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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO ABERTA A DISTÂNCIA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS, AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS
CURSO ESPECIALIZAÇÃO EM MINERAÇÃO E MEIO AMBIENTE
A MINERAÇÃO E SEUS IMPACTOS
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Ilhéus Maio, de 2017
MAILEIDE GUIMARÃES DE SOUZA
A MINERAÇÃO E SEUS IMPACTOS
Texto dissertativo apresentado
ao Prof. Sérgio Martins da
disciplina Dinâmica da paisagem,
módulo I do curso Especialização
em Mineração e Meio Ambiente
da Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia pela
discente Maileide Guimarães de
Souza como requisito parcial de
avaliação.
Ilhéus Maio, de 2017
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O desenvolvimento da humanidade ocorreu a partir do momento que os
primeiros homens desenvolveram a capacidade de explorar/modificar seu habitat,
porém nem sempre essas modificações foram e são benéficas para o meio ambiente
e consequentemente para o próprio homem. A história que permeia a construção da
civilização da humanidade, está intrinsecamente ligada à exploração dos recursos
naturais, prática executada pelo homem desde a pré-história, onde os mesmos
usavam argila, rochas e cores extraídas dos minerais que foram utilizadas nas
pinturas rupestres. O prelúdio da evolução da humanidade sempre foi rodeado pela
necessidade da exploração dos recursos minerais e sua modificação em um bem
imprescindível para perpetuação de sua espécie.
O homem sempre em busca da melhoria da qualidade de vida e obtenção de
lucros, viu no processo minerário uma forma de obter ambos, sem preocupar-se com
as consequências que essas atividades causam ao meio ambiente, afetando biomas
até hodiernamente. Essas modificações causadas pelas atividades mineradoras
começaram a causar preocupação aos cientistas nos meados dos anos 60 do século
XX, onde vários estudiosos passaram a esboçar real preocupação com questões
pertinentes ao meio ambiente. Felizmente no atual momento não é possível instalar
qualquer empreendimento mineralógico sem que haja um rigoroso processo de
verificação dos possíveis passivos ambientais. As instalações de mineradoras em
solo brasileiro são submetidas a um conjunto de regulamentações, onde cada órgão
responsável exerce seu papel, esses órgãos regulamentadores têm a
responsabilidade de definir as diretrizes e regulamentações, bem como atuar na
concessão, fiscalização e cumprimento da legislação mineral e ambiental para o
aproveitamento dos recursos minerais. Porém nem sempre foi assim, as primeiras
mineradoras existentes no país, foram instaladas sem as devidas normas de
segurança, acarretando sérios problemas para as comunidades existentes no
entorno das minas, podemos citar as cidades de Boquira e Santo Amaro da
Purificação situadas no Estado da Bahia, onde a população até os dias atuais
convive com sérios problemas oriundos das atividades mineradoras da região, como
doenças onde as crianças são as mais afetadas por serem mais suscetíveis a
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contaminação e problemas relacionados ao meio ambiente que está bastante
comprometido nessas regiões.
Segundo CPRM (2002), os principais problemas oriundos da mineração podem
ser englobados em cinco categorias: poluição da água, poluição do ar, poluição
sonora, subsidência do terreno, incêndios causados pelo carvão e rejeitos
radioativos.
A atividade mineradora fortalece a economia do país, sendo também
indispensável para a manutenção do nível de vida e avanço das sociedades
modernas. Gerando uma gama de matérias-primas utilizadas na fabricação de
diversos produtos do nosso dia-a-dia. Contudo toda atividade mineradora requer
perdas e ganhos, de um lado há o investidor que visa os lucros e benefícios que
essa atividade lhe proporciona, do outro lado a comunidade existente no entorno
dessas mineradoras que também visam os benefícios que o empreendimento trará
para sua comunidade , como geração de emprego, maior arrecadação de impostos ,
crescimento da cidade entre outros, na maioria das vezes essas comunidades não
são devidamente instruídas sobre os reais problemas que a instalação dessas
mineradoras irão causar na sua comunidade, problemas ambientais, sociais e
econômicos.
“É inegável que, no mundo moderno, a mineração assume contornos de
importância decisiva para o desenvolvimento, pois se observa que o
minério extraído da natureza está em quase todos os produtos
utilizados”: Entretanto, esta dependência gera um ônus para a
sociedade, ou seja, o surgimento de imensas áreas degradadas que, ao
final da exploração, na maioria das vezes, não podem ser ocupadas
racionalmente (KOPEZINKI, 2000, p.12).
Os efeitos ambientais maléficos da extração mineral estão agregados aos
diversos estágios de extração dos bens minerais, desde a lavra até o transporte e
beneficiamento do minério, podendo permanecer posteriormente a oclusão das
atividades. A mineração modifica de forma considerável toda biota, ocasionado
desmatamentos, erosão, contaminação dos corpos hídricos, aumento da dispersão
de metais pesados, alterações da paisagem, do solo, além de comprometer a fauna
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e a flora. Modifica também, o modo/qualidade de vida das populações que vivem em
seu entorno. Antes de impulsionar a exploração mineral de determinadas regiões, é
necessário fazer um minucioso estudo para que os impactos gerados não se tornem
muito intensos e irreversíveis, são necessárias também fiscalizações na execução
dos procedimentos, tencionando o combate do descarte indevido de substâncias
tóxicas, exigindo também a recuperação dos solos, da vegetação e recursos hídricos
das áreas após a finalização das atividades. Esses impactos ambientais negativos,
quando não são detectados e corrigidos, se transformam num passivo ambiental, o
que tem acontecido com frequência no Brasil (PAIVA, 2006).
De maneira histórica o compromisso com as atividades relacionadas à
mineração sempre foram insuficientes, em relação a exploração de petróleo por
exemplo. É um segmento muito lucrativo, não deixando de ser um dos setores mais
tradicionalista e resoluto aos ajustes ambientais, sendo um dos segmentos onde
com maior reiteração os custos ambientais são repassados para sociedade. Para
que ocorra uma mudança significativa de fato, a sociedade deve criar alternativas
que equilibrem o desenvolvimento econômico com a preservação/recuperação
ambiental, visando a divisão das responsabilidades com a proteção ambiental não
deixando a mesma somente atrelada aos órgãos fiscalizadores, buscando
estabelecer uma parceria onde a responsabilidade seja dividida entre os setores da
sociedade, a Constituição Federal (Art. 225) salienta que: Todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações
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Referências Bibliográficas
BRANDT, Wilfred et al. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE: PROGRAMA DE PROTEÇÃO E
MELHORIA DA QUALIDADE AMBIENTAL. 2001. Disponível em: <http://www.mma.gov.br>.
Acesso em: 27 maio 2017.
CORREA, Telton Elber. A mineração e seus efeitos socioeconômicos. Disponível
em: < http://www.ibram.org.br/sites/1300/1382/00000603.pdf> Acesso em: 26 maio
2017.
DEPARTAMENTO NACIONAL DA PRODUÇÃO MINERAL - DNPM. Anuário
Mineral Brasileiro 2006. Brasília: Departamento Nacional da Produção Mineral, 2006,
Disponível em: <http://www.dnpm.bov.br>. Acesso em: 26 de maio 2017. 
IBAMA. O estado dos subsolos. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis,2006. Disponivel em:< http://www.ibama.gov.br/>
Acesso em 27 maio 2017.
Mineração e sociedade –Como tudo começou. MPGEO. Disponível em:<
https://www.mpgeo.com.br> Acesso em: 25 de maio 2017.
http://www.ibram.org.br/sites/1300/1382/00000603.pdf
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http://www.ibama.gov.br/
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