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Universidade regional do cariri: URCA Aluno: Átila dias de Menezes Curso: Ciências Econômicas Disciplina: Formação econômica do Brasil Turno: Manhã O oitavo capitulo do livro do livro (Formação econômica do Brasil) aborda como tema central a capitalização e renda na colônia açucareira, com isso podemos abordar alguns pontos onde essa economia do açúcar teve dificuldades, que seriam, os custos de transporte tanto de matérias primas quanto de mercadorias, as diferenças entre as culturas dos nativos e dos colonizadores, os diferentes tipos de clima e de solo. Por meio dessas adversidades podemos enxergar um esforço dos colonizadores para que realmente a economia açucareira viesse a acontecer, dessa forma eram concedidos benefícios aos donos dos engenhos, como isenções tributarias e até mesmo títulos de honra. A maior dificuldade para a economia açucareira foi a falta de mão de obra, mão de obra essa que era escrava, na colônia se tinha muita necessidade de mão de obra para que o engenho pudesse produzir, também se tinha a utilização de nativos no trabalho mais os mesmos eram considerados como um tipo de classe secundaria nesse meio produtivo. Os colonizadores que tinham pouco capital ou que tinham territórios menos produtivos pra a cana de açúcar, utilizavam a mão de obra nativa como fonte de renda, pois os mesmos comercializavam essa mão de obra. Então de certa forma as colônias que não produziam o açúcar eram dependentes da efetivação da economia açucareira para se sustentarem. Isso só reforça que a mão de obra nativa teve muita importância para o início da atividade açucareira no Brasil, ajudando no desenvolvimento dessa atividade e acumulando um capital, dessa forma se tem a ampliação dessa atividade com a chegada da mão de obra escrava que vem da África, assim esse sistema de produção se torna cada vez mais eficiente e gerador de capital. Após as dificuldades iniciais a economia açucareira tem um grande crescimento, chegando a superar investimentos feitos anteriormente nas ilhas do Atlântico. As colônias açucareiras adquirem um capital muito grande, mas esse capital fica concentrado na mão do dono do engenho. Todas as demais despesas fora do engenho, como o transporte e o armazenamento do açúcar não chegavam a cinco por cento do capital gerado pela produção açucareira, já os gastos com os trabalhadores salariados correspondiam a dois por cento de todo esse capital gerado, por último havia um gasto de três por cento de todo o capital gerado que era voltado para compra de gado e de lenha, ambos elementos principais da produção do açúcar, pois a lenha era o combustível das fornalhas e o gado ajudava nas atividades dependentes de tração. Todas essas despesas faziam com quem se tivesse uma relação entre as colônias açucareiras e as demais colônias do Brasil. Podemos entender então que mais ou menos noventa por cento do capital gerado pela atividade açucareira ficava na mão do senhor de engenho que tinha uma vida de luxo de certa forma, pois com tamanho capital e benéficos dados ao mesmo só tinha a preocupação de manter o sistema funcionando. Assim se pode afirmar que a indústria açucareira é tão lucrativa que conseguia levantar recursos próprios e dobrar a sua capacidade de produção a cada dois anos, infelizmente essa duplicação não ocorreria pois o crescimento dessa indústria era governado pela possível absorção dos mercados compradores. Dessa forma podemos supor que parte do capital investido na economia açucareira pertencesse aos comerciantes europeus e que grande parte da renda gerada por esta atividade retornava a Europa. A grosso modo podemos entender que não existia mercado de açúcar aqui, o mesmo era um artigo de luxo sendo assim, como um país como o Brasil, que tinha se tornado colônia portuguesa poderia ter consumo e venda interno? A única resposta é que se tinha pouca ou não tinha a venda interna, então o açúcar era fabricado aqui, mas ia ser vendido apenas na Europa e isso maximizava o lucro, pois o produto estaria no melhor ambiente possível para a sua venda. No final do capitulo de estudo concluímos que: Através de favores governamentais ocorre a instalação dos primeiros engenhos nas colônias em território brasileiro, a mão de obra nativa era inicialmente muito importante, essa mão de obra também se torna fonte de renda posteriormente, os escravos africanos chegam ao brasil para que possam atuar na expansão da economia açucareira tendo em vista que estavam familiarizados com as atividades de produção, no final do século 16 se tinham 120 engenhos e um valor médio de 15 mil libras por engenho o que geraria um capital aproximado de 1,8 milhões de libras aplicadas nessa atividade , existiam um certo número de assalariados no engenho , ocorre uma forte concentração de renda na mão dos senhores de engenho e por último a alta rentabilidade da atividade, torna possível o autofinanciamento de uma duplicação da indústria a cada dois anos , mas essa capacidade não é totalmente utilizada em todos os períodos , por conta da produção ser voltada para a capacidade de absorção do comercio . O nono capitulo do livro de estudo (Formação econômica do Brasil) aborda o fluxo de renda e o seu crescimento. Aqui podemos observar que ao contrário do que aconteceu nas ilhas do atlântico, no início da inserção da atividade açucareira no Brasil se teve um investimento grande, assim observa-se que o grande território e as suas terras tiveram influência nessa decisão, o que ocasionou uma importação de equipamentos e de mão de obra europeia especializada. Pode se afirmar que a mão de obra nativa serviu para dar o pontapé inicial nesse sistema de produção açucareiro, pois a mesma era utilizada em tarefas que não se necessitava de especialização e que vitais para a instalação dos engenhos. Posteriormente se tem a inclusão da mão de obra escrava africana, que vem para expandir esse processo de produção de açúcar e também para substituir a mão de obra nativa em alguns pontos, pois a mão de obra africana se provava mais efetiva que a mão obra nativa do Brasil. Também se tem o ponto de que o português já estava familiarizado com a mão de obra escrava africana, então para eles era mais fácil trazer os escravos que eles já estavam familiarizados e se provavam eficientes do que capturar os nativos do Brasil que eram menos aptos aquela forma de trabalho. Depois de instalada a indústria açucareira, se tema expansão do mesmo, com gastos para novos equipamentos, aumento da mão de obra escrava e matérias de construção para os engenhos. Na parte da construção dos engenhos, escravos se dividiam entre a construção do engenho em si, onde seriam realizadas as atividades da indústria açucareira e a produção de alimentos para toda a população escrava. Nessa economia de exportação escravista não vai existir um fluxo monetário por que parte da renda que vem a ser obtida vai para o exterior em forma de importação de equipamentos, mão de obra e matérias, e como a mão de obra é escrava a diferença entre o custo da manutenção da mesma e do produto fabricado (nesse caso o açúcar) se transforma em lucro para o proprietário do engenho, assim esse aumento monetário iria corresponder apenas ao dono do engenho e dessa forma não seria distribuído para a parte produtiva da indústria do açúcar . Praticamente todos os fatores de produção eram do senhor de engenho e a maior parte do lucro era voltado ao mesmo, dessa forma a renda gerada era medida pelo volume de exportação. A economia escravista de certa forma era totalmente dependente da demanda externa, assim se essa demanda diminui isso causaria diminuição na atividade, mas como os recursos dos empresários eram na sua maioria fixos, por menor que fosse a redução na capacidade produtiva, isso iria ocasionar uma perda para o empresário, tendo isso em mente o mesmo mantinha a utilização dos seus fatores deprodução, pois assim a atividade exportadora manteria a sua estrutura intacta. Por esse motivo a economia açucareira se manteve sem alterações mesmo passando por momentos econômicos diferentes ao longo dos anos. No final do capitulo de estudo concluímos que: Se tinha uma necessidade de importação de equipamentos e mão de obra europeia, o escravo negro vem para substituir outro escravo, que era menos eficiente e de recrutamento mais dificultoso, os escravos eram vistos como um bem durável de consumo e a sua manutenção representava custo fixo para o engenho, o lucro do senhor de engenho correspondia a renda total obtida menos os gastos com a reposição e manutenção da sua mão de obra escrava , quase toda renda vinha de exportações, os gastos iam para as importações ,a unidade escravista vivia voltada para o mercado externo , a expansão dependia da demanda externa dos preços e da quantidade de terras e por fim o enfraquecimento de mercado externo geraria a decadência . O decimo capitulo do livro (Formação econômica do Brasil) aborda a projeção da economia açucareira: a pecuária. Observamos ao longo do capitulo nove o quão extenso é o mercado da economia açucareira, sendo ele um mercado de alto acumulo de capital, especializado e que possui um grande potencial de exportação. Também se observa que o cultivo de alimentos para os escravos era um empecilho para os senhores de engenho, até por que o senhor de engenho só tinha como preocupação manter a produção de açúcar, assim aumentando o seu capital. Posteriormente se tem o surgimento de um mercado que busca explicar o desenvolvimento de outras atividades para outras colônias, essa é uma forma que tentar diversificar a produção e fazer com que os fatores de produção fossem empregados em outras áreas fora o cultivo de açúcar. Essa atividade açucareira tinha muita influência em toda a região das colônias por conta do seu rendimento muito alto. Na colônia de são Vicente onde o plantio e a produção de açúcar não foi efetivo, se tinha como base de renda a caça de povos nativos, e isso proporciona a exploração do território brasileiro, assim se conquistando territórios na parte sul do continente. Através da limitação que a economia açucareira tinha em relação ao povoamento da parte sul surge um segundo sistema econômico dependente dessa atividade na parte nordeste do território brasileiro, o autor do livro destaca que através da separação da atividade açucareira e criatória na região nordeste que se tem um impulso na área de criação de gado em sim, promovendo assim maior penetração e ocupação do território brasileiro de forma geral. Essa atividade criatória tenha baixa rentabilidade e não necessitava de muita mão de obra, dessa forma passaram a utilizar a mão de obra nativa para exerce-la, e os indígenas se adaptaram bem a essa atividade. O crescimento da criação de gado dependia muito da expansão da atividade açucareira, da disponibilidade de novas terras e de mão de obra, como a economia açucareira estava trazendo ótimos resultados, podia se dizer que era o foco na parte produtiva, dessa forma não se tinha muitas terras para que a criação de gado fosse tendo um aumento, mas pela mão de obra nativa ter se adaptado a essa atividade de criação, podemos dizer que se obtinha um grande ponto a favor da expansão dessa atividade. Assim com o crescimento na área da criação de gado na região nordeste se tem a redução da renda da parte da população que dessa atividade dependia, pois com a expansão territorial, cada vez mais aumenta a distância do núcleo de atividades açucareiras e os criadores de gado, isso elevou os custos e reduziu os lucros, o que por fim transformou a criação de gado em uma atividade de subsistência, que produzia o alimento para a população e couro, que era utilizado como matéria prima. No final do capitulo de estudo concluímos que: a economia canavieira justificava a existência de outras atividades produtivas, ocorre uma extrema especialização da economia açucareira, São Vicente se especializa na área exploratória e militar sendo esse um fator decisivo para a ocupação das áreas centrais do Brasil, a abundância de terras nas proximidades dos núcleos canavieiros faz com que aconteça a criação de um segundo sistema econômico dependente da economia açucareira no Nordeste , a carne tinha extrema importância , assim como lenha e os animais que eram utilizados como força de tração , posteriormente se tem a separação da atividade açucareira e da criatória , a criação de gado era uma atividade mais interiorizada , não tinha muitos adeptos em sua maior parte eram colonos com pouco capital e por isso não conseguiam investir na atividade açucareira , a expansão da pecuária dependia da expansão da atividade açucareira e da disponibilidade de terras juntamente com mão de obra , a expansão geográfica reduzia os lucros da atividade criatória , e pôr fim a pecuária era em sua maior parte voltada para a subsistência . O decimo primeiro capítulo do livro (Formação econômica do Brasil) aborda a formação do complexo econômico nordestino. As atividades de criação de gado e de produção de açúcar se matem na sua forma tradicional, essa continuidade tradicional tem como intuito reduzir os seus custos e aumentar a produtividade de ambas. Na parte da produção açucareira se tem a dependência da importação de equipamentos e a mão de obra pra, essa mão de obra era basicamente escrava africana. Na parte da criação do gado a mão de obra era a composta pela população nativa, e não setinha gastos com reposição de capital ou pra se expandir o negócio, a alimentação do gado era a própria fauna nativa e o território poderia ser expandido sempre que o gado aumentasse, pois não se tinha limite de território. Por causa dessas diferentes características essas atividades se desenvolvem de forma bem diferente, ao longo da crise que ocorreu no sistema açucareiro no final do século dezessete. Com a crise o preço do açúcar cai, também se tem o aumento do preço dos escravos e se inicia a emigração de uma mão de obra que se especializa em extrair ouro, isso faz com que a atividade açucareira tenha uma redução na sua rentabilidade o que faz com que todo aquele sistema fique desorganizado. A criação de gado não passa pelo mesmo, pois o crescimento dela não demandava capital como a produção de açúcar, dessa forma ela se transforma num meio de subsistência vital dentro da população, pois a mesma tinha baixa produtividade. Dessa forma ocorre uma redução da renda, o que levou a produção de bens artesanais que eram importados, esses bens eram artesanias e nesse período se utilizou bastante o couro como matéria prima, e dessa forma ele passa a ter grande importância nessa economia de subsistência, sendo a matéria prima que poderia gerar alguma renda para os criadores de gado. Diferente do que aconteceu nas ilhas do atlântico, quando a produção de açúcar diminuiu, já se tinha um aumento na população no Nordeste brasileiro e assim a diminuição de exportações não afetaram essa atividade de criação, que foi a base de subsistência dessa população que tinha aumentado. Assim a região nordeste para de ser aquela região onde se tinha alta produtividade e passa a ser apenas uma região onde se propaga a atividade de subsistência, ocorrendo um retrocesso no processo da divisão do trabalho, especialização e nas técnicas de produção. No final do capitulo de estudo concluímos que: a economia açucareira tinha um crescimento essencialmente extensivo, não havia grandes mudanças de produção, a pecuária e a atividade açucareira apresentavam diferenças na dependência de importações de mão de obra e equipamentos, a população livre passa a emigrar para o interior em busca de oportunidade na criação de gado, couro era a única fonte de renda da maioria dos criadores de gado, se tem uma queda de renda no nordeste e a população continua a crescergraças a oferta de alimento estável, se tem uma convergência maior para a atividade de subsistência , e por fim se tem um retrocesso no processo de divisão do trabalho , especialização e técnicas de produção. O decimo segundo capítulo do livro (Formação econômica do Brasil) aborda a contração econômica e expansão territorial. Ao longo do nosso estudo a respeito do mesmo constatamos que a economia açucareira passa por uma fase de grandes dificuldades, por exemplo, a invasão holandesa que vem a gerar um grande prejuízo para Portugal, desviando assim as mercadorias portuguesas e causando um grande gasto militar para que se pudesse retomar as colônias do nordeste brasileiro. No final dessa disputa militar o preço do açúcar cai por conta da perca do monopólio português sobre a produção de açúcar, isso acontece por que posteriormente a sua expulsão do território brasileiro, os holandeses iniciam uma produção nas Antilhas, assim gerando concorrência a Portugal. No momento em que a atividade açucareira estava no seu auge no território brasileiro a coroa portuguesa passa a estender o seu domínio de forma mais direta, principalmente na região norte, a cora tinha bastante preocupação em continuar mantendo o seu monopólio na atividade de produção de açúcar. Portugal tinha como intenção eliminar toda e qualquer possibilidade de concorrência nessa região e assim ocupar as terras de forma definitiva, isso faria com que a defesa do seu território não ficasse apenas nas constas da metrópole. Se pode citar o território do maranhão como sendo um exemplo dessa tentativa de colonização permanente, mas a falta de organização no mercado açucareiro e de outros produtos tropicais impede os colonizadores de a se dedicar especificamente a uma atividade que pudesse permitir o início de um processo de capitalização e de desenvolvimento nesse território. Posteriormente os ocupantes dessa região passam a capturar os povos nativos para comercializar os mesmos como escravos, essa foi a forma que eles conseguiram manter a sua sobrevivência. A caça e a venda dos povos nativos fazem com que os colonizadores passem a conhecer melhor a floresta da região norte, isso ocasiona o descobrimento de outros produtos, como o cacau, baunilha, canela, cravo, resinas e outros produtos naturais. O descobrimento desses novos produtos faz com que a colônia do maranhão comece a exporta-los. Vale ressaltar que os jesuítas também ajudam para o crescimento dessa atividade exportadora, pois através de trocas de objetos de baixo valor conseguiam a mão de obra necessária para a extração do produto na floresta, dessa forma essa atividade se torna muito rentável para os colonos, quem tem gastos mínimos com uma mão de obra nativa, além de que essa exploração da mão de obra indígena vem a ser um fator de vital importância para a expansão do território colonial português. Já na parte do sul, os colonizadores da região do rio de prata, desenvolviam a criação de gado e o couro ainda era a única fonte de renda monetária. Com uma redução nos impostos arrecadados pela coroa portuguesa, devido à crise na atividade açucareira e o aumento das atividades de subsistência o governo português é obrigado a reajustar o nível de exportação da metrópole, o que provoca a desvalorização cambial da sua moeda, essa desvalorização cambial favorecia o produtor de açúcar, assim o seu produto tinha um preço mais atraente no mercado internacional. Por outro lado, prejudicava todo o restante que dependia das atividades de subsistência, pois os mesmos dependiam de produtos importados, tais como, sal, roupas e armamentos. No final do capitulo de estudo concluímos que: no início do século 17 os portugueses se deparam com algumas dificuldades, como a invasão holandesa que vem a gerar um grande prejuízo para Portugal com o desvio de mercadorias e gastos militares para retomar a colônia no nordeste brasileiro, a exportação de cravo, canela, cacau e baunilha traz mais um meio de gerar renda para os colonizadores, a desvalorização da economia açucareira traz prejuízo parta os portugueses , a queda na arrecadação faz com que tenha uma redução nas importações da metrópole e com que a moeda portuguesa perca valor , essa desvalorização cambial era benéfica para o produtor de açúcar pois tornava seus preços mais competitivos no cenário internacional , e por último , se tem uma reversão as formas econômicas de subsistência . O decimo terceiro capítulo do livro (Formação econômica do Brasil) aborda o povoamento e a articulação das regiões meridionais. Iniciamos com a afirmação do autor de que a economia portuguesa estava sofrendo uma grande decadência, isso estava proporcionando a cora portuguesa mais gastos do que lucros, pois como vimos anteriormente ao longo do estudo desse livro, acontece um crescimento na concorrência do mercado por parte dos ingleses e franceses. Dessa forma Portugal precisaria de uma nova fonte de renda para tentar reerguer a sua economia, a solução tomada foi a exploração do território para obtenção de metais preciosos, isso fez com que Portugal começasse a agir, então se inicia um investimento nessa atividade por parte dos portugueses. Durante esse período a estrutura que se tinha para tal atividade ainda era precária e isso fazia com que se fosse necessário mão de obra e apoio financeiro por parte da metrópole além de recursos para a pratica do garimpo. Assim se deu início a busca pelo ouro, com os conhecimentos dos interiores por parte dos homens que ali residiam e com novos fluxos migratórios advindos da própria metrópole, até então as imigrações europeias tinham ocorrido poucas vezes e eram financiadas pela coroa, que tinha objetivos políticos. Um grande número de portugueses decidiu migrar para as regiões onde se tinha extração de minérios, para eles ter sucesso nessa atividade ia garantir o crescimento da economia. Uma outra grande parte dessa mão de obra veio da região nordeste. Essa atividade migratória era financiada por seus próprios participantes, os próprios imigrantes faziam com que as correntes migratórias continuassem. O trabalho escravo ainda era presente, mas os escravos não chegavam a ser maioria durante esse período, os escravos podiam até mesmo trabalhar por conta própria, pagando uma certa quantia periodicamente ao seu proprietário e dessa forma chegando a possibilidade de comprar a sua própria liberdade. Os homens livres tinham uma relação diferente com esse novo sistema econômico, o sistema açucareiro não proporcionava ao escravo obter uma ascensão na sua classe social, mas durante o desenvolvimento da atividade de mineração as coisas mudam pois o investimento era a força de trabalho dos mesmos e o retorno era garantido, isso fez com que a mão de obra escrava se voltasse a atividade de mineração como forma de comprar a sua liberdade posteriormente. Primeiramente se teve a exploração dos rios e posteriormente a mineração em pequenas minas, de forma geral não se precisava de um grande investimento para minerar, o que manteria a atividade em funcionamento seria a mão de obra. Enquanto os senhores de engenho mantinham a relação que com as suas terras e a sua atividade produtiva, tinham a incerteza nos lucros gerados pela terra, os garimpeiros por outro lado tinham uma estrutura preparada para estar em constante movimento e gerar um alto rendimento, assim a atividade de mineração utiliza dessas duas características para se desenvolver mais e mais. A mineração era incerta, qualquer um poderia se arriscar, independentemente de ter muito ou pouco recurso, não tem conexão com a terra pois o tempo de vida da agricultura é incerto e a possibilidade de declínio ou prosperidade também é incerto. A alta lucratividade desse negócio os levou a focar na extração de todos os recursos disponíveis por conta própria. A concentração excessiva de recursos minerais muitas vezes leva a dificuldadesde abastecimento. Pode se dizer que esse foi o maior aproveitamento financeiro desse período, ele se deu justamente no seu começo, o alto investimento de capital na mineração fazia com que surgissem grandes problemas nos abastecimentos, com isso se tem um aumento nos preços de alimentos e animais nas regiões vizinhas, o que ocasiona uma difusão em privilegio da economia que era gerada através da mineração. Por conta da sua localização, que era longe da região costeira e próxima a região montanhosa, a população era totalmente dependente de uma estrutura eficaz para o transporte, isso era realizado por uma grande tropa de mulas, esses animais se tornam peças fundamentais, desde o abastecimento até o transporte do produto, devido a esse papel fundamental para a mineração nasce um novo mercado, que seria posteriormente expandido. No final do capitulo de estudo concluímos que: a decadência da atividade açucareira levou a busca de metais preciosos, o conhecimento dos nativos regionais foi de extrema importância para a exploração e extração desses metais, ocorre a primeira migração espontânea de Portugal para o Brasil, escravos não eram maioria na população mineira, podiam trabalhar por conta própria para comprar a sua liberdade, se tinha uma maior mobilidade social do que na atividade açucareira, os sistemas de transportes eram basicamente as mulas , pois se tinha uma longa distância entre o porto e as regiões de mineração que eram em sua maior parte montanhosas , e por fim temos a interpendência de algumas regiões ao sul . O decimo quarto capítulo do livro (Formação econômica do Brasil) aborda o fluxo de renda. Iniciado o processo da extração dos metais preciosos, nos deparamos com um grande território que para o faz questão de citar como sendo a base geográfica da economia mineira, esse território se ficava entre a serra da Mantiqueira, hoje o atual estado de Minas gerais e a região de Cuiabá no mato grosso, chegando também a região do Goiás. Uma parte desses territórios não tinha população fixa, justamente por conta da rápida extração de todo o minério, por outro lado em outros territórios onde a extração era mais dificultosa ou tinha maior abundancia de metais preciosos se tinha um fluxo populacional maior que de forma mais lenta ia favorecendo o desenvolvimento demográfico daquela região e auxiliava na formação de núcleos populacionais. As regiões mais ricas em metais preciosos tinham uma curta vida produtiva com um rápida elevação e declínio de renda por conta do rápido esgotamento dos seus depósitos de minérios. Durante a metade o século 18 a exportação de ouro tem uma crescente e com isso vem a obter o seu auge em 1760, mas depois se tem um declínio nessa atividade. O período de maior prosperidade para a economia mineira segundo o autor ocorreu entre 1750 a 1760, o autor ainda apresenta que nessa época o total da renda anual obtida através da atividade de mineração não seria superior a 3,6 milhões de libras e que a população livre desse período não era inferior a 300 mil pessoas, assim a renda média seria significativamente inferior a renda que se foi alcançada durante o auge da atividade açucareira, a renda obtida pela extração e exportação do ouro era muito menos concentrada do que a da economia açucareira , que tinha a sua maior parte nas mãos dos donos de engenhos, além disso as importações representavam uma menor parcela dos gastos totais da região mineira . Por mais que a renda média da economia mineira fosse baixa o seu mercado tinha potencialidade muito maior do que o da atividade açucareira. Com uma maior pulverização da renda a as importações passam a se concentrar numa diversidade maior de bens, em geral de consumo corrente, diferente do que se tinha durante a economia açucareira, que tinha como concentração nas suas importações bens de consumo de luxo e bens de capital. Podemos citar outros pontos abordados pelo autor, os mesmos dizem respeito ao agrupamento populacional, essa população em geral que estava dispersa nesse grande território apresentava uma certa aglomeração em pontos dessa região onde se formavam grupos urbanos e semiurbanos, por fim temos a questão da distância, a grande distância entre os portos e a região mineira só servia para encarecer os artigos que eram importados. Todas essas circunstancias faziam com que a região mineira fosse muito mais propicia ao desenvolvimento de atividades voltadas para o mercado interno. O desenvolvimento com base no próprio mercado da região mineira foi quase nulo, podemos assim dizer que a causa principal pra isso possivelmente foi a própria incapacidade técnica dos imigrantes para iniciar atividades manufatureiras numa escala ponderável. Com a queda da atividade açucareira, tanto Portugal quanto o Brasil se via tendo uma dependência forte da importação de produtos a manufaturados, assim se passa a estimular a instalação de manufaturas no território, isso faz com que medidas protecionistas sejam criadas e mão de obra especializada seja importada, por volta do ano de 1684 se tem a abolição das importações de tecidos , nesse período os produtores e exportadores de vinhos portugueses constituíam o grupo dominante do pais , criando assim pressão para que Portugal assine com a Inglaterra o tratado de Methuen no ano de 1703 , basicamente em troca de privilégios alfandegários para os vinhos portugueses no território inglês e do prejuízo causado aos franceses, Portugal retira o embargo as importações de tecidos ingleses , destruindo assim a sua indústria que estava em fase inicial. De certa forma a própria atividade mineradora brasileira tem uma parcela de responsabilidade pela falta do desenvolvimento de atividade manufatureira em Portugal. Se a metrópole tivesse enfrentado a mesma dificuldade econômica que aconteceu no século 17 na primeira metade do século 18, tendo forte desvalorização cambial, as importações de vinhos seriam incapazes de manter o equilíbrio da balança comercial, isso levaria ao agravamento dos problemas econômicos e provocaria a retomada ao protecionismo, a extração áurea brasileira ocorrer no período em que se foi assinado o tratado de Methuen faz com que todo aquele ouro que foi multiplicado por Portugal passe em sua maior parte para a Inglaterra ,que era a grande fornecedora de manufaturas para a colônia e para a metrópole. Essa transferência de ouro para a Inglaterra lhe concede a acumulação do capital necessário para os investimentos tecnológicos em sua manufatura e um fortalecimento no seu sistema bancário, além de possibilitar passar pelas guerras napoleônicas com essas reservas de metais acumulados. No final do capitulo de estudo concluímos que: as regiões entre a serra da Mantiqueira, Cuiabá e Goiás eram a base para a atividade mineira, se tem o ápice da exportação de ouro em 1760 e posteriormente se tem um declínio, o mercado tem maiores potencialidades do que na economia açucareira, a renda média é menor e menos concentrada do que na economia açucareira, a população era mais reunida em núcleos urbanos e semiurbanos, as importações eram mais diversificadas e tinham sua concentração em bens de consumo corrente , se tinha um encarecimento das importações devido a grande distância entre as zonas de mineração e os portos , não se teve desenvolvimento manufatureiro , por conta do foco na extração do ouro em território brasileiro Portugal também não desenvolve atividades manufatureiras e assim se torna comprador da Inglaterra , a Inglaterra é extremamente beneficiada pela grande extração áurea brasileira , a Inglaterra salda as suas dívidas através da venda de produtos manufaturados para Portugal e para o Brasil , e por fim o fortalecimento dos bancos ingleses , com o crescimento das suas reservas monetárias , o que faz com que a Inglaterra consiga passar pelas guerras napoleônicas. O decimo quinto capitulo do livro (Formação econômica doBrasil) aborda a regressão econômica e expansão da área de subsistência. Não se teve a criação nas regiões mineiras de uma atividade econômica permanente, exceto pela agricultura de subsistência. Com a redução da atividade mineira se tem uma grande decadência. Conforme se tinha uma redução da produção de ouro as empresas e os demais trabalhadores das regiões de mineração vão se descapitalizando e desagregando, a mão de obra escrava não podia ser reposta e com isso as atividades produtivas vão diminuindo cada vez mais chegando ao ponto de em que os empresários das lavras se reduzem a apenas faiscadores. A decadência vai acontecendo de uma forma bem lenta, causada pela diminuição do capital empregado no setor de mineração. Se tinha a ilusão de que a qualquer momento surgiria uma nova descoberta que proporcionaria novamente o lucro e o aumento da economia, por isso os empresários persistiam na lenta destruição de todo o seu ativo, invés de pegar esse ativo restante e investir em uma outra a atividade que poderia lhe trazer lucro. Dessa forma todo o sistema vai ficando atrofiado e perdendo o seu poder, e assim se volta para uma economia de subsistência. Se a economia mineira tivesse se tornado mais complexa poderia se ter chegado a diferentes finais. Como exemplo o autor aborda a Australia, que três quartos de século depois utiliza o desemprego causado pelo colapso da produção de ouro para dar o ponto de partida em direção a política protecionista, o que ocasiona a precoce industrialização da mesma. Com a existência da mão de obra escrava em território brasileiro se tem uma menor fricção social após o colapso da produção de ouro, a perca maior foi para quem tivesse investido o seu grande capital em mão de obra escrava, pois a rentabilidade dos escravos diminuía dia após dia, o sistema ia decaindo aos pouco mais mantinha a sua estrutura. Diferente do que acontecia na economia açucareira que defendia a a sua rentabilidade até um certo ponto conservando uma produção que era relativamente elevada, na economia de mineração a rentabilidade tendia a zero e se tinha total desagregação das empresas produtivas. Os empresários antes donos de uma grande mão de obra pra produzir e extrair se tornavam meros faiscadores e por fim tendiam a se tornar praticantes da atividade de subsistência. Em poucas décadas se teve a desarticulação de toda a economia de mineração, se teve o decaimento dos núcleos urbanos e por sua vez vários dos elementos dessa atividade se dispersão numa economia de subsistência, dessa forma os povos presentes ali se espalham por toda a região, as comunicações se tornam cada vez mais difíceis e assim os grupos vão ficando separados uns dos outros. Posteriormente essa grande massa populacional encontra espaço para expandir-se formando um regime de subsistência que no futuro se vem a constituir um dos principais núcleos demográficos do país, assim como na economia pecuária no Nordeste, a expansão demográfica se prolonga causando atrofiamento da economia monetária. Por fim observamos que aquela região cujo o povoamento se fez tornar possível um sistema de grande produtividade tem um grande retrocesso e passa a ter uma grande massa populacional desorganizada, trabalhando com uma baixa produtividade numa agricultura de subsistência. No final do capitulo de estudo concluímos que: não se teve tentativas serias para solucionar a falta do ouro, a Australia se mostra eficiente em transformar esse problema de falta de ouro em uma nova oportunidade e assim com o sistema protecionista consegue uma industrialização precoce, se tem fricções socias menos graves por conta da existência do trabalho escravo, maior perca para aqueles que investiram o seu capital em mão de obra escrava e posteriormente vem o preço da mesma cair dia após dia, e por fim temos uma rapida involução econômica e a adoção do sistema de subsistência na região .
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