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2 Teoria Cognitivista

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Escola Psicológica: Teoria Cognitivista
APRESENTAÇÃO
Nesta unidade, estudaremos a teoria cognitivista, mais precisamente os teóricos Piaget e 
Vygotsky, que pesquisaram largamente o construtivismo/cognitivismo.
Este estudo científico da psicologia está voltado ao desenvolvimento do sujeito quanto a sua 
aprendizagem, ou seja, é a capacidade de desenvolver habilidades de aprender. As teorias de 
Piaget e de Vygostky (Vigotski) ocupam-se deste desenvolvimento, sendo o primeiro através de 
fases do desenvolvimento biológico e o segundo através das relações sociais e interpessoais. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Constatar claramente a contribuição da escola Cognitivista ao estudo do comportamento 
humano e à aprendizagem.
•
Identificar o processo de construção dessa escola e sua influência para a construção do 
processo do conhecimento.
•
Relacionar os conceitos desenvolvidos pela escola cognitivista no que se refere ao 
desenvolvimento e à constituição do sujeito que aprende.
•
DESAFIO
O cognitivismo enfatiza que a cognição é o ato de conhecer. A forma como o ser humano 
reconhece o mundo é o que faz a diferença na sua trajetória de desenvolvimento. Estuda os 
processos mentais, isto é, como conhecemos.
Ocupa-se da atribuição de significados, da compreensão, transformação, armazenamento e uso 
da informação, assim como da percepção, resolução de problemas e tomada de decisões.
Neste sentido, como Piaget e Vygotsky percebem a cognição que contribui fortemente para o 
desenvolvimento do sujeito?
Observe a imagem abaixo e explique como a visão cognitivista trata do desenvolvimento por 
meio do construtivismo.
INFOGRÁFICO
O esquema cognitivista para o desenvolvimento e aprendizagem tem peculiaridades na visão de 
Piaget e Vygotsky, observe o infográfico e identifique estas semelhanças e diferenças.
 
CONTEÚDO DO LIVRO
A psicologia e o cognitivismo andam de mãos dadas, pois tratam do desenvolvimento do sujeito 
no sentido bio-psico-social. Neste sentido, busca-se desenvolver o processo de aprendizagem 
como mais uma habilidade do desenvolvimento.
Iniciando sua leitura pelo tópico Desenvolvimento cognitivo: crianças pensando sobre o mundo 
do livro Psico, você encontrará informações importantes para a compreensão do cognitivismo.
SÉRIE A. 
CONTEÚDO 
QUE 
ENVOLVE.
Livros-texto diferentes de tudo que você já viu, criados a partir de pesquisas feitas 
com um só objetivo: descobrir a melhor forma de despertar o interesse 
e envolver os estudantes com o conteúdo. A Série A é uma solução inovadora, 
que quebra paradigmas e melhora o processo de aprendizado.
PSICO
P
S
IC
O
PSICOLOGIA:
O que ela pode
fazer por você
O cérebro dos
homens é diferente 
do das mulheres?
Envolva-se!
Aprenda sobre comportamento
Qual é o SEU estilo de memória?
PSICOLOGIA
www.grupoa.com.br
31789_capa_ultima.indd 1 09/05/12 10:34
Catalogação na publicação: Fernanda B. Handke dos Santos – CRB 10/2107
P974 Psico [recurso eletrônico] / [Tanya Renner ... et al.] ; tradução: 
 Marcelo de Abreu Almeida ; revisão técnica: Silvia H. 
 Koller. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2012.
 Editado também como livro impresso em 2012.
 ISBN 978-85-8055-093-1
 1. Psicologia. I. Renner, Tanya.
CDU 159.9
Desenvolvimento • 245
(descritas nas p. 242–245). 
Apesar de sua teoria ter sido 
criticada em diversos aspec-
tos (por exemplo, alguns dos 
conceitos são vagos e/ou di-
fíceis de medir), ela continua 
influente, e é uma das poucas 
teorias que englobam todo o 
ciclo vital.
Desenvolvimento cogni-
tivo: crianças pensando 
sobre o mundo Imagine 
que você tivesse dois copos 
de diferentes formatos – um 
curto e largo e outro alto e 
fino. Agora imagine que você 
enchesse o curto e largo com 
refrigerante até cerca de me-
tade e, a seguir, derramasse o 
líquido daquele copo no ou-
tro, mais alto. O refrigerante 
pareceria encher cerca de três 
quartos do segundo copo. Se 
alguém lhe perguntasse se 
havia mais refrigerante no se-
gundo copo do que no primei-
ro, o que você diria?
Você pode pensar que 
uma pergunta tão simples se-
quer merece uma resposta; é 
estágio da confiança versus 
desconfiança De acordo com 
Erikson, o primeiro estágio do 
desenvolvimento psicossocial, que 
ocorre no período do nascimento 
até 1 ano e meio, durante o qual os 
bebês desenvolvem sentimentos de 
confiança ou falta de confiança.
estágio da autonomia versus 
vergonha e dúvida Período 
durante o qual, de acordo com 
Erikson, as crianças pequenas 
(de 1 ano e meio aos 3 anos) 
desenvolvem independência e 
autonomia se a exploração e a 
liberdade forem encorajadas, ou 
vergonha e dúvidas de si mesmas se 
forem impedidas e superprotegidas.
estágio da iniciativa versus culpa 
De acordo com Erikson, é o período 
durante o qual as crianças dos 3 aos 6 
anos experimentam conflitos entre a 
independência de ação e os resultados 
por vezes negativos da ação.
estágio da indústria versus 
inferioridade De acordo com 
Erikson, no último estágio da 
infância, a criança dos 6 aos 12 
anos pode desenvolver interações 
sociais positivas com outros ou 
sentir-se inadequada e tornar-
se menos sociável.
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246 • PSICO
claro, não existe diferença de quantidade entre os dois co-
pos. Contudo, a maioria das crianças de 4 anos provavel-
mente diria que há mais refrigerante no segundo copo. En-
tão, se você servisse o refrigerante de volta no copo curto, 
elas diriam que agora há menos refrigerante do que havia no 
copo mais alto.
Por que as crianças pequenas se confundem tanto com 
esse problema? O motivo não é imediatamente óbvio. Qual-
quer um que tenha observado crianças pré-escolares deve fi-
car impressionado com o quanto elas progrediram desde os 
estágios iniciais do desenvolvimento. Elas falam com facili-
dade, conhecem o alfabeto, contam, jogam jogos complexos, 
usam computadores, contam histórias e se comunicam habil-
mente. Ainda assim, apesar dessa aparente sofisticação, exis-
tem profundas dificuldades na compreensão das crianças a 
respeito do mundo. Alguns teóricos sugeriram que as crianças 
não conseguem entender certas ideias e conceitos até alcança-
rem certo estágio no desenvolvimento cognitivo – o processo 
pelo qual a compreensão de mundo da criança muda em fun-
ção da sua idade e da expe-
riência. Em contraste com a 
teoria do desenvolvimento 
psicossocial de Erikson discu-
tida anteriormente, as teorias 
do desenvolvimento cognitivo buscam explicar os avanços 
intelectuais que ocorrem durante o desenvolvimento. Esses 
avanços incluem mudanças quantitativas e qualitativas. De-
senvolvimentos quantitativos referem-se ao crescimento que 
adiciona mais ao que já existia. No desenvolvimento físico, 
por exemplo, as crianças ficam mais altas conforme se desen-
volvem. No desenvolvimento intelectual, as crianças tendem 
a desenvolver maior concentração conforme envelhecem.
Desenvolvimento qualitativo refere-se a mudanças que, 
em vez de adicionar mais habilidades, resultam em habilida-
des diferentes. Por exemplo, caminhar é um desenvolvimento 
físico que ocorre após engatinhar, mas caminhar não é sim-
plesmente mais engatinhar. Mudanças qualitativas no desen-
volvimento intelectual aumentam a habilidade de pensar.
Agora pare de ler por um momento e considere o que 
você pretende fazer neste final de semana. Quantos itens 
você tem em mente quando pensa em seus planos? Como ve-
remos na seguinte discussão da teoria de Piaget, a habilidade 
das crianças de pensar sobre diferentes conceitos depende da 
quantidade de itens que elas podem conservar na sua memó-
ria. No começo, elas não conseguem guardar nenhum!
desenvolvimento cognitivo 
Processo pelo qual a compreensão 
de mundo da criança muda em 
função de sua idade e experiência.
Nenhuma teoria do desenvolvimento 
cognitivo foi mais influente do que 
a dopsicólogo suíço Jean Piaget.
O desenvolvimento 
cognitivo das 
crianças avança, 
enquanto sua 
atenção aumenta.
Estágio operatório formalEstágio operatório concretoEstágio pré-operatórioEstágio sensório-motor
Dos 12 anos até a vida adultaDos 7 aos 12 anosDos 2 aos 7 anosDo nascimento aos 2 anos
Desenvolvimento de perma-
nência do objeto, desenvolvi-
mento de habilidades 
motoras, pouca ou nenhuma 
capacidade para 
representação simbólica
Desenvolvimento da 
linguagem e de pensamento 
simbólico, pensamento 
egocêntrico
Desenvolvimento da
noção de conservação
e da reversibilidade
Desenvolvimento do
pensamento 
lógico e abstrato
Teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget
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Desenvolvimento • 247
A teoria do desenvolvimento cog-
nitivo de Piaget Nenhuma teoria do 
desenvolvimento cognitivo foi mais 
influente do que a do psicólogo suíço 
Jean Piaget. Piaget (1970) sugeriu que 
as crianças de todo o mundo passam 
por uma série de quatro estágios em 
ordem determinada. Ele afirmava que 
esses estágios diferem não apenas na 
quantidade de informações adquirida 
em cada um, mas também na qualidade 
do conhecimento assim como da com-
preensão. Assumindo um ponto de vista 
interacionista, ele sugeriu que a transi-
ção de passagem de um estágio para o 
outro ocorre quando uma criança atinge 
um nível apropriado de maturidade e 
é exposta a tipos relevantes de expe-
riências. Piaget presumia que, sem tais 
experiências, as crianças não poderiam 
alcançar os níveis mais altos de crescimento cognitivo.
Piaget propôs quatro estágios: sensório-motor, pré-ope-
ratório, operatório concreto e operatório formal. Durante o 
estágio sensório-motor, do nascimento aos 2 anos, as crian-
ças baseiam seu conhecimento de mundo principalmente no 
toque, sugar, morder, balançar e manusear objetos. Na parte 
inicial do estágio, as crianças têm uma habilidade limitada de 
pensar sobre o mundo usando imagens, a linguagem, ou ou-
tros tipos de símbolos. Consequentemente, os bebês não têm 
aquilo que Piaget chama de permanência do objeto, a habi-
lidade de manter em mente uma representação mental de coi-
sas e ideias. Sem essa habilidade, os bebês não podem ter a 
consciência de que objetos – e pessoas – continuam a existir 
mesmo que estejam fora do campo de visão.
Como sabemos que as crianças não têm a permanência do 
objeto? Apesar de não podermos perguntar aos bebês, pode-
mos observar suas reações quando um brinquedo com o qual 
eles estão brincando é escondido embaixo de um lençol. Até 
chegarem aos 9 meses, as crianças não realizam nenhuma ten-
tativa de localizar o brinquedo escondido. Contudo, logo após 
essa idade, elas iniciam uma busca ativa de localizar o obje-
to faltante, indicando que desenvolveram uma representação 
mental do brinquedo. A permanência do objeto, portanto, é um 
desenvolvimento crítico durante o estágio sensório-motor.
O desenvolvimento mais importante durante o estágio 
pré-operatório, que começa aos 2 anos e dura até os 7, é 
o uso da linguagem. As crianças desenvolvem sistemas re-
presentativos internos que lhes permitem descrever pessoas, 
eventos e sentimentos. Elas usam símbolos na brincadeira, 
fingindo, por exemplo, que um livro que estão empurrando 
no chão é na verdade um carro.
Apesar de as crianças usarem pensamentos mais avança-
dos nesse estágio do que no estágio sensório-motor, seus pen-
samentos ainda são qualitativamente diferentes do que os dos 
adultos. Vemos isso quando observamos uma criança no es-
tágio pré-operatório usando o pensamento egocêntrico, uma 
forma de pensar em que a criança vê o mundo inteiramente a 
partir de sua própria perspectiva. Crianças em idade pré-ope-
ratória não entendem que as outras pessoas tenham conheci-
mento e perspectivas diferentes. Logo, 
as histórias e as explicações das crianças 
para os adultos podem ser terrivelmen-
te confusas, já que são contadas sem 
qualquer contexto. Por exemplo, uma 
criança pré-operatória pode começar 
uma história com “Ele não queria me 
deixar ir”, sem mencionar quem é “ele” 
ou aonde ela queria ir. Também vemos 
o pensamento egocêntrico quando as 
crianças no estágio pré-operatório brin-
cam de esconde-esconde. Por exemplo, 
crianças de 3 anos frequentemente se 
escondem com o rosto contra a parede, 
cobrindo os olhos – apesar de estarem 
plenamente visíveis. O que lhes parece 
é que se elas não conseguem ver, então 
ninguém mais vai conseguir vê-las.
Além disso, crianças pré-operacio-
nais ainda não desenvolveram a habili-
dade de entender o princípio da conservação, que é o conhe-
cimento de que a quantidade não está relacionada ao arranjo 
e à aparência física dos objetos. Crianças que não dominaram 
esse conceito não sabem que a quantidade, o volume ou o 
comprimento de um objeto não muda quando sua forma ou 
configuração é modificada. A 
questão sobre os dois copos 
– um curto e largo, e o outro 
alto e fino – com a qual co-
meçamos a discussão acerca 
do desenvolvimento cogniti-
vo ilustra isso claramente. As 
crianças que não entendem o 
princípio da conservação in-
variavelmente afirmam que a 
quantidade de líquido muda 
quando é ele passado de um 
copo para o outro. Elas não 
conseguem compreender que 
a transformação na aparência 
não implica uma transforma-
ção na quantidade. Pelo con-
trário, parece razoável para a 
criança que existe uma alte-
ração na quantidade, assim 
como não existe alteração 
para um adulto.
De diversos modos, al-
guns deles assustadores, a 
incapacidade de entender o 
princípio da conservação afeta 
as reações das crianças. Pes-
quisas mostram que princípios 
que são óbvios e inquestioná-
veis para os adultos podem ser completamente mal entendi-
dos pelas crianças durante o período pré-operatório.
O domínio do princípio da conservação, por volta dos 7 
anos, marca o início do estágio operatório concreto, apesar 
de as crianças não entenderem completamente alguns aspec-
estágio sensório-motor De 
acordo com Piaget, vai do 
nascimento aos 2 anos, durante 
o qual a criança tem pouca 
competência em representar 
o ambiente usando imagens, a 
linguagem, ou outros símbolos.
permanência do objeto 
Consciência de que objetos – e 
pessoas – continuam a existir mesmo 
quando estão fora do campo de visão.
estágio pré-operatório De 
acordo com Piaget, o período dos 
2 aos 7 anos caracterizado pelo 
desenvolvimento da linguagem.
pensamento egocêntrico Forma 
de pensar em que a criança vê o 
mundo inteiramente de sua própria 
perspectiva.
princípio da conservação 
Conhecimento de que a quantidade 
não está relacionada ao arranjo e à 
aparência física dos objetos.
estágio operatório concreto 
De acordo com Piaget, o período 
dos 7 aos 12 anos caracterizado 
pelo pensamento lógico e 
egocêntrico.
Crianças que não dominaram o princípio da 
conservação supõem que o volume de um 
líquido aumenta quando é passado de um 
recipiente baixo e largo para um alto e fino.
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248 • PSICO
tos da conservação, tal como 
a conservação de peso e volu-
me, até ficarem mais velhas.
Durantes o estágio ope-
ratório concreto, que vai dos 
7 aos 12 anos, as crianças 
desenvolvem a habilidade de pensar de maneira mais lógica 
e começam a superar um pouco o egocentrismo do período 
pré-operatório. Um dos principais princípios que as crianças 
aprendem durante este estágio é a reversibilidade, a ideia de 
que algumas mudanças podem ser desfeitas revertendo uma 
ação anterior. Por exemplo, elas podem entender que, quando 
alguém amassa uma bola de argila, transformando-a em uma 
forma fina e comprida, essa pessoa pode recriar a bola origi-
nal revertendo sua ação. As crianças podem até conceituar 
esse princípio em suas cabeças, sem terem de ver a ação sen-
do realizada à sua frente; nesse ponto, elas podem conservar 
duas ideias simultaneamente.
Apesar de as crianças realizarem avanços importantes 
emsuas capacidades lógicas durante o estágio operatório 
concreto, seu pensamento ainda exibe uma 
grande limitação: elas estão muito ligadas à 
realidade física concreta do mundo. Em gran-
de parte, elas têm dificuldade de entender per-
guntas de natureza hipotética ou abstrata.
O estágio operatório formal de Piaget 
produz um novo tipo de pensamento abstra-
to, formal e lógico. Durante o período dos 12 
anos até a vida adulta, o pensamento não está 
mais limitado a eventos que os indivíduos ob-
servam no ambiente, mas incorpora técnicas 
lógicas para resolver problemas.
A forma pela qual as crianças abordam o 
“problema do pêndulo” criado por Piaget (Pia-
get e Inhelder, 1958) ilustra o surgimento do 
pensamento operatório formal. A pessoa preci-
sa descobrir o que determina a velocidade com 
que o pêndulo balança. É o comprimento do 
barbante, o peso do pêndulo, ou a força com 
que o pêndulo é empurrado? (Só para constar, 
a resposta é o comprimento do barbante.)
Crianças no estágio operatório concre-
to abordam o problema de forma aleatória, 
sem qualquer plano racional ou lógico. Por 
exemplo, elas podem simultaneamente mudar 
o comprimento do barbante e o peso do pên-
dulo e a força com que o empurram. Como 
elas estão variando todos os fatores de uma só 
vez, não conseguem distinguir qual é o deci-
sivo. Por outro lado, pessoas no estágio ope-
ratório formal abordam o problema sistema-
ticamente. Agindo como se fossem cientistas 
conduzindo um experimento, elas examinam 
os efeitos das mudanças em uma variável de 
cada vez. Essa habilidade de eliminar possi-
bilidades competidoras caracteriza o pensa-
mento operatório formal.
Apesar de o pensamento operatório sur-
gir durante a adolescência, alguns indivíduos 
usam esse tipo de pensamento apenas de vez em quando. 
Além disso, parece que muitos indivíduos nunca alcançam 
esse estágio; a maioria dos estudos mostra que apenas 40 a 
60% dos estudantes de faculdade e adultos o alcançam com-
pletamente, com algumas estimativas mais baixas, chegando 
a 25% da população geral (Keating e Clark, 1980). Nenhum 
outro teórico nos deu uma teoria tão compreensiva acerca do 
desenvolvimento cognitivo como Piaget. Em geral, a maio-
ria dos psicólogos do desenvolvimento concorda que Pia-
get nos forneceu um relato bastante preciso das mudanças 
relacionadas à idade no desenvolvimento cognitivo. Ainda 
assim, muitos teóricos contemporâneos sugerem que teorias 
de estágios como a de Piaget não predizem adequadamen-
te o desenvolvimento cognitivo das crianças. Por exemplo, 
nem todas as crianças têm desempenhos consistentes em 
tarefas que – se a teoria de Piaget estiver certa – deveriam 
ser igualmente bem executadas em um estágio específico 
(Feldman, 2003, 2004).
Piaget também subestimou a idade em que os bebês e 
as crianças podem entender conceitos e princípios específi-
Número Número de elementos
em uma coleção
Rearranjo e deslocamento
de elementos
Substância 
(massa)
Quantidade de 
substância maleável 
(p. ex., argila ou líquido)
Alteração de forma
Comprimento Comprimento de 
uma linha ou objeto
Alteração de forma 
ou configuração
Área Quantidade de superfície 
coberta com um conjunto 
de figuras planas
Rearranjo das figuras
Peso Peso de um objeto
Volume Volume de um objeto 
(em termos de 
deslocamento de água)
Alteração de forma
Conservação de…
Mudança na 
aparência física
Idade média de
compreensão
Princípios da conservação
Modalidade
Alteração de forma
6-7 anos
7-8 anos
8-9 anos
7-8 anos
9-10 anos
14-15 anos
estágio operatório formal De 
acordo com Piaget, é o período 
que vai dos 12 anos até a vida 
adulta, sendo caracterizado pelo 
pensamento abstrato.
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Desenvolvimento • 249
cos. De fato, suas habilidades cognitivas parecem ser mais 
sofisticadas do que Piaget acreditava. Por exemplo, algumas 
evidências sugerem que bebês de até 5 meses tenham conhe-
cimentos rudimentares de aritmética (Wynn, 1995, 2000; 
Wynn, Bloom e Chiang, 2002).
Além disso, alguns psicólogos do desenvolvimento su-
gerem que o desenvolvimento cognitivo procede de modo 
mais contínuo do que a teoria de Piaget implica. Eles pro-
põem que o desenvolvimento cognitivo tem natureza princi-
palmente quantitativa, ao invés de qualitativa. Nessa visão, 
apesar de haver diferenças em quando, como e em que medi-
da uma criança pode usar habilidades cognitivas específicas 
– refletindo mudanças quantitativas – os processos cogni-
tivos subjacentes mudam relativamente pouco com a idade 
(Case e Okamoto, 1996; Gelman e Baillargeon, 1983).
Abordagens de processamento de informações: ma-
peando os programas mentais das crianças Se o de-
senvolvimento cognitivo não procede como uma série de es-
tágios, como Piaget sugeriu, como podemos explicar o 
enorme crescimento nas habilidades cognitivas das crianças? 
Muitos psicólogos do desenvolvimento atribuem o desenvol-
vimento cognitivo a mudanças no processamento de infor-
mações, a forma como as pessoas recebem, usam e armaze-
nam informações (Cashon e Cohen, 2004; Lacerda, von 
Hofsten e Heimann, 2001; Munakata, 2006).
De acordo com essa abordagem, mudanças quantitativas 
ocorrem na habilidade das crianças de organizar e manipular 
informações. A partir dessa perspectiva, as crianças tornam-
-se cada vez mais capacitadas em processar informações, da 
mesma forma como um computador pode ficar mais sofisti-
cado quando um programador o modifica com base em sua 
experiência. Abordagens de processamento de informações 
consideram os tipos de “programas mentais” que as crianças 
invocam ao abordar problemas.
Diversas mudanças significativas ocorrem nas capa-
cidades de processamento de informações das crianças. A 
velocidade com que elas analisam, reconhecem e comparam 
estímulos aumenta com a idade. Conforme vão crescendo, as 
crianças podem prestar atenção a estímulos por mais tempo 
e discriminar vários estímulos mais prontamente, e são dis-
traídas com menor facilidade (Myerson et al., 2003; Van den 
Wildenberg e Van der Molen, 2004).
Tanto a memória de curto prazo quanto a memória de 
longo prazo melhoram dramaticamente com a idade. Crian-
ças em idade pré-escolar podem apenas guardar dois ou três 
blocos de informação na memória de curto prazo, crianças 
de 5 anos podem guardar quatro, e crianças de 7 anos po-
dem guardar 5. (Os adultos são capazes de guardar sete, 
mais ou menos dois, blocos na memória de curto prazo.) O 
tamanho dos blocos guardados na memória de curto prazo 
também aumenta com a idade, assim como a sofisticação e 
a organização do conhecimento armazenado na memória de 
longo prazo. Ainda assim, as capacidades da memória de 
longo prazo são impressionantes desde muito cedo: mesmo 
antes de falarem, os bebês podem recordar por meses even-
tos dos quais participaram ativamente (Bayliss et al., 2005b; 
Cowan et al., 2003).
Por fim, o aprimoramento no processamento de infor-
mações se relaciona com 
avanços na metacognição, 
uma consciência e uma com-
preensão dos próprios proces-
sos cognitivos. A metacogni-
ção envolve o planejamento, 
o monitoramento e a revisão 
de estratégias cognitivas. 
Crianças pequenas, que não têm consciência dos próprios 
processos cognitivos, frequentemente não percebem suas 
incapacidades. Assim, quando entendem mal as outras pes-
soas, elas são incapazes de reconhecer os próprios erros. 
Apenas mais tarde, quando as habilidades metacognitivas 
tornam-se mais sofisticadas, é que as crianças conseguem 
ver quando elas não entenderam. Esse aumento na sofisti-
cação reflete uma mudança na teoria da mente das crianças, 
seu conhecimento e suas crenças sobre como a mente ope-
ra (Bernstein, Loftus e Meltzoff, 2005; McCormick, 2003; 
Matthews e Funke, 2006).
A visão sociocultural de Vygotsky do desenvolvimento 
cognitivo De acordo com Lev Vygotsky, psicólogo do de-
senvolvimento russo, a cultura em que somos criados afeta 
nosso desenvolvimento cognitivo de maneira significativa;processamento de informações 
Forma como as pessoas recebem, 
usam e armazenam informações.
metacognição Consciência 
e compreensão dos próprios 
processos cognitivos.
pense PSICO
> > > Usando a teoria de Piaget para sustentar sua opi-
nião, você acha benéfico que os pais usem jogos e vídeos 
educativos que afirmam aumentar a habilidade acadêmica 
dos bebês? Você consegue pensar em benefícios e desvan-
tagens em usar produtos assim com os bebês?
10
0
N
úm
er
o 
m
éd
io
 d
e 
sí
m
bo
lo
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2 3
Idade (anos)
74 85 96 Adultos12121110
1
4
7
2
5
8
3
6
9
Letras
Fo
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e:
 A
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 d
e
 D
e
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p
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e
r,
 1
9
8
1
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Números
A duração da memória
aumenta com a idade tanto
para números como para letras
PsychSmart_09.indd 249PsychSmart_09.indd 249 08/03/12 11:0308/03/12 11:03
250 • PSICO
não podemos entender o desenvolvimento cognitivo sem le-
var em conta os aspectos sociais da aprendizagem. Vygotsky 
argumenta que o desenvolvimento cognitivo ocorre como 
uma consequência das interações sociais em que as crianças 
trabalham conjuntamente com outros para solucionar proble-
mas. Por meio dessas interações, as habilidades cognitivas 
das crianças aumentam, e elas ganham a habilidade de fun-
cionar intelectualmente por conta própria. Mais especifica-
mente, ele sugere que as habilidades cognitivas das crianças 
aumentam quando elas encontram informações que estão 
prontas para aprender. Ele chamou essa prontidão para a 
aprendizagem de zona de desenvolvimento proximal 
(ZDP), nível em que uma criança já pode quase – mas não 
completamente – compreen-
der ou desempenhar uma 
tarefa sozinha. Quando 
as crianças recebem 
informações que se 
enquadram na 
ZDP, elas podem 
aumentar sua 
compreensão ou 
dominar uma 
nova tarefa. Por outro lado, se a informação es-
tiver fora da ZDP da criança, ela não conseguirá 
dominá-la (Maynard e Martini, 2005; Rieber e 
Robinson, 2006; Vygotsky, 1926/1997).
Em suma, o desenvolvimento cogniti-
vo ocorre quando pais, professores ou pa-
res mais qualificados ajudam uma criança ao 
apresentar informações que são novas e estão 
dentro da ZDP. Esse tipo de auxílio, chamado 
de scaffolding, dá suporte à aprendizagem e à 
resolução de problemas que encoraja a indepen-
dência e o crescimento. Por exemplo, imagine 
que Maria, uma menina de 5 anos, está pronta para 
aprender que a subtração é o inverso da adição. Seu 
irmão mais velho poderia lhe dar algumas maçãs e encorajá-
-la a usá-las para resolver alguns problemas de adição. Então, 
ele poderia oferecer um auxílio para a subtração, talvez de-
monstrando algumas vezes, até que Maria conseguisse resol-
ver os problemas de subtração por conta própria. Vygotsky
afirma que o auxílio não apenas promove a solução de pro-
blemas específicos, mas também ajuda no desenvolvimento
das habilidades cognitivas gerais (Schaller e Crandall, 2004).
Mais do que outras abordagens do desenvolvimento cog-
nitivo, a teoria de Vygotsky considera como o contexto so-
cial e cultural específico de um indivíduo afeta o crescimento 
intelectual. A forma como as crianças entendem o mundo é 
proveniente da interação com os pais, com os pares e com 
outros membros de uma cultura específica (Kozulin et al., 
2003; John-Steiner e Mahn, 2003).
A abordagem de Vygotsky complementa a teoria de 
Piaget e as perspectivas de processamento de informações. 
Essas teorias contribuem de modos diferentes para a nossa 
compreensão do processo complexo e intrigante do desenvol-
vimento cognitivo e seus suportes biológicos e ambientais.
* N. de T.: Organização norte-americana dedicada a reconhecer os estu-
dantes que se destacam em assuntos acadêmicos durante o ensino médio.
zona de desenvolvimento 
proximal (ZDP) De acordo 
com Vygotsky, nível em que uma 
criança pode quase – mas não 
completamente – compreender ou 
realizar uma tarefa sozinha.
adolescência Estágio do 
desenvolvimento entre a infância e a 
vida adulta.
Adultos e crianças mais velhas promovem o desenvolvimento cognitivo 
em crianças menores ajudando-as a completar novas tarefas. Vygotsky 
chamava esse tipo de auxílio de scaffolding.
Da perspectiva de...
UM PROFESSOR DE ENSINO 
FUNDAMENTAL Como você 
colocaria as ideias de Vygotsky em 
prática na sala de aula?
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Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
Assista ao vídeo proposto e terá mais informações sobre o cognitivismo, mais precisamente, 
através da leitura de Piaget e Vygostsky, que incansavelmente, desenvolveram estudos acerca 
deste tema (aprender a aprender): construtivismo.
Bons estudos!
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Piaget, como construtivista, concebe a cognição de acordo com as fases do 
desenvolvimento do sujeito. Sendo assim, como Piaget define a cognição? 
A) Função vital básica que ajuda o organismo a adaptar-se ao seu ambiente.
B) É uma forma de adaptação pela qual todas as estruturas cognitivas tendem se adaptar.
C) Toda atividade intelectual se dá com o objetivo de produzir uma relação equilibrada e 
harmoniosa entre os processos de pensamento do indivíduo e o ambiente.
D) Ação entre os esquemas mentais internos e o ambiente externo.
E) Todas as alternativas são corretas por se tratarem da cognição na visão de Piaget.
2) O esquema cognitivo é uma estrutura mental que o indivíduo cria para representar e 
interpretar as experiências. Quais são os esquemas desenvolvidos por Piaget? 
A) Comportamentais.
B) Perceptivos.
C) Simbólicos.
D) Todas as alternativas estão corretas.
E) Nenhuma alternativa diz respeito ao esquema de desenvolvimento de Piaget.
3) Segundo Piaget, para adquirir conhecimento, o sujeito depende de estruturas tais 
como: 
A) Adaptação.
B) Assimilação.
C) Acomodação.
D) Nenhuma das alternativas estão corretas.
E) Adaptação, assimilação, acomodação
4) A fala é um marco no desenvolvimento cognitivo, tanto para Piaget como para 
Vygotsky. A fala egocêntrica na criança reflete o pensamento egocêntrico e ela evolui 
em direção à fala internalizada. Essas duas afirmativas correspondem aos autores na 
sequência: 
A) Somente Vygotsky
B) Somente Piaget.
C) Vygostky e Piaget
D) Piaget e Vygotsky.
E) As afirmativas não correspondem a estes autores.
5) Os signos são instrumentos de comunicação e linguagem estudados por Vygotsky. 
Existem três tipos. Qual deles tem uma relação abstrata com o que significa? 
A) Indicadores.
B) Simbólicos.
C) Icônicos.
D) Todas as alternativas dizem respeito à relação abstrata e seu significado.
E) Nenhuma alternativa corresponde à relação abstrata e ao seu significado.
NA PRÁTICA
O cognitivismo, mais precisamente na visão de Vygotsky, trata da aprendizagem através de 
estruturas mentais. Para que o sujeito aprenda, precisa ultrapassar sua capacidade e criar novas 
estruturas, para isso, deve respeitar a Zona de Desenvolvimento Proximal e Potencial.
Verifique abaixo como este processo ocorre.
 
Assista ao vídeo que está no Saiba + e terá mais esclarecimentos!
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
SALVADOR, César Coll. et al. Psicologia do ensino
Jean Piaget - Teoria cognitivista
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