acordo com as instruções abaixo: O Guia do Bairro será um blog? Uma página ou um álbum no Facebook? Uma conta no Tumblr? Essa escolha estará a cargo da turma, mas ressalte que deve ser uma plataforma de fácil acesso com a qual eles já tenham familiaridade. Para embasar as propostas dos times, apresente as seguintes informações: Os times terão 4 tempos para produzir o Guia do Bairro, o que significa que a proposta do time deverá ser simples e possível de ser realizada em apenas dois encontros. É importante que os times tenham em mente a estrutura da escola e os recursos disponíveis para a produção deste material. Não vale sugerir a montagem de um vídeo para ser publicado na internet se a escola não possuir computadores suficientes para que todos os times editem seus vídeos, por exemplo. É importante prever formas de o Guia circular também entre os moradores do bairro, especialmente daqueles que participarem direta ou indiretamente dele. 3. Feitas essas observações, oriente que cada time escolha um líder e discuta sobre o material que gostariam de produzir. O líder será o responsável por registrar as escolhas do trio. Apresente aos times as categorias que os times deverão responder: Em qual plataforma e como gostaríamos de divulgar o material? Quais recursos serão necessários para produzi-lo? Como deveremos nos preparar para o dia do Rolé? O que devemos levar para registrar o percurso (bloco de anotações, smartphones, câmeras fotográficas)? Como será feita a circulação do material entre os moradores do bairro? 4. A turma se reúne em roda de conversas e cada líder apresenta as definições de seu time. Em seguida, você modera uma discussão em que os jovens devem construir uma única proposta comum. Ela pode ser a adaptação da proposta de um time ou pode ser construída a partir das diversas sugestões que surgiram no processo. É importante que os jovens cheguem a um consenso sobre como o Guia será produzido. Durante a roda de conversas, incentive os jovens a analisar com atenção cada proposta e buscar nelas pontos positivos e negativos, facilidades e desafios, de modo que possam chegar a uma escolha qualificada. 5. Uma vez decidido como serão feitos o registro e a divulgação da experiência do Rolé no Bairro, os times devem fazer os últimos arranjos. Na Ficha 4 do Caderno do Estudante há um espaço destinado ao planejamento dos jovens. Lá estão definidos alguns elementos que os jovens devem planejar de OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 41 antemão.Oriente os times a preencherem o quadro, auxiliando-os e exemplificando o que eles não podem deixar de levar ou de fazer antes do Rolé: O que temos que levar? Listar equipamentos e objetos que são indispensáveis para se fazer um registro do Rolé e para a posterior montagem do material de divulgação, como caderno ou bloco de anotações, câmeras fotográficas ou smartphones etc. O que gostaríamos de saber sobre os pontos visitados? Os jovens se utilizam do conhecimento prévio que têm acerca dos pontos visitados para se antecipar às histórias e informações que irão conhecer no Rolé, estipular temas e assuntos sobre os quais tem curiosidade e gostariam de saber mais sobre eles. O que vamos perguntar aos moradores e transeuntes do bairro para ter mais informações sobre o ponto escolhido? Para que o material produzido após o Rolé seja interessante e rico em informações, os times podem construir um pequeno roteiro de perguntas que gostariam que fossem respondidas durante o Rolé. 6. Para finalizar, faça os últimos combinados com os jovens e ressalte a importância de que todos estejam presentes no dia do Rolé. IMPORTANTE! O planejamento do Rolé demanda uma série de arranjos com a escola, com os jovens e com suas famílias. Por isso, sugerimos um intervalo de algumas semanas entre o encontro de planejamento e a visita, de modo que esses combinados possam ser realizados. Destacamos alguns dos procedimentos que devem ser feitos nesse intervalo de tempo e que envolvem os jovens: Alguns combinados que podem ser necessários com a escola: Reservar uma data em que os estudantes de 2º ano possam circular no bairro. Sugerimos que seja negociada com a diretoria e com outros professores a permanência da turma no local de visita durante uma parte do dia, o que demandaria um rearranjo nos horários das aulas. Definir se será necessário algum arranjo para o transporte da turma ou se todo o percurso será feito a pé. Emitir documentos de autorização, que devem ser assinados previamente pelos pais dos jovens, para que todos possam participar do Rolé. Combinados com os estudantes: Organizarem-se para o Rolé no dia e hora combinados, com disposição e preparados para dialogar com os mediadores. Levar todos os materiais listados no planejamento feito pelos times para que possam registrar as descobertas. Momento 3: no dia e na hora do Rolé no Bairro (4 aulas) 1. Acompanhe os estudantes durante toda a visita, contribuindo para um bom clima entre eles, salientando aspectos a ser observados, provocando-os a se envolver na atividade, compartilhando conhecimentos, fazendo perguntas instigadoras. 2. Estimule-os a registrar conversas, detalhes e histórias que ouvirem e presenciarem durante o Rolé. Relembre-os da importância dos registros, tanto escritos quanto OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 42 imagéticos, para a etapa produção do Guia do Bairro, que acontecerá no próximo encontro. 3. Identifique e registre questões de convivência entre os estudantes e da relação com o espaço público que chamem a sua atenção, para que possa trabalhar imediatamente ou em outros momentos. 1. Como você avalia o envolvimento dos estudantes na atividade? Eles se mostraram interessados em realizar o Rolé e conhecer melhor o bairro da escola? Engajaram-se na etapa de idealização e escolha dos pontos a serem visitados? Compreenderam bem a proposta? 2. Como você avalia a proposta de registro e produção do Guia do Bairro? A proposta é interessante e passível de ser feita em quatro tempos? Como foi a sua mediação durante o processo de elaboração da proposta? 3. Como você avalia a sua mediação para o planejamento do Rolé? Conseguiu transitar bem entre os desejos e escolhas dos alunos e os arranjos formais que a atividade demandava (autorizações, diálogo com a equipe de gestão etc.)? 3. Durante a realização do Rolé, as atitudes dos jovens foram adequadas à proposta da atividade, ou foi necessário estar atento(a) à postura deles? Saberia indicar os jovens que se mostraram mais interessados durante o Rolé? E os que não se envolveram tanto na atividade? Avaliação em processo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 43 Atividade 9 Guia do Bairro Resumo Após o Rolé no Bairro, os trios se dedicam à produção de um Guia do Bairro, como forma de relatar e divulgar a experiência vivida. Objetivos Permitir que os jovens traduzam as vivências do Rolé em um Guia do Bairro, material para circulação entre eles e os moradores do bairro. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversa envolvendo a turma toda e trabalho em times. Recursos e providências . Sugerimos que a atividade seja desenvolvida no laboratório de informática, disponibilizando um computador para cada time. Caso os equipamentos não estejam disponíveis, os alunos poderão utilizar seus smartphones para realizar a ação. Eixo Eixo elegível. Etapa do semestre Meio do semestre. Duração Prevista 4 aulas. Para a sua mediação e presença pedagógica: O Rolé no Bairro tinha como objetivo permitir que os jovens vivenciassem o bairro em que a escola se localiza de maneira um pouco diferente de como o fazem no dia a dia: pesquisando sobre sua história, seus moradores e transeuntes, seus estabelecimentos e seus pontos mais relevantes. Ver o bairro sob uma nova perspectiva, buscar enxergar esse espaço com novos olhos, é uma forma de valorizar o bairro, a cidade e a experiência que se tem nesses espaços, assim como de se estreitar laços com a comunidade escolar. Não deixe de ressaltar esses aspectos junto aos jovens. Dessa maneira, eles podem significar a experiência do Rolé de maneira ainda mais rica e proveitosa, construindo um Guia do Bairro que chame a atenção da comunidade escolar e de outras pessoas do bairro. Desenvolvimento Momento 1: construindo postagens (2 aulas) 1. Para iniciar, reúna a turma e explique que, nas próximas quatro aulas, os times deverão se dedicar a criar o Guia do Bairro seguindo o planejamento realizado anteriormente. É provável que a tarefa de produzir conteúdo e colocar na rede o Guia do Bairro não seja difícil para os jovens, pois a maioria deles já possui familiaridade com as redes sociais. Explique, então, que a atividade será dividida em duas partes: 1ª parte – 2 aulas – nestes encontro, os times se reunirão para conversar sobre a experiência vivida no Rolé, elencar os aspectos mais interessantes e relevantes sobre OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 44 o ponto do bairro que escolheram visitar, escolher uma ou algumas imagens desse ponto e produzir o texto que acompanhará a postagem na rede social. 2ª parte – 2 aulas – já nestes encontros, os grupos compartilharão com toda a turma a postagem que produziram (texto e imagens) e, juntos, colocarão a página no ar. Para finalizar, haverá uma rodada de avaliação de todo o processo. 2. Em seguida, peça que os times se reúnam e iniciem a produção da postagem que farão. Antes, porém, peça que elejam um líder para cuidar do tempo de produção da postagem, apresentar o material para o restante da turma e, junto com os líderes dos outros times, colocar a página do Guia do Bairro no ar. 3. Para estimular os jovens na elaboração das postagens, lance algumas perguntas que os ajude a refletir sobre a experiência do Rolé e sobre os aspectos e histórias mais interessantes do que viram. Durante o restante da aula, atente para como os alunos desenvolvem a atividade, mostrando-se disponível para orientar e contribuir para a construção das postagens e respondendo às possíveis dúvidas dos jovens. Para instigar os jovens e contribuir na elaboração das postagens, apresente as seguintes questões. Indique que eles devemtentar respondê-las, de modo criativo, na elaboração do texto da postagem: Qual foi o ponto visitado e por que ele é interessante? Quais curiosidades descobrimos sobre ele? Como é o dia a dia desse ponto visitado? Quais pessoas passam por ali? O que mais gostaríamos de contar para as outras pessoas sobre ele? 4. Para finalizar, despeça-se dos jovens e avise que, na próxima aula, a página do Guia do Bairro será colocada no ar pelos times e que eles realizarão uma rodada de avaliação do Rolé e da construção do Guia do Bairro. Momento 2: Guia do Bairro no ar! (2 aulas) 1. Receba a turma e peça que os jovens se organizem em uma roda de conversas. Relembre as etapas do Rolé no Bairro e aquilo que eles desenvolveram no encontro anterior. Convide os líderes a apresentarem para toda a turma a postagem elaborada pelos times, tanto as imagens quanto os textos. Durante essa roda de conversa, incentive os jovens a opinar e comentar os trabalhos dos outros grupos, apontando aspectos positivos e outros que poderiam ser melhorados antes da divulgação das postagens. Caso o trabalho de algum dos grupos necessite de maiores cuidados (revisão ou reescrita dos textos), auxilie-os nessa reelaboração. Mobilize também o auxílio de estudantes de outros times para colaborar nos ajustes necessários. 2. Uma vez que as postagens de todos os times estejam finalizadas, oriente que os líderes se reúnam para construir o perfil do Guia do Bairro na rede social escolhida e para colocar no ar as postagens elaboradas pelos times. 3. Enquanto os líderes colocam a página no ar, os outros alunos listam e elaboram estratégias rápidas e eficientes para divulgar a página dentro da escola, para a comunidade escolar e para as pessoas do bairro. OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 45 Os convites serão enviados por e-mail? Será utilizado o próprio sistema de convites da rede social adotada? Serão espalhados pequenos cartazes pela escola e pelo seu entorno? É importante que os times reflitam sobre essas questões para que o Guia do Bairro não fique limitado apenas a eles. 4. Quando a página estiver no ar, parabenize os jovens pelo trabalho realizado, indique suas conquistas, fale sobre os desafios enfrentados ao longo do processo e proponha uma roda de conversa final, em que vocês avaliarão o Rolé no Bairro e a produção do Guia do Bairro. Na sua mediação desse momento avaliativo, proponha algumas questões para os alunos debaterem e certifique-se de que todos estão participando, opinando e contribuindo com um olhar crítico sobre o processo. Algumas questões que você pode fazer são: Como vocês avaliam a realização do Rolé e do Guia do Bairro? Quais foram os principais pontos positivos e negativos das atividades? Qual a importância de se conhecer o bairro da escola? Quais foram os aspectos mais interessantes do bairro que vocês descobriram com o Rolé? Como foi o trabalho em times? Houve colaboração, respeito e espaço para todos trabalharem com autonomia? 5. Para finalizar, incentive que os jovens coloquem em prática os vários planos para divulgação do Guia do Bairro. 1. Como você avalia o processo de criação do Guia do Bairro? Acredita que os jovens tenham se apropriado bem daquilo que vivenciaram no Rolé no Bairro? Quais foram os principais pontos positivos e negativos desse processo? 2. Os jovens se envolveram na construção do Guia do Bairro? Saberia indicar aqueles que mais participaram e colaboraram durante a atividade? E aqueles que não adotaram uma postura tão participativa? 3. Como foi o momento avaliativo final? Os jovens demonstraram um olhar crítico para as próprias atitudes e para o material que construíram? Avaliação em processo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 46 Atividade 10 Feedback Resumo Conversas entre o orientador e cada aluno para dar ao estudante um retorno da equipe de professores a respeito de seu processo de desenvolvimento. Objetivos Dar retorno aos alunos sobre seu processo de desenvolvimento, por meio de conversas individuais entre orientador e orientando. Organização da turma Serão realizadas conversas individuais com os alunos. Recursos e providências - Anexo 2 Eixo Eixo estruturante. Etapa do semestre Meio do semestre (penúltimo e último encontros do 2º bimestre ). Duração Prevista 4 aulas. Desenvolvimento 1. A conversa com cada orientando deve ser preparada com pelo menos três semanas de antecedência, pois tem como base um diagnóstico construído a partir do seu olhar e da visão de outros professores em relação a frequência, pontualidade, participação nas atividades propostas e aprendizagem dos alunos. 2. O Anexo 2 traz uma ficha de Devolutiva Individual do estudante a ser preenchida por você e por outros dois professores, para cada aluno. Nas semanas anteriores à atividade, durante o seu planejamento, peça que cada estudante indique dois professores que gostaria que o avaliassem. Oriente os professores escolhidos a preencherem as fichas e, se alguns não puderem contribuir, trabalhe com sua percepção e as contribuições disponíveis. 3. Com todas essas informações, elabore uma pauta de conversa para cada estudante: uma devolutiva das conquistas desses alunos e dos desafios que estão enfrentando. 4. No dia das conversas individuais, oriente os alunos que aguardam a vez a se ocupar de outras atividades, como estudar, ler ou realizar tarefas das disciplinas, e organize um espaço para isso na escola. 5. Informe cada aluno a respeito de como se desenvolverá a conversa, antes de iniciá-la. Esclareça que: durante cerca de 25 minutos, ele poderá trocar ideias com você sobre a vivência escolar, olhando para as conquistas e desafios e projetando meios para que possa dar passos importantes como estudante; ele deve sentir-se livre para expressar pensamentos, dúvidas e sentimentos relacionados à vivência na escola. OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 47 6. Inicie a conversa pedindo que ele faça uma autoavaliação do próprio percurso. Discutam os pontos mais relevantes e lembre-o de anotá-los, pois são importantes na trajetória dele como aluno. Em seguida, faça considerações sobre: a frequência e a pontualidade nas atividades. Se for um aluno pouco frequente, aproveite para buscar compreender os motivos e tentar ajudá-lo a encontrar soluções; a participação nas aulas das áreas de conhecimento e suas disciplinas e nas atividades do núcleo, incluindo os quatro componentes. Ajude-o a identificar possíveis maneiras de qualificar sua participação; a aprendizagem nas diversas atividades da escola. Pergunte a ele o que considera ser seu maior aprendizado na escola e o sentido disso na vida dele como um todo. 7. Na sequência, apresente, com cuidado e respeito, as questões apontadas pelos professores da escola em relação aos mesmos itens acima, ajudando-o a compreender os aspectos tratados, a se manifestar, concordando ou não, e a identificar como essa devolutiva pode repercutir em sua vivência na escola. 8. Antes de finalizar, valorize novamente as conquistas que ele obteve e demonstre confiança em que ele poderá superar seus desafios. Sugira que ele crie redes internas de apoio na escola, com os colegas, professores, gestores e familiares, ganhando assim aliados para enfrentar tais desafios. 1. Como você avalia a rodada de conversas individuais? Foi possível estabelecer um diálogo positivo, com confiança e respeito entre as partes? Se algo não correu bem, consegue identificar as causas? Você considera ter oferecido o apoio necessário ao aluno que busca meios de superar dificuldades? 2. Ao apontar para o aluno as questões colocadas por outros professores, você conseguiu estabelecer um clima de tranquilidade? Os alunos reagiram bem? 3.Pelo feedback individual do percurso do bimestre, acredita que as atividades e orientações tenham contribuído para a construção dos projetos de vida dos alunos? Foi possível notar, na fala deles, uma opinião quanto a isso? Avaliação em processo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 48 Atividade 11 Cinco informações que eu não sabia sobre... Resumo Duplas de alunos se entrevistam para obter informações curiosas um sobre o outro, com dois objetivos: desenvolver a curiosidade e experimentar a lista como expressão textual. Objetivos Orientar os alunos para um exercício de curiosidade e investigação sobre o outro e para a expressão organizada no formato de lista. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversa envolvendo a turma toda e trabalho em duplas. Recursos e providências . Caderno do Estudante. Eixo Eixo elegível. Etapa do semestre Meio do semestre. Duração Prevista 2 aulas. Para a sua mediação e presença pedagógica: Dividindo a turma Dividir a turma em duplas ou trios é necessário em várias das atividades. Os motivos e critérios de divisão variam. Algumas vezes, é recomendado que os próprios estudantes escolham com quem querem trabalhar: são aqueles casos em que conhecer e ter certas afinidades com o outro contribuem para a produção de um exercício coeso e interessante. Quando se conhece o estilo de trabalho, o jeito de pensar e as opiniões do outro, o trabalho fica mais produtivo. Em outros casos, como nesta atividade, a própria proposta apresentada sugere que as duplas não tenham muita intimidade, para que o exercício de curiosidade e de aproximação do outro possa ser levado a cabo de maneira interessada. Assim, é sempre importante avaliar cada situação para decidir qual é a melhor maneira de se fazer a divisão dos estudantes nas duplas e trios. Desenvolvimento 1. As listas podem servir a uma série infinita de objetivos. Elas ajudam a estabelecer metas, a enumerar itens, a elencar tarefas, a organizar ideias sobre determinado assunto, a eleger os melhores e os piores em determinado contexto. Uma das situações mais comuns para a elaboração de listas é a das compras no supermercado: enumeram-se todos os itens necessários em casa, de modo que nenhum artigo de alimentação, limpeza ou conforto seja esquecido e que a compra possa ser feita de maneira organizada, sem extrapolar o orçamento. 2. Na internet, abundam listas de curiosidades. São múltiplos os seus usos, tão diversos quanto as temáticas que elas podem abranger, que vão dos melhores discos do ano às OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 49 100 coisas que todo mundo deveria fazer antes de morrer. Similar a todas elas, porém, é o caráter organizador que elas conferem a um conjunto de coisas, ao agrupá-las e combiná-las em uma lógica comum. Nesta atividade, busca-se experimentar a atividade organizadora das listas e, ao mesmo tempo, estimular a curiosidade dos estudantes. 3. Para iniciar, com os jovens organizados em um círculo, apresente e discuta a temática das listas. Peça que os jovens tenham em mãos o Caderno do Estudante aberto na Ficha 5 que apresenta algumas curiosidades históricas sobre a formulação de listas. Cada tópico do texto deve ser lido por um estudante. Em seguida, busque estimular comentários dos alunos sobre o assunto, formulando questões como: Vocês têm o costume de criar listas? Se sim, quais? Listas sobre quais assuntos e temáticas interessam a vocês? Quais as vantagens da lista em relação a outros formatos de texto? Sugira que os alunos interessados nesse tipo de conteúdo acessem, durante o período extraclasse, o blog SuperListas, da revista Superinteressante. Disponível em: bit.ly/superlistas. Acesso em: jan. 2018. Nessa página, alguns jornalistas se dedicam à criação de várias listas curiosas, bizarras e divertidas. 4. Faça um sorteio e organize os estudantes em duplas. 5. A etapa central da atividade começa em seguida. Inicie explicando que, nas duplas, cada aluno coletará cinco informações curiosas sobre seu colega, entrevistando-o. Eles devem fazer desse processo um exercício de curiosidade, isto é: demonstrar interesse em seu interlocutor, fazendo-lhe questionamentos que possam clarear determinadas características, e deixando-se, assim, surpreender pela singularidade do outro. Ao fim dessa conversa, os alunos da dupla elaboram uma lista com cinco curiosidades a respeito do colega. Ao apresentar essas instruções, é importante ressaltar que não devem ser exploradas temáticas relacionadas à intimidade de cada um, evitando constrangimentos, mas sim a aspectos da vida escolar, dos momentos de lazer, dos comportamentos, dos projetos de vida, dos gostos e sonhos peculiares de cada um. 6. Para finalizar o encontro, organize os alunos em roda e peça que cada um deles apresente a lista que elaborou sobre o colega. Ao fim das apresentações, estimule-os a comentar a atividade a partir das seguintes perguntas: Como é tentar descobrir curiosidades sobre os outros? Como é se expor nesse processo de entrevista? 7. Estimule cada jovem a guardar a lista que foi feita sobre si, como forma de criar memória. Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 50 1. Uma entrevista pode intimidar os alunos mais acanhados e reservados. Ao longo da atividade, foi possível notar se algum dos estudantes se sentiu incomodado com a situação? Que intervenção você fez para que ele(a) pudesse ganhar confiança e participar da atividade? 2. Da mesma maneira, você notou algum desconforto durante a exposição das listas para toda a turma? Como você conduziu a mediação, no caso de ter surgido desconforto por parte de algum dos alunos? 3. A curiosidade é apontada como uma competência fundamental para os jovens de nosso tempo. Toda esta atividade foi pensada para provocar nos alunos a curiosidade e o interesse pelos colegas com quem convivem. Como você analisa o resultado final? As listas demonstraram a curiosidade dos alunos? Atividade12 Eu vou conseguir, vou conseguir... Resumo Leitura e discussão de artigo sobre o otimismo, visando à construção de um gráfico que explicitará a importância de conjugar, em uma meta, pensamento positivo e ação. Objetivos Refletir sobre a relação entre o otimismo, a ação e as conquistas dos jovens a partir da construção de um gráfico genealógico. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversa envolvendo a turma toda e trabalho individual e em trios. Recursos e providências . Caderno do Estudante. Eixo Eixo elegível. Etapa do semestre Meio do semestre. Duração Prevista 2 aulas. Para a sua mediação e presença pedagógica: A linguagem está na base das relações sociais e é só a partir dela que conseguimos nos expressar e comunicar. Mas não é apenas a linguagem verbal, manifesta em palavras escritas e faladas, que cumpre essa função. Imagens, gráficos e sons também são Avaliação em processo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 51 linguagens, e quanto mais dominamos essas linguagens, mais potencializamos nossa capacidade de comunicação. Cada uma com sua peculiaridade, as linguagens servem a objetivos diferentes. Nesta atividade, por exemplo, é trabalhada a expressão por meio de gráficos (uma linguagem predominantemente visual) e de narrativas (focada na dimensão verbal). Enquanto a primeira é rica por seu poder de síntese e por convocar o olhar do leitor, a segunda permite um detalhamento maior do que é descrito, além de carregar as marcas pessoais dequem conta uma história. Desenvolvimento 1. Inicie a atividade pedindo que a turma se divida em trios para realizar a leitura do artigo “Os segredos do pensamento positivo”, da neurocientista Suzana Herculano-Houzel, presente na Ficha 6 do Caderno do Estudante. O texto aborda o otimismo por um prisma científico e ressalta que, além do pensamento positivo, devemos agir sobre o mundo para que nossos sonhos se concretizem. Sugira que os integrantes do trio se revezem na leitura do texto. Ao final, inicie um debate com a turma, instigando os estudantes a refletir tanto sobre suas crenças otimistas quanto sobre o modo como buscam correr atrás de seus desejos. Essa conversa pode ser orientada por perguntas como: Vocês se valem de algum tipo de crença, promessa ou otimismo para alcançar seus sonhos e desejos? Acreditam que essas crenças são suficientes para realizar seus objetivos, ou concordam que também é preciso agir no mundo? Quando são estabelecidos objetivos, sonhos, pontos aos quais se quer chegar, é comum que algumas pessoas mobilizem suas crenças e artimanhas para ajudar no processo de conquista. São promessas religiosas, figas, amuletos, frases e pensamentos que devem ser repetidos até que o alvo seja alcançado. E há também o senso comum de que o pensamento positivo ajuda a conseguir aquilo que se quer. Esta atividade visa estimular a reflexão sobre a postura e as estratégias que os estudantes adotam quando desejam alcançar um objetivo. A partir de uma conversa sobre os modos como cada um se posiciona diante de seus planos e projetos, a proposta é mostrar que ser otimista e manter o pensamento positivo é importante, mas que há relações causais em nossas ações que podem nos levar ao sucesso. Peça que os estudantes compartilhem experiências relacionadas ao tema, cuidando para que não haja qualquer tipo de chacota ou desrespeito em relação ao comentário dos outros alunos. 2. Segue-se à discussão o preenchimento do gráfico genealógico (também presente na Ficha 6 do Caderno do Estudante). Trata-se de um modelo de gráfico em que cada aluno deve elencar um acontecimento positivo como ponto central, relacionado a seu percurso escolar ou a outras dimensões de sua vida cotidiana. A partir dele, devem ser identificados os passos necessários para alcançá-lo e seus possíveis desdobramentos na vida profissional e cotidiana. Nesta etapa, o trabalho é individual, mas os trios podem ser mantidos, para que os jovens se ajudem mutuamente, esclareçam suas dúvidas e sugiram novas ideias para seus colegas. A atividade pretende destacar a relação causal e de encadeamento das nossas ações e a importância do otimismo e da determinação para o sucesso. Instrua os jovens quanto ao preenchimento. Para isso, estimule-os com questões como: OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 52 Quais foram os passos necessários para que o acontecimento positivo se concretizasse? Qual foi o papel do pensamento positivo nesse processo? E de sua ação no mundo? Como esse acontecimento se desdobra no presente ou se desdobrará no futuro? Como preencher o gráfico Partindo do acontecimento central, destacado na imagem, estão delineados três campos acima e três abaixo. Nos de cima, o estudante deve elencar os passos necessários e importantes para a realização do fato positivo. Nos de baixo, devem estar escritos seus desdobramentos possíveis e esperados. Além disso, há campos pontilhados, que devem ser preenchidos com outros elementos e ações importantes para o acontecimento central e seus desdobramentos. Neles, passos secundários, estados de ânimo com o processo, o otimismo e os níveis de empolgação referentes a cada etapa devem ser manifestos. 3. Após o tempo de preenchimento, os estudantes devem compartilhar seus gráficos com a turma em uma roda de conversa. Nesse momento, sugira que os alunos não apenas citem o conteúdo do gráfico, mas que contem a história que está por trás de cada uma de suas etapas. Se na etapa de formulação do gráfico a proposta era que os estudantes condensassem longos processos em um modelo sucinto, a narrativa da apresentação pede que eles contem tal processo com um pouco mais de detalhes. Por exemplo: se o acontecimento central for a entrada do estudante para uma banda, peça que o aluno conte sobre seu interesse por música, sobre os desafios para participar da banda, sobre o que sentia em cada uma dessas etapas, e que relacione os passos principais aos outros elementos citados nos campos pontilhados. 4. Finalize o encontro reforçando com os jovens como o gráfico elaborado por eles demonstra a potência do otimismo e a importância da ação na realização dos sonhos. 1. A atividade apresenta um embate entre a ciência e as crenças e ritos pessoais. Como os alunos lidaram com essa questão? Foi necessária alguma intervenção para que não houvesse conflito ou chacota entre os estudantes que apresentavam pontos de vista diferentes? 2. Os alunos tiveram êxito em reconhecer tanto a importância do pensamento positivo quanto da ação sobre o mundo para atingir seus objetivos? Quais foram os principais resultados da atividade, nesse sentido? Avaliação em processo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 53 Atividade13 A imagem diz que... Resumo Exercício para o descondicionamento do olhar, a partir da leitura de retratos. Objetivos Introduzir criticamente a leitura de imagens, de modo que os jovens possam discutir sobre o que é ser um consumidor e produtor de imagens “ingênuo” e como podem se posicionar mais criticamente frente a elas. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversa envolvendo a turma toda e trabalho em times. Recursos e providências Selecione imagens de retratos de personalidades cujos rostos não são tão conhecidos. Ao longo da atividade, apresentamos sugestões de imagens. Informações sobre os personagens dos retratos estão disponíveis no Anexo 3. Eixo Eixo elegível. Etapa do semestre Final do semestre. Duração Prevista 2 aulas. Para a sua mediação e presença pedagógica: “Uma imagem vale mais do que mil palavras”, é uma frase atribuída ao filófoso chinês Confúcio. Milênios depois, assistimos hoje à supremacia das técnicas de reprodução de imagens “prontas para o consumo”, como chamou Gilbert Durand, professor francês especialista do imaginário. Imagens icônicas a partir do século 20 vêm sendo cada vez mais difundidas e consumidas, sem que muitas vezes uma reflexão sobre os contextos de produção e uso delas sejam alvo do debate. “A imagem midiática está presente desde o berço até o túmulo, ditando as intenções de produtores anônimos ou ocultos: no despertar pedagógico da criança, nas escolhas econômicas e profissionais do adolescente, nas escolhas tipológicas (a aparência) de cada pessoa, até nos usos e costumes públicos ou privados, às vezes como ’informação‘, às vezes velando a ideologia de uma ’propaganda‘, e noutras escondendo-se atrás de uma ’publicidade‘ sedutora...”. (DURAND, Gilbert. O imaginário – Ensaio acerca das ciências e da filosofia da imagem. Rio de Janeiro: Difel, 2010.) Particularmente, crianças e jovens são objeto privilegiado de desejo desse mundo de consumo que tem nas imagens sua isca de atração. Ao mesmo tempo em que, cada vez mais frequentemente, eles se tornam produtores de imagens (a internet e as novas mídias possibilitaram que todos se tornem produtores de textos e imagens e que os divulguem intensivamente. Daí, surgem fenômenos como os memes, menes, selfies etc.), eles são consumidores dessas imagens midiáticas em doses maciças. Não é à toa que em boa parte das atividades sejam utilizados recursos imagéticos, como desenhos, fotografias e vídeos. Como abordado ao longo da atividade, vivemos rodeados por um turbilhão de imagens e somosinterpelados por elas todo o tempo, como que convidados a vê-las e interpretá- las. Do mesmo modo, somos também produtores de imagens, posição que se tornou ainda mais forte com as tecnologias digitais. É inegável que as imagens podem tornar as atividades mais interessantes. Por isso, sempre apresente as imagens das atividades com a melhor qualidade possível, sejam elas impressas ou OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 54 digitais, de modo que elas não se desconfigurem com o aumento ou a diminuição do tamanho. Também busque na internet, nos livros, ou mesmo produza imagens com a câmera fotográfica ou com o celular que sejam esteticamente atraentes. Isso garante uma boa visibilidade daquilo que está sendo apresentado, além de tornar a atividade mais estimulante! Desenvolvimento 1. Organize seus orientandos em dois times de quatro ou cinco alunos e apresente o tema da atividade: refletir sobre o poder das imagens. Peça que eles definam um líder para a atividade. 2. Para começar, pergunte aos estudantes se eles costumam pensar no que está por trás das imagens que diariamente consomem. Ouça algumas opiniões e esclareça que, para começar a pensar nesse assunto com mais consistência, eles farão um exercício simples de leitura de imagens. 3. Entregue para cada time um retrato de personalidade cujo rosto não seja tão conhecido e oriente-os que, com base na observação dessa imagem, discutam e escrevam sobre o que pensam que essa pessoa é, o que faz, onde trabalha, se tem família, enfim, que busquem investigar sua história de vida a partir dessa imagem. Para realizar essa parte da atividade, é imprescindível que você selecione previamente alguns retratos. Como exercício criativo, sugerimos as imagens disponíveis nos links abaixo como exemplos (no Anexo 3 há um breve texto sobre cada uma dessas personalidades). Você pode ampliar esse leque de opções ou selecionar outras. Disponíveis em: 1 - bit.ly/matisse01 2 - bit.ly/nanavasconcelos01 3 - bit.ly/malala001 4 - bit.ly/carolinadejesus01 Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 55 5 - bit.ly/foucault01 6 - bit.ly/vivaldi01 Acessos em: jan. 2018. Sobre as imagens sugeridas: As imagens acima selecionadas trazem personalidades que se destacam em diversas áreas, como a pintura (imagem 1 – pintor francês Henri Matisse), a música (imagens 2 e 6 – Naná Vasconcelos e Antonio Vivaldi), a atuação política (imagem 3 – Malala Yousafzai), a literatura (imagem 4 – Carolina de Jesus) e a filosofia (imagem 5 – Michel Foucault). O intuito dessa atividade de aquecimento é despertar noções primordiais sobre como a construção das imagens dialoga com nosso imaginário e representações sociais constituídas. Os julgamentos que serão realizados pelos estudantes serão depois confrontados com a vida e obra dos personagens analisados, num jogo de desconstrução e entendimento dos motivos que os levaram a construir tais suposições. A mesma imagem pode ser objeto de análise de ambos os grupos. Note que as imagens selecionadas possuem similaridades. Todas são retratos fotográficos, com exceção da imagem 6, que é uma gravura. Os retratos 2, 3 e 5 buscaram captar com detalhes a expressão dos retratados, sendo apresentados em close-up. Já os retratos 1, 4 e 6 apresentam um plano médio, ou seja, é possível ver parte do tronco dos retratados e observar outros elementos – como as vestimentas e um cenário – o que amplia os elementos de análise. Você também pode trabalhar com imagens coloridas e que tragam outros elementos. O importante é garantir imagens de qualidade, de preferência em tamanho grande, para que os estudantes as analisem. 4. A seguir, reúna os estudantes em roda para que o líder de cada time apresente para a turma a imagem analisada e as hipóteses levantadas sobre a vida do personagem retratado. Esteja atento às ideias preconceituosas e classificatórias que possam ter surgido com base apenas na aparência dos retratados e anote aquelas que chamarem sua atenção, para ampliar a discussão na roda. 5. Após as apresentações, dirija o foco da conversa para as representações surgidas a partir das classificações e codificações que os grupos trouxeram. Nesse momento, é importante que você formule perguntas que não levem os estudantes a respondê-las motivados pelo seu juízo de valor, mas sim, que os levem a analisar criticamente e a repensar seus olhares. Um exemplo de pergunta provocativa seria: “Que elementos da imagem levaram o grupo a dizer que a imagem é de uma pessoa bem-sucedida (ou não) profissionalmente?”. Já um exemplo de pergunta que traz implícito um juízo de valor seria: “Vocês trouxeram representações negativas sobre a imagem X. Por quê?” Levar os jovens a compreender e analisar os Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 56 valores positivos ou negativos que atribuíram às imagens faz parte do processo de identificação dos discursos construídos e deverá ser o exercício da roda de discussão mediada por você. 6. Para ampliar a discussão, peça que cada líder leia um pequeno texto com informações sobre o retratado analisado pelo seu grupo. Com base nessa leitura, provoque a discussão para que os estudantes confrontem suas leituras de imagem com a biografia dos retratados e tenham a oportunidade de aprofundar a reflexão sobre as ideias prévias vindas da mera observação de padrões de gênero, racial, cultural etc. socialmente construídos e que reproduzimos muitas vezes indiscriminadamente. No Anexo 3, você encontra as fichas informativas das pessoas utilizadas como exemplos e que trazem sugestões para a ampliação do conhecimento da obra dos personagens retratados. É importante que você estimule os estudantes a pesquisar de maneira autônoma sobre os personagens que mais chamaram a atenção. 7. Finalize a discussão propondo uma reflexão a partir do trecho retirado do livro Modos de ver, de John Berger. Você pode preparar previamente um cartaz contendo o trecho ou projetá-lo, para que todos possam acompanhar a leitura e consultar repetidamente seu conteúdo a fim de formularem opiniões críticas. “Uma imagem é uma cena que foi recriada ou reproduzida. É uma aparência, ou um conjunto de aparências, destacadas do lugar e do tempo em que primeiro fez sua aparição e a preservou – por alguns momentos ou séculos. Toda imagem incorpora uma forma de ver. Mesmo uma fotografia. Porque as fotografias não são, como se presume frequentemente, um registro mecânico. Cada vez que olhamos uma fotografia estamos cientes, por mais superficialmente que seja, do fotógrafo selecionando aquela cena entre uma infinidade de outras possíveis. Isso é verdadeiro mesmo em se tratando do instantâneo familiar mais informal.” (BERGER, John. Modos de ver. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. p. 12.) Este trecho traz elementos interessantes para aprofundar a discussão sobre a aparente neutralidade das imagens, sobretudo as fotográficas. Toda imagem produzida é produzida por alguém, em um contexto específico e possui “uma forma de ver”, ou seja, é carregada de discursos e significações de quem a produziu. Por outro lado, quem recebe as imagens também coloca nesse “jogo simbólico” os seus conhecimentos, valores e modos de ver. Provoque os estudantes a pensar a respeito desse fato e sobre como isso se relaciona com o exercício realizado e com as imagens que eles consomemno dia a dia. 8. Após finalizar a roda de discussão, conte aos jovens que um importante e introdutório exercício de descondicionamento do olhar foi realizado. 1. Esta atividade visava ao exercício do pensamento crítico, por parte dos alunos, a partir das relações de sentido que eles estabelecem com as imagens. Você acredita que tal objetivo foi alcançado? Como ele se manifestou ao longo da atividade? 2. Em algum momento foram identificados discursos preconceituosos ou negativos em relação às imagens? Como você contornou tal situação? Foi possível estimular os alunos a se desprenderem dos clichês e estigmas de algumas representações? Avaliação em processo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 57 Atividade14 Julgamento das novas tecnologias Resumo Organizados em grupos de defesa e acusação, os estudantes debatem e julgam as novas tecnologias, suas potências e limitações, e como elas conformam nossa sociabilidade. Objetivos Estimular nos alunos um olhar crítico e questionador sobre as tecnologias contemporâneas e seus usos. Organização da turma O trabalho é feito com a turma organizada em times. Recursos e providências . Projetor, caixas de som e computador ligado à internet para exibição de um vídeo. . Folhas A4. . Canetas. Eixo Eixo elegível. Etapa do semestre Final do semestre. Duração Prevista 4 aulas. Para a sua mediação e presença pedagógica: Nesta atividade, os estudantes são convocados a tomar um partido (de defesa ou acusação das tecnologias) que não necessariamente o deles. Além disso, em debates como esse, é comum que se tenha um posicionamento em que confluem pontos positivos e negativos. Com esse tipo de experiência, pretende-se que os jovens desenvolvam a capacidade de argumentação e crítica, estimulando-os a construir formulações bem fundamentadas, ainda que alinhadas a uma posição da qual, eventualmente, eles discordem. Desenvolvimento As discussões sobre as novas tecnologias e como a população tem se apropriado delas é recorrente. São vários os argumentos de quem se propõem a analisar como a internet, as redes sociais, as tecnologias industriais, de mobilidade e de comunicação afetam a vida das pessoas em nosso tempo. Nesta atividade, pretende-se que os alunos elaborem um pensamento crítico e questionador sobre as tecnologias mais presentes em seu dia a dia, como os smartphones e as redes sociais. A atividade se desenvolverá no formato de um julgamento – com defesa, acusação e um juiz –, de modo que, com a discussão decorrente, sejam exercitadas também as capacidades argumentativas e retóricas dos estudantes. OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 58 Momento1 (2 aulas) 1. Inicie apresentando o percurso que será trilhado pela turma neste e no próximo encontro. Detalhe as etapas do julgamento que será realizado e de seus objetivos. Exiba o curta-metragem Thursday (Quinta-feira), de Matthias Hoegg. Disponível em: bit.ly/videothursday. Acesso em: jan. 2018. Trata-se de uma animação ambientada em um futuro não muito distante, em que todas as atividades são automatizadas e mediadas por máquinas e computadores, contrapondo-se a modos orgânicos de vida na natureza (representados por alguns pássaros no vídeo). Após a exibição de Thursday, peça que os alunos comentem as seguintes questões, que servirão como aquecimento para o desenrolar da atividade: Qual o ponto de vista da animação sobre um mundo dominado pelas novas tecnologias? Vocês compartilham desse ponto de vista? Como imaginam que será a relação das pessoas com as tecnologias em um futuro próximo? 2. Em seguida, explique que a atividade se desenrolará em um julgamento, em que estará em jogo um debate sobre a importância da tecnologia nos dias de hoje, suas potências e limitações, e sobre como ela conforma nossa sociabilidade. Explique também que o restante deste encontro será destinado à preparação para o julgamento, que acontecerá, de fato, no encontro seguinte. 3. Para começar, organize a turma, por meio de sorteio, em: juízes (dois alunos), acusação (metade dos alunos), defesa (outra metade dos alunos). Em seguida, cada um desses grupos deve se reunir separadamente. Esse será o momento em que defesa e acusação poderão elaborar com detalhes seus argumentos para o julgamento, que avaliará se as tecnologias são culpadas ou inocentes. 4. Para isso, oriente os grupos de defesa e acusação a elaborarem, pelo menos, um forte argumento relacionado às três temáticas das tecnologias: internet, redes sociais e smartphones. Tais argumentos devem ser embasados na própria experiência dos estudantes: o que eles experimentam de bom e ruim com essas novas tecnologias, o que acreditam que poderia ser diferente, o que era melhor ou pior antes e depois delas. Citamos um possível argumento como exemplo: Acusação: As redes sociais, em vez de aproximar, distanciam as pessoas. Argumento: Diz-se que as redes sociais são uma possibilidade de aproximação das pessoas, e, de fato, elas podem promover encontros virtuais entre amigos que moram longe, diálogo entre pessoas que não se conhecem muito bem, além de permitir acompanhar de perto o dia a dia dos amigos. Apesar disso, o contato virtual tem substituído o encontro face a face, as pessoas se encontram menos em suas casas, ambientes de trabalho e lazer, e têm trocado esses momentos de convivência real pelo contato virtual. Acesse o link clicando com o leitor de QR-Code do seu celular! OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 59 5. Incentive que os grupos anotem seus argumentos, com detalhes, em seus cadernos e agendas, pois o julgamento ocorrerá no próximo encontro, e será importante que eles tenham em mãos as acusações e defesas planejadas. 6. Durante esse tempo, sugira que os juízes se revezem no acompanhamento de cada um dos grupos, para avaliar como se passa a discussão (mas eles devem apenas observar!). Repasse para os juízes, também, as funções que eles deverão exercer no próximo encontro, conforme as orientações do 2º Encontro, que se encontram a seguir. 7. Ao final, reforce a importância da presença de todos no próximo encontro para o sucesso da atividade. Momento 2 (2 aulas) 1. Inicie pedindo que os grupos de acusação e defesa se reúnam para relembrar os argumentos desenvolvidos no encontro anterior. 2. Em seguida, peça que a turma se organize espacialmente na sala: acusação para a direita, defesa para a esquerda e juízes ao centro. Os juízes serão responsáveis por abrir o debate de cada temática, por controlar o tempo de argumentação dos grupos e por organizar o debate. Para cada tema, serão 5 minutos para a acusação apresentar seus argumentos, cinco para a defesa fazer o mesmo, e outros cinco de debate, em que os grupos poderão rebater as ideias expostas pelo lado oposto. A divisão segue o apresentado neste quadro: O quê? Tempo Como proceder? Temática: internet 15 minutos Acusação apresenta em 5 minutos. Defesa apresenta em 5 minutos. O tempo restante é de debate. Temática: redes sociais 15 minutos Acusação apresenta em 5 minutos. Defesa apresenta em 5 minutos. O tempo restante é de debate. Temática: smartphones 15 minutos Acusação apresenta em 5 minutos. Defesa apresenta em 5 minutos. O tempo restante é de debate. Decisão dos juízes 25 minutos 15 minutos para a formulação de um breve parecer. 10 minutos para apresentação do parecer para a turma. 3. Após as argumentações das três temáticas, é a vez de os juízes tomarem a decisão, que deve levar em conta os melhores argumentos. 4. Por 15 minutos, os juízes se reunirão para determinar quem ganhou o caso do Julgamento das Tecnologias, se elas são culpadas ou inocentes. Nesse momento, o professor deve acompanhar os juízes, instruindo-os a formularum breve parecer, que pode seguir o seguinte modelo: OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 60 Após ouvir os argumentos da defesa e da acusação, consideramos as tecnologias culpadas/inocentes. Levamos em consideração os seguintes argumentos: citar aqui os argumentos que mais pesaram para a decisão. 5. Finalize a atividade solicitando um feedback dos alunos sobre a experiência de um júri simulado, a partir de questões como : Quais os principais desafios na participação de um júri simulado? Como é argumentar sobre determinada temática sabendo que todas as falas serão julgadas? 1. Um júri simulado dentro de sala de aula demanda bastante organização, principalmente no que diz respeito ao controle do tempo. A atividade foi realizada com sucesso ou houve algum problema de organização? Aprendeu-se algo em relação à gestão do tempo? 2. Os estudantes deveriam assumir papéis distintos e se engajar em um debate que possuía, claramente, dois lados opostos. A contextualização da temática no início da atividade e as instruções fornecidas aos alunos foram suficientes para que eles entendessem quais papéis deveriam desempenhar? 3. Como você avalia o desempenho dos alunos quanto à profundidade dos argumentos? Eles souberam sustentar com clareza e respeito a posição que defendiam? Como você avalia sua mediação da atividade? Avaliação em processo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 61 Atividade15 Meu futuro na linha do tempo Resumo Os alunos construirão uma linha do tempo fictícia para um futuro de três anos, marcada por aspectos da vida profissional e pessoal. A atividade provoca reflexão sobre identidade e projetos de vida. Objetivos Levar os alunos a refletir sobre o próprio futuro, pessoal e profissional, por meio de um exercício imaginativo. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversa envolvendo a turma toda e trabalho individual e em trios. Recursos e providências . Caderno do Estudante. . Álbuns de Cartografia Pessoal. . Canetas, tesouras, cola, lápis de cor e folhas A4 Eixo Eixo estruturante. Etapa do semestre Final do semestre. Duração Prevista 4 aulas. Para a sua mediação e presença pedagógica: A formação para a autonomia consiste em preparar os jovens para escolherem seus caminhos na escola e na vida. Ela acontece ao longo de toda a formação e deve conjugar um trabalho de construção das identidades dos estudantes (quem são) e seus sonhos e desejos (quem querem ser). Atualmente, as redes sociais, como Twitter e Facebook, são espaços de construção de identidade para os jovens, por tornarem visíveis suas amizades, seus gostos, suas fotos, suas ideias. Nessas redes, os jovens podem forjar a própria imagem, mostrar quem são, e conjugar, num mesmo perfil, elementos de sua vida pessoal, familiar e profissional. Esta atividade se ancora nesse cenário, utilizando a ideia da linha do tempo do Facebook, recurso que mostra o perfil do usuário, dispondo temporalmente suas postagens de imagens, textos, links, vídeos, além de suas experiências, compondo desse modo a história de vida de cada um. A proposta é envolver os jovens em uma reflexão sobre quem querem ser e que percurso pretendem traçar para realizar seus sonhos. Em um exercício de imaginação, eles responderão a esta questão: como estará minha linha do tempo dentro de 3 anos? Desenvolvimento Momento 1 1. Inicie com uma conversa sobre o Facebook. Provavelmente, todos os alunos têm um perfil nessa rede social ou, pelo menos, a conhecem bem. Por isso a conversa visa mais a compreender a relação dos jovens com suas próprias linhas do tempo (ou timeline, em inglês), mas ajudará também a formar um entendimento comum para que orientadores e orientandos “falem a mesma língua” ao longo da atividade. OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 62 2. Estimule os alunos a contar suas experiências no Facebook, o modo como se relacionam com essa rede de contatos e informações. Algumas perguntas serão úteis para orientar a conversa: Quem utiliza o Facebook? Quanto tempo ao longo do dia vocês passam conectados a essa rede social? Como entendem essa rede? Para que acham que ela serve? Como é a relação de cada um com sua própria linha do tempo? Gostam de postar cada detalhe de sua vida pessoal ou são mais reservados? Do que mais gostam no Facebook? E do que menos gostam? 3. Para a montagem da linha do tempo, peça que os jovens se organizem em trios e abram o Caderno do Estudante na Ficha 7, que traz um modelo de página que simula a linha do tempo do Facebook. Cada aluno deve preencher seu próprio material, mas a formação em trios os estimula a compartilhar suas ideias, dúvidas e sugestões uns com os outros. O material demandará dos estudantes o preenchimento de categorias familiares a eles. O que exigirá mais a atenção deles é a linha do tempo. Nesse grande espaço em branco, sem linhas ou quadros, eles terão liberdade para criar o conteúdo de suas próprias postagens, que devem ser, no mínimo, quatro. Lembre-os de que o exercício é de previsão do futuro, ou seja, devem pensar no que estarão fazendo daqui a três anos, considerando aspectos pessoais (amizades, entretenimento, o que curtem, grupos dos quais participam) e profissionais (em que trabalham, como se sentem no trabalho, como relacionam a vida pessoal à profissional). O preenchimento da linha do tempo é individual, mas os jovens podem permanecer em trio, para que possam conversar sobre suas decisões e estimular o trabalho uns dos outros. 4. Oriente os alunos a fazer um roteiro antes de preencherem a linha do tempo, planejando seus textos e imagens e compondo um esboço em folha A4 de como pretendem montar a própria página. Roteirizar diminui a chance de erros, evita rasuras e também possibilita visualizar o resultado final. Nesse momento os alunos decidem quais imagens e fotografias serão utilizadas na atividade (podem ser fotos de jornais e revistas, fotos pessoais, 3x4). Como o exercício terá um bom tempo de realização, eles poderão trazer tais elementos de casa no segundo encontro. 5. Para uma orientação mais cuidadosa, detalhamos a seguir os aspectos de cada categoria a ser preenchida no exercício: Foto de capa (espaço em branco no topo da página): espaço destinado a uma imagem, que deve estar relacionada ao tema da atividade. A imagem pode ser um desenho, fotografia ou colagem. Foto: retrato de rosto do estudante. Nome: completo, com sobrenome. “Tem...anos”: idade. Está ...: namorando, solteiro, casado, separado. Mora em: cidade e país. OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 63 Estudou em: escola que frequentou. Se for continuar os estudos, inserir informações sobre a instituição em que estará estudando. Trabalha em: profissão que exerce. Se for de desejo do aluno, acrescentar a instituição em que trabalha. Idiomas: línguas que domina. Sobre mim: breve descrição ou frase que espelhe a autoimagem do aluno. Amigos: o nome de alguns companheiros importantes e/ou imagens deles (desenhos e pequenos retratos). Páginas de interesse: as páginas que curtem indicadas com imagem ou texto (de bandas, programas de TV, artistas, empresas e outras instituições etc...). Grupos: os fóruns de discussão de que participam na rede social, também com imagens ou textos. Linha do tempo: área livre para postagens do aluno, que podem conter imagens e textos. Elas devem remeter a aspectos pessoais e profissionais da vida que ele imagina ter no futuro. Para o preenchimento das categorias e elaboração de textos, os alunos usarão canetas. Cola e tesoura serão utilizadas pelos estudantes que escolherem produzirmontagens, e lápis de cor para aqueles que optarem por desenhar. Ao finalizar o primeiro encontro, reforce que a atividade terá continuação e que eles poderão trazer de casa imagens para finalizar a composição da linha do tempo. Dica: por que roteirizar? Algumas vezes, será demandada dos estudantes a produção de textos e imagens durante as atividades. Em geral, essa demanda é acompanhada pela sugestão de que os alunos criem antes breves roteiros. Isso se deve, especialmente, a dois motivos: o roteiro permite aos alunos planejar a própria criação, e assim gerir melhor o tempo que poderão dedicar a cada uma das etapas do trabalho; roteirizando, os alunos conseguem ter uma noção do todo que irão criar, evitando assim que o projeto que estão desenvolvendo desande na reta final de sua elaboração. É importante, portanto, incentivar sempre os alunos a produzir seus roteiros antes de começar a desenvolver o trabalho. Momento 2 1. A montagem e finalização da linha do tempo ocupará metade do encontro. Oriente os alunos a seguir o esboço que construíram na aula anterior. 2. Finalizados os trabalhos, segue o compartilhamento das produções, com os alunos dispostos em uma roda para apresentar aos colegas o que imaginam para si daqui a três anos. Oriente-os para comentarem detalhes da composição do trabalho e mencionarem como o conteúdo da linha do tempo representa os projetos de vida de cada um. Incentive-os a se manifestar quanto às apresentações dos colegas, colocando dúvidas ou sugestões. 3. Para encerrar este encontro, que também é o último do ano, promova uma rodada de avaliação da atividade e do percurso trilhado pela turma neste semestre em Projeto de Vida. Peça também que os jovens colem a linha do tempo em seus Álbuns de Cartografia Pessoal. OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 64 Cuide para que todos os estudantes participem ativamente do momento avaliativo. Para isso, crie um ambiente em que todos se sintam à vontade para emitir suas opiniões. Enriqueça a conversa com questões como: Como vocês se sentem ao pensar e planejar alguns aspectos do futuro próximo? Vocês já têm uma ideia sólida de onde querem estar daqui a três anos? Ou foi preciso muita imaginação para realizar a atividade? Quais os principais desafios de se pensar no futuro? Ao final da atividade, vocês se sentem motivados com o que está por vir? Como vocês avaliam o semestre de Projeto de Vida? O que mais aprenderam e quais competências desenvolveram nos últimos meses? Quais foram os maiores desafios enfrentados por vocês no semestre? O que aprenderam com eles? Quais as expectativas de vocês para Projeto de Vida no 3º ano? 1. Os alunos trabalharam de maneira individual ao longo de boa parte desta atividade. Durante os encontros, a turma esteve concentrada e atenta à construção das linhas do tempo? Caso tenha havido dispersão, como você lidou para retomar o foco para a atividade? 2. Os estudantes estavam motivados para realizar a atividade? Houve muitas dúvidas ou a proposta de construção a Linha do Tempo foi entendida por todos com facilidade? 3. E você, como avalia este exercício, que teve ligação direta com as redes sociais virtuais, tão presentes na vida dos jovens? 4. A atividade converge vários dos objetivos do componente curricular Projeto de Vida, especialmente no exercício imaginativo de pensar a própria vida pessoal e a carreira em um futuro próximo. Como você acredita que o percurso realizado pelos estudantes ao longo dos encontros se reflete nesses objetivos? Avaliação em processo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 65 Atividade 16 Feedback Resumo Conversas entre o orientador e cada aluno para dar ao estudante um retorno da equipe de professores a respeito de seu processo de desenvolvimento. Objetivos Dar retorno aos alunos sobre seu processo de desenvolvimento, por meio de conversas individuais entre orientador e orientando. Organização da turma Serão realizadas conversas individuais com os alunos. Recursos e providências - Anexo 2 Eixo Eixo estruturante. Etapa do semestre Final do semestre (penúltimo e último encontros do 4º bimestre). Duração Prevista 4 aulas. Desenvolvimento 1. A conversa com cada orientando deve ser preparada com pelo menos três semanas de antecedência, pois tem como base um diagnóstico construído a partir do seu olhar e da visão de outros professores em relação a frequência, pontualidade, participação nas atividades propostas e aprendizagem dos alunos. 2. O Anexo 2 traz uma ficha de Devolutiva Individual do estudante a ser preenchida por você e por outros dois professores, para cada aluno. Nas semanas anteriores à atividade, durante o seu planejamento, peça que cada estudante indique dois professores que gostaria que o avaliassem. Oriente os professores escolhidos a preencherem as fichas e, se alguns não puderem contribuir, trabalhe com sua percepção e as contribuições disponíveis. 3. Com todas essas informações, elabore uma pauta de conversa para cada estudante: uma devolutiva das conquistas desses alunos e dos desafios que estão enfrentando. 4. No dia das conversas individuais, oriente os alunos que aguardam a vez a se ocupar de outras atividades, como estudar, ler ou realizar tarefas das disciplinas, e organize um espaço para isso na escola. 5. Informe cada aluno a respeito de como se desenvolverá a conversa, antes de iniciá-la. Esclareça que: durante cerca de 25 minutos, ele poderá trocar ideias com você sobre a vivência escolar, olhando para as conquistas e desafios e projetando meios para que possa dar passos importantes como estudante; ele deve sentir-se livre para expressar pensamentos, dúvidas e sentimentos relacionados à vivência na escola. OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 66 6. Inicie a conversa pedindo que ele faça uma autoavaliação do próprio percurso. Discutam os pontos mais relevantes e lembre-o de anotá-los, pois são importantes na trajetória dele como aluno. Em seguida, faça considerações sobre: a frequência e a pontualidade nas atividades. Se for um aluno pouco frequente, aproveite para buscar compreender os motivos e tentar ajudá-lo a encontrar soluções; a participação nas aulas das áreas de conhecimento e suas disciplinas e nas atividades do núcleo, incluindo os quatro componentes. Ajude-o a identificar possíveis maneiras de qualificar sua participação; a aprendizagem nas diversas atividades da escola. Pergunte a ele o que considera ser seu maior aprendizado na escola e o sentido disso na vida dele como um todo. 7. Na sequência, apresente, com cuidado e respeito, as questões apontadas pelos professores da escola em relação aos mesmos itens acima, ajudando-o a compreender os aspectos tratados, a se manifestar, concordando ou não, e a identificar como essa devolutiva pode repercutir em sua vivência na escola. 8. Antes de finalizar, valorize novamente as conquistas que ele obteve e demonstre confiança em que ele poderá superar seus desafios. Sugira que ele crie redes internas de apoio na escola, com os colegas, professores, gestores e familiares, ganhando assim aliados para enfrentar tais desafios. 1. Como você avalia a rodada de conversas individuais? Foi possível estabelecer um diálogo positivo, com confiança e respeito entre as partes? Se algo não correu bem, consegue identificar as causas? Você considera ter oferecido o apoio necessário ao aluno que busca meios de superar dificuldades? 2. Ao apontar para o aluno as questões colocadas por outros professores, você conseguiu estabelecer um clima de tranquilidade? Os alunos reagiram bem? 3. Pelo feedback individual do percurso do bimestre, acredita que as atividades e orientações tenham contribuído para a construção dos projetosde vida dos alunos? Foi possível notar, na fala deles, uma opinião quanto a isso? Avaliação em processo OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 67 Anexos ANEXO 1 | FORMULÁRIO DE ESCOLHA DO PROFESSOR-ORIENTADOR Nome: Turma: Professores de minha preferência para orientação no semestre: 1ª opção: 2ª opção: 3ª opção: OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 68 ANEXO 2 | FICHA – DEVOLUTIVA INDIVIDUAL Nome do aluno: Turma: Orientador: O aluno é frequente e pontual na maioria das atividades? Como é a participação do aluno nas aulas e atividades do núcleo? (Demonstra interesse e envolvimento? Faz perguntas? Ajuda os colegas que têm alguma dificuldade? Tem foco nas atividades propostas? Respeita os combinados? Assume a liderança e colabora quando é liderado? Tem iniciativa diante de uma atividade?) O que o aluno tem aprendido e o que precisa intensificar em termos de aprendizagem? (Mencionar conteúdos específicos das áreas de conhecimento/disciplinas e as competências da Matriz de Competências para o Século 21). OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 69 ANEXO 3 | A IMAGEM DIZ QUE... HENRI MATISSE (1869-1954) Foi um artista francês, conhecido por seu uso da cor e sua arte de desenhar fluida e original. Foi um desenhista, gravurista e escultor, mas é principalmente conhecido como pintor. O crítico Argan dizia que a arte de Matisse era feita para decorar a vida dos homens. Foi considerado o artista do século em que viveu. Em suas pinturas gostava de motivos repetitivos, usava formas curvas e cores variadas. Ele inventou também a técnica do "desenho com tesoura". Pablo Picasso o considerou seu maior rival, embora fosse seu amigo. (Fonte: Wikipedia) NANÁ VASCONCELOS (Recife, 1944) Músico brasileiro eleito oito vezes o melhor percussionista do mundo pela revista americana Down Beat e ganhador de oito prêmios Grammy, é considerado uma autoridade mundial em percussão. Durante toda a sua carreira sempre teve preferência por instrumentos de percussão e nos anos 1960 se notabilizou por seu talento com o berimbau. (Fonte: Wikipedia) MALALA YOUSAFZAI (1997) É uma estudante e ativista paquistanesa. É conhecida por seu ativismo pelos direitos à educação e o direito das mulheres, especialmente no Vale do Swat, onde o Talibã às vezes proíbe meninas de frequentarem a escola. Em 9 de outubro de 2012, Yousafzai foi baleada na cabeça e pescoço em uma tentativa de assassinato por talibãs armados quando voltava para casa em um ônibus escolar. Permaneceu inconsciente e em estado crítico, mas mais tarde a sua condição melhorou o suficiente para que ela fosse enviada à Inglaterra, para a reabilitação intensiva. Logo após se recuperar do ataque, em 12 de julho de 2013, Malala comemorou seu aniversário de 16 anos discursando na Assembleia da Juventude na Organização das Nações Unidas em Nova York, Estados Unidos: “Vamos pegar nossos livros e canetas. Eles são nossas armas mais poderosas. Uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo. A educação é a única solução.” (Fonte: Wikipedia) CAROLINA DE JESUS (1914-1977) Carolina Maria de Jesus nasceu em Minas Gerais, numa comunidade rural onde seus pais eram meeiros. Filha ilegítima de um homem casado, foi tratada como pária durante toda a infância. Sua personalidade agressiva contribuiu para momentos difíceis pelos quais passou. Aos sete anos, a mãe de Carolina forçou-a a frequentar a escola depois que a esposa de um rico fazendeiro pagou as despesas dos estudos, para ela e para outras crianças pobres do bairro. Ela parou de frequentar a escola no segundo ano, mas aprendeu a ler e a escrever. Em 1937, sua mãe morreu e ela se viu impelida a migrar para a metrópole de São Paulo. Carolina construiu sua própria casa, usando madeira, lata, papelão e qualquer coisa que pudesse encontrar. Ela saía todas as noites para coletar papel, a fim de conseguir dinheiro para sustentar a família. Quando encontrava revistas e cadernos antigos, guardava-os para escrever em suas folhas. Começou a OPA Projeto de Vida – 2º ano/2º semestre 70 escrever sobre seu dia a dia, sobre como era morar na favela. Seu diário foi publicado em agosto de 1960 com o nome Quarto de despejo, considerado um marco da escrita feminina no Brasil, já traduzido em mais de treze idiomas. (Fonte: Wikipedia) MICHEL FOUCAULT (1926-1984) Foi um importante filósofo e professor francês. Foucault é conhecido pelas suas críticas às instituições sociais, especialmente à psiquiatria, à medicina, às prisões, e por suas ideias na complexa relação entre poder e conhecimento. Ele destacou a grande semelhança nos modos de tratamento de dados ou infligidos aos grandes grupos de indivíduos que constituem os limites do grupo social: os loucos, prisioneiros, alguns grupos de estrangeiros, soldados e crianças. Foucault acreditava que, em análise, eles têm em comum o fato de serem vistos com desconfiança e excluídos por uma regra em confinamento em instalações seguras, especializadas, construídas e organizadas em modelos semelhantes (asilos, presídios, quartéis, escolas), inspirados no modelo monástico; instalações que ele chamou de “instituições disciplinares”. (Fonte: Wikipedia) ANTONIO VIVALDI (1678-1741) Foi um grande compositor e músico italiano do estilo barroco tardio. Tinha a alcunha de il prete rosso (“o padre ruivo”) por ser um sacerdote católico de cabelos ruivos. Compôs 770 obras, entre as quais 477 concertos e 46 óperas. É sobretudo conhecido popularmente como autor da série de concertos para violino e orquestra Le quattro stagioni (As Quatro Estações). Vivaldi, tal como muitos outros compositores da época, terminou sua vida em pobreza. (Fonte: Wikipedia)