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Direito previdenciário - custeio

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A previdência social é um modelo de proteção social assemelhado a um seguro, composto por um modelo 
protetivo maior que é a seguridade social. 
 
 
 
⟹ A Previdência é um seguro social contributivo, que é gerido pelo Estado e não tem fim lucrativo, mas 
exige a contribuição do segurado. A assistência é um modelo de proteção que visa fornecer os mínimos 
sociais (indispensáveis) para a subsistência. 
 
O artigo 194 da CF88 estabelece o direito a seguridade, que é um direito bastante ambicioso. Então, no art. 
195 dispões sobre as fontes que irão beneficiar a seguridade social. Entre eles estão: tributos, contribuições 
sociais (saúde, previdência e assistência – algumas são direcionadas apenas a previdência). Por esta razão, 
são chamadas de contribuições previdenciárias que são uma espécie de contribuição social para a seguridade 
social, ou seja, são receitas afetadas ao pagamento de benefícios. 
Anteriormente, quem arrecadava essas contribuições será o INSS, atualmente é a Receita Federal com 
responsabilidade de gerir, arrecadar, fiscalizar e normatizar as contribuições. Mas o destino é o pagamento 
do benefício e a alimentação do fundo do regime geral da previdência social. 
Existem contribuições para a seguridade que são genéricas e financiam indistintamente o tripé, como ocorre 
com a COFINS, CSLL, PIS/ COFINS na importação. Em contrapartida, tem algumas contribuições que são 
carimbadas há uma despesa, por exemplo a contribuição previdenciária. 
No ordenamento jurídico brasileiro a constituição federal possui entre as suas funções em matéria tributária, 
como dar competência tributária ao ente federativo, estabelecer limitações ao poder de tributar (por 
exemplo: a legalidade, irretroatividade, não-confisco, etc). Passando para a legislação ordinária em matéria 
tributária teremos, alíquota, base de cálculo, sansão pelo não recolhimento no prazo. Na legislação ordinária 
que tudo acontece. 
Previdência Social tem como tarefa oferecer a prestações previdenciárias. No regime geral (trabalhadores 
da iniciativa privada), os servidores públicos podem estar amparados por regimes próprios (RPPS). 
O servidor público que não tem regime próprio é resguardado pelo regime geral. Assim, o regime geral 
acolhe o trabalhador da iniciativa e os servidores não amparados pelo regime próprio. 
As prestações previdenciárias, estão divididas em: 
• Benefícios – prestação pecuniária. 
• Serviços – reabilitação profissional e serviço social. 
 
Direito Previdenciário 
 CUSTEIO 
 
 
No artigo 201 – RGPS – previdência pública. Não quer dizer que a clientela 
protegida é o servidor público, em regra é composto por trabalhadores do setor 
privado. Considerada pública pela presença do estado, sendo um modelo 
compulsório e regulamentado pelo INSS. 
Artigo 202 – previdência privada, realizada de maneira facultativa pelo 
contribuinte. 
O REGIME PRÓPRIO dos servidores públicos civis – artigo 40, CF. 
 
BPC – benefício de prestação continuada. Normalmente é chamado de LOAS – 
lei orgânica na assistência social, está lei 8.742/93 está para a lei 8.212/91. No 
LOAS estabelece as condições de miserabilidade para os benefícios, sendo eles: 
renda per capita inferior ¼ de salário mínimo (art. 20). 
A prestação tecnicamente é o BPC, que é regulamentado pela lei 8.7.42/93 no 
artigo 20. 
O BPC não é aposentadoria. Caráter personalíssimo. 
 
Financiamento da seguridade social (art. 195, CF) – NÃO é financiado apenas pelas contribuições sociais. 
Pois como jogos da loteria da caixa econômica, uma porcentagem vai para a seguridade social. O 
preponderante vem através de contribuições sociais (que é um tributo), por ser um tributo tem que ser 
analisado a partir da Constituição Federal que tem competência para tributar. 
 
 Seguridade social – art. 195, CF. 
Contribuições Especiais Sociais Gerais – p. ex. educação. 
 Art. 149, CF Interventivas 
 Corporativas 
REGRA MATRIZ DAS CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio 
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação 
nas respectivas áreas, observando o disposto nos artigos 146, III e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no 
art. 195, §6°, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
As contribuições seguem os regramentos dos tributos, sendo elas consideradas tributos poderá gerar várias 
consequências normativas na relação jurídica. 
Emenda 06/77 – o STF passou entender que as contribuições previdenciárias perderam a característica de 
não ser tributária. Em decorrência das remissões realizadas no art. 149, entendeu o STF que passou a ter 
natureza tributária as contribuições previdenciárias. 
• Natureza jurídica – tributária; 
• Regime jurídico – tributário. 
Apenas a UNIÃO é responsável por instituir tais tributos, mas permite que os estados, municípios e DF 
legislem sobre contribuições no regime próprio. 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: 
As normas gerais estão estabelecidas no CTN. O CTN foi editado na carta antepassada (1946) com o conceito 
de lei complementar diferenciado. 
A lei 5.172/66 – que foi recepcionada como Lei complementar, embora o CTN na forma seja lei ordinária em 
sua matéria é lei complementar. 
a) definição de tributos e suas características, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta 
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; 
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. 
• Em matéria tributária decadência da perda da Fazenda constituir um crédito tributário. Visto que, 
possui 5 anos para realizar o lançamento tributário e por meio disso constituir o crédito, antes do 
prazo não tem decadência. 
• Prescrição é a perda do direito da Fazenda de cobrar. 
Caminho tributário – arts. 173 e 174 do CTN 
 CT CT 
 FG 5 anos lançamento definitivamente constituído 5 anos cobrar 
 Data decadência hiato prescrição 
LEI 8.212/91 
Art. 45. O direito da seguridade social apurar e constituir seus créditos extingue-se após 10 (dez) anos 
contados: 
I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído; 
II – da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vicio formal, a constituição de 
credito anteriormente efetuada. 
Art. 46. O direito de cobrar os créditos da Seguridade Social, constituídos na forma do artigo anterior, 
prescreve em 10 (dez) anos. 
Nota-se que a lei ordinária descompasso com o CTN, qual será aplicável? Se entendermos que a fixação do 
prazo de prescrição e decadência é uma norma geral, conclui-se que esses artigos atacam a constituição. 
Apenas em 2008, pacifica-se a questão com a Súmula vinculante 8. São inconstitucionais o parágrafo único 
do artigo 5° do Decreto-lei n° 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212/1991, que tratam de prescrição 
e decadência tributária. 
CF – LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: 
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 
Princípio da legalidade. 
Para as contribuições que financiam a seguridade, seja para criar ou extinguir, aumentar ou reduzir não 
importa SEMPRE LEI ou MEDIDA PROVISÓRIA. 
III – cobrar tributos: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou 
aumentado; 
Princípio da irretroatividade.b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publica a lei que os institui ou aumentou; 
Para as contribuições que financiam a seguridade social, nos temos uma peculiaridade não exige-se a virada 
de ano. No artigo 185, §6° - há dispensa da virada de exercício, apenas 90 dias da publicação da lei e sua 
eficácia. 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, 
observado o disposto na alínea b; 
No geral, os tributos devem observar duas anterioridades do exercício e a nonagesimal. Nas contribuições 
sociais isso é afastado.

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