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TEORIA DA LITERATURA III AULA 6 1 Questão O livro A Sociedade do Espetáculo está diretamente relacionado com o Maio de 68. Sobre este movimento, não é correto afirmar: Com este texto, referência do movimento, muda-se a consciência e assume-se uma nova postura diante da sociedade e das instituições em relação ao presente e ao futuro. O começo do movimento foi uma série de conflitos entre estudantes e autoridades da Universidade de Paris, em Nanterre, cidade próxima à capital francesa. Foi uma grande onda de protestos que teve início com manifestações estudantis para pedir reformas no setor educacional. O movimento enfraqueceu, em virtude da separação entre estudantes e trabalhadores. Um movimento que cresceu tanto que culminou com uma greve de trabalhadores. que balançou o governo do então presidente da França, Charles De Gaulle. Respondido em 25/04/2021 20:19:52 2 Questão O historiador Eric Hobsbawm, autor do livro "A Era dos Extremos", afirma, em sua obra, que "a Idade Média acabou de repente" em meados da década de 1950. Assinale a alternativa que desenvolve essa tese no contexto do movimento de "Maio de 68". A pluralidade das novas igrejas cristãs impede uma uniformidade do discurso religioso que dominava a sociedade medieval. O marxismo ganha muitos adeptos entre todos os setores da Europa, havendo uma clara oposição ao capitalismo implementado pelos Estados Unidos da América. O nazismo leva a uma reflexão sobre as práticas medievais e os franceses exigem mudanças políticas que promovam uma sociedade mais justa. O cientificismo que ganha força no século XIX passa a dominar o pensamento do homem ocidental, pondo fim a um discurso religioso que justificava todos os males do homem e da sociedade. Houve um crescimento repentino do número de estudantes na Europa após Segunda Guerra Mundial, especialmente entre os universitários, e as instituições de ensino não estavam preparadas para receber jovens que desenvolviam uma consciência política e uma visão crítica da sociedade. Respondido em 25/04/2021 20:19:59 3 Questão O conceito de espetáculo, segundo GuyDebord pode ser definido como: I. A especialização das imagens como realidade e inversão concreta da vida pela tecnologia. O espetáculo é o capital em grau de acumulação que se torna imagem. O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediada por imagens. II. Quando o mundo real se transforma em simples imagens, as simples imagens tornam-se seres reais e motivações eficientes de um comportamento hipnótico. O espetáculo, como tendência a fazer ver (por diferentes mediações especializadas) o mundo que já não se pode tocar diretamente, serve-se da visão como o sentido privilegiado da pessoa humana, o que em outras épocas fora o tato; o sentido mais abstrato, e mais sujeito à mistificação, corresponde à abstração generalizada da sociedade atual. Mas o espetáculo não pode ser identificado pelo simples olhar, mesmo que este esteja acoplado à escuta. Ele escapa à atividade do homem, à reconsideração e à correção de sua obra. É o contrário do diálogo. Sempre que haja representação independente, o espetáculo se reconstitui. III. A "espetacularização" da realidade produz a alienação do indivíduo pelo excesso tecnológico. A alienação do espectador em favor do objeto contemplado (o que resulta de sua própria atividade inconsciente) se expressa assim: quanto mais ele contempla, menos vive; quanto mais aceita reconhecer-se nas imagens dominantes da necessidade, menos compreende sua própria existência e seu próprio desejo. Em relação ao homem que age, a exterioridade do espetáculo aparece no fato de seus próprios gestos já não serem seus, mas de um outro que os representa por ele. É por isso que o espectador não se sente em casa em lugar algum, pois o espetáculo está em toda parte. IV. O espetáculo apresenta-se ao mesmo tempo como a própria sociedade, como uma parte da sociedade e como instrumento de unificação. Como parte da sociedade, ele é expressamente o setor que concentra todo olhar e toda consciência. Pelo fato de esse setor estar separado, ele é o lugar do olhar iludido e da falsa consciência; a unificação que realiza é tão-somente a linguagem oficial da separação generalizada. Apenas II, III e IV estão corretas. Apenas I, III e IV estão corretas. Todas as alternativas estão corretas. Apenas I, II e IV estão corretas. Apenas I, II e III estão corretas. Respondido em 25/04/2021 20:20:05 Gabarito Comentado 4 Questão 1968 foi um ano de revoltas, considerado por alguns como o ano das revoltas mais importantes do século. Na França, país que desencadeou todas as manifestações, Guy Debord comandava a Internacional Situacionista, grupo de intelectuais críticos da sociedade daquela época, que tinha como base teórica sua maior obra: A Sociedade Do Espetáculo. (http://obviousmag.org/archives/2013/05/guy_debord_e_a_sociedade_do_espeta culo.html) Sobre a sociedade teorizada por Debord, não é válido dizer: https://simulado.estacio.br/bdq_simulados_exercicio_preview.asp?cod_prova=4509457757&cod_hist_prova=223332722&pag_voltar=otacka https://simulado.estacio.br/bdq_simulados_exercicio_preview.asp?cod_prova=4509457757&cod_hist_prova=223332722&pag_voltar=otacka O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediada por imagens. O espetáculo apresenta-se ao mesmo tempo como a própria sociedade, como uma parte da sociedade e como instrumento de unificação. Considerado em sua totalidade, o espetáculo é ao mesmo tempo o resultado e o projeto do modo de produção existente. A sociedade do espetáculo nada tem a ver com o sistema capitalista. A especialização das imagens do mundo se realiza no mundo da imagem autonomizada, no qual o mentiroso mentiu para si mesmo. Respondido em 25/04/2021 20:20:15 5 Questão O homem moderno, inserido na "sociedade do espetáculo", caracteriza-se por: ser inconstante, pois essa é a lógica publicitária, à qual interessa uma mudança de opinião permanente em relação ao que é produzido e oferecido por imagens. ser ativo, pois modifica constantemente as imagens produzidas a partir de profundas reflexões sobre a realidade representada. ser passivo, pois o monopólio da aparência, representado por imagens, não permite uma reflexão sobre o que é oferecido como "espetáculo". ser revolucionário, pois as imagens produzidas como "espetáculo" atuam no seu inconsciente sob a forma de rejeição e réplica da aparência. ser indiferente, pois compreende que as imagens produzidas e que formam o "espetáculo" não representam a realidade vivida. Respondido em 25/04/2021 20:20:23 6 Questão A primeira fase da dominação da economia sobre a vida social acarretou, no modo de definir toda a realização humana, uma evidente degradação do ser para o ter. A fase atual, em que a vida social está totalmente tomada pelos resultados acumulados da economia, leva a um deslizamento generalizado do ter para o parecer, do qual o "ter" efetivo deve extrair o seu prestígio imediato e sua função última. Ao mesmo tempo, toda a realidade individual tornou-se social, diretamente dependente da força social, moldada por ela. Só lhe é permitido aparecer naquilo que ela não é. (DEBORD, Guy A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997, p. 18). A realidade individual tornou-se social e vice-versa Guy Debord destaca que a economia domina a vida social e coloca o ter o e o parecer numa relação de igualdade Não há relação alguma neste fragmento com a ficcionalização da vida por meio das mídias sociais da atualidade Neste fragmento, Guy Debord está fazendo referência explícita às mídias sociais, comoFacebook, Instagram. A realização humana foi reduzida à degradação do ser para o ter e, depois, do ter para o parecer. Respondido em 25/04/2021 20:20:25 Explicação: Guy Debord divide os efeitos da dominação da economia sobre a realização humana e a vida social em dois momentos. O primeiro se deu na degradação do ser para o ter. Num segundo momento, do ter para o parecer. Em suma, na sociedade do espetáculo, nada é o que parece ser. 7 Questão "A necessidade de imitação que o consumidor sente é precisamente uma necessidade infantil, condicionada por todos os aspectos da sua despossessão fundamental". Essa assertiva de Guy Débord, apresentada na obra "A Sociedade do Espetáculo", sugere que: O indivíduo revigora-se todos os dias ao consumir produtos supérfluos. O indivíduo compete consigo mesmo ao adquirir bens de consumo que o valorizem socialmente. O indivíduo deixou de possuir bens materiais devido ao baixo poder aquisitivo imposto pela falência do capitalismo. O indivíduo infantiliza-se ante à necessidade de consumir produtos industrializados. O indivíduo perdeu sua essência humana ao entregar-se à prática do consumismo inconsequente. Respondido em 25/04/2021 20:20:30 8 Questão "Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições modernas de produção se anuncia como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era diretamente vivido se esvai na fumaça da representação". (http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/socespetaculo.html) Esta citação, retirada da obra "A Sociedade do Espetáculo" de Guy Debord, pode ser compreendida da seguinte forma: No mundo moderno, as imagens se acumulam na TV, nos outdoors, nas placas etc. oferecem ao ser humano um espetáculo de imagens. No mundo moderno, o ser humano vale pelo que ele representa socialmente através de sua imagem produzida por vestimentas, hábitos e bens materiais que oferece ao mundo como um grande espetáculo. No mundo moderno, o ser humano não experimenta a existência, pois lhe são oferecidas imagens produzidas para representar a sua vida, unificando-a; tais imagens servem apenas à contemplação de uma representação do que deveria ter sido experimentado na realidade. No mundo moderno, todos os valores estão sendo substituídos por imagens que representam não o que somos na realidade, mas o que gostaríamos de ser. No mundo moderno, não há verdades, pois todos os valores são representados por imagens que não equivalem a uma sociedade justa e digna.