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DEFESA DO RÉU aula 3

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Estágio Supervisionado I 
Clarice Marabuco Sampaio 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA XXX VARA CÍVEL DA COMARCA DO ESTADO DE 
CARUARU 
PROCESSO Nº XXXXXXXXXXXXXXXX 
 
CONDOMÍNIO LUAR DO SERTÃO, neste ato, representado pelo seu síndico, JOSE LOPES , já 
devidamente qualificado nos autos de ação indenizatória, movida por MÁRCIO, também já 
devidamente qualificado na inicial, pelo rito ordinário, vem por seu advogado legalmente 
constituído (procuração em anexo), com endereço profissional (endereço completo) para fins 
do artigo 39, I, do CPC, vem respeitosamente perante vossa excelência propor em tempo hábil 
sua: 
CONTESTAÇÃO 
 
I- PRELIMINARMENTE 
ILEGITIMIDADE PASSIVA 
 A parte autora busca indenização por danos sofridos em razão ter sido atingida por um 
objeto arremessado de umas das unidades condominial. Todavia, o condomínio não é parte 
legitima para figurar no polo passivo da ação, pois é perfeitamente possível identificar que 
objeto fora lançado do apartamento 802, tratando-se, assim, de unidade autônoma, que tem a 
responsabilização, disposta no artigo 938 do código civil, que assim menciona: 
 
“Art. 938. CC. Aquele eu habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano 
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.” 
 
 Dada a possibilidade, portanto, de reconhecimento de qual unidade partiu o objeto, em 
cotejo com o disposto no artigo acima, impossível ser atribuída ao Condomínio Luar do Sertão 
a condição de polo passivo da demanda. 
 
II- DA SINTESE DOS FATOS 
 O autor andava pela calçada da rua onde morava, em Caruaru, quando foi atingido na cabeça 
por um pote de vidro lançado da janela do apartamento 802 do edifício do Condomínio Luar do 
Sertão, cujo síndico é o Sr. José Lopes. Márcio desmaiou com o impacto, sendo socorrido por 
transeuntes que ligaram para o SAMU, que levou ele para o Hospital Mestre Vitalino. Lá 
chegando, Márcio foi internado e submetido a exames e, em seguida, a uma cirurgia para 
estagnar a hemorragia interna sofrida. Márcio, feirante autônomo que tem como principal fonte 
de renda a venda de frutas na Ceaca, permaneceu internado por 30 dias, deixando de trabalhar. 
 
Estágio Supervisionado I 
Clarice Marabuco Sampaio 
 
 A internação, nesse período, causou uma perda de R$ 10 mil. Após sua alta, retomou suas 
atividades. Contudo, 20 dias após seu retorno às atividades laborais, Márcio, sentindo-se mal, 
voltou ao Hospital Mestre Vitalino e foi constatada a necessidade de realização de nova cirurgia, 
em decorrência de uma infecção no crânio causada por uma gaze cirúrgica deixada no seu corpo 
por ocasião da primeira cirurgia. A parte autora ficou mais 30 dias internada, deixando de 
trabalhar. A internação de Márcio, por este novo período, causou uma perda de R$ 10 mil. 
 
 Requerendo a compensação dos danos sofridos, alegando que a integralidade dos danos é 
consequência da queda do pote de vidro do condomínio, no valor total de R$ 20 mil, a título de 
lucros cessantes, e 50 salários-mínimos a título de danos morais, pela violação de sua 
integridade física. 
 
III- DO MÉRITO 
 Na remota hipótese de não reconhecimento preliminar, a improcedência de indenização, 
em relação aos danos sofridos pela segunda cirurgia a qual foi submetido, é medida mais 
acertada, visto que trata-se de ERRO MÉDICO da equipe cirúrgica do Hospital do Mestre 
Vitalino, sendo esse o real demandado, pelo rompimento do nexo casual da conduta originária. 
Aliás, na própria exordial, a parte autora declara que voltou ao trabalho após a primeira 
intervenção cirúrgica, retornando ao Hospital Mestre Vitalino, 30 dias depois, por não ter se 
sentido bem. 
 Nessa senda, claro está a quebra do nexo de causalidade, ocorrendo a perfeita subsunção 
ao disposto no art. 403 do CC. Vejamos: 
“Art. 403. CC. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e 
danos so incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela 
direto e imediato, sem prejuízo do prejuízo disposto na lei processual.” 
 De saída, já descaracterizada a reponsabilidade do Condomínio Luar do Sertão pela 
indenização por danos morais (50 salários-mínimos), também não é devido a quantia a título de 
lucros cessantes (10 mil) , após a realização da primeira cirurgia. Ademais, no que se refere aos 
valores não auferidos pelo autor durante a recuperação do primeiro afastamento médico, 
necessário se faz a nomeação de perito judicial, a fim de se apurar o que de fato é devido, sob 
pena de enriquecimento sem causa. 
IV- DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer: 
1) O reconhecimento da preliminar de carência de ação por ilegitimidade do polo 
passivo, com a consequente exclusão da parte ora imputada ré; 
2) A citação do condômino da unidade 802, a fim de ter sua responsabilização 
devidamente apurada; 
3) Subsidiariamente, não reconhecida a ilegitimidade, julgar parcialmente os 
pedidos do autor, alegados na inicial; 
4) A participação de audiência de conciliação, caso necessário 
5) Requer a produção de todas as provas admitidas em direito 
6) A nomeação de perito judicial para apuração de eventuais valores de lucros 
cessantes; 
7) A condenação do autor aos honorários advocatícios. 
 
Estágio Supervisionado I 
Clarice Marabuco Sampaio 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento 
Caruaru, 28 de setembro de 2021 
Marcelo Gomes de Assis 
OAB/PE nº XXXXX

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