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LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO PROF. ME. MARCO ANTÔNIO SENA DE SOUZA Reitor: Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira Pró-Reitoria Acadêmica Maria Albertina Ferreira do Nascimento Diretoria EAD: Prof.a Dra. Gisele Caroline Novakowski PRODUÇÃO DE MATERIAIS Diagramação: Alan Michel Bariani Thiago Bruno Peraro Revisão Textual: Fernando Sachetti Bomfim Marta Yumi Ando Simone Barbosa Produção Audiovisual: Adriano Vieira Marques Márcio Alexandre Júnior Lara Osmar da Conceição Calisto Gestão de Produção: Cristiane Alves © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande responsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conhecimento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivência no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mercado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira REITOR 33WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 01 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................4 1. HISTÓRIA E CONCEITUAÇÃO DA LOGÍSTICA ........................................................................................................5 1.1 IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA ...............................................................................................................................5 1.1.1 A LOGÍSTICA E O COMÉRCIO ELETRÔNICO .......................................................................................................8 1.2 HISTÓRIA E CONCEITUAÇÃO DA LOGÍSTICA ......................................................................................................9 1.2.1 UM POUCO DE HISTÓRIA DA LOGÍSTICA ......................................................................................................... 12 1.2.2 LOGÍSTICA NA CONTEMPORANEIDADE .......................................................................................................... 15 2. A LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO ........................................................................................................................... 16 2.1 LOGÍSTICA OUTBOUND E INBOUND .................................................................................................................... 18 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................22 BASES CONCEITUAIS SOBRE A LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO PROF. ME. MARCO ANTÔNIO SENA DE SOUZA ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO 4WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Entre os dias 21 e 31 de maio de 2018, uma greve da categoria dos caminhoneiros conseguiu paralisar por 11 dias a economia brasileira, impactando a distribuição de vários tipos de produtos e serviços em todo o território nacional, causando, por decorrência, prejuízos consideráveis nos mais diferentes setores produtivos. Também outra brutal redução de operações comerciais se iniciou em todo território brasileiro. Tal medida fora decretada por vários governadores em meados do mês de março de 2020 como uma das medidas de enfrentamento da epidemia do coronavírus, em seus respectivos Estados. Dentre as várias lições aprendidas com esses eventos, de fato, ele conseguiu fazer com que as autoridades e a sociedade em geral constatassem a falta de um olhar preocupado com os problemas do transporte. Mais recentemente, o temor em relação ao coronavírus impactou o setor de turismo de muitos países, cancelamento de megaeventos, viagens de negócios, comprometimento da logística de abastecimento de cadeias de suprimentos dos países, dentre outros impactos relacionados à área. A discussão sobre a falta de produtos em ambos os casos demonstra um cenário onde os personagens desempenham um papel dentro do ambiente ainda desconhecido, que é a logística. A logística envolve uma série de ações, desde a aquisição de atacadistas e fornecedores até a fabricação, armazenamento e entrega aos clientes de produtos e matérias-primas. É imperativo que todo empresário tenha um forte entendimento de seus sistemas de logística para garantir que ele esteja maximizando os lucros e seja capaz de oferecer aos clientes a experiência mais positiva possível. Assim, a gestão da logística leva em conta a ideia de que ela afeta as empresas a obter uma eficiência na relação fornecedor/cliente e, dessa forma, ajuda empresas a crescerem em seus mercados e vendas, e constroem fortes relações com seus clientes. Nesse primeiro módulo, estudaremos o conceito e a evolução da logística, lembrando que você deve buscar alinhar a teoria e a prática para privilegiar o melhor aprendizado das principais ideias sobre o tema “logística”, que, por sua vez, devem resultar no conhecimento e desenvolvimento de um futuro profissional. Bons estudos!!! 5WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. HISTÓRIA E CONCEITUAÇÃO DA LOGÍSTICA 1.1 Importância da Logística Concentre-se no fato de que você acabou de fazer a aquisição de um produto pela internet (comércio eletrônico). Para o momento, entenderemos que nada de excepcional há nessa operação, nem na operação de pagamento desse produto. Porém, vamos dar o destaque devido ao processo de como fazer esse produto chegar até você. Sejamos mais ambiciosos ainda e pensemos na situação desde o processo de obtenção da matéria-prima até a chegada do produto a suas mãos. Ao se perguntar sobre o porquê você faria isso, e arriscando fazê-lo, você simplesmente estará entrando no coração da logística. Em um primeiro momento, atenha-se ao fato de que há uma complexidade envolvida no processo de deslocar mercadorias, envolvendo, para isso, por exemplo, conhecimentos sobre gestão, economia, engenharia, geografia, e de várias ferramentas computacionais, para que todo o sistema de deslocamento não falhe, dado que há condicionantes como aspectos jurídicos envolvidos, bem como prazos estabelecidos. Que tal os desafios de como levar um rinoceronte- negro da República Checa para a Tanzânia; aspargos frescos do Peru para as mesas de requintados restaurantes brasileiros; e que tal lidar com a logística humanitária em desastres naturais? Você terá de reunir grandes capacidades e habilidades para esses e para tantos outros eventos que envolvem uma complexidade na gestão logística. O mundo contemporâneo é marcado pela agressividade concorrencial entre empresas, envolvendo muita criatividade em explorar novas oportunidades. No entanto, também há uma busca incessante e crescente em dar maior satisfação para empresas e clientes. Para isso, um serviço altamente valorizado e especializado será desenvolvido para gerar uma dinâmica distintiva na relação empresa/cliente. As mercadorias comercializadas terão de chegar a seus destinos, tendo sido asseguradas suas características e aspectos contratuais, lembrando que a concorrência aque nos referimos é global, e mais e mais empresas de variados portes ingressam nesse mercado. Segundo a Federação Internacional da Cruz Vermelha, a Logística humanitária consiste em um conjunto de processos e sistemas envolvidos na mobilização de pessoas, recursos e conhecimento para ajudar comunidades vulneráveis, afetadas por desastres naturais ou emergências complexas. Ela busca à pronta resposta, visando a atender o maior número de pessoas, evitar falta e desperdício, organizar as diversas doações que são recebidas nesses casos e, principalmente, atuar dentro de um orçamento limitado. 6WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Por conta desse imenso mercado e o desenvolvimento de tecnologias, chegamos a um nível em que concorremos com produtos de outros países. E nisso lhe pergunto: será que você não tem nenhum produto de origem chinesa em sua residência? Sem nos darmos conta, estamos utilizando lápis de escrever de origem alemã, camisetas de origem cambojana e até mesmo cabelos naturais para aumento do comprimento e volume nos cabelos de homens e mulheres, e que foram importados pela Índia. A Suíça não possui clima para plantar cacau, mas seus chocolates estão presentes em vários Duty Frees nos mais variados aeroportos internacionais, inclusive no Brasil. A Alemanha também não produz café, mas possui várias marcas de cafés comercializadas no mercado internacional. Estando por lá, peça um Schwarzkaffee (café preto), mas, a menos que você seja um(a) degustador(a) profissional, não saberá se esse café é brasileiro ou colombiano. Também em Apucarana – PR, conhecida como terra do boné, as empresas têm de concorrer com os bonés de origem chinesa que, por sua vez, também estão disponíveis nas várias cidades brasileiras. Realidades como essas nos inspiram a muitas outras discussões, mas novamente nos indagamos: como esses produtos chegam até o consumidor? Por fim, sendo algo comum a todos nós, fazer compras em um supermercado nos estimula a pensar no quanto a logística é uma parte indispensável das empresas fornecedoras, conferindo a elas competitividade e economia de custos, mas isso se efetivamente houver profissionais capacitados. É por isso que estudar logística implica habilidades necessárias para um profissional que irão muito além da visão limitada de simples deslocamentos de produtos de uma localidade a outra. Envolverá o controle de estoque da cadeia de distribuição, a colaboração do sistema de compras no plano estratégico da empresa, gerenciamento de bens intrínsecos através dos processos de armazenagem, lista das metas a serem alcançadas observando os processos de expedição e transporte, tomada de decisões sobre aspectos específicos de logística, como por exemplo, logística de hospitais, logística reversa, logística inbound/onbound; gestão financeira e planejamento logístico nacional e internacional. Ufa!!! São muitos aspectos e esteja certo de que tem muito mais a se explorar. Observe, no entanto, que tudo na logística afeta os resultados empresariais. Isso inclui deterioração, custos de combustível, taxas de remessa, armazenamento e qualquer outra coisa envolvida no trânsito do produto ao seu cliente. Se você pode reduzir a deterioração do produto ou reduzir os custos de logística, economizará dinheiro e aumentará suas margens de lucro. A lógica é muito simples, mas não o será se não houver uma profissionalização nesse sentido. Para Pozo (2019), a grande importância da logística é gerar um valor comprador para o cliente e um valor estratégico para a empresa. Antecipando ou melhor compreendendo as demandas e expectativas dos clientes, a empresa consegue se posicionar estrategicamente tendo a logística como uma ferramenta ou uma finalidade organizacional. E como você pode compreender, a logística transcende aquela visão imediatista e equivocada de ser tão somente um instrumento de movimentação de mercadorias. Ela está ligada ao gerenciamento de estoques e equilíbrio entre oferta e a demanda por produtos, também está presente na relação entre países, respeitando suas leis e tratados, bem como está desenvolvendo seus serviços para atendimento dos mercados e da satisfação dos clientes. 7WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA É importante, também, observarmos que, por conta do desenvolvimento das operações das empresas na melhoria de seus processos e atividades, essas demandam um perfil de profissionais cujas atribuições são as seguintes para o atual profissional de logística: • Formação profissional e cursos de especialização na área em que deseja atuar. • Capacidade de interagir com os mais variados níveis hierárquicos das organizações. • Ser uma pessoa que saiba trabalhar em equipe. • Possuir proatividade, não esperando que seja cobrado pelas suas tarefas, e multifuncionalidade, adaptando-se a outras funções correlatas sempre que necessário. • Vontade de aprender e crescer, responsabilidade e, principalmente, cumplicidade com o trabalho e com a organização, fidelidade não à chefia, mas à empresa e seus objetivos. • Conhecimento de tecnologias da informação que proporcione maior performance e rendimento aos processos logísticos. • Possuir resiliência para ser capaz de vencer as dificuldades e obstáculos, por mais fortes e traumáticos que eles sejam. • Possuir inteligência emocional para ter a capacidade de manipular as emoções de forma que elas trabalhem a favor e o conduzam mais próximo de seus objetivos. • Saber onde se deseja chegar, sempre respeitando o próximo e a si mesmo. De fato, as habilidades mais demandadas para a maioria das ocupações deve mudar com o advento da chamada Quarta Revolução Industrial, que corresponde à aplicação da robótica avançada, inteligência artificial e a automação dos processos. Vídeo comercial da Temp Log, intitulado Revolução Logística – veja os últimos 20 anos. Como item complementar, o vídeo traz um conceito aproximado ao conteúdo explicado até aqui, e que pode lhe descortinar uma nova visão sobre a logística. TEMP LOG. Revolução Logística – veja os últimos 20 anos, 2019. 1 vídeo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7PalRl6Ld9k . Acesso em: 14 abr. 2020. Logística 4.0, no sentido mais restrito, implica a criação de redes e a integração de processos logísticos dentro e fora das empresas comerciais e instalações de produção, até o controle descentralizado em tempo real das redes logísticas. As soluções incluem os sistemas ciberfísicos, que consistem em sistemas embarcados interconectados via redes de comunicação ou componentes como dispositivos com inteligência autônoma e recursos de tomada de decisão, como câmeras, detectores e carros autônomos. https://www.youtube.com/watch?v=7PalRl6Ld9k 8WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.1.1 A logística e o comércio eletrônico Estão se tornando muito comuns as compras em plataformas eletrônicas. Compras feitas na internet envolvem produtos de interesse e uma superplataforma de transações eletrônicas, mas se não houver meios de pagamento adequados aos clientes e um sistema de entrega satisfatório, o fracasso é iminente. Clientes que tenham uma boa experiência de compras em sites de vendas podem não se importar com a forma de como se fabrica o seu produto, mas com certeza o tem com o fato do prazo com que irão ter seus produtos entregues, sobretudo nas condições estabelecidas ou pactuadas. Portanto, esse é um grande problema para os fornecedores online. Quando sua logística não consegue preparar pedidos rapidamente para entrega, remessa ou entrega, o cliente fica esperando e provavelmente pode até estar comprando em outro site. Melhorar a experiência do cliente pode ser conseguido através do processo de automatização de muitas etapas de quem trabalha nessas organizações, incluindo o controle de estoque,o controle da sanidade ou condições físicas do produto, ou ainda se o mesmo está de acordo com as especificações técnicas envolvidas. Também em relação aos clientes, é importante fornecer constantemente atualizações e feedback a eles, o que lhes dá uma sensação de maior confiança no serviço prestado (TURCHI, 2019). O envio de números de rastreamento de entrega para que esse cliente acompanhe em tempo real o pedido formulado faz parte da moderna prestação de serviço. Importa lembrar que, segundo o Código de Defesa do Consumidor (Lei n° 8.078/90), o cliente comprador tem o direito de arrependimento em sua compra online no prazo de sete dias, em que esse passando a desistir da operação de compra não precisará explicar o motivo. Observe aqui o contexto que está relacionado à logística, dado que a devolução de compras feitas aos fornecedores dessa mercadoria envolverá uma operação cujo fluxo de etapas é invertido, ou seja, a mercadoria partirá do cliente em direção ao fornecedor. Percebe a dimensão que a logística começa a assumir? De fato, a dedicação e o aperfeiçoamento de profissionais da logística são necessários para lidar com esses desafios também, pois, por exemplo, no momento em que você faz a leitura desse texto, um gigantesco número de operações de compra de produtos pelos sites está sendo feito ao redor do mundo. E a lógica permanece igual: as empresas estarão acionando seus processos produtivos no sentido de fazer chegar ao cliente o produto solicitado, no tempo certo e com as características certas. Por outro lado, conforme citado anteriormente, muitos serão aqueles que estarão desistindo da sua intenção de compra, exigindo novos esforços das empresas envolvidas com a logística para o retorno dos produtos aos fornecedores. Da sua atuação no sistema de logístico de sua organização, um conjunto de atividades serão desenvolvidas para superar as barreiras no espaço e no tempo que possam ocorrer no período da Black Friday, ou no transporte e armazenamento dos veículos do circuito da Fórmula 1, como também na movimentação dos 19.224 contêineres que cabem no maior navio do mundo. 9WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Portanto, a logística vai lidar com o fluxo de armazenamento de mercadorias, como o desempenho de serviços, com terceirização, com o fluxo de informações dentro e fora das organizações nas mais diversas circunstâncias. 1.2 História e Conceituação da Logística Como dissemos preliminarmente, a logística pode ser definida como o conjunto de atividades e processos necessários para garantir a entrega da mercadoria ao seu cliente final. Envolve as atividades que garantem a entrega da mercadoria ao cliente, isto é, o processo de transporte de mercadorias do local de produção para o ponto em que o produto é comercializado ou entregue ao consumidor final. Mas ampliando a visão sobre esse importante segmento empresarial, e diante dos exemplos apresentados, veremos que a logística é um processo de coordenação e movimentação de recursos, como o de equipamentos, alimentos, líquidos (combustíveis, por exemplo), inventários, materiais de um local a outro onde se processará o armazenamento até o destino desejado desses itens. Um fluxo de materiais e informações percorre ao longo da cadeia de suprimentos (supply chain), funcionando como pontes entre fornecedores e clientes como veremos mais à frente. A Black Friday é uma das principais datas para os lojistas online em que, além de haver grande possibilidade de aumentar os rendimentos de micro e pequenas empresas, é uma época em que os Correios e transportadoras estão sobrecarregados, e os atrasos são frequentes. Segundo levantamento da Agência Brasil, em 2019, dos 1500 consumidores entrevistados no país, 76% entendem que essa é uma data de evento de preço, cuja atratividade pelo valor das mercadorias é um atributo reconhecido por 53% dos entrevistados, estando os homens (na média) dispostos, naquele ano, a gastar R$741,00 e as mulheres R$325,00. Vamos fazer um fechamento desse tópico, lidando com a questão da terceirização dentro do e-commerce. Uma palestra voltada para lojistas do mercado digital com uma empreendedora que faz a ligação da evolução da logística com a nova tendência chamada Fulfillment. LOGÍSTICA FULFILLMENT. Fulfiment – a evolução logística, 2018. 1 vídeo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mIpqwGOmQ0M . Acesso em: 14 abr. 2020. 10WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Tais afirmações apresentam clara relação com o conceito formulado pela principal entidade internacional que reúne profissionais na área da gestão logística de quase todos os setores da indústria, governo e universidades, que é o Council of Supply Chain Management Professional – “Conselho de profissionais de Supply Chain”, que diz que: a logística é o processo de planejar, implementar e controlar, eficientemente, o custo correto, o fluxo e armazenagem de matérias-primas, estoques durante a produção e produtos acabados, e as informações relativas a esta atividade, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender aos requisitos do cliente. Considerando o significado do termo “conceito” ser uma “ideia, juízo ou opinião”, podemos observar que o conceito apresentado nos traz muitas opções para outras reflexões. Por exemplo, os proprietários de empresas que não têm uma boa noção de logística geralmente lutam para entender por que o roubo, a deterioração e as perdas por movimentação de mercadorias são altas em relação aos números do estoque. O estoque no fundo é um recurso que não está efetivamente sendo utilizado, mas potencialmente pode gerar mais recursos financeiros à empresa. Em outra situação, se o proprietário de uma empresa sabe que deve levar dois dias para levar um produto de um lado do país a outro, mas está levando três, ele precisará enfrentar e corrigir o problema junto ao fornecedor ou mesmo substituí-lo por um novo (GIACOMELLI; PIRES, 2016). Também é uma questão de a logística optar por ter muito estoque disponível. São decisões que envolvem riscos, pois, se ocorrer um incêndio no armazém, perdas consideráveis podem ter efeitos em curto, médio e longo prazos na confiança do consumidor. Os pedidos existentes resultariam atrasos no cumprimento e novos pedidos não teriam continuidade. A base de clientes pode pensar que a empresa não poderá mais atender aos pedidos se o problema persistir por um período de tempo muito prolongado. Além disso, os custos de seguro e o tratamento de sinistros são por demais impactantes, pois muitas empresas têm um seguro insuficiente quando se trata de inventário (bens e materiais disponíveis em estoque). Outra realidade é a de que há muitos caminhões trafegando nesse país sem que a carga esteja segurada. Sabemos que há uma questão de custos associada, mas pense nos riscos envolvidos novamente. As empresas precisam ter fornecedores confiáveis para garantir que não precisem absorver os custos e riscos do armazenamento, mantendo sob seu controle o excesso de estoque de produtos. Para que você possa ir lidando com essas possibilidades, com tomadas variadas de decisão, precisamos que compreenda que, nesse contexto, teremos as operações logísticas mantidas pela execução de três atividades logísticas primárias, que são fundamentais ao processo logístico. Segundo Ballou (2001 apud BLOCK et al., 2017), essas são: 1. Transporte – responsável pela obtenção de mercadorias, movimentação de matérias- primas e produtos para fornecedores e clientes, mas é responsável por 1/3 a 2/3 dos custos logísticos. 2. Estrutura e manutenção de estoques – responsável pela disponibilidade de produtos à demanda de clientes, exercendo efeito “amortecedor” entre oferta e demanda de produtos. 3. Processamento de pedidos – responsável pela dinâmica das atividades logísticas com o recebimentodo pedido, localização no estoque, armazenagem, separação e despacho desses itens aos clientes via transporte. Demais atividades indispensáveis às atividades primárias são denominadas de atividades logísticas de apoio, que incluem atividades de manuseio de materiais, embalagem de proteção dos produtos, obtenção, programação de produtos e manutenção de informações. Essas atividades ditas “primárias” não podem faltar, aliás, não há sentido ou propósito logístico sem elas. Elas ajudam no desenvolvimento dos objetivos logísticos, mas são apresentadas dessa forma para que, com esse entendimento, você elabore no ambiente de logística a estratégia pertinente a cada caso e que, notadamente, começa com o entendimento das atividades primárias, transcendendo imediatamente às atividades de apoio. 11WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Ainda que lhe sejam estimulantes os desafios a serem assumidos e que possam ser vislumbrados nos conceitos apresentados, vamos deixar mais interessantes, nessa parte introdutória, alguns outros problemas concretos que devem corroborar com suas análises e soluções eficazes, o que é esperado de você na qualidade de profissional dessa área. Vejamos: • Desenvolvimento Tecnológico – no trânsito de mercadorias dentro de um armazém, pode ocorrer do uso de novas tecnologias. O custo da adaptação às novas tecnologias usadas na cadeia de suprimentos é alto, mas é um requisito para sobreviver no setor competitivo. Algumas dessas tecnologias incluem identificação por radiofrequência para código de barras e escaneamento (RFID), tecnologia de comunicação como intercâmbio eletrônico de dados (EDI), GPS e tecnologia de manuseio de materiais. Provavelmente, você já tenha ouvido falar de entregas utilizando drones nos Estados Unidos. É uma inovação que chegará em breve. • Lógica reversa – é exigida por todos os negócios de comércio eletrônico. Como dissemos anteriormente, os clientes precisam de uma maneira de devolver os itens que compraram, caso estejam insatisfeitos, e esse processo precisa ser executado sem problemas. Uma estratégia de logística reversa pode ser desafiadora e dispendiosa, sem o suporte certo. Processar as devoluções de produtos em tempo hábil para satisfazer seus clientes pode incluir reembalar itens não utilizados para revenda ou pode incluir reformar itens a serem vendidos a um preço com desconto. Importa lembrar que a legislação ambiental do país é considerada uma das mais sofisticadas do mundo, porém atender a seus requisitos implica grande poder de visão. Aprofundaremos essa temática mais à frente. • Infraestrutura das estradas e segurança – Uma coisa é você trafegar por uma rodovia como no trecho Campinas-SP a Jacareí (SP-065 e SP-340), considerada, na pesquisa CNT/2019 (23ª Pesquisa Rodoviária da Confederação Nacional do Transporte), a melhor rodovia do país nessa ligação, e que está entre aquelas de menor índice de violência no trânsito. Outra coisa é você interligar transportadores de carnes da região sul para a região norte, que chegam a percorrer mais de 3823 km ou mais de 66h no trecho São Paulo-Manaus. Muitos riscos estão associados, mas o destaque está na qualidade dos pavimentos asfálticos das estradas, sinalização, pontos de apoio, pontos de fiscalização presentes ao longo de uma rota. No cenário atual de recuperação da economia global, a logística desempenha um papel fundamental na facilitação do comércio e, por extensão, na garantia do sucesso das operações comerciais. No entanto, mudanças nas demandas dos consumidores, modelos de negócios complexos, demandas crescentes dos clientes e tratamento específico para cada um, são apenas alguns dos principais fatores que caracterizam as relações de mercado com o gerenciamento de logística. Então, como o gerenciamento de logística pode personalizar um serviço convencionalmente padrão? Esse talvez seja o principal desafio que a indústria vem enfrentando nos últimos anos, dentre outros, aos quais você tem convite garantido para participar. 12WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.2.1 Um pouco de história da logística Para compreendermos as origens da logística, temos de nos voltar para a Grécia antiga, onde a palavra “logos” tinha um significado de razão/proporção. Decorreu uma evolução com essa palavra, surgindo então o termo logistiki que podia ser traduzido essencialmente por organização financeira. Agora, estamos em uma França napoleônica, onde os meios comuns de absorção de palavras ocorrem. Agora, logistiki se torna loger, compreendido como alojamento, mas logo assumiu o significado de transporte, abastecimento e alojamento de tropas. Já na Inglaterra, o termo Logistics irá ter significado por volta do século XVII. Não se pretende aqui com essa explicação que você tenha de se prender a uma informação sobre a evolução propriamente da palavra logística, mas sim de que, originalmente, como um termo militar usado para descrever como a força militar obtinha, armazenava e movia equipamentos e suprimentos, ele evoluiu acompanhando a dinâmica das atividades militares, porém, adaptadas ao conceito empresarial. Portanto, e de fato, os primeiros “logísticos” foram oficiais militares gregos cujo trabalho era garantir que alimentos, armas e suprimentos médicos chegassem ao lugar certo, na hora certa sob um planejamento ajustado às necessidades do momento futuro. A etimologia da palavra “logística”, cujo conceito apresentado anteriormente sobre o contexto de logística, versa sobre o gerenciamento do fluxo de coisas entre o ponto de origem e o consumo é feito para atender aos requisitos de consumidores ou corporações. Fixado o conceito, perceba, então, e volte seu olhar novamente para a importância da logística no mundo moderno. São muitos detalhes que fazem total diferença nos resultados das empresas, ou mesmo para você no seu cotidiano. Nas refeições que você faz, nos deslocamentos que você tem de fazer na sua cidade ou localidade, e até mesmo nas comunicações que você precisa estabelecer. Como sugestão de vídeo, poderemos apreciar a condição prática da logística na Primeira Guerra Mundial. Perceba a importância da logística avaliando as dificuldades das tropas portuguesas que não contaram com a eficiência logística como suporte de operações. DEFESA NACIONAL. Postal da Grande Guerra: partidas e logística. 2017. 1 vídeo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=QDVdL9Pnc7k . Acesso em 12 mar.2020. Também é interessante avaliar uma parte da logística militar brasileira através da narrativa de um oficial que explana como é o funcionamento e peculiaridades da logística do exército. EXÉRCITO BRASILEIRO. A logística de uma operação militar. 2019. 1 vídeo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=sQkMmniIxLk . Acesso em: 12 mar. 2020. 13WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA O mundo “respira e transpira” logística. Para além dos itens responsáveis pela dinâmica da logística dos recursos, ela envolverá também a integração de produção, embalagem, segurança de transporte, manuseio de materiais e fluxo de informações, itens considerados atividades de apoio. No entanto, logístico é eminentemente um termo militar; portanto, as primeiras aplicações foram em áreas militares. A principal importância da palavra foi entendida e aplicada durante a Segunda Guerra Mundial e depois passou a ser vista e também aplicada como um assunto científico (GIACOMELLI; PIRES, 2016). Antes, porém, vários são os pontos na história que consolidam as posições teóricas práticas da importância da logística. De fato, a humanidade sempre necessitou transportar itens de um local para outro, e logo o desenvolvimento adveio na medida em que melhores equipamentos e recursos ajudavam a obter mais itens para mais locais com menores esforços. Os avanços na tecnologianos permitiram levar esses itens muito mais rápido e distante. Imagine a construção das pirâmides do Egito antigo há quase 5.000 anos. Ainda que não fosse conhecida como tal, a logística utilizada nessa extraordinária edificação desempenhou um papel imprescindível. Estima-se que egípcios trabalharam ao longo de 20 anos para erguer tais monumentos, entre corte de blocos que pesavam em média 2,5 toneladas, apesar de que foram encontradas pedras gigantes estimadas em até 80 toneladas. Apesar de haver rochas calcárias próximas a essas edificações, de fato, os registros demonstram que alguns blocos vinham de até 800 quilômetros de distância do ponto onde seriam utilizados. Na verdade, não há um consenso sobre como os blocos gigantes foram transportados, mas, de toda forma, tal complexidade encontrou uma solução brilhante de cunho logístico. A pirâmide de Gizé tem 146 metros de altura e pesa 6 milhões de toneladas, e explicações sobre como um nível de precisão foi obtido naquela época (entre 2700 a.C. e 2300 a.C.) contrasta com os meios de transportes que auxiliavam nessa façanha, mas que viriam com esse sucesso ditar aspectos na fundação do comércio internacional com o uso dos navios de remos gregos. Agora, em um salto no tempo, imagine-se observando de perto o deslocamento das tropas de Alexandre o Grande, da Macedônia (356 a.C. a 323 a.C.). Imagine as campanhas junto a um exército de 35.000 homens que marchavam em média 32 quilômetros por dia, alcançando feitos como o percurso de 6.400 km do Egito à Pérsia e Índia sabendo que para isso um enorme suprimento logístico se faria necessário para essa empreitada. Como profissionais, deixaremos de lado as conquistas feitas, mas exaltaremos os feitos logísticos para um exército considerado o mais rápido em deslocamento para sua época. Também, outro feito anterior a Alexandre o Grande ocorreu em 481 a.C., no deslocamento das tropas de Xerxes na expedição de encontro aos gregos, onde cerca de 3.000 navios foram utilizados. Posterior a Alexandre o Grande, houve, em 218 a.C., a guerra entre Cartago e Roma (Segunda Guerra Púnica), onde o general Aníbal utilizou elefantes para o transporte de 60.000 homens e suprimentos na travessia dos Pirineus em direção à Itália. Um feito considerado extraordinário. A trajetória humana está repleta de feitos similares a esses, mas vamos a mais um salto na história, e veremos que, por volta de 1500, já havia um serviço postal na Europa com tempos de trânsito para a entrega postal, estritamente definidos. Cartas eram entregues em lugares como Paris, cidades da Espanha e a corte imperial de Viena. Esse correio atingia seu destino com muito pouco atraso. Por volta de 1800, o uso prático do motor a vapor, a invenção de veículos, ferrovias e navios, bem como a descoberta de petróleo bruto inauguraram uma nova era econômica que gerou novas missões, ferramentas e oportunidades para a logística. Mas o destaque vai para as locomotivas inglesas e americanas que começaram a deslocar mercadorias e passageiros em meados das décadas de 1820 e 1830. As máquinas, com o passar do tempo, evoluíam e se adaptavam melhor às curvas e desenvolviam maior velocidade. Seguiram-se rapidamente outras inovações e, por volta de 1850, locomotivas inglesas e americanas eram exportadas para nações em desenvolvimento. 14WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A logística também foi um tópico de interesse de filósofos militares e historiadores, como o filósofo chinês Sun Tzu (545 a.C. a 470 a.C.), e Carl Von Clausewitz (1790 a 1831) que retrataram a arte da logística em seus trabalhos. Von Clausewitz, em seu renomado texto “Da Guerra (1832)”, refere-se à logística e a linhas de suprimento como centros de gravidade, ou alvos que, se destruídos, podem derrotar o inimigo sem o embate direto. Durante a Primeira Guerra Mundial, a logística militar foi o elo vital na rede que forneceu tropas com rações, armas e equipamentos. Com o início da Segunda Guerra Mundial, a logística foi aperfeiçoada, porém, em novembro de 1941, o front de guerra alemão cai, vitimando 250 mil soldados da Wehrmacht (forças armadas da Alemanha) devido à imprevidência do comando alemão totalmente despreparado para lidar com temperaturas na casa de 10 ºC. O despreparo logístico na frente oriental da Segunda Guerra Mundial, como exemplo, sofreu uma guinada total quando analisamos o conflito chamado Guerra do Golfo. Ali, contrário ao ocorrido das cercanias da cidade de Stalingrado (atual Rússia), tropas de uma coalisão lideradas pelos Estados Unidos, demonstraram haver um excelente planejamento logístico; centralização do comando logístico; apoio de bases em território Saudita, com boa infraestrutura e superioridade militar e tecnológica para atuar em território iraquiano. Como resultado, não há como negar que a logística ganhou um lugar de maior importância ainda também no mundo dos negócios. A inspiração na disciplina e precisão foi disseminada em várias atividades. A partir de então, muitos dos logísticos militares continuaram suas trajetórias como gerentes de logística. O trabalho deles era garantir que houvesse uma empresa de transporte eficiente cuidando de todas as entregas, tanto estrangeiras quanto domésticas, além dos níveis de estoque e armazenamento. A entrega é apenas uma parte da equação logística. De fato, pode não ser a parte mais importante. Afinal, o que importa se uma organização estruturar um transporte que garanta a pronta entrega se não tiver os produtos certos em estoque? Razões como essas justificam o porquê de as empresas começarem a investir em logística a partir da década de 1950. Além disso, as empresas estavam se globalizando e essas agora prescindiriam de sistemas que as ajudasse a fornecer bens e serviços de forma rápida e acessível a todos os pontos do globo. Veja os aspectos de um projeto que dependeu de um grande esforço logístico e que teve a especificidade de atuar em um patrimônio ambiental da humanidade, que é a floresta amazônica. O projeto do gasoduto Urucu-Coari-Manaus foi outro feito inédito, pois foi desenvolvido em um local que não havia estradas ou portos para a condução de equipes e material; não havia fontes de energia instaladas; não havia infraestrutura de alojamentos, alimentação e comunicações. Vejamos o que efetivamente foi esse esforço logístico. ANDRADE GUTIERREZ. Andrade Gutierrez – Coari-Manaus. 2014. 1 vídeo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ju-aee3RXmg&pbjreload=10 . Acesso em: 12 mar. 2020. 15WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.2.2 Logística na contemporaneidade É ao término da 2ª Guerra Mundial que empresas e negócios adotaram os fundamentos da logística e começaram a implementá-los nos processos comerciais, de forma mais específica por volta dos anos 60 e continua até a data de hoje, porém de forma inovadora e acelerada. Por volta de 1990, a logística dá uma especial atenção ao processo de distribuição. A resposta rápida e eficiente ao consumidor é agora possível pelo uso de tecnologias que foram desenvolvidas e aplicadas por muitos varejistas e empresas atacadistas. Através das ferramentas computacionais, os tempos de reação aos desenvolvimentos de mercados e ao fornecimento eficiente são uma realidade. Nesse período, as empresas começaram a exportar mais e, portanto, a transportar mais. A busca por inovações trouxe uma onda de concorrências nas empresas, e essa competição na era da globalização moldou a história da logística da maneira que é hoje. Outro aspecto interessante é o advento do container marítimo que impacta as condições de produção em quase todas as indústrias ao redor do mundo. É através dele e do comércio entre os países que novas regiões experimentam booms comerciais, contribuindo significativamente para a globalização. Nesse período, a logística dará uma especial atenção ao processode distribuição. Conforme dito anteriormente, a resposta rápida e eficiente ao consumidor é agora possível pelo uso de tecnologias que foram desenvolvidas e aplicadas por varejistas e empresas atacadistas. Os tempos de reação aos desenvolvimentos do mercado e o estabelecimento de fornecimento eficiente são uma realidade, dado que, nesse período, as empresas começaram a exportar mais e, assim, a transportar mais. A busca por inovações trouxe uma onda de concorrências nas empresas, e essa competição na era da globalização moldou a história da logística da maneira que é hoje. Muitos brasileiros, por conta da pandemia do coronavírus, não puderam seguir rotinas de fazer suas compras em shoppings ou em lojas de rua, favorecendo o comércio eletrônico, que registrou um aumento de demanda ante a essa restrição. E muitos não puderam contar com suas encomendas vindas do exterior. Uma dúvida surge a partir daí: a logística doméstica é diferente da logística internacional? Pois bem, apesar de a logística doméstica ser feita dentro das fronteiras de um país, ela não é tão trabalhosa como a logística internacional que prescinde de processos aduaneiros e de burocracias no trânsito de mercadorias. Além da distância onde se opera, o tempo para todo o trâmite, desde o embarque até a liberação da carga em um porto seco conta muito e mesmo o modal transporte que se utiliza, em boa medida, é feito com contêineres. É importante saber que o Regulamento Aduaneiro não prevê concessões ou tolerâncias aos erros, por menor ou mais insignificante que for, sendo necessárias permissões da autoridade aduaneira, pagamentos de tributos às esferas federais e estaduais. Muitos profissionais estão atuando no comércio exterior, e, por conta disso, muitos têm trajetória de suas carreiras em outras nações. 16WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Surge, então, o gerenciamento da cadeia de suprimentos que é visto como uma consideração holística dos principais processos de negócios que se estendem dos fornecedores aos consumidores e que pode alimentar o desenvolvimento de mercados globais. Decorrente a isso, as organizações logo percebem que a logística pode aumentar ou diminuir sua participação no mercado, envolvendo muitas empresas e etapas para a gestão do produto do fornecedor ao cliente final. A gestão da cadeia de suprimentos ou Supply Chain será objeto de estudo em próximo módulo. 2. A LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO Como você pode perceber, muitas são as atividades presentes no gerenciamento da logística, nas quais, é normal envolver o gerenciamento de transporte inbound (de entrada), que é um processo de fazer o fluxo de matérias chegar do fornecedor até a unidade de processamento ou fábrica; e o transporte outbound (de saída), feito da unidade processadora ou fábrica em direção aos centros de distribuição (CDs), pontos de venda ou ao consumidor final. De várias formas e em vários graus, a logística fará os atendimentos aos clientes, influenciando direto ou indiretamente os pedidos de fornecimento e compras nas fábricas, o planejamento e programação da produção e a montagem que ocorrem dentro do gerenciamento da distribuição física. A distribuição física lida com a distribuição de produtos acabados de maneira a atender às necessidades e expectativas dos clientes ao menor custo possível, com a transferência do produto para o usuário final (GIACOMELLI; PIRES, 2016). É clara essa questão, mas o que está em jogo são os tipos de tarefas de logística que se aplicam àqueles que operam na última parte da cadeia de suprimentos. Não se esqueça de que o processo de distribuição começa quando um fornecedor recebe um pedido de um cliente. Vamos às principais etapas: 1.Gestão de transporte – é aqui onde você aplicará seus conhecimentos na escolha do meio de transporte (modal) para o transporte da carga, observando se isto lhe levará a contratação de frota terceirizada ou de veículos próprios. De maneira prática, utilizaremos a comparação do preço do uso de caminhões (modal rodoviário) que é 1,7 vezes superior ao do ferroviário, mas devemos considerar a velocidade, a disponibilidade e a frequência de trens para determinados locais. 2. Avaliação e expedição de mercadorias - envolve a separação de mercadorias que pode ser feita de forma manual ou com o uso de coletores de dados, voz (Picking by voice) ou através do uso de níveis de automação que reduz o contato do operador com mercadoria. Em boa medida, o que está em jogo é a velocidade de disponibilidade da carga para transporte. Não há como negar os impactos que a logística promove no meio social. Paulatinamente, as sociedades assimilam os propósitos vinculados a ela e conhecem sua importância. Assim, como leitura complementar, sugerimos a leitura de um texto que lhe ajudará a fixar vários conceitos. Acesse: OLIVEIRA, Luciel. Introdução à Logística. 2006. Disponível em: https://administradores.com.br/artigos/introducao-a-logistica. 17WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 3. Administração de frete – o trabalho nessa etapa exige muita atenção e análise de mercado. É nessa etapa que o transporte de uma carga será feito mediante pagamento dos custos das empresas, tendo bases para cálculo diversas variáveis que são resolvidas, muitas vezes, pela presença de uma tabela de frete utilizada para cálculos pelas transportadoras e para conferência das faturas enviadas para pagamento por parte do embarcador. Envolve aspectos como peso, impostos, prazos de entregas, tipos de carga (fracionada? compacta?) etc. 4. Indicadores de desempenho – é por eles que você irá organizar melhor sua organização e irá fazer planejamentos, pois as métricas relevantes dos processos logísticos permitem tomadas de decisões ante a necessidade de previsão ou minimização de problemas. Os prazos cumpridos dentro do tempo previsto de entrega é um exemplo de indicador, além do número de incidentes como pedidos errados, mercadorias danificadas, custos de armazenagem, dentre outros. Como já é considerada uma ferramenta utilizada para separação de produtos por voz, é interessante você conhecer as atividades relacionadas à picking. Há vantagens de se utilizar o voice picking, aplicados em operações de envio de produtos ao varejo. Vamos ver isso no vídeo da Prática Logística. PRÁTICA LOGÍSTICA. Voice Picking. 2017. 1 vídeo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FvhPELZaom8 . Acesso em: 12 mar. 2020. Veja os principais tipos de fretes utilizados pelas empresas brasileiras que são os fretes CIF e FOB e que envolve a avaliação da qualidade do serviço, a reputação da empresa transportadora e as condições de pagamento, por exemplo. Vejamos isso no vídeo da Bluesoft ERP. BLUESOFT ERP. Diferença entre os fretes CIF e FOB. 2018. 1 vídeo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=U_hWguVhmQQ. Acesso em: 12 mar. 2020. 18WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 5. Roteirização ou planejamento de rotas – aqui o trabalho está relacionado à economia de consumo de recurso (como combustível, desgaste do veículo etc.) e de tempo, pois se deve levar em consideração, na sua tomada de decisão, o trânsito das vias, condições da infraestrutura de transporte, restrições como alturas máximas dos veículos e/ou das cargas, pedágios, riscos e segurança dispensada ao processo de transporte. Provavelmente, você já tenha feito o uso de aplicativos para smartphones baseados em navegação por satélite para localização e rotas como os populares Waze ou Google Maps, que são exemplos de menor porte dentre uma grande variedade de softwares disponíveis no mercado, mas que servem e complementam o propósito da roteirização. Muitas funções de negócios se enquadram na categoria de logística, como você viu até agora. No entanto, o conceito de logística geralmente pode serdividido em logística de entrada (INBOUND) e logística de saída (OUTBOUND). Vejamos do que se trata. 2.1 Logística Outbound e Inbound Comecemos nosso assunto com um exemplo: a logística Inbound e Outbound de veículos acabados são gerenciadas separadamente em todo o mundo, oferecendo desafios distintos. Isso significa que a distribuição de veículos da fábrica para o revendedor é conhecida como logística Outbound ou logística de saída. A logística Inbound ou de entrada”, em contraste, compreende as operações logísticas entre os componentes fornecidos às montadoras de veículos, e representa uma parcela significativa do tempo de entrega total do pedido à entrega no setor automotivo (veja a Figura 1). Observe que o gerenciamento da logística está presente em todos os níveis de planejamento e execução: estratégico, operacional e tático. Figura 1 – Esquema gráfico da logística Inbound/Outbound. Fonte: O autor. 19WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA É uma função de integração que coordena e também integra atividades de logística com outras funções, incluindo marketing, fabricação e vendas, finanças e tecnologia da informação. A partir do exemplo apresentado, vamos conhecer um pouco mais a logística Outbound (de saída). Essa logística requer infraestrutura em termos de equipamento de transporte, como navios e caminhões especialmente projetados, equipamentos especializados de manuseio, instalações portuárias, armazéns, centros de distribuição e assim por diante. Então, a logística de distribuição outbound na prática administrativa envolverá um esforço de tentar gerenciar sistematicamente um conjunto de atividades inter-relacionadas, que ocorrem antes da entrega final (NOGUEIRA, 2018). Veja a Figura 2. Figura 2 – Detalhamento da logística Outbound. Fonte: O autor. Vale lembrar que o termo outbound significa saída; então poderemos considerar que a logística associada ao termo envolve todos os procedimentos que farão com que o cliente receba suas mercadorias. Ou seja, existem vários itens a serem compreendidos e administrados além dos acima mencionados, como: • Planejamento de rotas otimizadas. • Embalagem. • Endereçamento. • Emissão de documentos e notas fiscais. • Logística reversa. • Distribuição e movimentação de cargas. • Realocação de produtos para os centros de distribuição. • Rastreamento das mercadorias. • Contratação de transportadoras ou operadores logísticos. Todas essas áreas devem ser gerenciadas para que eles possam interagir entre si para fornecer o nível de serviços que o cliente exige e a um custo que a empresa possa pagar. Após isso, você pode se perguntar: mas o que eu teria de ganhos com essas atividades? Um conjunto de benefícios da logística outbound se apresenta a seguir: • Obtenção de maior giro de estoque – o que evita o excesso e falta de produtos. • Melhora da qualidade das remessas e atendimento ao cliente. • Redução de prazos de entrega. • Fidelização de clientes. • Controlar com maior eficácia a logística até o consumidor. https://dclogisticsbrasil.com/entenda-por-que-o-servico-de-rastreamento-de-carga-e-fundamental/ https://dclogisticsbrasil.com/como-otimizar-o-prazo-de-entrega-sem-aumentar-o-custo-logistico/ 20WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Em contraste, a logística inbound, com significado de “entrada”, e, no caso, a entrada de componentes para a produção, envolverá assim as atividades relacionadas à aquisição, armazenamento e entrega de matérias-primas e peças ao departamento de produtos ou serviços. É parte integrante das operações, para uma empresa envolvida em negócios de manufatura, o que segue: Figura 3 – Detalhamento da logística Inbound. Fonte: O autor. Em termos mais simples, essa logística de entrada é uma atividade fundamental, que se concentra na compra e agendamento da entrada de materiais, ferramentas e bens finais disponibilizados pelos fornecedores à unidade de produção, armazém ou loja de varejo. Não é incomum ainda nos dias de hoje vermos empresas que não dão importância a ela, por pura negligência, e não por excesso de zelo, mas imagine se a matéria-prima necessária a seu processo produtivo não chegasse nos prazos estabelecidos. Pense agora que isso ocorreu com vários segmentos da indústria mundial, em especial com os importadores de produtos da China, quando houve a paralisação da produção nas empresas chinesas para conter a pandemia do coronavírus. Em nosso país, houve a necessidade de se realizarem férias coletivas em várias empresas, o que foi anunciado aos respectivos sindicatos das categorias. Mas, em épocas anteriores, já ocorreram fatos similares, como crises de abastecimento de alimentos, de medicamentos e a própria crise do petróleo ocorrida no Brasil entre os anos 1973 e 1974, quando o preço do petróleo importado aumentou 400%. Outra ideia sobre a inbound se dá quando uma rede varejista de eletrônicos e móveis precisa recompor seus estoques após o período compreendido entre a Black Friday e as festas natalinas. Desde a etapa de negociação e compra junto às fábricas, além da entrega dos produtos nos centros de distribuição (CD), esse acompanhamento é feito pela logística inbound. Como um ponto positivo, haverá a possibilidade de se analisar os custos do frete em suas várias modalidades. Sendo assim, façamos uma comparação da logística inbound e a outbound. Todas as etapas de gerenciamento realizadas na logística outbound devem ser observadas na inbound. Bases de comparação INBOUND OUTBOUND Conceito O fluxo de matéria-prima e peças, dos fornecedores à fábrica. Movimento de saída dos produtos acaba- dos, da empresa ao cliente final. Foca em Implantação de recursos e maté-rias-primas, dentro da fábrica. Movimenta produtos acabados ou pro- dutos da empresa para o cliente final. Interação Entre fornecedores e empresas. Entre empresas e consumidores. Quadro1 – Diferenças entre as logísticas Inbound e Outbound. Fonte: Ballou (2006 apud SIKILERO et al., 2014). 21WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Você faz, portanto, o gerenciamento distinto desses processos por conta de a gestão de prazos na entrega serem diferentes (entrega na empresa e para o cliente), dadas as distâncias envolvidas em um caso e em outro; os seus custos e suas estratégias de redução se dão também de forma diferente, além das especificidades encontradas em cada um dos processos. No entanto, esses processos devem trabalhar de forma controlada e integrada para o sucesso da gestão logística da organização. Por ser importante o conhecimento das melhores práticas dos processos logísticos de distribuição, sugerimos a leitura de um artigo que fará uma abordagem sobre o gerenciamento logístico em todo o canal de distribuição de bananas, tendo um estudo de caso como pano de fundo desse estudo. Acesse: NUNES, M. G. C. et al. Análise dos serviços logísticos de distribuição de bananas: um estudo de caso na empresa sítio Barreiras. Id on Line. Revista Multidisciplinar e de Psicologia, v. 12, n. 41, p. 266-293, 2018. Disponível em: https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/1220 . 22WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS O papel da logística tem impactado muitos executivos de diversas organizações por ser essa uma atividade da qual todas as organizações do meio comercial necessita. Ter o produto certo para o lugar certo pelo menor custo se traduz numa sequência de ideias nas quais os profissionais do setor da logística de sucesso devem investir toda sua criatividade para o cumprimento de cada um desses aspectos, porém, sabendo da complexidade que cada um enseja, e o esforço criativo que deverá investir nas questões mais complexas da logística. Por serem atividades que envolvem umadose de complexidade e ainda que essencial para as empresas, a logística envolve uma síntese de muitos conceitos, princípios e métodos de alguns dos campos mais tradicionais como o de marketing, produção, prestação de serviços e transporte, e também das disciplinas mais variadas como as de matemática e economia, direito etc. No ambiente atual de profundas adaptações ou de reconfigurações de funcionamento das empresas pós-pandemia, mais e mais empresas tendem a examinar, reestruturar e reposicionar suas operações para obter vantagem competitiva e, nesse intento, a logística pode desempenhar um papel vital na integração e diferenciação para produzir uma vantagem competitiva desejada. Esses aspectos incluem também o transporte, estoque, processamento, compra, armazenamento, tratamento, embalagem, padrões diferenciados de atendimento ao cliente. Pode-se observar que o conceito de logística é baseado na visão total do sistema em materiais e mercadorias, desde as principais fontes até os consumidores ou usuários. Além disso, também é responsável por obrigar um gestor ou administrador a pensar em termos de gerenciamento de sistemas, em vez de participar apenas de uma parte. O estudo dos aspectos da Logística deve trazer benefícios em transporte mais rápido e barato, garantindo que os consumidores serão atendidos conforme preconizado no seu atendimento, pois isso estimula a demanda. No entanto, o principal desafio é lidar com um consumidor mais exigente e que não quer esperar muito pelos produtos adquiridos por ele. Portanto, as empresas precisam tentar implementar estratégias de distribuição baseada em suas prioridades competitivas e circunstâncias para atingir o nível desejável de desempenho. 2323WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 02 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................................24 1. CADEIA LOGÍSTICA ..................................................................................................................................................25 1.1 AS ESTRUTURAS DOS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO E O SUPPLY CHAIN MANAGEMENT (SCM) ...................27 1.2 GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS/SUPPLY CHAIN ...............................................................33 2 TERMINOLOGIA LOGÍSTICA ....................................................................................................................................35 3 ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS DE LOGÍSTICA: AQUISIÇÃO E LOCAÇÃO .....................................................40 4 ADMINISTRAÇÃO DE SUPRIMENTOS: INTEGRAÇÃO LOGÍSTICA ......................................................................44 4.1 PLANEJAMENTO DO SUPPLY CHAIN ................................................................................................................... 51 4.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SUPPLY CHAIN ............................................................................................53 4.3 EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS INTEGRADOS DE LOGÍSTICA ......................................................56 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................58 ASPECTOS DA CADEIA LOGÍSTICA PROF. ME. MARCO ANTÔNIO SENA DE SOUZA ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO 24WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Dentre as várias eras pelas quais a humanidade passa, considerando o seu processo de permanente evolução, muitas transformações ocorreram em caráter gradual e notadamente em contraposição a diversos aspectos de períodos históricos. Chegamos aos dias de hoje marcados pela necessidade de informações e de uso de tecnologias, que, de certa maneira, traduzem-se na moeda corrente (moeda de troca), ou mesmo em um ente de grande valor para a sociedade, estando esse valor arraigado ao comportamento da população e dos mercados. Deixamos para trás uma época movida pelo carvão e pelo vapor, de relações de trabalho rígidas, modelos de produção industrial como taylorismo e o fordismo, para passarmos a processos automatizados, otimizados e descentralizados. Essa valorização da informação e da tecnologia nos faz estar 24 horas próximos do centro da ação ou mesmo participando dela, graças, em boa medida, ao advento da internet. Pudemos acompanhar fatos recentes em tempo real, como as manifestações populares em diversos países, a exemplo de Chile (outubro de 2019), um presidente boliviano renunciar por meio do Twitter (10 de novembro de 2019), e nossos olhos e mentes ficaram presos à gigantesca quarentena imposta a uma parte do território chinês (23 de janeiro de 2020); além de acompanhar em um final de tarde a deflagração de uma guerra de preços do petróleo entre Arábia Saudita e Rússia (09 de abril de 2020). Ou seja, o “mundo está mais acelerado” e temos uma necessidade pelo imediatismo; coisa que só a Era da Informação, também chamada de Era Tecnológica ou Era Digital, proporciona- nos através do uso dos microprocessadores, computadores pessoais, fibra ótica, dentre outros; e nesse contexto em que também os mercados têm mudado, onde o que era uma concorrência feita de empresa para empresa passa agora a uma concorrência feita entre cadeias produtivas ou redes de organizações. A cadeia produtiva ou supply chain incluirá a relação entre empresas, seus fornecedores e clientes, e não apenas a relação em específico com os seus fornecedores. Vamos, nesta unidade, compreender melhor como esse processo “fornecedor-cliente” liga desde organizações produtoras de matérias-primas até o ponto de consumo de produtos finais, compreendendo seus aspectos concorrenciais que ainda estão em aperfeiçoamento nas cadeias logísticas. Bons estudos!!! 25WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. CADEIA LOGÍSTICA Um tópico importante no estudo da Logística é a compreensão do que seja a cadeia logística. A cadeia logística ou cadeia de suprimentos, ou ainda o Supply Chain, são termos sinônimos e, portanto, equivalentes. Porém, existem três pontos importantes que estão inseridos nesse termo, que são: • Logística de suprimento: é a logística necessária para levar a matéria-prima até o fornecedor que desenvolverá os primeiros passos com esse item, incluindo, por exemplo, o uso de estoque de matérias-primas. Aqui, são envolvidos itens como suprimentos, transporte, armazenagem e planejamento e controle de estoques. • Logística de Produção: aqui as matérias-primas são processadas, resultando produtos semiacabados ou acabados, havendo a necessidade de aplicação de planejamento e controle de estoques e da produção, estocagem, embalagem e planejamento dos recursos de distribuição. • Logística de Distribuição: como vimos no módulo 1, essa logística inclui uma ampla gama de atividades voltadas em obter uma distribuição e movimentação eficientes de produtos acabados. Isso leva as mercadorias do final de uma linha de produção para alcançar os consumidores. Decorre que há um equívoco quando se diz que esses termos são formas intercambiáveis e que não há diferenças práticas entre a cadeia de suprimentos e logística. Temos uma polêmica entre autores que argumentam que a cadeia de suprimento é o mesmo que a logística, com argumentações pertinentes daqueles que concordam e daqueles que não concordam. Para o desenvolvimento de nossos trabalhos e baseados no módulo anterior, frisamos que a logística faz parte do gerenciamento da cadeia de suprimentos, havendo relações claras com os processos de gerenciar compras, manuseio de materiais, embalagem, transporte, controle de estoque, armazenamento, estabelecendo uma dinâmica de movimentação e posicionamento de produtos, desenvolvendo um papel em termos de sincronizaçãoda cadeia de suprimentos. Não se esqueça de que a atividade logística tem por intenção primeira garantir que o produto solicitado estará no momento e local certo, com a qualidade e o preço certo. Podemos observar essas atividades através de duas subcategorias tratadas na Unidade 1: a logística inbound e a logística outbound. Com a evolução da concorrência empresarial mundial, há uma migração dessa concorrência para patamares mais arrojados, cujo cenário é o de fronteiras comerciais se liquefazendo, distâncias sendo reduzidas pela sofisticação dos meios de transporte e aproximação de fornecedores e clientes, fazendo com que relações muito mais estreitas fossem desenvolvidas desde as empresas fornecedoras de matérias-primas até os PDV´S (pontos de vendas). De outra forma, podemos entender que uma estratégia para um ambiente de negócios foi criada onde se faz necessário delimitar o mercado, a rede de distribuição, o processo de produção e a atividade de compra, resultando na prestação do melhor serviço a um custo total menor, através de processos de negócios que integram empresas. Portanto, o conceito de gerenciamento da cadeia logística de abastecimento ou, em inglês, Supply Chain Management, segundo RICE (2015), em publicação pela ASCM – Association for Suplly Chain Management/Associação para Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, uma outra importante associação global para profissionais de gerenciamento da cadeia de suprimentos pode ser compreendida como: o design, planejamento, execução, controle e monitoramento das atividades da cadeia de suprimentos com o objetivo de criar valor líquido, construir uma infraestrutura competitiva, alavancar a logística mundial, sincronizar a oferta com a demanda e medir o desempenho globalmente. 26WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Existem muitas definições sobre gerenciamento da cadeia de suprimentos havendo elementos comuns nelas, porém, da mesma forma, existem muitos elementos incluídos em algumas outras definições. O objetivo perseguido é que qualquer uma das empresas da cadeia - intermediários, varejistas, fornecedores - podem acessar os dados necessários para se tomar as melhores decisões para justamente aumentar o atendimento ao cliente. Sem dúvida, quando as necessidades e suprimentos são sincronizados, todos os agentes do canal de logística vencem; os clientes obtêm o produto desejado mais cedo, os atacadistas e varejistas vendem os produtos recém-armazenados, os fabricantes fazem melhor uso de sua capacidade e os custos gerais diminuem como também há um aumento da satisfação no sistema como um todo. Figura 1 – Cadeia de suprimentos (Supply Chain) típica. Fonte: O autor. Na verdade, isso seria a condição ótima de trabalho, mas raramente acontece em ambientes de alta concorrência. Mediante o exposto, é interessante você ver essa questão de uma forma mais prática, observando as nuances que existem entre cadeias de diferentes produtos através do vídeo Agronegócio brasileiro e as cadeias produtivas. Após assisti-lo, você poderá ter condições de pensar nas variáveis que podem, de certa maneira, dificultar o pleno funcionamento dessas cadeias. Mas vamos ao vídeo. SCOT CONSULTORIA. Agronegócio brasileiro e as cadeias produtivas. 2013. 1 vídeo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1rlN2nanUCE . Acesso em: 18 abr. 2020. 27WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Para a colaboração entre empresas para conectar fornecedores, clientes e outros parceiros, como um meio de aumentar a eficiência e produzir valor para o consumidor final, são necessárias muitas decisões estratégicas dentro de uma estrutura operacional. 1.1 As Estruturas dos Canais de Distribuição e o Supply Chain Management (SCM) Para melhor compreensão sobre os aspectos práticos do supply chain management, há necessidade do conhecimento sobre canais de distribuição. Canais de distribuição são as maneiras pelas quais bens e serviços são disponibilizados para uso dos consumidores. Todas as mercadorias passam por canais de distribuição, e seu marketing dependerá da maneira como suas mercadorias são distribuídas. A rota que o produto leva da produção para o consumidor é importante porque um profissional de marketing deve decidir qual rota ou canal é melhor para seu produto específico. Assim, temos canais muito simples como é um canal direto, no qual o consumidor solicita diretamente ao produtor e o produtor envia a mercadoria ao consumidor. A internet e o comércio eletrônico popularizaram a distribuição direta. Figura 2 – Cadeia Direta. Fonte: O autor. Canais de distribuição indireta trazem outros participantes. Um produtor pode vender seus produtos a um atacadista, que os vende a um varejista, o qual os vende ao consumidor. Figura 3 – Cadeia Estendida. Fonte: O autor. 28WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Dependendo do que está sendo vendido, esses canais podem ser curtos ou longos (Figura 4). A implementação do gerenciamento da cadeia de suprimentos/supply chain envolve identificar os membros com os quais é fundamental fazer uma ligação, quais processos precisam ser conectados a cada um desses membros e qual o nível de integração a se aplicar a cada link de processo (PASSOS, 2016). Figura 4 – Cadeia Final. Fonte: O autor. As empresas também podem usar o termo “canais” para se referirem a diferentes maneiras de fazer a conexão de vendas com o consumidor - em lojas de varejo, por exemplo, ou através de telemarketing ou de pedidos através de um website. As compras são feitas pelo fabricante, pelo varejista e, em seguida, o vendedor vende a mercadoria ao consumidor. Esse canal é usado por fabricantes especializados na produção de produtos para compras. As companhias com quem uma empresa focal interage são os membros da cadeia de suprimentos/supply chain desde o ponto de origem até o ponto de consumo. As organizações de sucesso desenvolvem parcerias eficazes e respeitosas entre as equipes de marketing e da cadeia de suprimentos. Quando a equipe da cadeia de suprimentos entende a dinâmica do mercado e os pontos de flexibilidade em produtos e preços, eles podem otimizar o processo de distribuição. Também, quando o marketing tem o benefício de um gerenciamento eficaz da cadeia de suprimentos - que está analisando e otimizando a distribuição dentro e fora dos canais de marketing -, maior valor é entregue aos clientes. Portanto, numa estrutura de canal direto, como fabricantes de computadores têm feito em nosso país, o controle da função marketing é de extremo interesse, mas, associado a isso, está o custo de distribuição que tende a ser maior, dependendo a indústria, portanto, de um grande volume de vendas para que consiga competir com outras marcas. 29WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Mediante o exposto, tomemos agora o exemplo de um produto: um pacote de café moído. Temos o café, um invólucro plástico laminado e à prova de umidade. Esse pacote está em um supermercado ou em uma loja especializada (boutique de café). Supomos que o valor praticado na venda desse produto seja 5,00 Mixuco$ (moeda local). Quanto seria o ganho com a venda desse produto? Não faltarão pessoas que reagirão com o famoso “depende”. Mas independentemente da resposta em termos da indagação, haverá ainda muitos outros que dirão que os lucros serão em torno de 3,50 a 4,00 Mixuco$. Se isso for verdade, muitos estariam vendendo café e vivendo uma “vida de ostentação” em nosso país. Trata-se de um conceito equivocado, simplista e até muito comum que consumidores incautos têm. O custo de um produto não equivale ao custo de seus materiais, e, no nosso caso, devemos pensar nos processos de aquisição de cada um dos itens que estarão no produto final que é o pacote de1kg de café moído tipo premium. Também teremos de pensar nas caixas para transporte, filme plástico, estrados ou pallets para armazenar as caixas, uma empilhadeira (elétrica, a gás, à gasolina). Para transportar os pallets com as caixas, precisaremos de um operador de empilhadeira para colocar as caixas no caminhão, daí precisaremos de um motorista, combustível, veículo, seguro do veículo e da carga, um galpão de armazenagem e as instalações industriais para o empacotamento. O café cultivado e colhido, bem como a energia utilizada nas máquinas de empacotamento não serão fornecidos gratuitamente, ainda que se tenha a propriedade particular para explorar o cultivo. À medida que as etapas para esse pacote chegar até o ponto de venda, mais pessoas, materiais e processos vão se agregando à proposta de venda desse produto. E quem terá o trabalho de fazer com que essas etapas ocorreram sem falhas, ao menor custo, ao menor esforço? Isso mesmo, um gestor de Supply Chain. Vejamos uma cadeia de suprimento e tire outras conclusões do que é o Supply Chain. Figura 5 – Exemplo do Supply Chain. Fonte: Oliver Wyman (2017). Conheça os principais canais de distribuição que podem melhor atender a um varejista, o que deve lhe permitir conectar aspectos mercadológicos e aspectos logísticos. Acesse o vídeo. GRUPO ENOVA. 12 Canais de vendas e distribuição. 2016. 1 vídeo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VylGQ7uP4Co . Acesso em: 14 abr. 2020. 30WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Note dois aspectos nesse pequeno modelo que nos auxilia a entender as explicações até aqui apresentadas. Já havíamos falado dos fluxos logísticos, mas note que o fluxo de materiais se movimenta em um sentido (em direção ao cliente final), diferentemente do fluxo de informações (em direção aos fornecedores). A lógica do fluxo do produto é inequívoca, ressaltando que os esforços para atender os prazos para que sejam cada vez menores têm sido demandados e aumentados pelos consumidores finais. Por outro lado, o volume de informações que seguem do cliente para o fornecedor versa sobre itens como a qualidade dos produtos, nível da demanda, informações sobre a distribuição, sobre a produção, taxa de retorno de produtos, dados financeiros, dentre outras informações. Vejamos as características dos entes de uma cadeia de suprimento/supply chain: • Fornecedores/Produtores – empresas que exploram ou criam as matérias-primas ou ativos intangíveis (softwares, projetos etc.). • Distribuidores – patrocinam e sustentam a relação de fornecedores/produtores de matérias-primas aos atacadistas e varejistas. • Atacadistas/Varejistas – estando mais próximo do consumidor final, lidam com a demanda desses, armazenam estoques e comercializam tais produtos e serviços. • Cliente final – empresas ou mesmo os consumidores que adquirem ou utilizam o produto ou serviço. É importante gerenciar o fluxo de informações na cadeia, e para se fazer isso, uma das maneiras é fazer a medição de performance dos processos logísticos, como: nível de estocagem, trocas, descartes e outros processos logísticos. É comum o uso de KPIs (Key Performance Indicator – Indicador chave de performance, ou na prática, indicador de desempenho de processo) de logística que se utiliza para comparar inclusive sua posição com os concorrentes e o que pode ser alterado para trazer um impulso positivo aos índices de satisfação do cliente e manter os custos sob controle. Eles são responsáveis por responder questões comerciais relacionadas à porcentagem de clientes cujos prazos de entrega prometidos são perdidos, a pedidos que chegaram danificados por mês, a pedido errado, a pedidos que aguardaram longos períodos de tempo para receber seu pedido, dentre outros. 31WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Outra observação é de que entes da cadeia têm uma relação logística uns com os outros de tal forma que os atacadistas e varejistas são clientes da distribuição/transporte que, por sua vez, é cliente do distribuidor, que é cliente dos fornecedores/produtores de matéria-prima (Veja as Figuras 6 e 7). Cada um dos entes da cadeia desempenha papel específico, existindo, portanto, as seguintes categorias: Figura 6 – Relações do Supply chain. Fonte: O autor. Mediante o exposto, imagine que o produtor de café premium da cadeia de suprimentos/ supply chain se prepara, através de um conjunto de estratégias, para se voltar totalmente para o mercado internacional, projetando um crescimento de 10% no ano e que, por uma gigantesca coincidência, um grupo de varejistas que compra com esse fornecedor tem a intenção de crescer 20% no mesmo período em que o principal fornecedor está mudando seu foco de atuação no mercado. Embora os tamanhos e os sistemas de produção sejam distintos (de uma fábrica e de um varejista), é certo que uma das hipóteses aqui implícitas é a de que pode não haver mercadorias suficientes para abastecer um mercado. Você, então, estará no coração do supply chain. Vamos agora ver de outra forma essa cadeia, sob o prisma do fluxo financeiro, observando a Figura 7 que nos mostrará que as transações financeiras que ocorrem ao longo da cadeia identificam haver no sistema uma só entrada financeira (o dinheiro pago pelo usuário pelo produto final) e várias saídas: os custos operacionais e lucros de todos dependem do “pagante” da cadeia de suprimentos. Figura 7 - Cadeia de suprimentos simples. Fonte: Corrêa (2019). 32WWW.UNINGA.BR LO GÍ ST IC A E DI ST RI BU IÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Segundo Corrêa (2019), o preço pago pelo cliente final (usuário) inclui o somatório de todo o custo operacional e de todo o lucro obtido por todos os nós da cadeia. Portanto, há necessidade de que a cadeia seja competitiva para que os entes ineficientes não acabem por onerar os produtos com preços mais altos ao cliente final, ou em margens de lucro menores, ou ambos, com consequentes níveis piores de competitividade da cadeia como um todo (CORRÊA, 2019). Assim, a comunicação e o relacionamento mais próximos dos entes da cadeia, permitindo o compartilhamento de metas e projeções, otimiza processos e custos. Dá-se aqui a visão de que cada um desses entes é uma engrenagem que trabalha para atender a demanda do mercado. Se o mercado dá sinais de que há espaço para aumentar vendas e, portanto, de crescimento, todas as engrenagens (entes da cadeia) agem juntas para aumentar a oferta e atender às demandas. Ao contrário, ou ocorrendo uma retração no consumo (em um mercado), novamente as engrenagens trabalharão no sentido de equilibrar essa oferta. O conhecimento das necessidades de uns e de outros entes permite cruzar crises com condições mais estruturadas. Entenda que isso não tem relação com uma formação de uma espécie de “cartel”, pois cada ente tem consciência comercial de seu papel na cadeia de suprimentos e se adapta de acordo com seus interesses, não havendo ou não se evitando uma concorrência mútua que é necessária, e tão pouco afasta competidores dos valores pragmáticos do mercado, dado a necessidade de cumprir os objetivos que cada membro da cadeia de suprimento tem em satisfazer suas intenções. E é nesse contexto que também compreendemos como se forma o preço de venda final e a importância dessa harmonia. Portanto, não é uma tarefa fácil de sincronizar e integrar muitas áreas das empresas pertencentes à cadeia de suprimentos com a finalidade de promover uma sinergia de suas atividades dentro de uma cadeia. Mas, ainda que em estado embrionário, estamos caminhando para isso, principalmente pela disseminação e uso de plataformas de tecnologia da informação. Os contratos de longo prazo e previsões muito mais estáveis hoje, por conta do avanço tecnológico, fazem com que as demandas sejam trabalhadas quase que instantaneamente. As empresas estão se conscientizando
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