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Resumo Por Uma Outra Globalização Do Pensamento Único À Consciência Universal Milton Santos

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Link do livro
Prefácio
O livro não se sustenta inteiramente de citações e referências pois pretende alcançar a 
população em geral.
Releitura de palestras, artigos de revistas e entrevistas. 
Introdução Geral
1. O Mundo como fábula, como perversidade e como possibilidade.
Exaltação da tecnologia e da precisão X Vertigens causadas pela aceleração excessiva.
O mundo analisado, no entanto, é sempre o fabricado pelo próprio homem.
O mundo tal como nos fazem crer: A globalização como fábula.
Ergue-se um número grande de fabulações cuja repetição forma uma base sólida de análise
Máquina ideológica para a continuidade do sistema
Ex: Aldeia global.
Mito de que informação a nível global realmente informa as pessoas.
Encurtamento das distâncias (para quem realmente pode viajar)
Ex2: Mercado global
Pode homogeneizar o mundo, mas diferenças locais são acentuadas
O que é estimulado mesmo é o culto ao consumo.
Ex3: Morte do Estado
O que acontece é o seu fortalecimento para lidar com problemas das finanças
Em detrimento dos problemas da população.
O mundo tal como é: A globalização como perversidade.
Desemprego crescente crônico.
Pobreza aumenta e qualidade de vida diminui.
Salário médio decai
Doenças como a Aids se espalham e antigas extirpadas retornam (Sarampo e Varíola)
Perversidades tem relação direta com adesão aos comportamentos competitivos que 
caracterizam ações hegemônicas.
O mundo como pode ser: Uma nova globalização.
Bases técnicas que o capital se apoia para se manter podem ser reinterpretadas
Unicidade da técnica
Convergência dos momentos
Conhecimento do planeta
Reconhecer a miscigenação de povos de diferentes continentes, raças, culturas e gostos. 
Mistura de filosofias em detrimento do racionalismo europeu.1.
Existência de uma sociodiversidade, muito mais significativa que a própria biodiversidade.2.
Pela primeira vez, constata-se a existência de uma universalidade empírica.
2. A procura da Globalização.
Introdução:
Globalização é o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista.
Elementos para se entender a história: Estado das técnicas e estado da política.
Nunca houve, no entanto, separação entre elas;
No final do século XX, prevalece as técnicas da informação.
O que pode converter a perversibilidade da globalização atual é o tipo de uso político das 
técnicas.
A unicidade técnica.
Kant: A história é um progresso sem fim. 
Resumo: Por Uma Outra Globalização: Do Pensamento 
Único À Consciência Universal. Milton Santos. 
 Página 1 de Medicina 
https://amzn.to/3iErevh
Kant: A história é um progresso sem fim. 
Milton: A história é um progresso sem fim também das técnicas. 
Técnicas nunca estão isoladas, sempre há um conjunto delas, grupos e sistemas.
Ex: Foice, enxada e ancinho. 
Sistema técnica remete a uma história, transporta uma época.
Técnica da informação (cibernética e informática) permite convergência de momentos 
globalmente. 
Permite comunicação entre técnicas. 
Ao surgirem novas técnicas, antigas não desaparecem, apenas são usadas por atores menos 
poderosos no processo, enquanto hegemônicos usam as novas.
Ex: Estrada de ferro no país possuía influência apenas onde era atuante. Hoje, tecnologia da 
informação alcança e influencia o país todo.
Características das novas técnicas descobertas hoje é ser invasoras. Sempre buscam se espalhar o 
máximo possível.
Funcionam através da fragmentação. Produção ocorre em diversos países distintos, de 
diversas partes distintas do produto. Usa-se o conceito de transnacionais. 
Apesar da produção ser fragmentada, a política de comando é unificada. Mas ocorre dentro 
das próprias fábricas. 
A presença do computador permite que haja uma finança universal e uma espécie de mais-valia 
global.
A Convergência de Momentos
Unicidade do tempo: A hora em todos os lugares é a mesma, os momentos vividos convergem.
Física: Tempo real
Histórica: Solidariedade do acontecer 
Adquire-se a capacidade de saber o que é o acontecer do outro. 
Principalmente pelo acesso à informação instantânea e generalizada.
Motor único
Sistema unificado de técnicas: Mais-valia em escala global que atua como motor único de ações.
Imperialismo permitir vários motores: Francês, Inglês, Alemão...
Hoje há um motor único. 
Produção e comércio em escala global com empresas globais.
Mundialização do produto, do dinheiro, do crédito, dívida, consumo e informação. 
Competitividade das empresas atuais é resultado dessa mais-valia universal. 
Deixa-se a competição, inicia-se a competitividade;
Alimentar uma demanda exponencial de mais ciência, inovação, tecnologia e organização.
A cognoscibilidade do planeta
O período atual permite ao homem conhecer o planeta extensiva e aprofundadamente, como 
nunca antes.
A geometria do planeta nunca foi tão detalhada. Mas a geografia é que a interpreta no 
nível da sociedade.
A cognos. do planeta é um dado essencial às empresas.
Um período que é uma crise. 
História dos períodos do capitalismo sempre são precedidos por crises. 
Momento atual é um período e uma crise.
Coisa nova:
Variáveis influenciam tudo, como num período.
Variáveis sempre exigindo novas definições e arranjos, como uma crise.
Tudo se dá concomitantemente em toda parte, não apenas em continentes e locais 
isolados.
Crise estrutural:
Exige soluções estruturais.
Pilares da produção da história
Tirania do dinheiro
Tirania da informação
Papel avassalador do sistema financeiro
Processos não hegemônicos tendem a desaparecer fisicamente ou se subordinar.
Uso extremado de técnicas conduz à necessidade obsessiva de normas.
Centralização e concentração da economia:
 Página 2 de Medicina 
Centralização e concentração da economia:
O aumento da inflexibilidade da economia acarreta em um mal-estar do corpo social.
Sistema ideológico empregado fomenta a visão única da crise
Crise é a mesma para todos, e está em todo lugar.
Logo, sua solução deve ser basicamente a mesma.
A única crise com que o sistema se importa é a financeira.
Ocorre agravamento de crises sociais, políticas, morais e econômicas.
Característica do tempo presente.
3. Uma Globalização Perversa.
Mundo globalizado impõe-se à maioria como uma globalização perversa.
Emergência de uma dupla tirânia: Dinheiro e informação.
Formação de novas relações sociais e moldagem do caráter das pessoas.
Fonte de novos totalitarismos
A Tirania do dinheiro e da informação.
Forma de oferecer informação à população.
Emergência do dinheiro em estado puro como motor da vida social.
A violência da informação
Papel despótico da informação
Técnicas usadas apenas por um punhado de atores em função de objetivos 
particulares.
Apropriação por empresas e estados da informação aumenta desigualdade.
O que é transmitido à população é uma manipulação da informação.
Não esclarece, apenas confunde.
Após manipulação, informação já se torna uma ideologia.
Realidade e ideologia se confundem. Ideologia passa a se inserir nas coisas.
"encantamento do mundo"
Retórica é o princípio e o fim.
Publicidade tem uma penetração muito grande em todas as atividades.
Antigamente havia receio (medicina, educação etc;)
O que é dado pela mídia não é o fato em si, mas uma interpretação.
Evento é entregue maquiado.
Fábulas
Aldeia global: Mito da comunicação global instantânea
O que ocorre é a transmissão de informação mediada por vários meios e 
reinterpretada de vários modos.
Mais fácil saber de coisas do outro lado do mundo do que conversar com o vizinho.
Conhecimento não vem da interação entre as pessoas.
Espaço e tempo contraídos: 
Velocidade está ao alcance de um número limitado de pessoas.
Fato: Praças de Tóquio, Londres e Nova Iorque concentram mais da metade das transações 
globais.
47 países menos desenvolvidos possuem apenas 0,3% do comércio mundial.
Em 1960 era 2,6%!
Humanidade desterritorializada: Apagamento das fronteiras. 
Fronteiras mudaram de significados
Continuam tão vivas quanto antes. 
Politização das estatísticas: Produto Nacional Bruto é apenas uma fantasia para produto 
global.
Tudoque entra nessa estatística caracteriza o processo da globalização.
"Morte do Estado" como garantia de democracia. 
Cada vez menos pessoas se beneficiam da morte do estado. 
Enquanto a desigualdade só cresce. 
A violência do dinheiro.
Grandes empresas são sempre ladeadas por grandes empresas financeiras.
Relação entre finança e produção vira o que Marx denominava "loucura especulativa".
 Página 3 de Medicina 
Relação entre finança e produção vira o que Marx denominava "loucura especulativa".
Especulação exponencial torna-se intrínseca ao sistema, graças aos processos 
técnicos. 
Tudo se torna moeda de troca 
Monetarização da vida cotidiana. 
Percepções fragmentadas e discurso único do "mundo"
Generalização e coisificação da ideologia geram percepções fragmentadas.
Técnica apresenta-se ao homem comum como mistério e banalidade.
É mais aceita do que compreendida.
Totalitarismo forte e insidioso
Baseado em noções centrais à ideia de democracia.
Relações econômicas implacáveis que exigem obediência ou há expulsão para 
a periferia.
Competitividade, consumo, confusão dos espíritos e globalitarismo.
Competitividade, ausência de compaixão.
Concorrência é regra
Competitividade substitui competição
Guerra é norma
Individualismo em tudo:
Econômico: Maneira das empresas lidarem entre si
Político: Partidos se transformam em eleitoreiros e abandonam ideia da política
Território: Cidades brigam, regiões reclamam soluções particularistas)
O outro é tido como coisa. 
Ciências sociais se voltam à economia pela interdisciplinaridade 
Ciência econômica se torna uma disciplina da administração das coisas ao serviço de 
sistemas ideológicos.
Fragmentação do país e aumento da desigualdade.
Fim da solidariedade.
A violência estrutural e a perversidade sistêmica
Violência estrutural está na base de constituição das outras e é a violência central 
original. 
Resulta da presença a manifestações conjuntas do dinheiro, competitividade e potência em 
estado puro.
A época é muito mais de globalitarismo do que de globalização.
Fim da ética e fim da política
Dinheiro em estado puro
Acumulação vira uma meta em si mesma
Acúmulo para alguns, mas endividamento para a maioria
Competitividade em estado puro
Regiões e cidades competem, diante das regras atuais de competição e imperativos 
do consumo
Competitividade se torna regra de convivência também entre pessoas.
Concorrência pode até ser saudável
Existe respeito às regras de convivência estabelecidas
Competitividade não
Fundada na invenção de novas armas
Única regra é a conquista da melhor posição
Potência em estado puro
Uso da força torna-se uma necessidade
Medo é o mais generalizado da história
Do desemprego, da fome, da violência e do outro.
Ser pobre não é apenas ganhar menos do que uma quantidade de dinheiro; é participar de uma 
posição inferior relativa dentro da sociedade. 
O problema é que, além de haver uma maior quantidade de pobres, a pobreza é 
considerada como algo "natural", inerente ao seu próprio processo. 
 Página 4 de Medicina 
considerada como algo "natural", inerente ao seu próprio processo. 
Há a deterioração do valor do trabalho.
A maior causa da perversidade sistêmica é a instauração da competitividade como regra absoluta 
dentro da sociedade. 
O outro, seja indivíduo ou instituição, torna-se um obstáculo que deve ser removido (uma 
coisa). 
Além disso, ocorre a morte da Política. 
A condução do processo político passa a ser atributo das grandes empresas. 
O consumo infla e ocorre a reascenção de egoísmos, culminando com a quebra da 
solidariedade entre as pessoas.
Papéis dominantes (apoiados pela ideologia e a competitividade):
Mentira → Segredo da marca
Engodo → Marketing
Dissimulação e Cinismo → Tática e estratégia
Da política dos estados à política das empresas
No começo da história humana, o homem se relacionava diretamente com a natureza.
Há uma territorialidade absoluta. 
Os moradores pertenciam àquilo que lhes pertencia.
Ideia de domínio pela compartimentação do espaço.
No século XVIII, surgem as técnicas das máquinas
Respostas à vontade de evolução do homem. 
Revalorizam o trabalho e o capital, requalificam territórios e permitem a conquista de 
novos espaços
Século que produziu enciclopédias e revoluções (Francesa, Americana)
Repostas políticas às ideias filosóficas
Ética glorificava o indivíduo responsável e a coletividade repsonsável
Indivíduo e coletividade trabalhavam juntos, por intermédio do Estado Nacional, na 
busca da Democracia.
A Cidadania plena é um dique contra o Capital pleno.
Atualmente, há o casamento de técnica e ciência, a tenociência.
Globalização se realiza, mas não a serviço da humanidade. 
Uso da tecnociência é condicionado ao mercado
Nova situação baseada em duas colunas centrais: Dinheiro e informação.
Informação limitada a um número de firmas.
Apesar da técnica permitir que todo mundo conheça, o intermédio de meia 
dúzia de empresas, responsáveis por produzir tudo que se sabe de essencial, 
impede que se conheça a realidade tal como ela é.
Dinheiro impede realizações sociais
Estado sofre com privatizações caricatas (Brasil) e tem menos recursos para 
destinar a causas sociais. 
Ele apenas se omite aos interesses da população. 
Mas se torna mais ágil, forte e presente para as economias dominantes. 
Política é feita no mercado, mas o mercado global é um símbolo, não um ator.
No mundo da competitividade, ou se é cada vez mais individualista, ou se desaparece.
A política é feita em conjunto, deve cuidar do conjunto de realidades de do conjunto de 
relações.
No entanto, a "política das empresas" propõe a proteção apenas de certos ricos e de 
certos pobres
A assistência social destas, portanto, privilegiaria parte da sociedade, e deixaria 
a maioria de fora. 
Fator conhecido com o "não-política".
Um pequeno número de empresas, ao se instalar no território, acarreta um 
desequilíbrio em toda a sociedade. 
Mas, pelo discurso oficial, elas são apresentadas como "salvadoras" dos 
lugares. 
Reconhecidas pelo aporte de empregos e modernidade
Isso gera crença em sua indispensabilidade
 Página 5 de Medicina 
Isso gera crença em sua indispensabilidade
Serve como chantagem para o poder público atender suas demandas. 
Assim, instaura-se a semente da ingovernabilidade no país.
Em meio século, três definições de pobreza
Pobreza incluída
Acidental, residual ou sazonal
Intersticial, sem vasos comunicantes
Soluções privadas, assistencialistas, locais
Um acidente natural ou social
Dinheiro não era um nexo social obrigatório
Menos discriminação
Marginalidade
Processo econômico da divisão do trabalho
Além da pobreza absoluta, tem-se a pobreza relativa
Indivíduos são classificados pela sua capacidade e forma de consumir
Bem-estar social socialista e europeu inspirava os países pobres
Mesmo que esses não conseguissem atingir tal estado
Pobreza estrutural
= Dívida social
Globalizada, em todo o mundo
Convergência de causas em diversos níveis
Considerado até um fato natural
Há uma naturalização da pobreza
Produzida por atores globais com a colaboração consciente dos governos 
nacionais
Além da conivência dos intelectuais contatados
Pobres não são incluídos nem marginalizados, são excluídos
Divisão do trabalho não é mais espontânea
Obedece cânones científicos 
Há expansão do desemprego, e desvalorização do trabalho
Banco Mundial financia programas para os pobres
Mas, estruturalmente, é o criador da pobreza a nível mundial
Há colaboração passiva ou ativa dos governos nacionais
Hoje aumenta-se o número de letrados e diminui o número de intelectuais
Letrados não pensam para encontrar a verdade
e se encontram, não dizem
Função principal da intelectualidade é o casamento permanente com o porvir 
Por meio da busca incansada da verdade.
O desejável é que haja uma redistribuição dos poderes e de recursos entre as diversas esferas 
administrativas
É necessário haver um projeto nacional 
Não pode ser derivado do projeto da globalização
Cada nação tem suas próprias problemáticase objetivos 
Deixa-se muito de lado o papel do território nacional
Apenas engrandece-se as tecnologias internacionais
Exclusão e dívida social aparecem como algo fixo, imutável e indeclinável
Mas, na verdade, qualquer ordem pode ser substituída por uma mais humana
O que fazer com a soberania
As contradições entre o externo e o interno aumentaram
Mas o estado ainda é o que possui a soberania
Sem ele fatores externos perdem eficácia
O estado ainda permanece forte
Nenhuma transnacional ou supranacional sozinha pode impor suas vontades políticas e 
econômicas dentro do território
 Página 6 de Medicina 
econômicas dentro do território
Cessão de soberania não é natural nem inelutável
Cada estado decide como quer se portar diante da globalização
Portanto, a globalização não impede a formação de um projeto nacional
Sem ele, os estados ficam à mercê de exigências externas
Caso do Brasil
4. O Território do Dinheiro e da Fragmentação
Os melhores territórios são reservados pelos mais poderosos, pois disto depende a eficácia 
de suas ações.
O dinheiro usurpa em seu favor as perspectivas de fluidez do território, conformando 
sob seu comando as demais atividades.
Hoje, a totalidade da terra é compartimentada, não pela presença física do homem, mas 
política. 
Com a globalização, todo espaço torna-se funcional às necessidades humanas e das 
empresas. 
Até recentemente, a prática de velocidades diferentes não separava os agentes 
econômicos e políticos.
Ex: Permanência de impérios no século XIX juntamente com repúblicas e federações. 
Cada qual fundado em uma base técnica diversa.
Havia regulação própria da economia e produção. 
Pacto colonial permitia o equilíbrio interno dos impérios e interimperial. 
Pela da compartimentalização e regulação abrasa-se as diferenças entre territórios e 
contribui-se para renovar a solidariedade. 
Hoje vive-se a fluidez e a velocidade. 
Virtual: Pelos meios de comunicação
Efetiva: Usada quando a fluidez potencial é posta em prática por ações de empresas e 
governos.
Fluidez potencial aparece como bem comum, quando na verdade poucos podem ser 
utilizar disso. 
Mercado global busca, por linhas de menor resistência, por um processo de unificação, não de 
união. 
Impõe no meio aspectos que reproduzem suas próprias bases, tal como a competitividade.
Fala-se de uma competitividade entre estados, mas, o que ocorre é uma competitividade 
entre empresas, estas que arrastam o estado consigo para atingir seus objetivos.
Cada empresa usa o seu território para o seu fim e é cega para todo o resto.
Não possui responsabilidades sociais.
Desse modo, a competitividade destroça toda a antiga solidariedade horizontal. 
Impondo uma solidariedade vertical, na qual ela é o epicentro. 
Sendo indiferente ao seu entorno
Fragmentação = não há regulação possível ou esta apenas consagra alguns atores que criam 
ordem para si próprios e desordem para todo o resto.
E, sendo sem finalidade alguma, esse novo poder exercido é desagregador, 
fragmentador, excludente, e sequestra autonomia dos demais atores. 
Dentro de um mesmo país se formam ritmos diferentes, comandados pelas empresas 
hegemônicas de certa região. 
Mediante elaboração e aceitação de discursos "nacionais-regionais" alienígenas 
ou alienados.
O problema só se agrava ao não enxergar tais compartimentalizações como 
fragmentações
Geralmente pois se enxerga o território com visões totalizantes, mas 
particularistas
Últimos séculos marcam o período técnico-científico-informacional para a atividade 
agrícola
Instalação da agricultura científica. Mudanças profundas na produção agrícola e nas 
relações humanas.
 Página 7 de Medicina 
relações humanas.
Dinheiro passa a ser uma informação indispensável.
Ocorrência da militarização do trabalho,
Obediência às normas sugeridas pelas atividades hegemônicas como padrão para o 
sucesso.
Agricultores modernos como condições de servos da gleba (subordinados à cidade). 
Deve-se aceitar ou sair. 
Agricultura moderna se realiza por meio de Belts, Spots, áreas, mas sua relação com o 
mundo se dá por pontos. 
Explica-se assim a relação de cidades regionais e sua metrópole. 
Cidade torna-se um polo indispensável ao comando técnico da produção, adaptando-se a 
natureza ao seu entrono. 
É onde residem os funcionários das empresas e da administração. 
Além dos funcionários do campo, que são urbano-residentes.
A cidade emerge como lugar duplo:
Reguladora do trabalho agrícola;
Sede de uma sociedade compósita e complexa. 
Caso brasileiro: Grande vulnerabilidade das regiões agrícolas modernas frente à 
"modernização globalizadora".
O campo tornou-se mais aberto aos imperativos capitalistas do que a cidade;
Áreas funcionam sob lógicas distantes, exógenas. 
Regulam comportamentos locais da moeda, crédito, gasto público e empregos. 
Sob impulso da competitividade globalizadora produzem-se egoísmo locais ou regionais 
exacerbados.
Justificam-se pela necessidade de defesa das condições de sobrevivência regional 
Mesmo isso se dando as custas de uma integridade nacional.
Pode conduzir à fragmentação e quebra da solidariedade. 
Processo produtivo funciona sob aspecto técnicos e políticos (dialética endógena)
T: Parcela produzida e área de incidência → aplica-se à região.
P: Comércio, preços, subsídios, custo do dinheiro. 
Sede fora do território. Processos escapam do controle e entendimento dos 
interessados. 
Sociedade toma uma consciência gradativa de falta de controle do processo 
produtivo. 
Cidade é onde se esclarecem as relações entre pessoas, empresas, fragmentos e o mundo. 
Esse é o seu novo papel;
A queda-de-braço entre municípios e estados é mais do que saber quem deve arcar com 
as dívidas.
Trata-se da inadequação da federação frente aos processos da globalização. 
Território = Chão + população.
Identidade, fato e sentimento de pertencimento. 
Base do trabalho, da residência, das trocas materiais e espirituais da vida. 
Dinheiro e território historicamente:
dinheiro local, comerciantes itinerantes, avalistas locais. 
Mundo sem movimento, lento e estável. a.
Fragmentos autocontidos.b.
Território funciona pelas suas feições naturais. 
Rege a vida social.i.
c.
1.
Aumento das trocas, dinheiro se instala como condição.
Aumenta sua indispensabilidade e invade vários aspectos da vida econômica e sociala.
Um dado essencial para o uso do territóriob.
Lugares adquirem índice de valor pelo que produzem c.
2.
Globalização = dinheiro fluido
Existência autônoma frente a economiaa.
O dinheiro em estado puro é um equivalente geral dele própriob.
3.
 Página 8 de Medicina 
O dinheiro em estado puro é um equivalente geral dele própriob.
Dinheiro global também é despótico
Inteligência global exercida pela Contabilidade global (FMI, BM, BID...)i.
Avaliação e classificação das economias nacionais
PIB apenas um nome-fantasia para tais avaliações.1)
ii.
c.
Há uma vontade de fazer parte dessa fluidez
Busca pela hegemonia pelos estados por pactos, evitando a homogeneidade monetária 
pelo fortalecimento mútuo
Ex: Mercado Comum Europeu - União Europeia
Tira-se proveito da sua força contra o resto do mundo.
Mercosul 
Diferente - voltado apenas ao comércio
Menos abrangente social, cultural e politicamente. 
Há mais atenção em desenvolver empresas regionais.
Decisão de participar da globalização é danosa. 
O dinheiro regulador e homogeneizador agrava heterogeneidades e aprofunda 
dependências
Quebra-se a solidariedade nacional, criando fraturas sociais e territoriais. 
Deve-se reconstruir a nação para atender mais ao dinheiro ou à população?
Banco central e Ministério da fazendo orientam decisões para atender ao 
capital. 
Verticalidades são um conjunto de pontos formando um espaço de fluxo
Adequam-se as atividades produtivas hegemônicas. 
Característica de quem comanda o território
Trata-se de um sistema reticular (de redes)
Exige fluidez e velocidade
Macro empresas ganham papel de regulação do espaço
+ Ação explícita e dissimulada do estado.
Prevalênciados interesses corporativos sobre interesses públicos.
O modelo hegemônico é planejado para ser indiferente ao seu entorno.
O território é visto como um recurso justamente pelo uso pragmático que o uso do 
equipamento modernizado assegura. 
Horizontalidades são zonas da contiguidade que formam extensões contínuas. 
Há um espaço banal: espaço de todos - empresas, instituições, pessoas, vivências. 
Sustentam e explicam produções localizadas e interdependentes. 
Cria-se uma solidariedade orgânica.
Alimentação às ofertas do meio geográfico local. 
O fato do estado se preocupar mais com as macro empresas leva à ampliação das verticalidades e 
permite o aprofundamento da personalidade das horizontalidades. 
As horizontalidades, além de abrigarem as racionalidades das verticalidades, admitem outros 
tipos de racionalidades (chamadas de irracionalidades pelos que só veem as racionalidades 
verticais como hegemônicas) . 
São também chamadas de contra racionalidades, e são formas de convivência e regulação 
criadas dentro do próprio território e que se mantém nele a despeito da unificação e 
homogeneização. características da racionalização das verticalidades. 
Lugares são o mundo que eles reproduzem de modos específicos, individuais e diversos. 
São singulares e globais, manifestações da totalidade-mundo, da qual são formas 
particulares. 
O território e o lugar são esquizofrênicos
De um lado acolhem os vetores da globalização
De outro aumentam a camada de pobres, excluídos e marginalizados 
O papel do lugar é determinante, permite a reavaliação das heranças e a indagação sobre o 
presente e o futuro. 
A Existência naquele espaço revela uma noção única de mundo.
No campo. as racionalidades da globalização se difundem mais extensiva e rapidamente do que 
 Página 9 de Medicina 
No campo. as racionalidades da globalização se difundem mais extensiva e rapidamente do que 
na cidade. 
Na cidade, as irracionalidades são mais numerosas, sobretudo com a incessante criação de 
pobreza.
Tal esquizofrenia se revolve no fato de que cada pessoa ou grupo visualiza o mundo à sua 
maneira. 
A consciência da diferença pode conduzir à diferença individualista do próprio 
interesse.
Portanto, é fundamental viver a própria existência como algo unitário e verdadeiro
Mas também como paradoxo:
Obedecer para subsistir 
Resistir para poder pensar no futuro
Existência é produtora de sua própria pedagogia.
5. Limites À Globalização Perversa.
A velocidade não é um bem que permite a distribuição generalizada e seu uso é restrito. 
O que se observa hoje é a expansão acelerada do reino da escassez, atingindo as classes 
médias e criando mais pobres.
Variáveis ascendentes são o que revelam a produção de um novo período e apontam 
para o futuro.
Alguns fatos das mudanças atuais em curso:
Desencanto com as técnicas e recuperação do bom senso pela população
Impossibilidade crescente ao acesso a essas técnicas
Em virtude do aumento da pobreza
Um boa parcela da humanidade já não é capaz de obedecer a leis, normas e regras. 
Há uma maior proliferação de "ilegais" e "informais".
Assiste-se ao fim das expectativas nutridas no pós-guerra
Ampliação do número de pobres e o estreitamento das possibilidades e certezas 
nutridas na década de 80.
Somente algumas pessoas, firmas e instituições são velozes. 
E o número das que conseguem se utilizar integralmente disso é ainda menor. 
Serve apenas para uso na competitividade, sendo essa uma coisa que ninguém sabe para 
que serve. 
A velocidade, portanto, é um fato da política e não da técnica. 
O uso imperativo dela pertence às empresas hegemônicas apenas.
Demais não possuem na urgência uma constante.
Por ser um imperativo político, não é inelutável.
A técnica só é um absoluto quando não utilizada
Existe apenas na vitrine, ou seja, trata-se de uma abstração.
Com a interdependência globalizada, os sistemas técnicos se impõem como invasores. 
Servindo de parâmetros da eficácia de outros lugares e sistema técnicos. 
As crises globais são um resultado da aceleração contemporânea. 
Tal processo não responde a um objetivo moral, portanto, é desprovido de 
sentido. 
O problema central é o de retomar o curso da história, i.e. recolocar o homem no seu 
lugar central. 
A eficácia da velocidade hegemônica é de natureza política. 
Depende do sistema socioeconômico e político em ação.
Em determinados momentos, é uma ideologia.
Nas atividades Just-in-time uma só temporalidade é considerada
A fórmula da sobrevivência no mundo da competitividade em escala planetária.
Uma só existência é origem e finalidade do motor: A dos agentes hegemônicos.
A vida cotidiana, no entanto, abrange várias temporalidades simultâneas.
Assim, o mundo do tempo real busca uma homogeneização empobrecedora e limitada.
Enquanto o universo do cotidiano é o mundo da heterogeneidade criadora. 
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Enquanto o universo do cotidiano é o mundo da heterogeneidade criadora. 
Hoje, objetos e ações derivam da técnica. 
Técnicas estão na produção, território, política e cultura.
Também estão no cotidiano e no espírito do homem. 
Cria-se hoje um totalitarismo tendencial da racionalidade
Chamado de consumo. Controla e governa a sociedade.
Ao mesmo tempo, uma parcela da sociedade não tem acesso a bens e serviços;
Há 3 tendências na situação contemporânea:
Uma produção acelerada e artificial de necessidades
Uma incorporação limitada de estilo de vida racionais
Uma produção ilimitada de carência e escassez.
Há criação de desigualdades porque não há satisfação para todos
O que é produzido é desigualmente distribuído. 
A busca permanente de bens finitos conduz o processo ao esgotamento e à cessão da 
individualidade.
Para quem não possui os bens, todo dia é um dia de escassez. 
A vida torna-se um campo de batalha.
Nosso tempo consagra a multiplicação da escassez
Pelo número avassalador de bens no mercado ou pelo apelo incessante ao consumo.
Para os pobres, a escassez é um dado permanente à existência.
O trabalho, assim, é um lugar de descoberta e combate cotidiano, mas também uma 
ponte entre a necessidade e o entendimento.
Miséria é a privação com o quase aniquilamento da pessoa.
Pobreza é uma situação de carência, mas também de luta. 
Nesse caso, a tomada de consciência é possível.
A cidade cria e recria seus espaço em concordância ou oposição aos "donos do espaço".
A política dos pobres é baseada no cotidiano vivido por todos.
E é alimentada pela necessidade de continuar existindo.
O entendimento sistemático das situação é lento
Mas isso não impede que apareçam frentes de oposição organizadas.
A explosão da classe média brasileira se dá no período do Milagre Econômico
Como o capitalismo tende ao esvaziamento do campo, boa parte das pessoas que se 
dirigiram às cidades não receberam apoio algum para participar do circuito superior da 
economia. 
Ingressam na economia pelo "setor informal".
A classe média é a maior beneficiada pelo crescimento econômico e pelos projetos 
urbanísticos adotados.
Tudo que a alimenta lhe dá um sentimento de inclusão no processo político e 
econômico.
Ela constituía, assim, uma base de apoio ao governo.
Há, no entanto. um cumplicidade com o regime autoritário.
Economia importava mais do que civilidade.
Hoje, classe média encontra dificuldades que levam ao desconforto e insegurança com o 
futuro.
Desencantam-se da política pois já não se veem espelhadas nos partidos
Deve-se, também, à crescente caracterização de consumidor desabusado agravado pela 
fragmentação da informação proporcionada pela mídia. 
O que deve acontecer é uma maior identificação com os clamores dos pobres para um rearranjo 
e reparação dos partidos.
Inclusive aqueles que visam o progresso.
6. A Transição Em Marcha
Somente agora a humanidade está podendo contar com essa nova qualidade técnica
A técnica informacional.
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A técnica informacional.
Nunca houve, na história da humanidade, separação entre história e política.
A história fornece o quadromaterial.
A política molda as condições que permitem a ação.
Para a maior parte da população, a globalização influencia quase todos os aspectos do 
cotidiano
Uma das consequências dessa evolução é a nova significação da cultura popular. 
Esta capaz de rivalizar com a cultura de massas.
Outra consequência é a produção das condições para a reemergência das próprias 
massas.
Um esquema grosseiro mostraria o surgimento de uma cultura de massas capaz de rivalizar 
com a cultura popular
Buscando a homogeneidade e imposição.
Mas há reações da cultura popular.
O mercado impõe, em diferentes partes, elementos maciços da cultura de 
massa, indispensável, como ela é, ao reino do mercado. 
Essa conquista jamais é completa por encontrar resistência da cultura 
pré-existente.
Assim, forma-se uma cultura sincrética
Questão da escassez ressurge.
Camadas mais pobres não dispõem de recursos para participar plenamente da 
cultura moderna
Gente cria cultura e, paralelamente, cria uma economia, um discurso e 
uma política territorializada.
Estes revelam o próprio movimento e espírito da sociedade. 
Uma outra globalização pressupõe a mudança das bases atuais, e a centralização das ações 
no homem.
Com a prevalência do dinheiro em estado puro como motor primeiro e último das 
ações, o homem acaba por ser considerado um elemento residual. 
Assim, o território, o estado e a solidariedade social também se tornam 
elementos residuais. 
O que se privilegia são as relações pontuais entre grandes atores. 
Mas falta sentido ao que eles realizam. 
A busca de um futuro diferente deve passar pelo abandono das lógicas 
infernais que fundamentam e presidem as atuais práticas econômicas e 
políticas hegemônicas. 
A ideia da irreversibilidade das atual globalização é reforçada ao se constatar a inter-
relação entre cada país e o "mundo". 
Isso tem a ver também com a ideia de que a história é feita a partir dos países 
centrais "EUA" e europeus.
O centro do sistema busca impor uma globalização de "cima a baixo" nos países.
No seu cerne reina a disputa entre 3 potências pelo controle do mercado global 
(EUA, JAP, EUROPA)
A experiência de mercados comuns regionais mostra que a cooperação da "tríade" 
tem muito mais a ver com interesses próprios do que com colaboração efetiva. 
Países emergentes perceberão, mais cedo ou mais tarde, que a situação de cooperação lhes 
aumenta a dependência. 
Pouco a pouco essa realidade é desvendada aos olhos das pessoas.
Já que a maior parte é do interesse deles.
Mais cedo ou mais tarde, as condições internas de cada país levará a revisão de tais 
pactos. 
Sob o peso de uma dívida externa que não podem pagar, os países assistem à 
criação incessante de carência e de pobres. e começam a reconhecer sua atual 
situação de ingovernabilidade.
Sendo forçados a transferir pro setor econômico recursos que deveriam ser da 
área social.
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área social.
As potências hegemônicas, por mais que possuam interesses próprios, se adaptam a 
fim de manter sua hegemonia.
No entanto, por ser uma crise eterna, o período de globalização atual levará a 
busca de novas soluções.
Principalmente pelos sacrifícios impostos às demais nações.
Uma globalização de baixo para cima, em que a busca de classificação das potências 
deixe de ser uma meta, poderá permitir que preocupações de ordem social, cultural e 
moral possam prevalecer. 
Os países devem ser vistos como uma situação estrutural em movimento. 
Neste, cada elemento está ligado aos demais. 
No entanto, com a globalização, a visão de um projeto nacional pode tornar-se 
obscura. 
Assim, noções de destino social e projeto nacional cedem frequentemente a 
frente da cena a preocupações menores e pragmáticas/imediatistas. 
Até porque partidos políticos raramente exprimem objetivos claros que 
representem as visões de conjunto. 
No Brasil. há uma nação passiva e uma ativa.
A nação ativa é considerada, ironicamente, àquela que segue cegamente os padrões 
globalitários e globalizantes.
O resto passa a constitui a nação passiva. 
A nação ativa é conduzida pela burguesia internacionais e nacionais associadas.
A nação passiva é composta pela maioria da população e economia.
Esses participam de modo residual da economia e política. 
Sem integrar a contabilidade pública e estatísticas oficiais. 
A nação "passiva" é estatisticamente lenta, lentamente enraizada e orgânica. 
É a que mantém relações de simbiose com o meio ao redor. 
Possui cultura própria, endógena, resistente, base sólida para uma produção 
política. 
A nação passiva mora ali onde produz e sobrevive. 
A nação ativa apenas ocupa um lugar até esgotar seus recursos. Sem qualquer 
outro compromisso.
A força da ideologia se percebe na noção atual segundo a qual o processo de globalização 
atual seria irreversível. 
A presença constante dessa ideologia em todo lugar nos leva a pensar que não há 
alternativas para tal realidade.
Deve-se considerar que o mundo é muito além daquilo que já existe, ele é aquilo que 
pode potencialmente ser.
Por isso situações com a qual se depara hoje parece eterna, mas não é. 
De um lado tem-se os valores fundamentais ao homem, do outro os contingentes. 
Fundamentais:: Liberdade, dignidade, felicidade. Validos em todo tempo e 
lugar.
Contingentes: Devido à história do presente.
Dados que abrem a possibilidade de um futuro diferente:
Tendência a mistura generalizada de povos.
Vocação â urbanização concentrada. 
Peso da ideologia nas construções históricas atuais. 
Empobrecimento relativo e absoluto das populações 
Perda de qualidade de vida da classe média. 
Um dos elementos da presente forma da globalização atual é a centralidade do 
consumo.
Evolução parece impossível, tendo em vista que a única dinâmica possível visível é 
aquela da grande economia.
Os esforços para reestabelecer os empregos restringem-se aos setores 
superiores da economia. 
Porém, acaba ocorrendo uma polarização generalizada. 
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Porém, acaba ocorrendo uma polarização generalizada. 
A rapidez dos processos conduzem à uma rapidez nas mudanças. 
Assim, há a necessidades de novos entes organizadores. 
Nada de relevante é feito sem normas. 
No fim, tudo é política. 
Não é raro que as regras propostas pelas empresas afetem mais do que as 
propostas pelos estados.
Isso atinge e desnorteia os indivíduos.
Produz-se uma atmosfera de insegurança e medo.
As famílias de técnicas surgidas no fim de XX, a informática e eletrônica, oferecem a 
possibilidade de superação do imperativo da tecnologia hegemônica e 
paralelamente admitem a proliferação de novos arranjos, com a retomada da 
criatividade. 
O indivíduo pode então ultrapassar sua busca pelo consumo e buscar a 
cidadania.
Se a realização da história pelos "de cima" é dominante, a realização pelos "de 
baixo" é possível. 
Vários aspectos mostram-se positivos num futuro próximo
Miscigenação de pessoas e culturas
Mutações nas relações de trabalho
Depressões dos salários
Desemprego constante
Isso permite ver uma reconversão da mídia sob pressão das situações locais 
(produção, consumo, cultura)
Nas presentes condições históricas, a nova maneira de se enxergar a globalização 
permitirá distinguir, na realidade, aquilo que já existe, e é visto como um fato 
consumado, daquilo que é possível, mas ainda não realizado. 
A crise que passa hoje o sistema põe a mostra não apenas a perversidade, mas 
a fraqueza da respectiva construção.
O processo de tomada de consciência não é homogêneo nem em lugar nem em 
tempo, como já visto em vários momentos da história. 
Assim, se tomará a consciência do que é ser cidadão, mesmo que seja a partir 
do que é ser consumidor. 
Servirá de alicerce à uma nova civilização.
As condições acima enumeradas deverão permitir a implantação de um novo modelo 
econômico, social e político que, a partir de uma nova distribuição dos bens e 
serviços, conduza à realização de uma vida coletiva solidária e, passando da escala do 
lugar à escala do planeta, assegure uma reformado mundo, por intermédio de outra 
maneira de realizar a globalização
Nesse emaranhado de técnicas dentro do qual estamos vivendo, o homem pouco a pouco 
descobre suas novas forças. Já que o meio ambiente é cada vez menos natural, o uso do 
entorno imediato pode ser menos aleatório. As coisas valem pela sua constituição, isto é, 
pelo que podem oferecer. Os gestos valem pela adequação às coisas a que se dirigem.
Na era da ecologia triunfante, é o homem quem fabrica a natureza, ou lhe atribui 
valor e sentido, por meio de suas ações já realizadas, em curso ou meramente 
imaginadas. Por isso, tudo o que existe constitui uma perspectiva de valor. Todos os 
lugares fazem parte da história. As pretensões e a cobiça povoam e valorizam 
territórios desertos.
Ousamos, desse modo, pensar que a história do homem sobre a Terra dispõe afinal 
das condições objetivas, materiais e intelectuais, para superar o endeusamento do 
dinheiro e dos objetos técnicos e enfrentar o começo de uma nova trajetória
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