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Curso de graduação em Medicina Italo Oliveira Perutti Tecnologia de informação e comunicação (Tics) Porto Velho- RO 2021 · O que orientar a um paciente candidato a uma tireoidectomia total? Em primeiro momento convém destacar que, a retirada parcial (hemitireoidectomia) ou total (tireoidectomia) é um procedimento cirúrgico que evoluiu bastante no último século e tornou-se uma cirurgia segura e com resultados majoritariamente favoráveis. A tireoidectomia pode ser realizada para uma série de condições benignas e malignas, incluindo nódulos da tireoide, hipertireoidismo, bócio obstrutivo, câncer de tireoide, linfoma da tireoide primária (o linfoma primário da tireoide é tratado com quimioterapia e/ou radiação, o papel da cirurgia limita-se à obtenção de biópsia tecidual e metástases na tireoide. No caso da tireoidectomia total, durante a cirurgia pode acontecer a paralisia bilateral de prega vocal. O risco é muito baixo, mas existe a possibilidade extremamente rara dos dois nervos laríngeos recorrentes ficarem sem funcionar logo após a retirada do tubo orotraqueal a anestesia geral. Nessa situação, pode ser necessária uma traqueostomia de urgência. Os nervos podem não funcionar nos primeiros dias pós-operatórios, mesmo adequadamente preservados, causando alteração na voz e rouquidão transitória. · Quais os riscos que podem ocorrer nesta cirurgia? A complicação mais comum da tireoidectomia é o hipoparatireoidismo. O ser humano conta com quatro glândulas paratireóides responsáveis pela produção do paratormônio que controla os níveis de cálcio no sangue. Na tireoidectomia elas devem ser preservadas para evitar o hipoparatireoidismo e a consequentemente a hipocalcemia, queda dos níveis de cálcio no sangue que provoca sintomas como câimbras, dormências, formigamentos, agitação, contrações involuntárias e desmaios. Esses sintomas aparecem nos primeiros dias após a tireoidectomia. Entre as complicações, pode existir sangramento, embora a probabilidade seja baixa, há riscos que ocorra em pacientes hipertensos ou que usam remédios anti-agregantes plaquetários. Quando um sangramento ocorre, o curativo fica encharcado de sangue e há um inchaço significativo do pescoço, que pode inclusive levar à falta de ar. Em geral, essa complicação aparece nas primeiras seis horas após a cirurgia e deve ter intervenção imediata da equipe de enfermagem e plantonistas, que devem chamar o cirurgião. FIGURA 1: as consequências metabólicas causadas pela tireoidectomia. Referências: 1. Capuzzo R., O que você precisa saber sobre tireoide?, Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, disponível em: https://www.sbccp.org.br/arquivos/ informacoes_sobre_tireoide.pdf . 2. Lorenzi G., COMPLICAÇÕES DA TIREOIDECTOMIA, Revistas USP, disponível em: www.revistas.usp.br.
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