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Introdução Vivemos hoje em uma sociedade capitalista, impregnada pela cultura individual e determinada muitas vezes pela globalização, onde neste processo, modificam-se as relações culturais, conseqüentemente posturas, valores, princípios, os quais têm refletido no âmbito familiar, escolar e social. Permeados por essa diversidade, encontramos desafios para educar na atualidade, pois educar nos exige: Rigorosidade metódica; Pesquisa; Respeito ao educando; Corporificação das palavras pelo exemplo; Aceitação do novo; Rejeição de qualquer forma de discriminação; Reflexão crítica sobre a prática; Bom senso, humildade, alegria e tolerância e essencialmente convicção de que a mudança é possível. Nesse contexto, situa-se o Educador Social sendo o profissional que trabalha com usuários em situação de vulnerabilidade social, os quais são particípes de programas e projetos sociais, não sendo satisfatório apenas o seu domínio quanto ao saber teórico ou na boa intenção. Suas ações não são unicamente pedagógicas, mas também políticas ou ideológicas.Esse profissional deve desenvolver: Um respeito real e profundo pelo ser humano; Capacidade para perceber, na comunicação, os aspectos que subjazem à palavra dita; Transparência na sua forma de ser; Diante dessas exigências ao Educador Social, é relevante citar que esta profissão é cercada por outras profissões e especializações, as quais têm papéis fundamentais para a complementação do atendimento de situações que fogem do âmbito de intervenção e atribuição do educador social. COMPETÊNCIAS DO EDUCADOR SOCIAL O Educador Social deve apoiar a pessoa individualmente para alcançar e satisfazer seus objetivos, bem como o exercício da cidadania. Aqui mos refirimos à pessoa sendo (crianças, adolescentes e suas famílias). Isto implica, por exemplo: Apoiar as pessoas em seu desenvolvimento para que elas mesmas possam desenvolver e solucionar os seus problemas individuais ou grupais; Potencializar as habilidades de cada um, permitindo com que o mesmo decida por si mesmo; Em outras palavras, diríamos que o importante é empoderar a pessoa para que ela seja capaz de entender e atuar dentro de sua comunidade, através de suas próprias perspectivas, conhecimentos e habilidades. Quando mencionamos sobre as competências exigidas ao Educador Social na atualidade, podemos caracterizar como sendo estas, uma síntese de conhecimentos, habilidades a atitudes imprescindíveis a atuação do profissional. Desta forma, segundo Mezzaroba (2008), o Educador Social deve ter a competência para intervir, refletir e avaliar. Competência para intervir O Educador Social deve atuar diretamente na situação e dar uma resposta para as necessidades e desejos das crianças e adolescentes e/ou dos adultos de forma adequada, sem muito tempo para reflexão. Deve ter embasamento teórico e experiência prática para tal. Essa resposta não significa resolver o problema desencadear ações para que ele seja solucionado. Competência para avaliar O Educador Social deve saber planejar, organizar e refletir com relação as suas ações e intervenções futuras. Deve saber refletir sobre sua própria prática, avaliando sua intenção, ação e resultado esperado; Competência de reflexão O Educador Social junto à sua equipe de trabalho e outros colegas deve saber refletir sobre os problemas de âmbito profissional para uma melhor compreensão, favorecendo assim, o desenvolvimento da profissão nos espaços públicos. Sendo assim, o trabalho do Educador Social deve promover a igualdade, o respeito com todos os sujeitos do seu contexto, prestando a devida atenção para a necessidade de cada um, respeitando e protegendo os direitos desses sujeitos, a privacidade, a autonomia. E ainda, é importante ressaltar que o Educador Social deve utilizar-se de sua experiência, do seu saber profissional como uma das formas para melhorar a qualidade de vida do sujeitos, de suas famílias e da comunidade em situação de vulnerabilidade, na batalha contra a pobreza e na luta pela justiça social. ESTILOS DE EDUCADORES: Após a realização de uma breve reflexão sobre as competências almejadas ao Educador Social apoiada na teorização da autora Mezzaroba, ressalta-se que este deve sentir a necessidade de estar sintonizado com a realidade macro e micro[1] o qual ele esteja inserido, podemos apontar diferentes estilos de Educadores na atualidade. Segundo a autora Mezzaroba (2008), existem quatro tipos de educadores: Educador resignado: centra-se nos aspectos pouco estimulantes de sua profissão; queixa-se de tudo – mas pouco trabalha para melhorar as coisas; Educador tecnicizado: excessivamente aplicador dos recursos; rigorosamente técnico, mas desvinculado do “social”; Educador conformista: mero executor de suas atividades; sem excessivas esperanças e sem graves decepções; Educador crítico: “realista”, porém não estranho à uma atitude proativa; otimizador; apóia alternativas inovadoras de melhora; destaca-se por sua atitude construtiva e otimista; sempre olha para frente; capta os desajustes e contribui para melhora do seu trabalho; Diante do exposto, é momento de autoavaliação, de nos depararmos e refletirmos se realmente, em nossa prática, agimos como verdadeiros Educadores Sociais, comprometidos com a nossa profissão e se efetivamente temos feito diferença na vida dos usuários à quem atendemos. EDUCADOR SOCIAL X FAMÍLIA: REFLETINDO SOBRE SEUS PAPÉIS Diante do que já foi abordado, chegamos ao ponto de refletirmos sobre qual é o nosso papel enquanto Educadores Sociais e até onde estabelecermos nosso envolvimento profissional e pessoal, nas adversas situações que enfrentamos em nosso cotidiano. Sabe-se que o Educador Social é o profissional que tem um olhar diferenciado ante as circunstâncias que lhe são apresentadas, é o profissional que tem sensibilidade social. Mas é nesse âmbito que precisamos ter clareza de que Educador Social e Família possuem papéis diferentes de um modo geral, embora os dois tenham como finalidade em comum o dever de contribuir na educação das crianças e adolescentes. Porém, muitas vezes o próprio Educador Social não consegue distinguir a sua ação e tomada de postura, diferenciando o nível profissional do pessoal, o que acaba sendo negativo, na construção do processo de autonomia, emancipação e cidadania, das crianças, adolescentes e famílias envolvidas. É importante salientar também que Educador Social e Família têm significações, representações e contribuições diferentes na vida do educando, partindo de que a relação de educando - educador não pode substituir, por exemplo, a relação pai-filho, mãe-filho, ou seja, ocupar um espaço na vida do educando que por motivos de ordem emocional, psicológica, transferem essa ausência na família, para a figura do Educador Social. Em relação ao papel da família na vida do educando, podemos afirmar: A família é a esfera íntima da existência que une por laços consangüíneos ou por afetividade os seres humanos. [...]. É o ambiente imediato no qual os seres humanos exercem seus papéis e que lhes provê recursos essenciais necessários para facilitar o enfrentamento e ajustamento a condições internas e externas que estão em constante mudança (PELZER, 1998, p. 106). Desta maneira, afirma-se a relevância de distinção de papéis na relação Educador Social, Educando e Família, sabendo que é na família onde se deve originar as possibilidades de representação de papéis, na medida em que a criança e adolescente possa reconhecer a figura do pai como tal, da mãe como a sua mãe, e assim por diante. Portanto, faz-se necessário que se analise e reflita sobre o tipo de relação que o Educador Social tem com o seu educando, sabendo que uma de suas competências é intervir para o fortalecimento, empoderamento, promovendo emancipação e autonomia para com os usuários atendidos e em hipótese alguma, criar vínculos de dependências nessa relação. EMOCIONAL X PROFISSIONAL: AUTO-PROTEÇÃO DO EDUCADOR SOCIAL Nesse item, destaca-se algumascontribuições para a auto-proteção do Educador Social. Mas você deve estar se perguntado, Educador Social deve se proteger de quê? Como já abordamos anteriormente, temos em nossa prática a difícil tarefa de lidar cotidianamente com problemas sociais e necessitamos separar as questões profissionais que possam interferir em questões pessoais. Para tanto, apresenta-se alguns fatores para subsídio a essa auto-proteção: Características individuais do Educador Social; Apoio afetivo; Apoio social externo (colegas, família, amigos, etc); Também sinaliza-se categorias ou comportamentos que segundo Mezzaroba (2008) auxiliam para manter a Saúde Mental do Educador Social: Insight – hábito de se fazer perguntas e dar respostas honestas; Independência – distanciamento físico e emocional enquanto satisfaz suas próprias demandas; Relacionamento – equilíbrio entre as próprias necessidades e a capacidade de dar/doar-se aos outros; Todas essas contribuições vêm no sentido de auxiliar o Educador Social a poder lidar com a resiliência, ou seja, a sua capacidade de superação das adversidades; resistindo às frustrações; reagindo e podendo deixar o sofrimento para trás e recuperar-se em prol de uma causa maior. CONSIDERAÇÕES FINAIS Acredita-se ser de extrema relevância abordarmos sobre o perfil do Educador Social na atualidade, em virtude das demandas sociais e exigências profissionais que são necessárias ao Educador Social contemporâneo. Esperou-se, com esse breve artigo oferecer suporte teórico, para subsídio da prática dos educadores, no sentido de provocar reflexões inerentes a temática, entre Educadores Sociais, e suscitar muitos questionamentos e indagações em relação à efetividade da intervenção do Educador Social, no exercício de sua profissão, ou seja, reiterando que o papel do Educador Social não poderá confundir-se com o papel da família no envolvimentos de situações que perpassam o cotidiano de seu educando.
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