Buscar

Princípios norteadores do direito ambiental

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Ambiental
Aula 2: Princípios Norteadores do Direito Ambiental
Apresentação
Nesta aula, estudaremos os princípios norteadores do Direito Ambiental, uma vez que se
trata de disciplina autônoma, que possui princípios próprios. Iniciaremos o conteúdo
esclarecendo a importância dos princípios para o estudo do Direito, principalmente para
o Direito Ambiental. Posteriormente, veri�caremos cada um dos principais princípios
norteadores desta disciplina e ainda aqueles previstos na pátria Constituição Federal de
1988.
Objetivos
Compreender a importância dos princípios para o estudo da disciplina Direito
Ambiental;
Identi�car os princípios norteadores do Direito Ambiental;
Veri�car frente a Constituição Federal, os princípios do Direito Ambiental que se
relacionam com a mesma.
 Conceito de Princípios
Derivado do latim principium, o termo princípio signi�ca começo, início, origem, ponto
de partida, ou, ainda, a ideia de verdade primeira, que serve de fundamento ou de base
para algo. Etimologicamente, princípio origina-se de principal, primeiro, demonstrando
origem de algo, de uma ação ou de um conhecimento.
Como escreve Rodrigues (2018),
Em um primeiro momento, dentro da evolução histórica do Direito, os princípios eram
vistos como meras fontes de integração, estavam no mesmo patamar dos costumes e
da analogia.
"hoje não mais se nega sua força normativa. São
reconhecidos como verdadeiras normas jurídicas, capazes de
criar direitos, obrigações etc., nas mais variadas situações
concretas, ainda que não seja constatada qualquer lacuna. A
grande diferença, contudo, para as tradicionais regras
jurídicas é que os princípios são dotados de uma carga de
abstração muito grande."
- RODRIGUES, 2018.
Dentro do estudo do Direito, os princípios são vetores, considerados os mandamentos, o
alicerce de determinado sistema jurídico, in�uenciando todas as normas que o
compõem, criando um sentido lógico, harmônico, racional e coerente. Deles se extraem
as diretrizes básicas que permitem compreender a forma pela qual a proteção do meio
ambiente é vista na sociedade.
Na conceituação de Celso Antônio Bandeira de Melo “e o mandamento nuclear de um
sistema, verdadeiro alicerce dele”. Para Sirvinskas “são normas que exigem a realização
de algo, da melhor forma possível, de acordo com as possibilidades fácticas e jurídicas.
Os princípios não proíbem, permitem ou exigem algo em termos de tudo ou nada;
impõem a optimização de um direito ou de um bem jurídico, tendo em conta a reserva do
possível, fáctica ou jurídica”.
Nos princípios estão as proposições primárias do Direito; neles estão vinculados os
valores fundamentais de uma sociedade.
Princípios do Direito Ambiental
Segundo Thomé (2019),
Por ser uma ciência autônoma, o Direito Ambiental é fundamentado por princípios
próprios que regulam seus objetivos e diretrizes e que auxiliam no entendimento e na
identi�cação da unidade e coerência existentes entre todas as normas jurídicas que
compõem o sistema legislativo ambiental.
"o Direito Ambiental, ciência dotada de autonomia científica,
apesar de apresentar caráter interdisciplinar, obedece a
princípios específicos, pois, de outra forma, dificilmente se
obteria a proteção eficaz pretendida sobre meio ambiente.
Neste sentido, seus princípios caracterizadores têm como
escopo fundamental orientar o desenvolvimento e a
aplicação de políticas públicas que servem como instrumento
fundamental de proteção ao meio ambiente e,
consequentemente, à vida humana."
- THOMÉ, 2019.
Pelos princípios se extraem as diretrizes básicas que permitem compreender a forma
pela qual a proteção do meio ambiente é vista na sociedade.
Rodrigues (2018) esclarece que os princípios se encontram enraizados na Constituição
Federal de 1988 (CF/88) e que deles decorrem outros que lhe são derivados, mas não
expressos pelo legislador; por isso, a enumeração dos princípios do Direito Ambiental
não é uniforme na doutrina.
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano que ocorreu em
1972, na cidade de Estocolmo, capital da Suécia, estabeleceu 26 princípios que
praticamente resumem as preocupações com o desenvolvimento e o meio ambiente.
Esses princípios foram importantes fontes para os princípios norteadores do Direito
Ambiental Brasileiro.
Em junho de 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e
Desenvolvimento, conhecida como Rio-92, realizada na cidade do Rio de Janeiro,
também estabeleceu 27 princípios ambientais globais, fruto da Declaração do Rio sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento. A Declaração do Rio teve por �m:
"Estabelecer uma nova e justa parceria global mediante a
criação de novos níveis de cooperação entre os Estados, os
setores-chaves da sociedade e os indivíduos, trabalhando
com vistas à conclusão de acordos internacionais que
respeitem os interesses de todos e protejam a integridade do
sistema global de meio ambiente e desenvolvimento,
reconhecendo a natureza integral e interdependente da
Terra, nosso lar."
- BRASIL, 1992
 Principais Princípios do Direito Ambiental
 Clique no botão acima.
Princípio do Direito Humano
É considerado uma extensão do direito à vida; portanto, um direito humano. A
Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB) de 1988 estabelece, em
seu Art. 1º, III, que, entre os fundamentos do Estado Democrático de Direito,
está o da dignidade da pessoa humana, o fundamento precípuo de todo o
sistema constitucional.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
de Direito e tem como fundamentos:
III - a dignidade da pessoa humana. (BRASIL, 1988.)
O Princípio Fundamental do Direito Humano está vinculado ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado (como direito fundamental à sadia qualidade de
vida), o qual deve ser protegido para as gerações presentes e futuras, conforme
dispõe o Art. 225, caput, da CRFB. Também está previsto na Declaração de
Estocolmo como princípio comum para inspirar e guiar os povos do mundo na
preservação e na melhoria do meio ambiente.
Dentro da Declaração de Estocolmo, esse princípio encontra-se consagrado
nos Princípios nº 1 e nº 8, que dispõem:
Princípio 1 - O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao
desfrute de condições de vida adequadas, em um meio ambiente de qualidade
tal que lhe permita levar uma vida digna, gozar de bem-estar e é portador
solene de obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente, para as gerações
presentes e futuras.
[...]
Princípio 8 - O desenvolvimento econômico e social é indispensável para
assegurar ao homem um ambiente de vida e trabalho favorável e criar, na Terra,
as condições necessárias à melhoria da qualidade de vida. (BRASIL, 1972.)
Quanto à Declaração Rio-92, esse princípio encontra amparo no Princípio nº 1,
o qual esclarece que “os seres humanos estão no centro das preocupações
com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e
produtiva em harmonia com a natureza”.
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), Lei nº 6.938/81, em seu Art. 2°,
assim dispõe sobre esse princípio:
A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria
e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no
País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. (BRASIL, 1981.)
Sirvinskas (2018) destaca que
“há crítica a esse princípio, pois o acesso ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado deve ser preservado para todas as formas de vida, e não só a
humana. Cuida-se de uma visão biocêntrica e não somente antropocêntrica”.
 
 
Princípio do Desenvolvimento Sustentável
O conceito de desenvolvimento sustentável foi apresentado ao mundo em
1987, por meio do relatório intitulado Nosso Futuro Comum, também
conhecido como Relatório de Brundtland. Nele, a expressão em destaque é
conceituada como“o desenvolvimento que encontra as necessidades atuais sem comprometer a
habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades”.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
javascript:void(0);
Trata-se de um dos mais importantes princípios do Direito Ambiental. O
Princípio do Desenvolvimento sustentável procura coadunar proteção ao meio
ambiente com desenvolvimento socioeconômico, com o objetivo de melhorar a
qualidade de vida de todos nós.
A CRFB/88 expressa esse princípio ao referenciar o dever de defender e
preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações. No caput do
Art. 225, a Constituição a�rma que “todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Ainda a Constituição, no capítulo da Ordem Econômica, também faz menção à
defesa do meio ambiente ao a�rmar que a ordem econômica fundada na
valorização do trabalho humano e na livre iniciativa tem por �m assegurar a
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observada,
dentre outros princípios, a proteção ambiental, conforme disposto no Art. 170,
VI, da CRFB:
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e
na livre iniciativa, tem por �m assegurar a todos existência digna, conforme os
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
[...]
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de
elaboração e prestação. (BRASIL, 1988.)
O desenvolvimento sustentável exige dos governos políticas públicas de
saneamento, educação ambiental, �scalização no efetivo cumprimento das
normas ambientais, diminuição do consumismo, eliminação da pobreza e da
poluição.
 
 
Princípio da Ubiquidade
Por meio desse princípio, o bem ambiental não encontra qualquer fronteira; ele
está presente em todos os lugares, fruto principalmente de sua natureza
difusa. Como escreve Rodrigues (2018),
“por sua característica difusa de bem onipresente e de titularidade �uida, o bem
ambiental jamais �ca delimitado a uma determinada circunscrição espacial ou
temporal”. Rodrigues (2018),
Esse princípio evidencia que o objeto de proteção do meio ambiente deve ser
levado em consideração sempre que uma política, atuação, legislação sobre
qualquer tema, atividade ou obra tiver de ser criada e desenvolvida. Isso ocorre
porque o Direito Ambiental tutela a vida e a qualidade de vida; assim, tudo que
se pretende fazer, criar ou desenvolver deve, antes, passar por uma consulta
ambiental para saber se há ou não possibilidade de degradação ao meio
ambiente.
 
 
Princípio da Cooperação
É indispensável cooperar para controlar, evitar, reduzir e eliminar e�cazmente
os efeitos prejudiciais que determinadas atividades produzam no meio
ambiente.
Esse princípio está previsto nos Princípios nº 22 e nº 24 da Conferência de
Estocolmo. Reza a redação do Princípio 22 da citada Conferência:
Os Estados devem cooperar para continuar desenvolvendo o direito
internacional, no que se refere à responsabilidade e à indenização das vítimas
da poluição e outros danos ambientais, que as atividades realizadas dentro da
jurisdição ou sob controle de tais Estados, causem às zonas situadas fora de
sua jurisdição. (BRASIL, 1972.)
Já o Princípio 24 estabelece: “Todos os países, grandes e pequenos, devem
ocupar-se com espírito e cooperação e em pé de igualdade das questões
internacionais relativas à proteção e melhoramento do meio ambiente”.
Quanto à Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,
estabelecida na Rio-92, o Princípio da Cooperação está previsto em diversos
princípios. São eles: Princípios nº 5, nº 7, nº 9 e nº 12.
Princípio 5: Todos os Estados e todos os povos cooperarão na tarefa
fundamental de erradicar a pobreza como condição indispensável ao
desenvolvimento sustentável, por forma a reduzir as disparidades nos níveis de
vida e melhor satisfazer as necessidades da maioria dos povos do mundo.
[...]
Princípio 7: Os Estados cooperarão com espírito de parceria global para
conservar, proteger e recuperar a saúde e integridade do ecossistema da Terra.
Tendo em conta as diferentes contribuições para a degradação ambiental
global, os Estados têm responsabilidades comuns, mas diferenciadas. Os
países desenvolvidos reconhecem a responsabilidade que lhes cabe na procura
do desenvolvimento sustentável a nível internacional, considerando as
pressões exercidas pelas suas sociedades sobre o ambiente global e as
tecnologias e os recursos �nanceiros de que dispõem.
[...]
Princípio 9: Os Estados deverão cooperar para reforçar as capacidades
próprias endógenas necessárias a um desenvolvimento sustentável,
melhorando os conhecimentos cientí�cos através do intercâmbio de
informações cientí�cas e técnicas, e aumentando o desenvolvimento, a
adaptação, a difusão e a transferência de tecnologias incluindo tecnologias
novas e inovadoras.
[...]
Princípio 12: Os Estados deverão cooperar na promoção de um sistema
econômico internacional aberto e apoiado que conduza ao crescimento
econômico e ao desenvolvimento sustentável em todos os países de forma a
melhor tratar os problemas de degradação ambiental. As medidas de política
comercial motivadas por razões ambientais não devem constituir um
instrumento de discriminação arbitrária ou injusti�cada ou uma restrição
disfarçada ao comércio internacional. As ações unilaterais para lidar com
desa�os ambientais fora da área de jurisdição do país importador devem ser
evitadas. As medidas ambientais para lidar com problemas ambientais
transfronteiriços ou globais devem, tanto quanto possível, ser baseados num
consenso internacional. (BRASIL, 1992.)
Perante as Conferências Internacionais da Organização das Nações Unidas,
esse princípio busca a cooperação entre os países, seja por meio da
cooperação técnica e cientí�ca para diminuir a degradação do meio ambiente,
seja por uma cooperação social a �m de reduzir a pobreza mundial, o
consumismo e a poluição em todas as suas formas. Em nosso país, a
cooperação é entre o poder público em todas as esferas da federação e
também as empresas na busca da preservação e proteção do meio ambiente.
A CRFB/1988, em seu Art. 4°, IX, estabelece o Princípio da Cooperação ao
disciplinar: “A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos Princípios da Cooperação entre os povos para o progresso
da humanidade”.
 
 
Princípio da Participação ou Democrático
Esse princípio assegura a todos os cidadãos o direito pleno de participar na
elaboração de políticas públicas ambientais. São mecanismos de participação
popular na elaboração de políticas públicas ambientais:
1. A participação de iniciativa popular nos procedimentos legislativos, a
realização de referendos sobre leis e a atuação de representantes da
sociedade civil em órgãos colegiados dotados de poderes normativos.
2. A atuação direta da sociedade na defesa do meio ambiente, participando
na formulação e na execução de políticas ambientais, mediante ação de
representantes da sociedade civil em órgãos colegiados responsáveis pela
formulação de diretrizes e pelo acompanhamento da execução de políticas
públicas.
3. A participação popular direta na proteção do meio ambiente, a utilização
de instrumentos processuais que permitem a obtenção da prestação
jurisdicional na área ambiental e que estão à disposição do cidadão e da
coletividade brasileira na tutela do meio ambiente, como a Ação Popular, a
Ação Civil Pública e o Mandado de Segurança Coletivo.
A participação popular e o acesso à informação são elementos básicos para
garantir a proteção do meio ambiente e um permanente envolvimento nas
questões ambientais.
Esse princípio está previsto no Princípio nº 10 da Declaração do Rio sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento, quenarra:
A melhor forma de tratar as questões ambientais é assegurar a participação de
todos os cidadãos interessados ao nível conveniente. Ao nível nacional, cada
pessoa terá acesso adequado às informações relativas ao ambiente detidas
pelas autoridades, incluindo informações sobre produtos e atividades
perigosas nas suas comunidades, e a oportunidade de participar em processos
de tomada de decisão. Os Estados deverão facilitar e incentivar a
sensibilização e participação do público, disponibilizando amplamente as
informações. O acesso efetivo aos processos judiciais e administrativos,
incluindo os de recuperação e de reparação, deve ser garantido. (BRASIL,
1992.)
 
 
Princípio da Educação Ambiental
Educação ambiental está outorgada nas seguintes legislações: CRFB/1988, no
Art. 225, §1°, VI; na Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, que instituiu a Política
Nacional de Educação Ambiental; e na Política Nacional do Meio Ambiente, Lei
nº 6.938/81, em seu Art. 2º, X, que expressam:
CRFB, Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-
lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
[...]
VI - Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente. (BRASIL, 1988.)
Lei 6.938/81, Art. 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida,
visando assegurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico,
aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida
humana, atendidos os seguintes princípios:
[...]
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio
ambiente. (BRASIL, 1981.)
Perante a Carta Constitucional para assegurar a efetividade do direito de
preservar e defender o meio ambiente, deve o poder público promover a
educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública
para a preservação do meio ambiente.
A Lei nº 9.795/99, que dispõe sobre a Educação Ambiental e institui a Política
Nacional de Educação Ambiental, em seu Art. 1°, conceitua a educação
ambiental como sendo “os processos por meio dos quais o indivíduo e a
coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”.
A norma continua em seu Art. 2° esclarecendo que “a educação ambiental é
um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar
presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo
educativo, em caráter formal e não formal”.
Segundo o Art. 5° da Política Nacional de Educação Ambiental, são objetivos
fundamentais da educação ambiental:
I. o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em
suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos,
psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, cientí�cos, culturais e
éticos.
II. a garantia de democratização das informações ambientais.
III. o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a
problemática ambiental e social.
IV. o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e
responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se
a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da
cidadania.
V. o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis
micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade
ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade,
solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e
sustentabilidade.
VI. o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a
tecnologia.
VII. o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e
solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade. (BRASIL,
1999.)
A norma também estabelece princípios próprios instituídos no Art. 4° e seus
incisos. São eles:
I. enfoque humanista, holístico, democrático e participativo.
II. concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a
interdependência entre o meio natural, o sócio econômico e o cultural, sob
o enfoque da sustentabilidade.
III. o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da
inter, multi e transdisciplinaridade.
IV. a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais.
V. a garantia de continuidade e permanência do processo educativo.
VI. permanente avaliação crítica do processo educativo.
VII. abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais,
nacionais e globais.
VIII. o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e
cultural. (BRASIL, 1999.)
O Princípio da Educação Ambiental está previsto na Declaração de Estocolmo,
no Princípio nº 19, que consagra:
É indispensável um trabalho de educação em questões ambientais, visando
tanto às gerações jovens como os adultos, dispensando a devida atenção ao
setor das populações menos privilegiadas, para assentar as bases de uma
opinião pública, bem informada e de uma conduta responsável dos indivíduos,
das empresas e das comunidades, inspirada no sentido de sua
responsabilidade, relativamente à proteção e melhoramento do meio ambiente,
em toda a sua dimensão humana. (Brasil, 1972.)
 
 
Princípio do Poluidor-Pagador
Um dos principais princípios do Direito Ambiental, ele impõe ao poluidor o
dever de arcar com as despesas de evitar a ocorrência de danos ambientais
(caráter preventivo) e, ocorrido o dano, em razão da atividade desenvolvida, ser
responsável por sua reparação (caráter repressivo).
Objetiva evitar o dano (caráter preventivo), mas, uma vez ocorrido, deverá ser
responsabilizado (caráter repressivo). Assim, o poluidor terá de arcar com todo
o prejuízo, de forma integral, pelos danos que causou ao bem ambiental.
Como escreve Thomé (2019), esse princípio é
considerado como fundamental na política ambiental, pode ser entendido
como um instrumento econômico que exige do poluidor, uma vez identi�cado,
suportar as despesas de prevenção, reparação e repressão dos danos
ambientais.
Para sua aplicação, os custos sociais externos que acompanham o processo
de produção (v.g. valor econômico decorrentes de danos ambientais) devem
ser internalizados, ou seja, o custo resultante da poluição deve ser assumido
pelos empreendedores de atividades potencialmente poluidoras, nos custos da
produção. Assim, o causador da poluição arcará com os custos necessários à
diminuição, eliminação ou neutralização do dano ambiental. (THOMÉ, 2019.)
Tem como fundamento legal o Art. 14, § 1º, da Lei nº 6.938/81, e o Art. 225, §
3º, da CRFB:
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Lei 6.938/81, Art. 14
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o
poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou
reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua
atividade. (BRASIL, 1981.)
CRFB, Art. 225
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados. (BRASIL, 1988.)
Sirvinskas (2018) ressalva que “o fato de o poluidor ser obrigado a reparar os
danos causados não signi�ca que ele poderá continuar a poluir”. E continua o
autor: “Não sendo possível a recomposição, o poluidor deverá ressarcir os
danos em espécie, cujo valor deverá ser depositado no fundo para o meio
ambiente”.
O Princípiodo Poluidor-Pagador tem como fundamento o Princípio nº 13 da
Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, o qual prevê que
os Estados irão desenvolver legislação nacional relativa à responsabilidade e à
indenização das vítimas de poluição e de outros danos ambientais. Os Estados
irão também cooperar, de maneira expedita e mais determinada, no
desenvolvimento do direito internacional no que se refere à responsabilidade e
à indenização por efeitos adversos dos danos ambientais causados, em áreas
fora de sua jurisdição, por atividades dentro de sua jurisdição ou sob seu
controle. (BRASIL, 1992.)
O Princípio nº 16 da Declaração do Rio também abraçou esse princípio ao
consagrar que
as autoridades nacionais deverão esforçar-se por promover a internalização
dos custos ambientais e a utilização de instrumentos econômicos, tendo em
conta o princípio de que o poluidor deverá, em princípio, suportar o custo da
poluição, com o devido respeito pelo interesse público e sem distorcer o
comércio e investimento internacionais. (BRASIL, 1992.)
 
 
Princípio do Usuário-Pagador
Consiste na cobrança de um valor econômico pela utilização de um bem
ambiental. Esse princípio estabelece que quem utiliza o recurso ambiental deve
suportar seus custos. Tal valor não se deve constituir, porém, em uma taxa
abusiva ou em enriquecimento sem causa.
Sirvinskas (2018) destaca que tal princípio “está relacionado ao usuário de um
serviço público qualquer. Ou seja, só deve pagar pelo serviço o usuário efetivo
do bem, por exemplo, a água, o esgoto etc.”.
Não tem a natureza reparatória e punitiva prevista no princípio do Poluidor-
Pagador, pois não está associado a infração ou ilicitude.
A Lei nº 6.938/81, em seu Art. 4º, VII, dispõe que a Política Nacional do Meio
Ambiente (PNMA) visará “à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação
de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição
pela utilização de recursos ambientais com �ns econômicos” (grifo nosso).
Princípio da Prevenção
A prevenção refere-se ao dano conhecido. Ocorre quando o perigo é certo e se
tem elementos seguros para a�rmar que uma atividade especí�ca é
efetivamente perigosa.
Nesse caso, existe o conhecimento dos efeitos de determinadas atividades e
das medidas que se impõem no sentido de evitá-las ou, pelo menos, minimizá-
las.
Esse princípio tem o objetivo de impedir a ocorrência de danos ao meio
ambiente, adotando-se medidas acautelatórias prévias à instalação, obra ou
implantação de determinado empreendimento ou atividade considerada efetiva
ou potencialmente poluidora.
O Princípio da Prevenção está previsto no caput do Art. 225 da Constituição
Federal de 1988, ao narrar que é dever do Poder Público e da coletividade
defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações.
 
 
Exemplo
Exemplo de aplicação do Princípio da Prevenção é o Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) para a instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de signi�cativa degradação do meio ambiente.
 
Thomé (2019) disciplina que esse princípio é
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
orientador no Direito Ambiental, enfatizando a prioridade que deve ser dada às
medidas que previnam (e não simplesmente reparem) a degradação ambiental.
A �nalidade ou o objetivo principal do princípio da prevenção é evitar que o
dano possa chegar a produzir-se. Para tanto, necessário se faz adotar medidas
preventivas. (THOMÉ, 2019.)
 
 
Princípio da Precaução
Por esse princípio, não existe prova de�nitiva de que o dano ao meio ambiente
ocorrerá. Trata-se de mera possibilidade, ameaça de que o dano ambiental irá
materializar-se.
Como escreve Thomé (2019),
“o Princípio da Precaução é considerado uma garantia contra os riscos
potenciais que, de acordo com o estado atual do conhecimento, não podem ser
ainda identi�cados”. Thomé (2019)
Segundo Milaré (2018),
a invocação do Princípio da Precaução é uma decisão a ser tomada quando a
informação cientí�ca é insu�ciente, inconclusiva ou incerta e haja indicações
de que os possíveis efeitos sobre o meio ambiente, a saúde das pessoas ou
dos animais ou a proteção vegetal possam ser potencialmente perigosos e
incompatíveis com o nível de proteção escolhido. (MILARÉ, 2018.)
O Princípio da Precaução decorre do Princípio nº 15 da Declaração do Rio,
assim descrito:
Para que o ambiente seja protegido, será aplicada pelos Estados, de acordo
com as suas capacidades, medidas preventivas. Onde existam ameaças de
riscos sérios ou irreversíveis não será utilizada a falta de certeza cientí�ca total
como razão para o adiamento de medidas e�cazes em termos de custo para
evitar a degradação ambiental. (BRASIL, 1992.)
 
 
ATENÇÃO
O Princípio da Precaução não deve ser confundido com o princípio da
Prevenção, muito embora possa ser entendido, para alguns autores, como um
desdobramento deste. O Princípio da Prevenção pressupõe uma razoável
previsibilidade dos danos que poderão ocorrer a partir de um determinado
impacto; já o Princípio da Precaução pressupõe, ao contrário, uma razoável
imprevisibilidade dos danos que poderão ocorrer, dada a incerteza cientí�ca
dos processos ecológicos envolvidos.
 
 
Princípio da Responsabilidade Ambiental
Engloba a responsabilidade civil, penal e administrativa da pessoa física e da
pessoa jurídica que causa dano ao meio ambiente. É possível que uma única
conduta lesiva ao meio ambiente impute ao causador do dano
responsabilidade civil, penal e administrativa. Essas responsabilidades podem
ocorrer de forma individual ou cumulativamente.
O Princípio da Responsabilidade Ambiental teve sua origem na
responsabilidade objetiva consagrada no Art. 14, § 1º, da Lei nº 6.938/81
(PNMA), e no § 3º do Art. 225 da Constituição Federal de 1988.
PNMA, Lei nº 6.938/91, Art 14 - Sem prejuízo das penalidades de�nidas pela
legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas
necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados
pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o
poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou
reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua
atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para
propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio
ambiente. (BRASIL, 91.)
CRFB, Art. 225
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados. (BRASIL, 1988.)
Por esse princípio, o poluidor, pessoa física ou jurídica, de direito público ou
privado, responderá por suas ações ou omissões que causarem dano ao meio
ambiente, �cando sujeito a sanções cíveis, penais ou administrativas.
 
 
Princípio da Obrigatoriedade da Intervenção Estatal na Defesa do Meio
Ambiente
Dispõe o Art. 225, caput, da Constituição Federal que cabe ao poder público o
dever de defender e preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado
para as presentes e futuras gerações. Nesse sentido, tal princípio decorre da
natureza indisponível do direito ao meio ambiente saudável. Segundo Thomé
(2019) Ele tem por base a atuação obrigatória do Estado na proteção ambiental
em decorrência da natureza indisponível do meio ambiente, “cuja proteção é
reconhecida hoje como indispensável à dignidade e à vida de toda pessoa –
núcleo essencial dos direitos fundamentais” (THOMÉ, 2019).
Está disciplinado no Art. 174 da Constituição Federal de 1988:
“Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado
exercerá, na forma da lei, as funções de �scalização, incentivo e planejamento,
sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado”
(BRASIL, 1988).Também consta no Princípio 17 da Declaração de Estocolmo de 1972 que se
deve
“con�ar às instituições nacionais competentes a tarefa de plani�car,
administrar e controlar a utilização dos recursos ambientais dos Estados, com
o �m de melhorar a qualidade do meio ambiente” (BRASIL, 1972).
Tais dispositivos consignam expressamente o dever do Poder Público em atuar
na defesa do meio ambiente, tanto no âmbito administrativo, quanto no âmbito
legislativo e até no jurisdicional, cabendo ao Estado adotar as políticas públicas
e os programas de ação necessários para cumprir esse dever imposto.
 
 
Princípio do Equilíbrio Resultado Global
Por meio dele, determina-se que sejam pesadas todas as implicações de uma
intervenção no meio ambiente, buscando-se adotar a solução que melhor
concilie um resultado globalmente positivo. Tendo como característica básica
a ponderação de valores, esse princípio é voltado para a Administração Pública,
a qual deve sopesar todas as causas que podem ser desencadeadas por
determinada intervenção no meio ambiente, adotando-se a solução que
busque o desenvolvimento sustentável.
 
 
Princípio do Limite
É o princípio pelo qual a Administração Pública tem o dever de �xar parâmetros
para as emissões de partículas, de ruídos e de presença de corpos estranhos
no meio ambiente, levando em conta a proteção da vida e do próprio meio
ambiente. Está diretamente ligado ao exercício do Poder de Polícia do Estado,
pois cabe a este �scalizar e orientar a sociedade quanto aos limites em usar e
aproveitar o bem ambiental.
Segundo Milaré (2018), esse princípio “resulta de intervenções necessárias à
manutenção, preservação e restauração dos recursos ambientais com vista à
sua utilização racional e disponibilidade permanente”.
Tal princípio possui fundamento no Art. 225, §1°, V, da Constituição Federal, e
no Art. 9°, I, da Lei nº 6.938/81 (PNMA).
CRFB, Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-
lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
[...]
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos
e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio
ambiente. (BRASIL, 1988.)
PNMA, Lei n. 6.938/91, Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio
Ambiente:
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental. (BRASIL, 1991.)
 
 
Princípio da Função Socioambiental da Propriedade Privada
Consagra a sobreposição do interesse público ao interesse privado. O poder
estatal (em tese, ilimitado) será limitado todas as vezes que atingir direitos e
garantias individuais. Contudo, o interesse na proteção do meio ambiente, por
ser de natureza pública, deve prevalecer sempre sobre os interesses individuais
privados, ainda que legítimos.
A Constituição Federal de 1988, ao mesmo tempo em que garante o Direito de
Propriedade em seu Art. 5º, XXII, deixa claro que este tem uma função social a
cumprir, prevista tanto no Art. 5º, XXIII, quanto no Art. 170, III, no Art. 182, §2º
(função social da propriedade urbana), e no Art.186, II (função social da
propriedade rural).
CRFB, Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
[...]
XXII - é garantido o direito de propriedade.
CRFB, Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
[...]
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social.
CRFB, Art. 170 - A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho
humano e na livre iniciativa, tem por �m assegurar a todos existência digna,
conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
III - função social da propriedade.
CRFB, Art. 182 - A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder
Público municipal, conforme diretrizes gerais �xadas em lei, tem por objetivo
ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o
bem-estar de seus habitantes.
§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
CRFB, Art. 186 - função social é cumprida quando a propriedade rural atende,
simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei,
aos seguintes requisitos:
[...]
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do
meio ambiente. (BRASIL, 1988.)
 Atividade
1. O Superior Tribunal de Justiça, no acórdão que é fruto do processo REsp n.
1667087/RS, Recurso Especial 2017/0085271-2, relator Ministro Og Fernandes, julgado
em 07/08/2018 e publicado DJe 13/08/2018, escreveu:
Em questões ambientais, deve haver a preponderância dos princípios da precaução e
do poluidor-pagador, insculpidos em nosso ordenamento jurídico, de modo a
preservar a teleologia constitucional – Art. 225 da Carta Maior – de que todos temos
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (STJ, 2018.)
Diante de parte do acórdão apresentado pelo STJ, explique com as suas palavras o que
compreendeu sobre os princípios da Precaução e do Poluidor-Pagador.
2. Na perspectiva da tutela do direito difuso ao meio ambiente, o ordenamento
constitucional exigiu o estudo de impacto ambiental para instalação e desenvolvimento
de certas atividades. Nessa perspectiva, o estudo prévio de impacto ambiental está
concretizado no Princípio:
a) da Precaução.
b) da Prevenção.
c) da Vedação ao Retrocesso.
d) do Poluidor-Pagador.
e) do Limite.
3. Ciente de que a atividade de minério, por sua natureza, causa degradação ao bem
ambiental, e diante de desastres ambientais como os que ocorreram no município de
Mariana, fruto do rompimento da barragem de Fundão, e na cidade de Brumadinho, onde
houve o desmoronamento da barragem de rejeitos de minério de ferro da mina Córrego
do Feijão, qual (quais) princípio(s) do Direito Ambiental você veri�ca que foi (foram)
violado(s) pelas empresas mineradoras?
 Desastre ambiental de Brumadinho. Fonte: Disponível em: jornaldacidadeonline.com.br. Acesso em: 22 abr. 2019.
javascript:void(0);
4. Dispõe o Art. 170, VI, da Constituição Federal de 1988:
A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
tem por �m assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social, observados os seguintes princípios:
[...]
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme
o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e
prestação. (BRASIL, 1988.)
Esse artigo e inciso da Constituição Federal estão vinculados ao:
a) Princípio do Limite.
b) Princípio da Prevenção.
c) Princípio da Intervenção Estatal na Propriedade Privada.
d) Princípio da Precaução.
e) Princípio do Desenvolvimento Sustentável.
5. Muitos dos princípios da política global do meio ambiente, formulados inicialmente na
Conferência de Estocolmo em 1972 e revistos e ampliados na Rio-92, foram integrados
ao nosso ordenamento jurídico e, em grande parte, recepcionados pela Constituição
Federal de 1988. Identi�que quais princípios, das duas declarações, estão previstos no
Art. 225, caput, da Constituição Federal de 1988.
Notas
Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil 1988.Disponível em:
//www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: 22
abr. 2019.
______. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus �ns e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm. Acesso em: 22 abr. 2019.
______. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a
Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível em:
//www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm. Acesso em: 22 abr. 2019.
______. Ministério do Meio Ambiente (MMA). CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE
AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO - RIO-92. 1992, Rio de Janeiro. Declaração do Rio sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento. Brasília, 1992. Disponível em:
//www.meioambiente.pr.gov.br/arquivos/File/agenda21/Declaracao_Rio_Meio_Ambiente_Desenvolvimento.pdf
. Acesso em: 25 jul. 2019.
______. CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE HUMANO.
Estocolmo, 1972. Declaração da Conferência de ONU no Ambiente Humano. Brasília, 1972.
javascript:void(0);
javascript:void(0);
javascript:void(0);
javascript:void(0);
Disponível em:
https://apambiente.pt/_zdata/Politicas/DesenvolvimentoSustentavel/1972_Declaracao_Estocolmo.pdf
. Acesso em: 25 jul. 2019.
MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. 18. ed. Revistas dos Tribunais. 2018.
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Direito Ambiental Esquematizado. 5. ed. São Paulo: Saraiva,
2018.
SIRVINSKAS, Luís Paulo. Manual de Direito Ambiental. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
THOMÉ, ROMEU. Manual de Direito Ambiental. 9. ed. Bahia: JusPodium, 2019.
Próxima aula
Direito Ambiental e sua proteção constitucional;
Competência constitucional ambiental.
Explore mais
Princípios Jurídicos do Direito Ambiental.
6 Importantes princípios do direito ambiental <https://www.inbs.com.br/6-principios-
direito-ambiental-2017/> .
Princípio da Precaução <//www.mma.gov.br/component/k2/item/7512-
princ%25C3%25ADpio-da-precau%25C3%25A7%25C3%25A3o> .
Compreendendo as dimensões do desenvolvimento sustentável
<https://www.youtube.com/watch?v=pZ2RsinirlA> .
javascript:void(0);
javascript:void(0);
https://www.inbs.com.br/6-principios-direito-ambiental-2017/
https://www.mma.gov.br/component/k2/item/7512-princ%25C3%25ADpio-da-precau%25C3%25A7%25C3%25A3o
https://www.youtube.com/watch?v=pZ2RsinirlA

Continue navegando