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Transtorno depressivo

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DEPRESSÃO
A depressão é uma doença crônica, que inicia-se, normalmente, na juventude,
cursando com rebaixamento do humor (humor deprimido). Do ponto de vista
psicopatológico, síndromes depressivas são marcadas pelo humor
deprimido/triste e, na esfera volitiva, o desânimo - ambos são
desproporcionalmente mais intensos e duradouros do que nas respostas
normais de tristeza que ocorrem ao longo da vida. Quadro depressivos
caracterizam-se pela multiplicidade de sintomas afetivos, instintivos e
neurovegetativos, ideativos e cognitivos, relativos à autovaloração, à vontade
e à psicomotricidade - podem estar presentes, em formas graves de depressão,
sintomas psicóticos (delírios e/ou alucinações), marcante alteração
psicomotora (lentificação ou estupor), assim como fenômenos biológicos
(neuronais ou neuroendócrinos) associados.
Estima-se no mundo, a prevalência pontual da depressão maior esteja em torno de 4,4-4,7%, a prevalência nos últimos 12 meses, de 3-6,6%, e a prevalência na
vida, de até 16,2% - no mundo, a depressão, em 2010, teria acometido cerca de 298 milhões de pessoas, das quais 187 milhões eram mulheres. A depressão tem
impacto na saúde física e mental e na qualidade de vida das pessoas acometidas, sendo uma das principais causas de “anos vividos com incapacidades” -
conceitos da OMS - e “perda de anos em termos de morte prematura e perda de anos de vida produtiva” (DALY - Disability Adjusted Life Years) - esta
relacionada à depressão foi associada, em 2010, a cerca de 16 milhões de suicídios. Estudos epidemiológicos indicam que 15-40% das pessoas com depressão
maior já tentaram alguma vez o suicídio, além do que 60% de todos os suicídios são realizados por pessoas com depressão, assim, a doença aumenta 20 vezes o
risco de suicídio. No Brasil, um estudo em São Paulo registrou prevalência de depressão na vida de 17%; um instrumento do CIDI com amostras do Rio de
Janeiro e São Paulo de 17,4% e 19,9%, respectivamente - assim, há valores elevados para depressão maior no Brasil.
Conceito
Síndromes e reações depressivas surgem com frequência após perdas
significativas: de pessoa querida, emprego, moradia, status socioeconômico ou
algo puramente simbólico, entre os diversos fatores causais e desencadeantes
das síndromes depressivas destacam-se fatores biológicos, genéticos e
neuroquímicos - do ponto de vista psicológico, as síndromes depressivas têm
relação fundamental com as experiências de perda.
Perdas e depressão
No entanto, a depressão não é o mesmo sentimento normal do luto intenso, apesar de
muitas vezes ser desencadeada por perdas, assim, a tristeza é uma experiência natural da
vivência humana, que, na depressão dura > 14 dias, além de cursar com alteração de sono,
apetite e produtividade do trabalho/escola, além do indivíduo ver a morte como a única
saída - ou seja, quando a tristeza é crônica, mais intensa e mais grave torna-se uma
depressão, impactando negativamente na qualidade de vida do paciente. 
Iniciam-se na segunda ou terceira década de vida (doença de jovens), tem prevalência de 2-
3 mulheres para cada homem, sendo próxima a 10% da população, em hospitais clínicos,
chega a 33% (1/3 dos pacientes podem estar deprimidos) - crianças tem tido quadros de
depressão, ansiedade e suicídio. 
Causas
1. Fatores genéticos: em relação a mesma doença a chance é muito maior e
independentemente da doença que os pais tem há mais chance de desenvolver
doença mental (cerca de 40% de suscetibilidade).
2. Fatores hormonais: os fatores relacionados a oscilação hormonal são
comuns na adolescência, por isso, o pico da depressão ocorre dos 15-25 anos e
uma curva menor dos 45-60 anos.
3. Doenças orgânicas: como hipovitaminose (C, D), visto que a vitamina D
ajuda a proteger o sistema nervoso (efeito neuroprotetor), assim, quando ela
está reduzida há mais chances de irritabilidade, falta de energia e vontade,
configurando um quadro depressivo.
4. Traumas psicológicos: frustrações, lutas e perdas, além de traumas físicos
(como o TCE - traumatismo cranioencefálico).
5. Uso de substâncias psicoativas: como a maconha, que apresenta THC que
afeta os neurotransmissores, podendo causar quadros depressivos.
6. Uso de medicamentos: corticóides, Roacutan e sibutramina.
7. Gestação: mulheres que já tiveram quadros depressivos tem maior chance
de desenvolver quadros depressivos durante a gravidez, algumas delas
desenvolvem durante a gestação pela primeira vez, isso pode ser sugestivo de
transtorno bipolar com polaridade negativa, uma vez que mesmo com
estímulos que elevem o seu humor, ela tende a estar mais embaixo e pode ter
quadros depressivos. 
Fisiopatologia
HIPÓTESE DAS MONOAMINAS: caracteriza a depressão como diminuição dos
níveis de monoaminas disponíveis ao SNC, como dopamina, noradrenalina e
serotonina. Assim, no cérebro de pessoas sadias, os neurotransmissores
monoaminérgicos (5-HT, NA e dopamina-amarelo) são liberados e se ligam em
receptores dos neurônios pós-sinápticos, eles podem ser recaptados por
transportadores específicos em neurônios pré-sinápticos ou degradados pela
monoaminaoxidase. Em pacientes depressivos, há diminuições nos níveis
sinápticos de monoaminas, por isso, o bloqueio de transportadores de
monoaminas no tratamento com antidepressivos aumenta concentração e
biodisponibilidade de monoaminas na fenda sináptica, reestabelecendo o
humor.
Serotonina (5TH): neurotransmissor que regula funções como humor, sono,
apetite, ritmo cardíaco, ansiedade, temparatura corporal e emoções;
Dopamina (DA): neurotransmissor do bem-estar, ou seja, quando é
liberado provoca sensação de prazer e aumenta a motivação.
Noradrenalina (NA): hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais
liberado para transmitir sinais nervosos que ajudam a regular funções
cerebrais como humor, concentração, atenção e memória. 
Forma crônica de depressão, muito duradoura (> 2 anos ininterruptos), que
pode ser de intensidade leve (distimia) ou de moderada a grave, começa
geralmente na adolescência ou início da vida adulta e persiste por anos.
Sintomas: o mais importante é o humor deprimido/triste na maior parte do dia
e maioria dos dias, além disso deve ter 2 dos seguintes sintomas: diminuição
da autoestima, fatigabilidade aumentada ou falta de energia, insônia ou
hipersonia, apetite diminuído ou aumentado, dificuldade em tomar decisões
ou em se concentrar e sentimentos de desesperança. São comuns, na distimia,
o mau humor crônico e a irritabilidade - adultos devem apresenta-los por > 2 
 anos ininterruptos, e, crianças e adolescentes, por > 1 ano (sendo comum
irritabilidade). 
TRANSTORNO DEPRESSIVO PERSISTENTE E TRANSTORNO DISTÍMICO 
ganho de peso ou aumento do apetite (principalmente para doces);
aumento do sono (hipersonia, > 10 horas por dia ou 2 horas a mais que
quando não deprimido);
sensação de corpo, braços ou pernas muito pesados (paralisia “de
chumbo”); a pessoa se sente “pesada”, com sobrecarga sobre os ombros;
sensibilidade exacerbada a rejeição interpessoal, mesmo a indicativos
mínimos e subjetivos, podendo manter mesmo fora do episódio depressivo.
Ocorre em episódios depressivos de intensidade leve a grave, em transtorno
unipolar ou bipolar, além da reatividade do humor aumentada (melhora
rapidamente com eventos positivos e piora rapidamente com eventos
negativos), deve ter 2 desses sintomas:
DEPRESSÃO ATÍPICA OU DEPRESSÃO COM CARACTERÍSTICAS ATÍPICAS
humor depressivo com prostração profunda, desespero, hiporreatividade;
lentificação psicomotora, demora em responder às perguntas (aumento da
latência entre perguntas e respostas) ou agitação psicomotora;
ideias ou sentimentos de culpa excessivos e/ou inadequados;
perda do apetite e/ou de peso corporal;
depressão pior pela manhã, que pode melhorar ao longo do dia.
Predominam os sintomas endógenos, considerada como de natureza mais
neurobiológica e independente de fatores psicológicos, a pessoa deve
apresentar: (1) perda do prazer ou incapacidade de sentir prazer(anedonia) em
todas ou quase todas as atividades ou (2) falta de reatividade a estímulos
prazerosos, além disso deve ter 3 desses sintomas abaixo:
DEPRESSÃO TIPO MELANCÓLICA OU ENDÓGENA 
Também pode haver tristeza vital, que é uma tristeza diferente (peso ou agonia "sentida no
corpo"), pode ser observado um padrão de insônia terminal (acorda de madrugada).
DEPRESSÃO PSICÓTICA OU DEPRESSÃO COM SINTOMAS PSICÓTICOS
Estado depressivo muito grave, no qual o paciente permanece dias na cama ou
sentado (catalepsia) com negativismo que se exprime pela ausência de
respostas às solicitações ambientais, em estado de mutismo, recusando
alimentação, às vezes urinando no leito - assim, pode desidratar e falecer por
complicações clínicas.
ESTUPOR DEPRESSIVO OU DEPRESSÃO COM CATATONIA
Depressão ansiosa ou agitada;
Transtorno misto de depressão e ansiedade.
Frequente ansiedade, tensão e inquietação motora, assim, o paciente se
queixa de angústia ou ansiedade acentuada associada aos sintomas
depressivos, sente-se nervoso, tenso, não para quieto, insone, irritado, anda
de um lado para outro, desesperado - pode ter dificuldade para se concentrar
devido a preocupações, medo de que algo horrível possa ou irá acontecer e
perda de controle de si mesmo.
Há sintomas leves na maioria dos dias, por pelo menos 2 semanas, assim, não
pode haver sintomas suficientemente graves e numerosos para justificar o
diagnóstico de episódio depressivo, distimia ou transtorno de ansiedade -
sendo utilizada na atenção primária, onde os quadros de humor são leves ou
moderados, e uma mistura de sintomas depressivos e ansiosos leves é muito
frequente.
DEPRESSÃO ANSIOSA OU AGITADA OU COM SINTOMAS ANSIOSAS PROEMINENTES
E TRANSTORNO MISTO DE DEPRESSÃO E ANSIEDADE
Ao se diagnosticar um quadro depressivo que ocorre pela primeira vez, podem
se perguntar se esse episódio abre um transtorno depressivo recorrente
(unipolar) ou se é o início de um TB, com episódios futuros de mania ou
hipomania (bipolar).
DEPRESSÃO UNIPOLAR OU DEPRESSÃO BIPOLAR 
O tratamento com antidepressivos pode frequentemente desencadear uma fase de mania
quando é empregado em depressões bipolares, que pode ter conseuências muito graves. 
Forma grave de depressão relacionada à síndrome pré-menstrual que ocorre
na semana final antes da menstruação, na maioria dos ciclos menstruais,
deve ter pelo menos 1 dos seguintes sintomas intensos de humor: tristeza
marcante, nervosismo/ansiedade acentuada, sentimentos de estar “no limite
para explodir”, oscilações do humor ao longo do dia ou labilidade afetiva,
irritabilidade ou raiva acentuada. Devem estar presentes: interesse
diminuído, dificuldade de concentração, falta de energia ou fadiga fácil,
alteração do apetite, hipersonia ou insônia, “sentir-se sobrecarregada” ou
“fora do controle”, sintomas físicos como inchaço e aumento da sensibilidade
nas mamas, dor articular ou muscular e “sensação de inchaço” no corpo. 
DEPRESSÃO COMO TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL
Subtipos de síndromes e transtornos depressivos
Os mais utilizados na prática clínica, de acordo com a Classificação
internacional de doenças e problemas relacionados à saúde (CID- 11) e o
Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-5), são:
EPISÓDIO DE DEPRESSÃO E TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR RECORRENTE 
Sintomas depressivos (humor deprimido, anedonia, fatigabilidade, diminuição
da concentração e da autoestima, ideias de culpa e de inutilidade, distúrbios
do sono e do apetite) presentes por > 2 semanas e < 2 anos de forma
ininterrupta.
Cerca de 15-26% das pessoas com depressão maior tem curso crônico de depressão, com
duração de mais de 2 anos.
Depressão muito grave, na qual ocorrem, associados aos sintomas
depressivos, um ou mais sintomas psicóticos, como delírio (ocorre em 25% dos
internados com quadros depressivos e 15% dos com depressões ambulatoriais)
e/ou alucinação (auditivas ocorrem em 5-59% dos pacientes com depressão
maior e as visuais em 1-25%).
Sintomas mais frequentes: delírio de ruína ou culpa, delírio hipocondríaco ou
de negação de órgãos ou alucinações com conteúdos depressivos - estes, se
foram de conteúdo negativo e depressivo, podem ser classificados como:
- humor-congruentes: doença, morte, negação de órgãos, punição merecida -
corresponde a 65% dos casos.
- humor-incongruentes: delírio de perseguição, de inserção de pensamentos,
autorreferente - corresponde a 18% dos casos.
Em função disso, os Inibidores da Monoaminoxidase (tranilcipromina e
moclobemida), e os Antidepressivos Tricíclicos (amitriptilia e imipramina),
sendo que o primeiro atua na inibição da oxidação de monoaminas e o segundo
atuando através da inibição dos transportadores que recaptam as
monoaminas, aumentando sua concentração nas fendas sinápticas.
Posteriormente surgiram Inibidores da Recaptação Seletiva da Serotonina
(fluoxetina e sertralina) e Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina e
Noradrenalina (duloxetina e venlafaxina), seletivos quanto ao
neurotransmissor recaptado, reduzindo efeitos adversos.
Atualmente, acredita-se que ela pode resultar de experiências de vida estressantes que
causam danos neuronais substanciais e consequentes defeitos no processamento cerebral,
assim, as causas de origem são de domínio comportamental - além disso, a entre estresse
emocional e quadros depressivos é explicada hormonalmente, em 1/2 dos quadros, observa-
se uma hiperatividade do eixo HPA, resultando em hipercortisolémia (e hipercortisolúria),
que é característica do stress crônico ou agudo grave.
Quadro clínico
Na depressão, devemos avaliar tristeza, choro, sono, apetite, energia,
concentração, função sexual, culpa, agitação ou lentidão psicomotoras,
interesse - devemos lembrar do seguintes tópicos:
Diagnóstico
humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias;
acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as
atividades na maior parte do dia, quase todos os dias (anedonia);
perda ou ganho de apetite/peso não intencional;
insônia ou hipersonia (alterações do sono);
agitação ou retardo psimotor observado por outras pessoas;
fadiga ou perda de energia (anergia/prostração);
sentimentos permanente de inutilidade ou culpa excessiva ou
inapropriada por algo que não fez;
capacidade diminuída de pensar, se concentrar ou tomar decisões;
pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida, tentativa de suicídio
ou plano específico para morrer por suicídio.
O diagnóstico da depressão é clínico, feito pelo médico após coleta completa
da história do paciente e realização de um exame do estado mental, requer a
presença de 5 ou mais dos sintomas abaixo - sendo os 2 primeiros critérios
obrigatórios (humor deprimido e anedonia).
Tratamento
O tratamento antidepressivo deve ser global, incluindo dimensões biológicas,
psicológicas e sociais, para isso deve-se psicoterapia, mudanças no estilo de
vida e a terapia farmacológica.
Esses sintomas devem ser observados por outras pessoas e representar uma mudança no
comportamento rotineiro do paciente.
Síndrome depressiva ocorre ao mesmo tempo que a síndrome maníaca
encavaladas uma com a outra, assim, na maioria dos dias da depressão,
ocorrem sintomas maníacos (pelo menos > 3), como humor elevado ou
expansivo, grandiosidade e autoestima elevada, inflada; paciente loquaz,
falando muito e com pressão para falar; aceleração do pensamento até fuga de
ideias, aumento da energia no trabalho, vida sexual ou envolvimento em
atividades excitantes e perigosas - pode haver menor necessidade de sono.
DEPRESSÃO MISTA OU DEPRESSÃO COM CARACTERÍSTICAS MISTAS
Insônia: perda do sono à noite, geralmente é intermediária ou terminal;
Hipersonia: sonolência excessica diurna - associada à depressão atípica;
Inversão do ciclo sono-vigília: paciente troca o dia pela noite. 
Normobúlico: vontade normal;
Hipobulia: vontade diminuída;
Abulia/avolição: falta de vontade.
HUMOR DEPRIMIDO: sensação de tristeza, autodesvalorizaçãoe sentimento
de culpa, pacientes acreditam que perderam, de forma irreversível, a
capacidade de sentir prazer ou alegria ("o mundo é visto sem cores"), apatia
("sentimento de falta de sentimento").
ANEDONIA: perda do prazer, deve haver uma constante incapacidade de
sentir prazer ou se motivar a realizar atividades que antes eram prazerosas.
ALTERAÇÕES DO SONO: há alteração do ciclo sono-vigília provoca:
ALTERAÇÕES DO APETITE E PESO: geralmente diminuído, podendo ocorrer
em algumas formas de depressão aumento do apetite, principalmente 
 relacionados a carboidratos e doces.
ANERGIA/PROSTRAÇÃO: falta de anergia, indica debilidade física, fraqueza,
abatimento ou moleza.
HIPOBULIA/AVOLIÇÃO: prejuízo da vontade, é um estado de apatia
caracterizado por falta de energia (física ou moral) e vontade débil.
HUMOR IRRITADO: paciente encontra-se constantemente com irritabilidade,
também associado desânimo, tristeza e impaciência.
CHORO FÁCIL: paciente altamente emotivo.
OSCILAÇÕES DE HUMOR: extrapolam as mudanças naturais que ocorrem
durante os dias da semana, período do ano estações do ano - comum na
depressão bipolar.
SENTIMENTO INUTILIDADE/MENOS-VALIA: julgam-se um peso para os
familiares e tem pensamentos suicidas, fazem avaliação negativa de si
mesmo, do mundo e do futuro.
PREJUÍZOS DA ATENÇÃO, MEMÓRIA E PENSAMENTO: podem haver
prejuízos que reverberam na memória.
PENSAMENTO DE MORTE/SUICIDA: pensam na morte como forma de alívio
S
I
G
E
C
A
P
S
ono
nteresse
uilt (culpa)
nergia
oncentração
petite
sicomotoras (agitação ou lentidão)
uicídio
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO
MUDANÇAS DO ESTILO DE VIDA (MEV): devem ser debatidas com cada
paciente, objetivando melhor qualidade de vida, geralmente deve-se orientar
mudanças a partir da melhora leve do quadro clínico com uso de
psicofármacos antidepressivos, orientando a família a induzir novas
propostas de passeio, caminhada, mas nunca atribuir culpa a pessoa que não
consegue participar dessas atividades.
PSICOTERAPIA: podem ser de diferentes formatos, como psicoterapia de
apoio, psicodinâmica breve, terapia interpessoal, comportamental, cognitiva
comportamental, de grupo, de casais e de família - o sucesso psicoterápico
depende de fatores como: motivação, depressão leve ou moderada, ambiente
estável e capacidade para insight - é importante para identificar gatilhos,
assim, ajuda o paciente a lidar com o diagnóstico e ter novos mecanismos de
lidar com as frustrações do dia a dia.
PSICOEDUCAÇÃO: orientar o paciente que o rémedio deve ser tomado
regularmente e não esporadicamente, dando devida importância a
constância.
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
antidepressivos: solucionam a disfunção de neurotransmissores a longo
prazo, podem ser divididos por mecanismos de ação em: inibidores da
monominoxidade (IMAO) e inibidores da bomba de recaptação de
serotonina e noradrenalina (ISRS, inibidores de dupla ação, tricíclicos).
INIBIDORES DA MONOAMINA OXIDASE: responsáveis por inibir a enzima
que degrada a noradrenalina, serotonina e dopamina, aumentando então a
sua disponibilidade - visto que a monominoxidase é a enzima que degrada os
neurotransmissores noradrenalina, serotonina e dopamina na fenda pré-
sinaptica, aumentando a disponibilidade dessas monoaminas.
Efeitos colaterais: hipotensão ortostática, insônia, disfunção sexual, efeito
noradrenérgico secundário a consumo de alimentos ricos em tiramina,
gerando uma HAS de dificil controle.
Ex: tranilcipromina (Parnat 10 mg), moclobemina (Aurorix).
INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS ou
SSRI): usado no tratamento de síndromes depressivas, transtornos de
ansiedade e alguns tipos de transtorno de personalidade, pois aumentam a
concentração extracelular do neurotransmissor serotonina no corpo e no
cérebro. 
Farmacodinâmica: inibem seletivamente a recaptação de serotonina (e não da
dopamina), aumentando a concentração de serotonina na fenda sináptica,por
isso não têm efeito anti-alfa-1, anti-histamínico, anticolinérgico, ou
toxicidade cardiovascular como os tricíclicos.
Farmacocinética: são absorvidos de forma lenta e completa pelo trato
gastrointestinal e atingem suas concentrações máximas são atingidas entre
3 e 8 horas após administração por via oral. 
Efeitos colaterais: náuseas, anorexia, insônia, perda da libido e frigidez.
Ex: sertralina (Zoloft 50-100 mg), citalopram (Cipramil 20 mg), escitalopram
(Laxapro), fluoxetina (Prozac 20 mg), paroxetina (Aropax 20 mg, tem efeito
anticolinérgico) e fluvoxamina (Luvox 100 mg).
INIBIDORES SELETIVOS DE DUPLA AÇÃO: inibem a recaptação de
serotonina e noradrenalina, sem ter os efeitos colaterais dos tricíclicos -
tendem a ter maior potência por atuar 2 neurotransmissores.
Ex: duloxetina (efeitos em sintomas álgicos, dual independentemente da
dose), venlafaxina (efeito dual a partir de 150 mg, doses menores inibem
apenas a serotonina), desvenlafaxina (efeito dual após 50 mg). 
ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS: inibem a bomba de recaptação das
monoanidas, assim, atuam sobre os 3 neutransmissores, por isso tem efeito
melhor e mais terapêuticos, mas possuem muitos efeitos colaterais - devem
ser prescritos com aumento gradativo da dose, inicialmente em doses baixas
(25-50-75 mg), aumentando em cerca de 4 dias. 
Contraindicações: idosos, doses altas são cardiotóxicos, pacientes com
ideação suicida.
Efeitos colaterais:
- Anti-colinérgicos: nos olhos, provocam midríase pela inibição do SNA
parassimpático e consequente estímulo simpático, com dificuldade de
acomodação visual; redução dos movimentos peristálticos, causando
obstipação; contração do esfíncter vesical, com retenção urinária.
- Anti-alfa-1 adrenérgico: hipotensão postural e redução de libido;
- Anti-histamínico: sonolência, aumento do apetite e ganho de peso;
- Cardiovascular: em doses baixas, tem efeito antiarrítmico, em doses
elevadas, tem efeito arritmogênico, e bloqueios atrioventriculares
(manifestados no ECG pelo aumento do intervalo PR). 
Tem poucos efeitos colaterais em função da seletividade em relação à captação de 5-HT,
especialmente à norepinefrina, e meias-vidas prolongadas (15 horas a 15 dias) permitem
administração em dose única diária - além de possuírem baixo risco de toxicidade se
ingeridos em doses altas e tem menos efeitos anticolinérgicos que os ADT.
ansiolíticos: sintomáticos, ou seja, aliviam o sintoma no momento (ação
tranquilizante).
Ex: amitriptilina (inibe a recaptação de serotonina e noradrenalina, usada
para tratamento de dor drônica em doses baixas - Typtanol 25-75 mg),
nortriptilina (inibe a recaptação de noradrenalina, usada para tratamento da
dor em doses mais baixas - Pamelor 10-25-50-75 mg), clomipramina (inibe a
recaptação de serotonina - Anafranil 10-25-75 mg), imipramina (inibe a
recaptação de serotonina e noradrenalina, usada tratamento de dor e
incontinência urinária em doses baixas - Tofranil 35-75 mg), moprotilina
(inibe a recaptação de noradrenalina - Ludiomil 25-75 mg).
OUTROS ANTIDEPRESSIVOS:
1. Vortioxetina: efeito multimodal, inibe a atividade dos transportadores de
serotonina, antagonista pelos receptores serotoninérgicos (completo de
5HT1A e parcial de 5HT1B), o que facilita a liberação neuronal de serotonina.
2. Trazodona: inibidor da receptação de serotonina com antagonista forte de
5HT2A, agonista parcial 5HT1A, agonista 5HT2C, tem efeito anti-alfa-1-
adrenérgico e efeito sedativo.
3. Agomelatina: tem efeito em receptores da melatonina melhorando o sono.
4. Mirtazapin: aumento da atividade noradrenérgica e serotoninérgica
central, antagonista dos receptores alfa-2 pré-sinapticos, aumentando a
transmissão noradrenérgica, e antagonistas 5HT2 e 5HT3 pós-sináticos.
5. Bupropiona: atuação noradrenérgica e dopaminérgica.
BENZODIAZEPÍNICOS: substâncias que tem a capacidade de deprimir o
Sistema Nervoso Central (SNC), provocando calma ou sedação (sonolência) -
denominados sedativos-hipnóticos, são úteis como miorrelaxantes,
anticonvulsivantes,pré-anestésicos e anestésicos.
Farmacodinâmica: atuam potencializando a ação inibitória do
neurotransmissor GABA, atuando nos receptores do ácido γ-aminobutírico
tipo A GABAA, que é o principal neurotransmissor inibitório no SNC, assim, o
complexo entre o GABA e seu recpetor abre o canal de cloreto, aumentando
sua condução intracelular e afetando a membrana do neurônio,
despolarizando-a. 
Efeitos adversos: sonolência, falta de memória, diminuição da atividade
psicomotora; em uso prolongado (uso ideal: 2-4 meses), pode causar efeitos
colaterais leves e mais graves como perda da memória e da função cognitiva e
desequilíbrio; efeitos raros incluem fraqueza, cefaleia, visão turva, náuseas e
vômitos, desconforto epigástrico e diarreia, podem haver dores nas
articulações e no tórax.
Ex: alprazolam, bromazepam, clonazepam, oxazepam, triazolam, flurazepam
e lorazepam. 
Prevenção
prática de atividades físicar regulares, no mínimo 30 minutos, 3-5 vezes
por semana;
exercer a espiritualidade individual segundo a religião do paciente;
tratamentos alternativos para alívio mental e físico (meditação, yoga,
acupuntura, ventosaterapia);
exposição ao sol evitando carência de vitaminas (10-20 minutos por dia,
entre 10:00 e 15:00);
lazer (atividades prazerosas);
higiene do sono (minímo 8 horas de sono, evitando uso de telas, baixa
iluminação para estimular o ciclo sono-vigília);
hábitos alimentares saudáveis. 
Diagnóstico diferencial
TRANSTORNOS ANSIOSOS: mais associados ao medo, antecipação e
preocupação, destaca-se a ansiedade antecipatória (preocupação com eventos
improváveis e posteriores).
CICLOTIMIA: ou transtorno ciclotímico, caracterizado por alterações
emocionais, resultando em sintomas hipomaníacos, ou seja, um estado de
ânimo ou irritação, além de sintomas depressivos - precursor do transtorno
bipolar, pois o paciente tem oscilações rápidas de humor durante o mesmo dia.
TRANSTORNO DO HUMOR BIPOLAR: caracterizado por episódios de
depressão que se alternam com episódios de mania - pode ser confundido com
depressão melancólica ou depressão unipolar.
TRANSTORNOS ORGÂNICOS: hipotireoidismo, por exemplo, pode cursar com
sintomas similares a transtornos depressivos - assim, os exames laboratoriais
devem afastar causas orgânicas.
SÍNDROME CONSUMPTIVA: perda involuntária de peso maior que 10% do
peso basal em período de 6 a 12 meses, caracterizada pela atrofia dos músculos
e depleção da massa magra corporal - tem-se o definhamento (sinal de
desnutrição), associada a aumento da morbidade e mortalidade pela maior
suscetibilidade a infecções oportunistas.
Em idosos, a depressão pode ser confundida com demências, pois há comprometimento de
cognição, sendo chamada de pseudodemência. 
Do sofrimento ao suicídio
PENSAMENTO DE MORTE: paciente vê a morte como solução para o
sofrimento (forma de alívio ou fuga).
IDEAÇÃO SUICIDA: paciente pensa sobre suicídio e considera essa opção -
entre o sinais estão: falar sobre o suicídio, adquirir meios de se suicidar,
retirar-se do contato social, mudanças de humor, aumento do uso de álcool ou
drogas, ter atitudes arriscadas ou autodestrutivas, dizer adeus às pessoas e
distribuir pertences ou organizar demandas pendentes.
PLANEJAMENTO SUICIDA: criação de um plano detalhado para o suicídio.
Importante questionar quais são os planos suicidas do paciente, a fim de evitar que ele se
concretize, além disso, um paciente que expressa que vai cometer suícidio não pode ser
liberado sem acompanhante da clínica, deve-se acionar a família, esclarecendo ao familiar
o plano do paciente e os riscos envolvidos. 
Nesses casos, o sigilo médico pode ser quebrado em 2 situações: (1) quando o
paciente se coloca em risco de morte e (2) quando o paciente coloca outra
pessoa em risco de morte - sendo papel do médico também tentar mostrar que
suicídio não é a solução, conduzindo a outros caminhos, caso o paciente não
aceite deve-se leva-lo a uma clínica psiquiátrica, onde será medicado e
possivelmente internado.
SUICÍDIO ATIVO: pessoa faz algo que culmina na sua morte.
SUICÍDIO PASSIVO: pessoa se submete a situações de risco que podem
culminar na sua morte (Ex: atravessar a rua sem olhar para os lados).

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