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Eva Chiriro Jacob Muchata Desevolvimento cognitivo Segundo o Jean Piaget Licenciatura em Administração e Gestão Escolar EAD - 1º ano Universidade Púnguè – Extensão de Tete 2021 2 Eva Chiriro Jacob Muchata Desevolvimento cognitivo Segundo o Jean Piaget Universidade Púnguè – Extensão de Tete 2021 Trabalho a ser entregue ao Departamento de Ciências de Educação e Ensino Básico como requisito de avalição na cadeira de Psicologia Geral Orientado pelo docente: Castiano Modesto 3 Índice 1. Introdução ...................................................................................................................... 2 1.1. Objectivos ............................................................................................................... 2 1.1.1. Objectivo Geral .............................................................................................. 2 1.1.2. Objectivos Especificos ................................................................................... 2 1.2. Metodologia............................................................................................................ 2 2. Desenvolvimento cognitivo .......................................................................................... 3 3. A teoria de desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget ............................................... 3 3.1. Assimilação ............................................................................................................ 4 3.2. Acomodação ........................................................................................................... 4 4. Estágios de desenvolvimento cognitivo de Piaget ....................................................... 5 4.2. Estágio Sensório-motor (0-2 anos) ....................................................................... 5 4.3. Estágio Pré-operatório (2-7 anos) ......................................................................... 6 4.4. Estágio Operatório Concreto (7-11 anos)................................................................. 8 4.5. Estágio Operatório Formal (12 anos em diante) .................................................. 9 5. Conclusão ..................................................................................................................... 10 6. Referências Bibliográficas .......................................................................................... 11 2 1. Introdução O desenvolvimento é o processo pelo qual o ser humano se forma enquanto ser bio- sócio-cultural, desde o momento da concepção, até à sua morte. Este processo dá-se como uma interacção constante entre o indivíduo (as suas estruturas biológicas e mentais) e o meio em que se encontra inserido. O desenvolvimento cognitivo na infância consiste, em parte, em mudanças no modo como as crianças pensam sobre o muno. O teórico mais influente nesta área foi o psicólogo suíço Jean Piaget (1896-1980). E, o presente trabalho visa falar do desevolvimento cognitivo Segundo o Jean Piaget. 1.1. Objectivos 1.1.1. Objectivo Geral Falar do desenvolvimento cognitivo Segundo o Jean Piaget. 1.1.2. Objectivos Especificos Conceitar desenvolvimento cognitivo Mencionar os principais aspectos do desenvolvimento cognitivo Descrever a teoria de desenvolvimento cognitivo de Piaget. 1.2. Metodologia Para a realização do presente relatório, o grupo baseou-se no método bibliográfico como forma de obtenção das informações, e de maneira sucinta traz uma visão de cada aspecto importante e caracteristicos da teoria de desenvolvimento cognitivo de Piaget. 3 2. Desenvolvimento cognitivo Para Mwamwenda (2004), o desenvolvimento do ser humano é ininterrupto e gradativo, obedecendo a certa ordem e regularidade . Isto significa que: O desenvolvimento se processa por etapas (fases/estágios). As etapas do desenvolvimento seguem uma sequência. Essa sequência é invariável (O indivíduo não pode “saltar” etapas, embora possa passar por certas etapas mais depressa, ou mais devagar que os outros). O processo de desenvolvimento ocorre ao longo de toda a vida do indivíduo. Segundo Spintall & Spintall (1993), desde a concepção até à maturidade há um paralelo no desenvolvimento do organismo , do cérebro e do comportamento, as capacidades mentais e comportamentais só surgem com base na maturação do sistema nervoso (em que inclui o cérebro) e de todo o organismo. Falar do desenvolvimento cognitivo é falar do desenvolvimento da capacidade mental da pessoa para pensar, raciocinar, interpretar, compreender, adquirir conhecimento, lembrar, organizar informações, analisar e resolver problemas. 3. A teoria de desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget Segundo Morris, C e Maisto, A. citado por Baldwin (1973), Piaget acreditava que o desenvolvimento cognitivo era um modo de adaptação ao meio ambiente. Ao contrário de outros animais, as crianças não são dotadas de muitas respostas inatas, essa característica lhes da maior flexibilidade de adaptar seu pensamento e seu comportamento a fim de se ajustar ao mundo, a medida que o vivenciam em determinada idade. Acredita que as crianças intrinsecamente motivadas a explorar e a compreender as coisas, elas são participantes activas na criação de sua própria interpretação do mundo. O psicólogo suíço Jean Piaget parte do pressuposto de que os seres humanos nascem com necessidade de se adaptarem ao meio ambiente. A adaptação “ocorre naturalmente à medida que os organismos interagem com o ambiente. Este processo expande automaticamente as capacidades mentais” (DAVIDOFF, 2001: 437). Por seu turno, o processo de adaptação é composto de dois processos complementares: assimilação e acomodação. 4 3.1. Assimilação A assimilação é a tentativa do sujeito em “soluccionar uma determinada situação, utilizando uma estrutura mental já formada, isto é, a nova situação, ou o novo elemento é incorporado e assimilado a um sistema já pronto” (RAPPAPORT, 1981:57). Pode-se então entender que a assimilação é o momento em que a criança actualiza um aspecto no seu repertório comportamental ou mental. Exemplo: a partir do momento em que a criança aprende a abrir uma porta, saberá fazer isso em qualquer outra circunstância, ou se ela aprender o caminho da sua casa ao bazar, ela poderá ir sozinha ao bazar quando a mãe solicitá-la. Isso significa dizer que ela assimilou o acto de abrir uma porta ou o caminho da casa para o bazar. 3.2. Acomodação Mas, pode acontecer que essa criança depare-se um dia com uma porta que tenha uma fechadura diferente, na qual estarão presentes novos elementos. Ela tentará agir com esta porta da mesma forma fez com a primeira e, certamente, não obterá sucesso. Neste caso, estará a usar um processo de assimilação, a tentar resolver a situação, que é nova, a partir de estruturas antigas (RAPPAPORT, 1981). E para abrir a porta, a criança deverá modificar suas estruturas antigas e este processo Piaget denomina de Acomodação “a criação de novas estratégias ou sua modificação ou combinação de antigas para lidar com algum desafio” (DAVIDOFF, 2001:437). E no momento em que a criança abre a segunda porta, diz-se que ela acomodou a ela, portanto, adaptou-se a nova situação. Os processos de assimilação e acomodação são complementares e estão presente ao longo de toda vida do indivíduo, “por mais que um [professor] procure ater-se ao mesmo conteúdo e à mesma metodologia (assimilação), algumas modificações serão introduzidas, em função da reação dos alunos (acomodação)” (RAPPAPORT, 1981:58). E isso faz com que o processo de adaptação seja dinâmico. Piaget citado por Rappaport (1981:60), usa o termo esquemaou estrutura para designar “unidades estruturais móveis que se modificam e adaptam, enriquecendo com isso o repertório comportamental como a vida mental do indivíduo”. 5 Seriam assim acções ou conceitos no processamento de material sensorial: olhar, agarrar, sugar a serem exercitados e organizados. Os primeiros esquemas nas crianças são compostos por reflexos simples, posteriormente se transformam em planos, regras, construções mentais e pressupostos. Isso acontece através dos processos de assimilação e acomodação, que possibilitam à criança a lidar com novos desafios de forma mais lúcida e eficaz. A teoria de Piaget busca dar uma explicação compreensiva do mundo da criança como esta compreende e interpreta. Para isso, Piaget citado por Rappaport (1981), identifica quatro estágios do desenvolvimento cognitivo, designadamente: (a) o estágio sensório-motor; (b) o estágio pré-operatório; (c) o estágio operatório ou das operações concretas e; (d) o estágio das operações formas. Para melhor compreensão esses estágios serão descritos separada e detalhadamente. 4. Estágios de desenvolvimento cognitivo de Piaget Segunndo Rappaport (1981), Piaget propõe a existência de quatro (4) estágios de desenvolvimento cognitivo: 4.2. Estágio Sensório-motor (0-2 anos) Segundo Morris, C e Maisto, A. citado por Baldwin (1973), nesse período, os bebés entendem suas experiências pela visão, tato, paladar, olfato e manipulação (sistema sensorial e motor). Eles aprendem que as visões e os sons, assim como os toques, gostos, cheiros e outras impressões estão relacionadas sobre o mesmo objecto. Ainda segundo Morris, C e Maisto, A. citado por Baldwin (1973), criança busca adquirir controle motor e aprender sobre os objectos que a rodeiam. Esse estágio é chamado sensório-motor, pois o bebê adquire o conhecimento por meio de suas próprias ações que são controladas por informações sensoriais imediatas. Neste período o desenvolvimento físico acelerado é o suporte para o aparecimento de novas habilidades, como sentar, andar, o que propiciara um domínio maior do ambiente. Para Mwamwenda (2004), o bebé busca o autoconhecimento, explorar o seu corpo, conhecer os seus vários componentes, sentir emoções, através disso, ela estará formando 6 uma noção do seu eu “de se distinguir como objecto dos demais objectos existentes no exterior e de se colocar em relação a eles” (RAPPAPORT, 1981:67). Nos primeiros meses de vida, o que está fora da visão da criança, equivale a não existir. Mas com o tempo desenvolvimento a noção de permanência do objecto e passam a entender que pessoas e objectos continuam a existir mesmo que não sejam percebidos. Para Mwamwenda (2004), ao fim do período por volta dos dois anos a criança obtém uma atitude mais ativa e participativa, é capaz de entender algumas palavras, mas produz uma fala imitativa. Neste período a inteligência prática é acentuada na percepção e no motor, essa inteligência é utilizada a partir de seus esquemas sensoriais e motores vindo dos reflexos genéticos para solucionar problemas imediatos como pegar, jogar ou chutar bola. As principais características observáveis durante essa fase, que vai até os dois anos de idade da criança segundo Morris, C e Maisto, A. citado por Baldwin (1973), são: A exploração manual e visual do ambiente; A experiência obtida com ações, a imitação; A inteligência prática (através de ações); AS ações como agarrar, sugar, atirar, bater e chutar; A coordenação das ações proporciona o surgimento do pensamento; A centralização no próprio corpo; A noção de permanência do objecto; Podemos citar que no Período Sensório-motor a criança conquista, através da percepção e dos movimentos, todo o universo que a cerca. Ela assimila que: se puxar a toalha da mesa, o pote de bolacha ficará mais próximo dela (conduta do suporte). 4.3.Estágio Pré-operatório (2-7 anos) Segundo Spintall & Spintall (1993), neste período as crianças guiam-se pelas percepções da realidade. Consegue resolver problemas pela manipulação de objectos concretos, apesar das dificuldades com as versões abstractas na resolução de problemas. Em seu pensamento mistura a realidade com a fantasia. Nesta fase da vida a criança é egocêntrica. Ela confunde-se com objectos e pessoas, atribuindo a eles seus próprios sentimento e pensamentos. O egocentrismo manifesta-se, 7 também, na linguagem, pois é comum neste estágio as crianças fazerem monólogos (falar sozinha) e as crianças não se importam que alguém as ouça. Uma das realizações importantes no período pré-operatório é a capacidade que a criança desenvolve de pensar sobre o ambiente a partir da manipulação de símbolos que representam este ambiente. Assim, elas desenvolvem a linguagem; formulam conceitos simples, começam a representar na suas brincadeiras, por exemplo, ao utilizar objectos da casa como bonecas ou brinquedos e; elas desenham figuras em representação da realidade (RAPPAPORT, 1981). Uma das realizações importantes no período pré-operatório é a capacidade que a criança desenvolve de pensar sobre o ambiente a partir da manipulação de símbolos que representam este ambiente. Assim, elas desenvolvem a linguagem; formulam conceitos simples, começam a representar na suas brincadeiras, por exemplo, ao utilizar objectos da casa como bonecas ou brinquedos e; elas desenham figuras em representação da realidade (RAPPAPORT, 1981). No estágio pré-operatório as crianças começam a entender o conceito de classificação – organizar objectos por tamanho, cor ou forma. Porém, seu julgamento depende de uma percepção imediata e, por isso mesmo, sujeito a erros. Segundo Rappaport (1981:1) a criança não tem desenvolvida a capacidade de conservação de quantidade, de volume e de massa conforme. Nesse período, as características observáveis mais importantes para Mwamwenda (2004), são: Inteligência simbólica; O pensamento egocênctrico, intuitivo e mágico; A centralização (apenas um aspecto de determinada situação é considerado); A confusão entre aparência e realidade; Ausência da noção de reversibilidade; O raciocínio transdutivo (aplicação de uma mesma explicação a situações parecidas); A característica do animismo (vida a seres inanimados). 8 De acordo com Pedrosa & Navarro citado por Rappaport (1981), os cinco aspectos mais importantes do pensamento neste estágio são: Egocentrismo: são incapazes de compreender as coisas de outro ponto de vista que não seja o seu. Tem a tendência de tomar o seu ponto de vista como o único, sem compreender o dos demais por estar centrados em suas acções. O egoncentrismo se caracteriza basicamente por uma visão de realidade que parte do próprio eu. Dificuldades de transformação: são incapazes de compreender os processos que implicam mudança. Seu pensamento é estático, estão sempre no momento presente, não considerando os anteriores, nem antecipando o futuro. Reversibilidade: são incapazes de compreender um processo inverso ao observado. Seu pensamento é irreversível. Centralização: incapacidade para se centrar em mais de um aspecto da situação. São incapazes de globalizar. Não conservação: não são capazes de compreender que a quantidade pode permanecer embora mude seu aspecto ou aparência. No exemplo da figura em massa de modelar, não entenderiam que a quantidade seria a mesma com qualquer formato que assumisse. 4.4. Estágio Operatório Concreto (7-11 anos) Segundo Spintall & Spintall (1993), este período corresponde a idade do inicio da escolarização da criança e caracteriza-se pelo desenvolvimento na criança da capacidade de usar a lógica e, consequentemente, diminui o uso de informações sensoriais para entender a realidade. No período das operações concretas as crianças usam o raciocínio na resolução de problemas e são capazes de categorizar e classificar objectos.Segundo Spintall & Spintall (1993), neste momento, o declínio no egocentrismo passa a ser mais visível. O declínio do egocentrismo se entendi a linguagem que se torna mais socializada, e a criança será capaz de levar em conta o ponto de vista do outro, assim objectos e pessoas passam a ser mais bem explorados nas interações das crianças. Caracteristicas Por volta dos 7 anos, o equilíbrio entre a assimilação e a acomodação torna-se mais estável; Surge a capacidade de fazer análises lógicas; A criança ultrapassa o egocentrismo, ou seja, dá-se um aumento da empatia com os sentimentos e as atitudes dos outros; 9 Começa a perceber a conservação do volume, da massa, do comprimento, etc. Neste estágio, também algumas características das crianças começam a ser aprimoradas, como exemplo elas se concentram mais nas actividades; colaboram mais com os colegas; apresentam responsabilidade e respeito mutuo e participações em grupo. Apesar de a criança agir com lógica ela não será capaz de lidar com idéias abstractas, pois resolve os problemas na base de tentativas e erros. A abstracção é uma capacidade a ser desenvolvida na etapa seguinte da sua vida. 4.5. Estágio Operatório Formal (12 anos em diante) Neste período as crianças desenvolvem a capacidade de entender a lógica abstracta, antecipam, planificam e analisam. Rappaport enfatiza que com isso ela é capaz de “criticar os sistemas sociais e propor novos códigos de conduta; discute os valores morais de seus pais e constrói os seu próprios” (1981:74), ou seja adquire autonomia. O pensamento hipotético-dedutivo é o mais importante aspecto apresentado nessa fase de desenvolvimento, pois o ser humano passa a criar hipóteses para tentar explicar e sanar problemas, o foco desvia-se do "é" para o "poderia ser". As bases do pensamento científico aparecem nessa etapa do desenvolvimento. 10 5. Conclusão Segundo Morris, C e Maisto, A. citado por Baldwin (1973), Piaget acreditava que o desenvolvimento cognitivo era um modo de adaptação ao meio ambiente. Ao contrário de outros animais, as crianças não são dotadas de muitas respostas inatas, essa característica lhes da maior flexibilidade de adaptar seu pensamento e seu comportamento a fim de se ajustar ao mundo, a medida que o vivenciam em determinada idade. Acredita que as crianças intrinsecamente motivadas a explorar e a compreender as coisas, elas são participantes activas na criação de sua própria interpretação do mundo. Piaget ao dividir o desenvolvimento cognitivo por etapas permite compreender a idade mental da criança e os processos educativos inerentes a estes períodos, ou seja, permite ao educador seleccionar os conteudos e metodologias de aprendizagem adequadas com o seu estagio de desenvolvimento. 11 6. Referências Bibliográficas BALDWIN, Alfred L. Teorias de desenvolvimento da criança. Trad. Dante M. Leite. São Paulo, Pioneira, 1973. DAVIDOFF, Linda. Introdução à Psicologia. 3 ed. São Paulo: Artmed, 2001. MWAMWENDA, Tuntufye S. Psicologia Educacional: Uma perspectiva africana. Maputo: Textos Editora Ltda, 2004. RAPPAPORT, Clara Regina. Psicologia de Desenvolvimento: Teorias de Desenvolvimento. v1. São Paulo: EPU, 1981. SPRINTHALL, Norman A. e SPRINTHAL, Richard. Psicologia Educacional: Uma abordagem Desenvolvimentista. Lisboa: McGraw-Hill, 1993.
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