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PET/CT e Linfomas · PET/CT é a tomografia por emissão de pósitrons + tomografia computadorizada · Isótopos emissores de pósitrons: Fluor-18 (para avaliar linfomas); Gálio-68 (para avaliar tumores neuroendócrinos, marcando DOTA, que é um análogo da somatostatina) · Biodistribuição normal da FDG [18F] · Mede o consumo de glicose no organismo · Pega uma molécula de glicose, substitui um dos radicais oxidrila com um átomo radioativo de flúor · A distribuição é idêntica à glicose, exceto que a desoxiglicose é filtrada e eliminada na urina · Linfoma · É um grupo heterogêneo de doenças, com etiologia, evolução, prognóstico e tratamentos distintos · Grosseiramente, são divididos em Hodgkin e não Hodgkin; e em agressivos e indolentes · Os não Hodgkin são subdivididos em vários outros · A maioria é curável atualmente, mas com tratamento agressivo · O tratamento leva a redução da qualidade de vida dos sobreviventes: aumento de outros cânceres, doença coronariana e valvar precoces · Tratamento baseado em: · A 1ª linha é a quimioterapia · O tratamento de 2ª linha é baseado na imunoterapia e no TMO · O estadiamento adequado do linfoma é necessário para o planejamento terapêutico: consegue medir resposta da 1ª linha, e passar para 2ª linha se necessário · Estadiamento · Doença Bulky: massa que excede 10 cm no maior diâmetro (atentar que a professora de hemato considera 7 cm) · PET/CT e Linfoma · A imagem funcional modificou o estadiamento do linfoma · Permitiu a detecção da doença mesmo com achados à TC inconclusivos · O PET/CT vê linfonodo muito bem, e TC e RM só vê se estiverem > 1 cm · Auxilia no manejo terapêutico · A grande maioria dos linfomas são ávidos por FDG, facilitando o diagnóstico: captação pelas próprias células tumorais, infiltrados celulares inflamatórios (Linfoma de Hodgkin, principalmente) · As exceções são: os linfomas linfocíticos de pequenas células e derivados de mucosa (MALT), que tem menor captação pelo FDG · Indicações do PET/CT no Linfoma · Estadiamento inicial · Pet interim: PET feito na metade do tratamento (geralmente envolve 6 ciclos de quimioterapia, então faz no final do 3º ciclo). Dá uma resposta prognóstica importante – se não houver resposta até esse 3º ciclo, mudar o tratamento · Depois, faz o PET pós-terapia · Planejar a radioterapia: marcar o campo onde é a doença ativa · Estadiamento com PET/CT: de maneira geral, o PET/CT apresenta maior sensibilidade e leva a maior upstaging · Raramente há downstaging · Linfoma de Hodgkin · Alta sensibilidade sem redução da especificidade, com upstaging em aproximadamente 15% dos casos (tratamentos distintos) · Boa performance na detecção de doença extranodal, incluindo acometimento da medula óssea OBS: muitas vezes há captação de FDG pelas células inflamatórias ao redor do tumor. · Linfoma não-Hodgkin · O tumor pode estar se transformando de indolente para maligno, e sendo assim deve ser tratado como maligno · Agressivo: resultados semelhantes ao Hodgkin, porém com menor evidência na literatura · Indolente: lesões que apresentam maior avidez pelo FDG podem estar sofrendo transformação de indolente para agressivo (linfomas indolentes de baixo grau podem não apresentar captação significativa pelo FDG), portanto pode-se indicar biópsia dirigida; além de estadiamento (upstaging e downstaging semelhantes) · Envolvimento medular · PET/CT tem alta sensibilidade para detecção de envolvimento medular · Linfoma de Hodgkin · 4-16% dos pacientes tem envolvimento medular · PET/CT pode excluir envolvimento medular (caso dê negativo na MO, tem valor preditivo negativo de > 95%) · Linfoma não-Hodgkin · 15% apresentam envolvimento medular, porém pode acontecer em estágios iniciais · Menor sensibilidade do PET/CT, porém ele auxilia na suspeição de acometimento medular · Resposta Lugano · Para usar o PET para avaliar resposta à terapia, usa 3 critérios: 1. O valor de captação standartizado; 2. O critério de Lugano: mais usado pelos hematologistas, mais simples de entender; 3. A quantificação da carga tumoral do corpo inteiro (TLG): melhor avaliação do que simplesmente o escore, da avaliação ativa em mL · Lugano (tabela) · Escore 1: sem captação de FDG · Escore 2: FDG capta igual ao pool sanguíneo da aorta · Escore 3: maior que o pool sanguíneo, mas menor ou igual ao fígado · Escore 4: captação maior que a do fígado · Escore 5: captação muito maior que a do fígado, ou surgimento de novos sítios de doença · Escore X: quando se identifica captação anormal de FDG, mas não atribuída ao linfoma (ex: infecção pulmonar, segundo tumor primário) · PET/CT interim · PET/CT vem provando ser uma importante ferramenta para avaliar a resposta de tumores ao tratamento quimioterápico · Como a redução do metabolismo tumoral no linfoma ocorre logo após a QT, PET/CT interim pode ser feito após o 1º ou 2º ciclo · Entretanto, como fazer o PET/CT interim nesses momentos não mudaria em nada no tratamento, faz sempre após o 3º ciclo, que é a metade do tratamento · Pode ser afetado pelos subtipos dos linfomas · Interim no Linfoma de Hodgkin · Pode identificar pacientes com péssimo prognóstico (PFS < 25% em 3 anos) com sensibilidade de 81% e especificidade de 97% · Resultados não tão bons no linfoma não-Hodgkin · Também é verdade após a mudança de terapia Curva de tratamento comparando os pacientes que tem PET interim positivo com os que tem PET interim negativo. Isso diminui muito o prognóstico: quem tem positivo vai muito pior do que quem o tem negativo. · PET/CT pós-terapia · Alta sensibilidade, alto valor preditivo negativo · É uma das poucas unanimidades em medicina · PET-FDG [18F] na avaliação da resposta terapêutica Homem de 19 anos, preto ali no mediastino é o linfoma, na TC há massa mediastinal no pré-tratamento. No pós-tratamento a massa ainda existe, então para a TC é uma resposta parcial, mas no PET detecta que a resposta é completa: apesar de existir massa ainda, é tumor não viável. Além disso, não há mais envolvimento da medula óssea. · Radioterapia e PET/CT · Está atrelada diretamente ao estadiamento · PET/CT pode reduzir a área a ser tratada, evitando complicações · Com o PET, vai separar o que é fibrose e o que é necrose do que é tumorativo, e vai reduzir o campo de radioterapia apenas na parte de tumor viável. PET-CT nos Tumores Neuroendócrinos · Incidência de TNE vem aumentando, sobretudo devido à maior quantidade de diagnóstico · Grupo bastante heterogêneo de tumores · Pode ser dividido entre gastroenteropancreáticos (GEP), mais frequentes, que apresentam aumento da expressão de receptores de somatostatina (SSTR – existem 5 receptores, e o tipo 2 é o mais comum) – se utiliza disso para usar um marcador ligado a um análogo de somatostatina · Tumores Gastroenteropancreáticos · Carcinoides gastroentéricos · Insulinomas · VIPomas · Glucagonoma · PPoma · Tumores não funcionantes · Radiofármacos: DOTATOC-68Ga ou DOTATATE-68Ga · DOTATOC é um peptídeo análogo da somatostatina, quando combinado ao Gálio-68, forma um marcador de tumores com expressão de receptores de somatostatina (os tumores neuroendócrinos) · Biodistribuição normal do DOTATOC-68Ga no PET/CT Captação na hipófise, tireoide, além de fígado, baço, rins, um pouco de captação intestinal, há excreção urinária · Tumores que podem ser visualizados com 68Ga-DOTA-TATE no PET/CT: tumores que têm expressão de receptores de somatostatina · Tumores gastroenteropancreáticos · Tumores do sistema simpático-adrenal: feocromocitoma, paraganglioma, neuroblastoma, ganglioneuroma · Carcinoma medular de tireoide · Adenoma de hipófise, meduloblastoma, carcinoma de células de Merkel, carcinoma pulmonar de células pequenas, meningioma · PET/CT DOTATOC-68Ga · Não se faz mais a cintilografia (Octreoscan/cintilografia de receptores de somatostatina) como antigamente para tumores gastroenteropancreáticos, porque com PET-CT com DOTATOC-68Ga, é melhor. Ainda é usado se o paciente não tiver como pagar o PET-CT. · No caso de feocromocitoma e paragangliomas, provavelmente esse PET/CT substituirá a cintilografiacom MIBG-123I · É uma indicação provável em CMT · TNE classificados de acordo com o índice do Ki-67 ou contagem mitótica: apresentam agressividade variada · Bem diferenciados (graus 1 e 2): indolentes · Pouco diferenciados (grau 3): carcinoma – NEC – mais agressivos · Quanto mais bem diferenciado e menos agressivo, mais capta o DOTA (é o contrário da captação da glicose). · Se for mal diferenciado, vê na TC, mas não tem celularidade da célula que gerou o tumor, são tumores bem mais agressivos, perderam a expressão de receptor de somatostatina. Então usar FDG e DOTA. · Indicações do PET/CT DOTATOC-68Ga nos TNEs · Nos TNEs bem diferenciados · Estadiamento: detecção de doença metastática · Planejamento cirúrgico · Reestadiamento: em paciente que já foi tratado e apresentou marcador tumoral ou sintomatologia · Localizar/confirmar tumor primário, porque se for do pâncreas ou do TGI, o tratamento é diferente · Selecionar para terapia com análogos de somatostatina (octreotide, radiofármaco marcado com Lu177) · Indicação: Estadiamento Inicial · Indicação consenso na literatura · PET é o melhor método (superior aos outros) · Indicação: Estadiamento Antes do Planejamento Cirúrgico · Indicação consenso · Muitas publicações sobre benefícios da citorredução cirúrgica de metástases hepáticas, mesmo que não curativa · PET DOTA: detecção de doença mais extensa e de metástases desconhecidas, principalmente linfonodos à distância e lesões ósseas · Indicação: Localização de Tumor Primário · Em pacientes com diagnóstico de metástases de TNE ou apresentando massa inacessível à biópsia · Em até 30-40% dos casos, o PET detecta a lesão primária (comparado a 5% da TC/RM) · Até 20% dos pacientes com TNEs apresentam diagnóstico inicial através de lesão metastática · A identificação do tumor primário é importante para decisão terapêutica · Indicação: Avaliação de Paciente com Evidência Bioquímica ou Sintomatologia de TNE · Indicação apropriada, porém não consensual · Como TNEs são raros, há a probabilidade de falsos-positivos do PET · Entretanto, se o PET for negativo, exclui por completo a possibilidade de TNE para o quadro do paciente, reduzindo tempo e custo de investigação · Se o PET for positivo, prosseguir investigação diagnóstica para confirmar o achado · Indicação: Selecionar Pacientes para Terapia – PRRT (terapia direcionada a receptor de somatostatina) · Define com o PET se o tumor tem resposta a análogo de somatostatina · PRRT com Lu177 ou Y90 tem crescente importância no algoritmo terapêutico dos TNEs · PET prediz resposta terapêutica e prolonga sobrevida livre de doença · Indicação de tratamento com lutécio? · Indicação: Reestadiamento · Indicado se houver suspeita clínica ou laboratorial de progressão · Preferencialmente, quando o estadiamento também foi feito pelo PET (para evitar falsa interpretação de progressão) · Indicado se surgimento de lesão suspeita em outros exames: confirmar se recidiva ou lesão metastática, verificar se lesão permanece diferenciada e progressão para lesões indiferenciadas · Mede o grau de diferenciação tumoral · Caso: demonstrar se TNE bem diferenciado x indiferenciado O tumor neuroendócrino indiferenciado tem menor afinidade pelo “análogo de somatostatina”, mas maior afinidade pelo FDG-18F devido ao seu alto metabolismo. Uma lesão que não capta lutécio não se beneficia do tratamento – a lesão (seta) que não capta lutécio não responde ao tratamento. Fez PET-FDG, confirmando que ela capta FDG. A combinação de DOTA e FDG permite saber o grau de agressividade e heterogeneidade do tumor. · PET/CT DOTATOC-68Ga no Feocromocitoma e Paragangliomas · Mostrou-se muito superior ao PET FDG, PET FDOPA e à cintilografia com MIBG-123I · Deve ser o exame de 1ª linha para estadiamento e reestadiamento · PET/CT DOTATOC-68Ga no Carcinoma Medular de Tireoide · Tumor raro, mas agressivo, o PET DOTA é bem superior aos radiofármacos usados, como o FDG, a cintilografia com DMSA e outros traçadores. · Também serve para diagnosticar e indicar tratamento com lutécio DOTA.
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