Buscar

Serviço Social

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Desregulamentação do mercado de trabalho
Compreender esse contexto é muito importante para que os profissionais de Serviço Social tenham clareza na leitura das condições de pobreza, desemprego ou subemprego presente no cotidiano das classes subalternas e uma leitura critica da realidade do mundo do trabalho presente na atual conjuntura. 
O estudo sobre essas questão tem por objetivo introduzir de modo geral um auxílio na elaboração de um parecer crítico voltado para uma das expressões mais significativas da questão social (o desemprego)e para a compreensão das inúmeras formas de desigualdades geradas por ela.
A intenção deste estudo é ter um panorama que nos auxilie na compreensão dessas mudanças e nos impactos desses processos no mundo globalizado e que possamos ter um direcionamento de leitura e análise das condições atuais presentes na questão social, que é nosso objeto de estudo e intervenção. O trabalho é considerado fonte primária do ser social e constituído como essencial para a vida humana. E uma necessidade vital que realiza a Porém, a relação do homem com o trabalho tem em seu fazer as condições da racionalidade. Ele pode decidir como e quando quer fazê-lo, e isso lhe permite criar e modificar tanto a forma de realizar como o produto que é feito. As transformações resultantes desse processo modificam as condições, os meios, a criação e principalmente quem cria, ou seja, o próprio homem. 
Mercado de trabalho que foi desorganizado, 
Sociedade de bem estar social – Situação a partir de 45 onde a Europa destruida fez o estado intervir para que as necessidades básicas fossem cumpridas. 
Neoliberalismo: Liberalismo classico que diz que o estado deve se afastar das politicas sociais o mercado conduzir o emprego. Aumentou o desemprego que é o distanciamento do mercado de trabalho. Desemprego estrutural: Desemprego de longa duração. A informática auxilia o homem nas suas funcoes. A Medida que tem-se a dimuição do emprego e o mercado oferecendo muitas mercadorias causa grande problemas sociais. Não tem dinheiro, tem muito produto e não se tem condições para compra instalando-se um grande problema a 
Questão social: Na base tem o capital que é uma parte pequena que tem acesso, causando a pobreza.. A classe trabalhadora os individuos que vivem do seu trabalho e no topo os direitos sociais que na maioria das vezes não atende esta classe inferior. O capital esta sempre dominando e não atende a sociedade porque o valor é sempre menor do que necessário para o básico. A falta de assistencia social causa grandes problemas para a sociedade.
Desregulamentação do mercado. Desabastecimento de empregos do mercado. A flexibilização das contratações, terceirizações, contratações indevidas e escravas, cooperativas que transformam os trabalho quase que escravo sem darem condições sociais e direitos trabalhistas aos associados. Por causa disse vai sumindo os trabalhadores de carteira assinada.
Além da idéia de que tudo deve ser subtraido. A idéia é consumir. 
Consequencias do Neoliberalismo
O culto ao indivdualismo, a cultura do descartável e ao Superfulo, o Consumismo, a degradação da Natureza, a exploração do trabalho humano, e a Pobreza. 
Taylorismo ou fordismo. Quando as grandes empresas funcionavam e as pessoas tinham emprego. O modelo fordista/taylorista consistia em uma organização rígida de produção com base no trabalho de linha de montagem nas fábricas e aconteceu de 1945 a 1968 dando um ritmo que regulava o tempo necessário para a realização das tarefas. Era de forma repetitiva e intensiva. Foi utilizado principalmente na industria automobilistica, desde o manuseio, as linhas de montagem até o estoque A criação das linhas de produção nada mais é do que uma forma de regular o que e como está sendo feito. Uma das principais caracteristicas era o trabalho fragmentado. Utilizava-se da esteira e os operariios não mais precisavam se movimentar. Esse processo produtivo combinava a produção em série fordista com o cronômetro taylorista. Fordismo: termo que se refere aos sistemas de produção em massa (linha de produção) e gestão, idealizados em 1913, pelo empresário americano Henry Ford. A partir deste contexto, a substituição da força de trabalho humana por força de trabalho produzida pelas máquinas, o que Marx chama de trabalho vivo e trabalho morto, começa a contribuir significativamente para uma série de situações que, a partir da década de 1970, passa apresentar sinais evidentes de uma crise, não apenas desse modelo de produção, mas de toda a estrutura do sistema capitalista. A crise estrutural não atingiu somente os meios de produção mas mas toda a esfera que reveste os meios de acúmulo de capital. A partir de 1970 começaram a apresentar declinio Uma das causas da queda da taxa de lucro foi excesso constante de capacidade de produção do setor manufatureiro internacional, gerando perda de lucratividade, Quanto maior a produção menor o lucro. Desemprego estrutural: O desemprego estrutural tem sua gênese na introdução de máquinas nos meios de produção, principalmente industrializados, os quais passam a substituir a força de trabalho humana. Essa substituição não se dá por completo, mas reduz de forma drástica a quantidade de trabalhadores necessários para executar determinada ação. Ao mesmo tempo em que essas máquinas passam a produzir mais rápido em maior quantidade, elas passam também a assumir um papel crucial no aumento da lucratividade, não apenas pelo ritmo, mas principalmente pela substituição da força humana. De fato, a crise estrutural denominada como crise do fordismo/taylorismo era a perder de vista o ponto mais evidente de um quadro cada vez mais crítico e mais complexo no sentido destrutivo da lógica do capital. Junto com ela, começava também a desmoronar o mecanismo de regulação que vigorou durante o período pós-guerra em vários países capitalistas avançados, em especial na Europa. Contribuições do estado neoliberal 
A implantação do Projeto Neoliberal trouxe muitas consequências ao mundo do trabalho, causando grandes impactos no sindicalismo e na organização estatal. Houve uma retração significativa no setor industrial, expandindo em larga escala o setor de serviços, redução das empresas estatais e alteração até mesmo na divisão internacional do trabalho, o que impactou diretamente as ideologias dos movimentos sindicais e da classe trabalhadora. Onde sindicatos perdem força; Direitos sociais foram retirados, mão de obra passa a ter novos parâmetros, os postos de trabalho agora abrangem cada vez mais mulheres e imigrantes. parlamento conservador passa a aprovar coibições contra as atuações sindicais, a fim de acabar com as formas de contrato entre capital, trabalho e Estado, convertendo o sindicalismo em inimigo central do Neoliberalismo, comprometendo a autonomia dos que permaneciam. as condições em que esse novos trabalhadores foram inseridos possibilitaram uma expansão do trabalho precarizado, desprovido de direitos sociais. Dentre tais trabalhos, o part time, reduzindo as estatísticas de desemprego de acordo com os novos padrões aceitos pelos organismos internacionais e aumentando a forma precária e desprovida dos mecanismos reguladores de garantia de direitos trabalhistas e condições básicas necessárias para o trabalho. A Outra Face do Welfare State O Welfare State ou Estado de bem-estar social surgiu a partir de um compromisso e de uma regulação entre capital, proletariado e Estado na segunda década do século XX. Esse compromisso apresentava-se de forma ilusória, uma vez que suas bases não foram amplamente discutidas, como segurança, regulação, controle e garantias necessárias para que os trabalhadores tivessem acesso a melhores condições de trabalho, salários e seguridade social. A verdadeira intenção desse tratado era equilibrar as correlações de forças entre capital e trabalho, em que o Estado faria o papel de árbitro, mas sempre zelando pelos interesses do capital O Welfare State não chegou a vigorar em países menos desenvolvidos economicamente e em países do 3º mundo como, por exemplo,o Brasil, mas teve seus pilares sustentados pela exploração massiva desses países. Além de limitar o espaço de atuação das lutas sociais, esse compromisso criou no imaginário popular um fetichismo do Estado. Este, por sua vez, se fez fetiche, pois de alguma forma forneceu elementos significativos ao tornar-se o famoso Estado-Providência, representando ao proletariado a garantia de seguridade social. Porém, na verdade, o Estado de Bem-estar Social integrava o trabalhador aos interesses do capital através do compromisso fordista, o qual subordinava os sindicatos, tornando-os limitadores dos transbordamentos dos movimentos sociais Esse processo de revolta da classe operária e também outros elementos como a diminuição a taxa de lucro fez com que Estado Capitalista diminuísse os gastos públicos, submetendo Welfare State e seus mecanismos de funcionamento ao capital privado, afim de sanar a crise fiscal que se instalava gradativamente. Esses elementos, entre os outros citados anteriormente, foram os principais constituintes da crise estrutural do capital que configurou um novo cenário de organização em resposta à própria crise. Modelo toyotista Devido à crise estrutural, o capitalismo passou a desenvolver meios de responder à sua própria crise. Como estratégia, implementou um vasto processo de reestruturação, a fim de superar o seu ciclo produtivo já não eficiente. Tais transformações visavam a novas formas de gestão organizacional com o aparato do avanço tecnológico, pois “No mundo do trabalho contemporâneo, o saber científico e o saber laborativo mesclam-se ainda mais diretamente” ANTUNES (2005, P. 62). Com vistas a superar os antigos modelos de acumulação de capital e implementar novos modelos que resultassem na superação da crise e uma nova era de domínio para garantia da hegemonia do capital . O modelo toyotista (ou modelo flexível) é um desses modelos. Ele surgiu no Japão em meados do pós 1945 como uma forma de aumentar a produtividade do país em detrimento à corrida tecnológica e de concorrência intercapitalista entre os grandes grupos transnacionais e monopolistas. Ele consiste em um sistema organizado de produção inovador e altamente integrado, foi criado por um engenheiro da fábrica da Toyota como via japonesa à expansão e consolidação do capitalismo monopolista industrial pós 1945. 
Suas principais características são: 
Extração intensa do trabalho, combinando um trabalho em equipe com mecanismos de envolvimento do controle sindical; 
Crescimento rápido da indústria; 
Emprego vitalício; 
Círculos de qualidade; 
Produção de vários modelos na mesma linha; 
Processos flexíveis de produção, com variedade de funções, utilizando o princípio just in time, ou seja, o melhor aproveitamento do tempo. 
 sistema kambam (placas ou senhas de comando para orientar os trabalhadores quanto o tempo e a quantidade de produção a ser realizada). Tem em sua estrutura de comando um sistema horizontalizado e se utiliza em grande escala da terceirização para executar grande parte do que é produzido. Também é utilizado pela rede de fornecedores que passa cada vez mais a executar um trabalho com vistas à precarização, terceirização e subcontratação Possui em sua composição os chamados círculos de controle, que são formados por grupos de trabalhadores instigados pelo capital a discutir seu trabalho e desempenho para melhorar cada vez mais a produtividade das empresas. Assim, essa nova forma de gerenciar está sempre pronta a ouvir ideias que possam fazer diferença na produção, apropriando-se cada vez mais da intelectualidade e atividade cognitiva dos seus trabalhadores. 
Outra característica relevante é a exclusão da mulher e ganhos vinculados diretamente com nível de produtividade. 
Não podemos esquecer da subcontratação, quando o trabalhador é contratado para executar determinado serviço, mas é pago apenas pelo trabalho, ou período determinado para sua realização (contrato temporário). Não tendo garantias de um contrato efetivo, ele apenas presta serviços que também podem ser informais. 
Nisso percebemos uma escala de precarização na contratação, o que repercute cada vez mais no mercado de trabalho.Qualidade Total: Os produtos apresentam boa aparência, contribuindo e influenciando as pessoas à cultura do supérfluo. A qualidade total apresenta como traços determinantes o desperdício, destrutividade e a negação da durabilidade. Todos esses processos, como a substituição frenética de produtos que foram fabricados com a uma redução de tempo útil e que é sustentado por uma ideologia de consumo exagerado por coisa supérfluas, contribuem para uma degradação incontrolável da natureza e também para um processo de destruição da força humana de trabalho, constituindo um cenário de liofilização organizativa e novas formas de intensificação do trabalho. 
A Gestão Organizacional 
O sistema toyotista é fundamentado em um padrão de acumulação flexível, ou seja, ele articula elementos de continuidade e descontinuidade, ao contrário do padrão fordista/taylorista. Isso significa que sua produção não se realiza em série. Apresentando uma única característica por modelo fabricado, cada modelo pode trazer diversas características e a produção se intensifica de acordo com o consumo do produto. Aqueles produtos de maior saída acabam por se valorizar e ter um aumento nos níveis de produção, já os produtos com menor aceitação têm sua produção reduzida, ou seja, são elementos de continuidade e descontinuidade. Segundo Ricardo Antunes (2005, p. 42), um terço da força humana mundial que realiza trabalhos parciais é precarizada ou desempregada. Isso porque o capital necessita cada vez menos do trabalho estável e cada vez mais do trabalho part time, terceirizado, que se encontra em enorme crescimento no mundo produtivo industrial e de serviços. 
Equipes e Células de Produção 
As novas técnicas de gestão da força de trabalho predominante neste modelo é a de trabalho em equipe, células de produção e também o trabalho de grupos semiautônomos. Consistem em uma organização horizontalizada diferente da utilizada no modelo fordista/taylorista e propõem um plano discursivo de envolvimento participativo dos trabalhadores. Porém, essa participação é manipulada, preservando a essência do trabalho alienado, estranhado, polivalente “multifuncional” e “qualificado”. Essa estrutura passa a ser integrada a diversas empresas e tem como objetivo principal a redução do tempo de trabalho cuja finalidade é intensificar as condições de exploração da força de trabalho, reduzindo ou quase eliminando os postos de trabalho essencialmente improdutivos. Expansão do Modelo Flexivel: Para efetivar sua hegemonia, o capital se utiliza desse modelo e elabora um plano ideológico que cultua o subjetivismo por meio de um ideário fragmentador, fazendo uma apologia ao individualismo exacerbado totalmente contra as formas solidárias e de atuação coletiva. 
Segundo Wood (1997 apud ANTUNES, 2009) “trata-se da fase em que as transformações econômicas, as mudanças na produção e nos mercados, as mudanças culturais geralmente associadas ao termo pós-modernismo estariam em verdade em um momento de maturação e universalização do capitalismo, muito mais que um trânsito da “modernidade” para “pós-modernidade” . 
Essas transformações possibilitaram o surgimento de um novo perfil de trabalhador, voltado para a qualificação como ser mais participativo, multifuncional e polivalente. 
Essas transformações passam a interferir também nas formas de organização da classe trabalhadora junto aos sindicatos que, incorporadas pelo projeto neoliberal, abrem ainda mais o leque de desregulamentação dos direitos trabalhistas e precarização dos meios de produção. A intensificação da exploração 
Os postos de trabalho improdutivos são aqueles que não produzem diretamente, mas que fazem parte do processo de produção. Podemos citar como exemplo os setores de manutenção, inspeção de qualidade, telefonistas, dentre outros. Quando esse trabalhador não tem condições de executar a manutenção do maquinário, ele acaba perdendoa vaga para outro “mais qualificado”, ou então a empresa utiliza os serviços terceirizados, que executará o trabalho somente quando se fizer necessário. Essas condições contribuem para a eliminação de postos de trabalho, tornando a empresa mais produtiva com menos profissionais. Tais aspectos aliados à qualidade total passam a ser o ideário da empresa moderna Atualmente, na era da acumulação flexível acontece o inverso, a empresa que possui o sistema de empresa enxuta e alcança índices de maior produtividade é que é considerada a ideal, ou seja, menor contingente de força de trabalho e maiores índices de produtividade fazem a imagem sucesso da empresa moderna. Atualmente, na era da acumulação flexível acontece o inverso, a empresa que possui o sistema de empresa enxuta e alcança índices de maior produtividade é que é considerada a ideal, ou seja, menor contingente de força de trabalho e maiores índices de produtividade fazem a imagem sucesso da empresa moderna. Ela transfere a responsabilidade da elaboração e controle de qualidade de produção para o próprio trabalhador, intensificado a exploração do seu trabalho, que precisa ser realizado de forma simultânea. Muitas vezes, este precisa operar mais de uma máquina, acompanhando um ritmo e uma velocidade estabelecida pela cadeia produtiva e de consumo. Além disso, há uma expansão cada vez mais frequente do trabalho part time e a divisão sexual, na qual as mulheres ocupam as funções de menor relevância e ganham menos do que os homens. O trabalho desqualificado e desregulamentado tem como público prioritário essas mulheres, os imigrantes e os negros. Dessa forma, a matriz da empresa preserva apenas um número reduzido de profissionais mais qualificados e multifuncionais envolvidos com seu ideário. Isso caracteriza cada vez mais um conjunto flutuante e flexível de trabalhadores devido às contratações temporárias que não criam vínculos empregatícios. 
ANTUNES (2009, p. 59) afirma que quanto mais o trabalho se distancia das empresas principais, maior será a sua precarização. O neoliberalismo associou-se ao toyotismo incialmente na Inglaterra e propagou-se no setor industrial e de serviços tanto nos países centrais quanto nos de industrialização média. 
A partir dessas mudanças, a classe trabalhadora tornou-se bastante complexa, heterogênea e diversificada, mas constituiu no seu núcleo central os trabalhadores produtivos que, devido a todas essas transformações nos meios de produção e no sistema capitalista, tiveram os postos de trabalho estável reduzidos. Isso ocorreu principalmente após a expansão ocidental do toyotismo que passou a flexibilizar, desconcentrar e até mesmo desterritorializar o espaço físico produtivo, aumentando o trabalho precarizado configurado hoje como novo subproletariado fabril composto por trabalhadores subcontratados e terceirizados. 
Atenção! Trabalhador produtivo: aquele que produz mercadoria 
INTRODUÇÃO II
Conceito de Questão Social e o Trabalho na Contemporaneidade e sua Relação com as Estratégias de Sobrevivência de Trabalhadores Socialmente Excluídos do Mercado Formal
Precariedade: Condições degradantes que o homem exerce seu trabalho.
Questão social: Conjunto das expressões das desigualdades sociais. Produção de riqueza social da produção da mercadoria.. Mas ela não é apropriada a divisão dos bens pela sociedade. Há uma riqueza social que não é enpoderada aos mais pobres ficam restristitas a uma camada da sociedade. Fim do modelo fordista final de anos 70 o mundo vive a politica neoliberal deixando o estado tomar conta da saúde por exemplo. Trabalho na contemporaneidade – Trabalho formal com redução do trabalho formal e desaparecimento do trabalho de carteira assinada perdendo para os informais e que não estão protegidos pela seguridade. Trabalho informal em detrimento ao trabalho formal. A medida que as pessoas perdem seu emprego perdem a capacidade de se manter com dignidade e por isso a quantidade imensa de pessoas que estão morando na rua. Com a informalidade. Idosos e Jovens são o grande ápice da problemática pois é de difícil inserção no mercado Politicas tem sido criadas para que jovens sejam inseridas no mercado através dos programas de aprendizes. Idosos também tem sido contratados por não ser necessário pagar inss. Existem pessoas que estão na situação de instabilidade e não conseguem se posicionar no mercado. As donas de casa também costumam estar desacobertadas pelo inss. Os moradores de rua também estão inertes ao mercado e quando acordam ou já estão fora de condições de se manter no mercado ou precisam constantemente da assistência social para se manter com dignidade. 
Marx, está posto que o capitalismo é um sistema que se utiliza da exploração da força de trabalho para o acúmulo de capital por meio da mais valia e que experimenta profundas mudanças no decorrer da sua história no que diz respeito ao seu ordenamento e à sua dinâmica que incidiram e estão presentes na contemporaneidade. Segundo Iamamoto (1999), a Questão Social pode ser definida como: ,,O conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que têm uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos se mantém privada, monopolizada por uma parte da sociedade. (IAMAMOTO, 1999, p. 27). a política social do Estado burguês no capitalismo monopolista procura administrar tais expressões de forma a atender as demandas estabelecidas pelo sistema, preservando e controlando a força de trabalho por meio de regulações trabalhistas entre capitalistas/ trabalhadores lançados ao exército industrial de reserva através de sistemas de seguro social e outras ações. Já as políticas sociais devem direcionar-se para as sequelas da Questão Social que são recortadas como problemáticas particulares como desemprego, fome, habitação, falta de escolas, incapacidade física etc., conhecidas como problemas sociais. A partir da Revolução industrial os estudos se intensificaram em relação ao desenvolvimento industrial e muito se tem feito e descoberto a qual implantou um modelo mecanicista dos meios de produção, o qual foi e é alvo de estudos científicos, econômicos e sociais ao longo de seu desenvolvimento mas a intensificação dos estudos se iniciou a partir do século XX por meio das linhas de montagem que seguiam um ritmo e uma organização padronizada de produção e gestão. Os modelos taylorista e fordista foram destaques nesse período O modelo de gestão do trabalho tem por objetivo o controle explícito do trabalhador, enquanto o modelo de produção tem por objetivo o aumento da produtividade em menor tempo. A união desses dois modelos promoveu por alguns anos um crescimento significativo. nas taxas de lucros dos países industrialmente desenvolvidos, mas, a partir da década de 1970, com advento do desemprego estrutural, esses modelos já não davam mais conta das novas demandas que surgiam. A concorrência internacional e as novas configurações na organização do capital passaram a estabelecer no mundo do trabalho um novo cenário resultante das lutas das classes trabalhadoras e da nova conjuntura econômica em âmbito global. nas taxas de lucros dos países industrialmente desenvolvidos, mas, a partir da década de 1970, com advento do desemprego estrutural, esses modelos já não davam mais conta das novas demandas que surgiam. A concorrência internacional e as novas configurações na organização do capital passaram a estabelecer no mundo do trabalho um novo cenário resultante das lutas das classes trabalhadoras e da nova conjuntura econômica em âmbito global. A partir dessas mudanças, configura-se uma crise estrutural do sistema capitalista, que se vê obrigado a repensar novas formas de acúmulo de capital, necessitando modificar estruturas e organizações inclusive no que tange às estruturas do Estado, que deixa de assumir seu papel de Estado providência e passar a ser peça fundamental para que o sistema supere sua crise por meio de suas ações, que vão desde as privatizaçõesde empresas estatais até a desresponsabilização com os direitos sociais. Essa crise se apresentou predominantemente a partir da década de 1970, inicialmente na Inglaterra e EUA, mas repercutiu em quase todos os países, principalmente nos menos industrializados como, por exemplo, o Brasil. A crise estrutural resultou da produção acelerada e queda da taxa de lucro devido à diminuição dos níveis de consumo, resultado do desemprego estrutural e da alta competitividade entre países que passaram a integrar uma corrida tecnológica em busca de crescimento econômico como, por exemplo, o Japão. A criação de monopólios, as novas configurações do Estado e as mudanças tecnológicas e organizacionais dos meios de produção foram algumas das respostas de enfrentamento do sistema capitalista à crise e, dentre as consequências, a desregulamentação do mercado de trabalho, o desemprego estrutural, o subemprego, o aumento nos níveis de exploração, criação de uma cultura globalizada têm sido destaques no mundo do trabalho em dias atuais. “A cultura organizacional pode ser um modo de exercício da disciplina. Pode ser um modo de fazer introjetar, escamotear diferenças, anular a reflexão. O chamado das organizações é para pessoas que se comprometam” (Alvim 2006) O Capitalismo Monopolista e Oligopólios 
Monopólios: em economia, designa uma situação particular de concorrência imperfeita, em que uma única empresa detém o mercado de um determinado produto ou serviço, conseguindo, portanto, influenciar o preço do bem que comercializa. O capitalismo monopolista tem como objetivo primário o crescimento dos lucros através do controle de mercadorias e serviços. Essas organizações se utilizam tanto dos sistemas produtivos como também dos sistemas financeiros, se organizando para tecer uma rede de cartéis com acordos bancários e compromissos de fusão que constituem uma nova dinâmica da economia capitalista, causando aumentos significativos nas taxas de lucro, ou seja, quanto mais se detém através de monopólios os meios de produção, mais se consegue determinar os preços dos produtos sem maiores concorrências. Se o monopólio é ausência de concorrência o oligopólio é caracterizado por um conjunto de empresas que dominam determinado setor da economia ou produto colocado no mercado. Os setores da economia que exigem maiores investimentos são mais tendenciosos à oligopolização, dentre eles, indústrias farmacêuticas, automobilística e outras Novos Padrões de Produção 
A empresa enxuta vem crescendo a cada dia em âmbito global. Essa empresa considerada o modelo ideal que atinge os interesses de produção do sistema capitalista moderno estabelece um novo padrão de produção que alia redução de custo e eliminação de desperdícios As principais mudanças no mundo do trabalho ocorreram nos modelos de produção e nos sistemas de gestão. Para atender às novas demandas de mercado, são exigidas no mundo do trabalho mudanças não apenas nas áreas de produção, mas principalmente nos setores gerenciais. Essas mudanças tendem a reorganizar a forma como os trabalhos são gerenciados dentro das empresas, seguem uma organização mais participativa, envolvente não apenas dos setores de gestão, mas de todos os setores, os quais são chamados a colaborar por meio de reuniões e diálogos que têm como objetivo encontrar formas e meios de alcançar as metas previstas e, sendo assim, todos assumem não apenas um papel de execução de suas tarefas, mas passam a ser responsabilizados pelo desempenho da empresa. A qualidade total exige dos trabalhadores um maior desempenho na produção e organização do trabalho a busca constante pelo aprimoramento de suas execuções e gerenciamentos. O trabalho agora agrega o conhecimento e a expertise de cada funcionário que se vê em condições de contribuir para o crescimento da empresa com um perfil polivalente e faz dessa contribuição e dedicação passaporte para promoções futuras. A meritocracia dentro do ambiente de trabalho trava uma verdadeira guerra entre os funcionários, cada meta alcançada individualmente, cada invenção valorativa, cada intervenção significativa para a produção, gera para o funcionário um bônus de confiança e este passa a ser um “gerente de si próprio e dos outros colegas”. A meritocracia é um sistema de gestão que considera o mérito como aptidão e razão principal para se atingir determinada posição. Não podemos esquecer que a concorrência entre uma mesma categoria contribui para uma fragmentação ideológica de classe, pois o trabalhador não se vê como igual, mas sim como mais capaz e diferente. Isso contribui e muito para o enfraquecimento das lutas por melhores condições de trabalho e de salários; a luta por essas condições, não é mais coletiva e sim individual, enfraquecendo significativamente os movimentos sindicais Antigamente, quando se contratava em uma grande empresa, o importante para o novo funcionário era o local onde ele trabalhava, o departamento específico e o que estava relacionado à sua função. Atualmente O funcionário é incorporado como parte do todo, a partir dessa integração, passa a ser tão responsável por seu desempenho como pelo desempenho da instituição. Além das mudanças nos setores industriais e de serviços que impactaram significativamente o mercado de trabalho formal, os empregos nas indústrias foram reduzidos, causando um inchaço na do setor terciário e, com isso, a precarização e desregulamentação do mercado de trabalho, o aumento do emprego informal em diversos países inclusive no Brasil. A substituição do modelo fordista/taylorista, inicialmente nos E.U.A e Inglaterra foi apenas um dos indícios mais significativos da crise estrutural, mas essa crise também atingiu outros setores. A partir da década de 1980, países começam a utilizar novos modelos de gestão como o just time como um padrão a ser seguido. No Brasil, essa reestruturação surge a partir dos novos padrões de competitividade internacional. Com a recessão econômica, o desemprego e uma política inspirada no neoliberalismo, que abre as portas para as multinacionais, essas empresas se instalam no país, trazendo consigo esse novo modelo de gestão, as indústrias também chegam com novidades e as que permaneceram se adequam aos novos modelos produtivos, o incremento tecnológico passa a exigir dos trabalhadores conhecimentos amplos e aprofundados de suas funções, mas não com maiores gastos na contratação desses profissionais, pois passam a utilizar cada vez mais os serviços terceirizados. A Terceirização e Trabalhadores Socialmente Excluídos do Mercado Formal de Trabalho 
O serviço terceirizado foi capaz de alocar parte dos trabalhadores liberados pela indústria. Sendo assim, parte daqueles que não encontravam mais emprego, passam a ser utilizados como mão de obra nessas empresas, tendo como única alternativa de sobrevivência o trabalho precarizado. Com os novos rumos da indústria, o mundo do trabalho começa a tomar novas formas. O termo precarização do trabalho surge a partir da década de 1990, ganha visibilidade e se sobrepõe ao trabalho formal. Milhões de pessoas que já não conseguem ter acesso ao trabalho regularizado veem no setor terciário uma das poucas alternativas de trabalho para manutenção da sua subsistência, o setor de serviços e a indústria passam a utilizar cada vez mais da terceirização que, por sua vez, nem sempre realiza as contratações com as garantias necessárias no que diz respeito aos direitos trabalhistas, sendo utilizado cada vez mais os serviços just time, ou seja, pagar quase que exclusivamente apenas pelo serviço prestado, responsabilizando o trabalhador por qualquer dano, tanto ao que é produzido, quanto ao seu desempenho e seguridade na realização do serviço. O Trabalho formal Gera garantias e muitas empresas se responsabilizam pelo funcionário em relação a todos os riscos inerentes ao seu trabalho contratado. No caso da maioria dos serviços terceirizados que utilizam a prestação de serviços temporários, o trabalhador vende apenas sua força de trabalho sem maiores garantias previstas em contrato. Neste caso, ésolicitado apenas a prestação de serviço específica e ele recebe apenas pelo que é executado. Dessa forma, o empregador não se compromete com o prestador, no que se refere a salário e seguridade. 
A contratação de serviços terceirizados pode ser feita tanto a pessoas físicas quanto a pessoas jurídicas. Sabemos que o trabalho informal é precário, contudo, mesmo o trabalho formal apresenta várias formas de precariedade, com o advento da tecnologia, muito se tem questionado sobre a qualidade do emprego. Há uma situação cada vez mais desproporcional, um mercado que exige cada vez mais qualificação do trabalhador e uma elevação cada vez mais da informalidade. Outras Formas de Exclusão do Mercado Formal de Trabalho A ocupação do gênero feminino no trabalho formalizado é menor e devido às transformações no mercado Outra situação é a desigualdade de rendimentos femininos e masculinos independentes da jornada de trabalho. E amplo os níveis de mulheres é amplo os níveis de emprego informal e doméstico na indústria têxtil, por exemplo, o maior número de empregados é do gênero feminino e devido a esta precariedade passa a executar trabalhos em péssimas condições e seus ganhos na maioria dos casos é por produção, não tendo garantidos os direitos trabalhistas e de seguridade social. , , O Processo de Migração no Brasil ,,,
Em 1930, o Brasil é palco de grandes mudanças no setor industrial época do Presidente Getulio Vargas que trouxe medidas políticas importantes para o desenvolvimento industrial brasileiro além da criação das leis trabalhistas, preparando o país para a organização no crescimento das indústrias, como foi o caso da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho. CLT é a sigla da Consolidação das Leis do Trabalho. A CLT é uma norma legislativa de regulamentação das leis referentes ao Direito do Trabalho e do Direito Processual do Trabalho no Brasil. A CLT foi aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 e sancionada por Getúlio Vargas, o presidente do Brasil na época A partir do período de 1956 – 1961, é que o crescimento industrial ganha maior dimensão, com o governo de Juscelino Kubistchek que tinha por objetivo a criação de medidas alfandegárias, o que atrairia a vinda de empresas internacionais para o Brasil. Neste período, o otimismo no que tange ao crescimento da economia brasileira foi elevado devido principalmente às medidas como o Plano de Metas para incentivar a produção industrial. 
Essa política de JK ficou conhecida como nacional-desenvolvimentista, consistia na concentração de investimentos na área de energia e de transportes. Para isso, JK utilizou o capital estrangeiro permitindo a entrada de empresas multinacionais para o Brasil, como a montadora de automóveis, Volkswagen. A partir dessas mudanças, o Estado de São Paulo foi um dos Estados com maior desenvolvimento, pessoas vinham de todas as partes do mundo em busca de trabalho e melhores condições de vida. A imigração estrangeira no início do século XX foi um dos traços marcantes no mundo do trabalho no Brasil. A partir da década de 1950, com a promessa de crescimento econômico, as grandes cidades também começam a receber milhões de pessoas que veem de outros estados em busca de trabalho. Novamente São Paulo se torna palco de um cenário de imigração, mas o grande contingente é de pessoas de outros estados as quais passam a ser utilizadas para trabalhar principalmente nas indústrias e na construção civil Trabalho Informal: se constitui a partir da precariedade da ocupação cujas atividades produtivas são executadas à margem da lei, principalmente no que se refere às leis trabalhistas. No Brasil, podemos considerar participantes desse segmento aqueles que trabalham por conta própria e uma parcela grande de trabalhadores que não contribuem para a previdência, os trabalhadores sem carteira assinada e os que não recebem salário ou remuneração por seu trabalho, pequenos empresários e os registrados como autônomo, que não estão caracterizados como trabalhadores informais trabalho informal como aquele de natureza tipicamente não capitalista, ou seja, sua diferença está nos baixos níveis de produtividade em que não há muita distinção entre capital e trabalho, geralmente é formado por trabalhadores por conta própria e o trabalho familiar, cuja a renda adquirida não distingue trabalhador e patronato . É visto como um setor desorganizado e não estruturado que pode servir tanto como estratégia de sobrevivência para trabalhadores que perderam o acesso a ocupação formal, como opção de vida de alguns seguimentos que preferem desenvolver um negócio próprio, como também serve para grandes empresas se utilizarem desse tipo de serviço para exploração de mão de obra barata desprovida de qualquer tipo relação trabalhista. O Mito do Empreendedorismo e as Estratégias de Sobrevivência Nos países menos industrializados, é comum a ocorrência de atividades ilegais. Na maioria dos casos, estão relacionadas ou com o comércio ou com a prestação e serviços. Começaram a tomar novas formas também na década de 1990, no período em que o emprego informal já havia se tornado bastante visível e estava em grandes proporções no Brasil, muitas pessoas que já não conseguem emprego nas indústrias e nem no setor de serviços passam a fazer parte de um enorme exército reserva. Precisando manter sua sobrevivência a qualquer custo, essas pessoas se tornam trabalhadores de ruas, camelôs, exercendo funções sem qualquer proteção previdenciária e consideradas ilegais O trabalho informal ou o trabalho ilegal, o trabalho infantil e escravo, dentre outros, são maneiras que milhões de pessoas, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, encontram para manter sua subsistência. Algumas dessas pessoas contam com o aparato do Estado através de programas e benefícios sociais mais ainda insuficientes, outras, mesmo com necessidades claras, ainda não conseguem ter acesso às proteções, pois a pobreza não está relacionada apenas à falta de renda, a pobreza está relacionada à falta de direitos, direito ao trabalho, a renda, direito à habitação, à educação, à saúde, direitos não apenas sociais, mas, sobretudo, direitos políticos O resultado disso vemos: famílias numerosas em que a maioria de seus membros está socialmente excluída do mercado formal de trabalho e com pouquíssimas oportunidades de mudanças significativas, gerações inteiras sobrevivendo à margem da exclusão do sistema produtivo, sobrevivendo com os restos produzidos pelo sistema capitalista e implorando por espaço na exploração formal; mulheres que se submetem a condições quase que escravistas para darem conta de assumir seus papeis de mãe, arrimo de família, provedoras, cuidadoras e trabalhadoras; homens que não encontram outra forma de sobreviver e aceitam qualquer trabalho para manter suas famílias, que acabam sendo consumidos pela vergonha a ponto de abandoná-las quando se veem sem condições de cumprir com seu papel provedor; milhões de pessoas com deficiências que não têm acesso se quer à renda e à educação, uma vez que são consideradas improdutivas, sem falarmos nos jovens que passam anos sem perspectiva de mudanças e sonhos de oportunidades, pois aceitaram que seu único papel no sistema seja o de esperar por sua vez na fila infinita do recrutamento produtivo. 
INTRODUÇÃO III – EXCLUSAO SOCIOTERRITORIAL
TERRITORIO E ALEM DE UM LUGAR onde se vive. E além e onde ela tem uma rede de solidariedade. É onde elas se relacionam e se desenvolvem. Conhecer o território é um espaço concreto onde o homem vive da vida coletiva, porque se tem uma comunidade. E a base da cidadania. E onde se concretiza as relações sociais. Família, rede de vizinhança. Quanto mais pobreza mais se afasta dos círculos sociais. Se uma pessoa é afastada para uma periferia ela se exclui muitas vezes pelo meio social. Rede primarias, Rede parentesco de vizinhança(mãe que trabalha e precisa da vizinha) Rede Secundária: E quando a pessoa precisa conviver fora do seu habitat, seu território de convivência por não terem condições no seu ambiente. Acontece porquenão se tem quem a favoreça pois não tem quem a ajude. As vezes as pessoas até conseguem sair da periferia mas acabam voltando pelas facilidades do ambiente anterior. As pessoas da periferia não tem absolutamente ações sociais que possam auxiliar as pessoas a se desenvolver. Territorio Excluido. E quando inexistem os aparatos sociais , saúde, lazer e outros que deem aparato do meio social os desafiliando do meio societal a exclusão da sociedade. Existe diferença entre lugar e território. Território: É o lugar onde eu vivo. E um lugar abstrato, idealizado, vivido sentido e que esta englobado nos lugares. Lugar: Estabelece uma delimitação geográfica mas que é profundamente assimilado pelo território. Mas o território tem vida. Onde se relacione. O Mito da violência e o que proporciona a desigualdade social que não tem proteção social. É necessário intervenção mas o que acontece que que os projetos urbanísticos colocam os mais pobres distantes dos centro urbanos. E a pressão social se rende a higienização social que joga os mais pobres para longe dando uma sensação de segurança. Mas o certo seria dar condições sociais para resolver . As mudanças no mundo do trabalho vêm modificando ao longo da história o padrão de crescimento das cidades. Temos como exemplo a cidade de São Paulo que, a partir da década de 80, alterou sua imagem de polo industrial com o êxodo das indústrias para outras cidades do Estado, houve, então, queda no crescimento populacional e empobrecimento de parcelas significativas da burguesia e do proletariado, o emprego industrial foi substituído pela terceirização, com esse processo de metamorfose as indústrias deram lugar ao centros comerciais e setores de serviços. O desenvolvimento e as mudanças significativas nas cidades Do ponto de vista ambiental, São Paulo chega ao final do século XX seriamente comprometida: poluição de água, ar, etc.; enchentes e desmoronamentos; boa parte da população encontra-se em risco eminente devido a sua condição precária de moradia; entre outros problemas não só ambientais mas sociais, de saúde, educação, etc. A população mais empobrecida foi expulsa por esse processo das áreas centrais, onde está a melhor infraestrutura urbana. Ela se deslocou para áreas cada vez mais distantes e periféricas da cidade em que o solo é menos valorizado. Quanto às regiões centrais, essas sofreram com o processo de deterioração da proliferação de favelas e cortiços como forma de moradia, outra situação que se faz cada vez mais constante e visível. A pobreza é umas das principais violências presentes nas sociedades contemporâneas. Seu impacto é destrutivo, causado pelo sistema capitalista, deixando profundas marcas nas gerações de famílias empobrecidas – marcas que atingem a subjetividade dos indivíduos e toda a sua vida prática, causadas por desemprego, saúde precária, moradia insalubre, desconforto, insegurança alimentar, ignorância e alienação, fadiga diante de uma carga de trabalho exploratória, entre outros fatores que delineiam a realidade das pessoas que vivem em situações de subalternidade e pobreza. A noção de pobreza é ampla e complexa, supõe gradações e também tem uma concepção relativa devido a múltiplas condições e situações. Antigamente, ela era medida por apenas um indicador, a renda, mas atualmente outros indicadores são usados em sua mensuração, como educação, natalidade, saúde, usufrutos de recursos sociais, dentre outros. Essa mudança vem apontando em suas pesquisas novos níveis e condições de pobreza que, mesmo ainda com um viés economicista, irão defini-la como algo temporário ou permanente – pobres são aqueles que não têm acesso ao mínimo de bens e recursos e, por isso, são excluídos em diferentes graus. A pobreza é expressão direta das ralações sociais e não está associada unicamente à privação de materiais. Ela alcança vários níveis na vida e na condição humana – espiritual, social, econômica, política, moral ético – e, de várias formas, intervém diretamente ou indiretamente na sociedade como um todo, mas, principalmente, nos indivíduos que estão imersos na luta pela sobrevivência. Ao analisarmos a pobreza sob a ótica da exclusão social, esta constrói uma referência, um lugar no mundo onde o poder é ausente, o mando de decisão fragilizado ou inexistente, as práticas de resistência e luta andam lado a lado com as privações matérias e de conhecimento dos processos sociais. As classes sociais assim divididas têm em sua composição a chamada classe popular, caracterizada por sua semelhança e condição de vida empobrecida, geralmente formada por trabalhadores pobres que em sua maioria vivem com poucos recursos. Concepção de Território Do ponto de vista social, o território é o espaço concreto da realidade da vida coletiva, é a base da cidadania, pois esta só é real quando está de fato ativa no território. É nesse espaço que se concretizam as relações sociais, de solidariedade, poder, vizinhança, entre outras que ultrapassam os muros do privativo e ganham significado e importância valorativa. É nesse espaço em que as desigualdades sociais tornam-se evidentes, onde as condições de vida se assemelham e se diferenciam e podemos enxergar claramente a presença ou ausência de serviços públicos e as mais diversas diferenças de qualidade desses mesmos serviços. A partir das dimensões do território, podemos observar as condições concretas de habitação, de escolas, do transporte, do lazer, do transitar, do participar, do exercer direitos e do viver a cidadania Em 1980, o debate sobre a cidadania marcou a agenda política do Brasil. Essa agenda culminou, mesmo em meio a divergências, no que conhecemos como Constituição Federal de 1988. O direito como filantropia 
Com as mudanças que ocorreram nos meios de produção e na forma de conduzir o Estado motivadas por acordos capitalistas entre a política econômica e a política de mercado, a função do direito voltou-se para uma perspectiva de cidadania não real e até mesmo as questões éticas foram reduzidas a uma confusão generalizada entre política e caridade, cidadania confundindo-se com filantropia e direitos com ajuda humanitária. A filantropia, por sua vez, tem fragmentada na sociedade os padrões de cidadania, aos quais as políticas públicas recorreram na implantação do projeto neoliberal, a fim de reduzir, e até mesmo anular, suas responsabilidades quanto ao seu papel protetivo. É no território que se identifica as mais variadas situações, tanto no campo da materialidade quanto no campo da subjetividade. É nesse espaço que é construído o ser social, suas relações e seu comportamento. É a partir dessa realidade vivenciada no território que são construídas as concepções de mundo e as reais situações vivenciadas pela coletividade. 
A concepção de território utilizada pelas ciências sociais, econômicas e políticas ultrapassa os limites geográficos, apresentando uma heterogeneidade de condições. Para essas ciências, o território não deve ser considerado apenas dentro do conceito de espaço, pois o que caracteriza um território é o seu uso: é a partir da sua utilização e dos atores fazem esse uso que, de fato, as transfigurações transcendem às concepções geográficas. Ao analisarmos as dinâmicas das populações por meio das pesquisas, podemos identificar apontamentos significativos que envolvem macro regiões e territórios. Esses apontamentos se distinguem nas particularidades com grandes diferenças de mobilidade no que se refere a macro regiões, ora para mais ora para menos, por isso a concepção de insociabilidade entre sujeito e território, ou população e território, que permite um olhar próprio da vida cotidiana vivenciada pelos seus agentes. Dessa forma, o território obtém significado a partir da interação com o homem e passa a ter sentido social nos permitindo compreender os conceitos de espaço de vida e de espaço vivido, em outras palavras, permite uma ótica não apenas no aspecto da materialidade, mas também de sua representação para os que nele se encontram. O território: relação tempo e espaço 
O homem desenvolve suas práticascotidianas no espaço de vida em torno de sua moradia, trabalho ou em locais que frequenta – como lugares de lazer, férias, descanso etc e Já o espaço vivido não se limita geográfica ou psicologicamente. É um espaço Global. Lugar é onde se vive e Territorio onde se pode conviver. A apropriação do território pelo homem implica no dinamismo de interação entre o homem e o espaço. Sendo que, nessa perspectiva, o território passa a ser a concretização dessa relação. Apropriar-se do território significa interagir com ele, criando e recriando significados e incorporando-os na vida cotidiana. Para tanto, usamos o termo territorialidade – termo singular da apropriação, é o fazer uso da terra do território. Lugar social e territorio: 
No caso do Brasil, por exemplo, para compreender a sociedade, é necessário partir dos pontos de vista social, cultural e político, os quais favorecem as bases formadoras do nosso país. Além disso, precisamos analisar o que, ao longo de nossa história, foi tido como verdade e como essas verdades foram utilizadas para a construção ideológica. Basicamente o Brasil tem uma história baseada em regimes escravocrata, patrimonialista, patriarcal e militar. Esses regimes foram os responsáveis pelo que se estabeleceu como padrões de vida, de cidadania, de ética e de moralidade em nosso país, norteando todas as relações da sociedade brasileira. As experiências históricas nos mostram que o Brasil se estabeleceu por meio desses sistemas e sua organização segue o modelo hierarquizado das relações, configurando-se em uma sociedade que conhece a cidadania por meio dessa estrutura hierarquizada. Essa sociedade conserva seus princípios fazendo concessões reguladoras e periódicas pelas classes dominantes, mas sem deixar que o poder seja detido por uma instância só, podendo o tirar ou concedê-lo quando bem entender – um exemplo a ser citado foi o período da ditadura militar. 
Essa ambiguidade nada conflituosa se torna a maneira mais eficaz nas relações institucionais em que a proteção ou a cordialidade dos “protetores” são privilégio e, ao mesmo tempo, favor aos beneficiados. Esse traço que se estabelece nas relações sociais dificultou a adaptação do sistema burocrático estatal, prevalecendo as relações impessoais na construção da organização social. O favor tornou-se nossa mediação quase que universal e uma moeda de troca. Na nossa sociedade, esse padrão e comportamento têm servido principalmente como um disfarce para a violência presente, principalmente, nas relações políticas, sociais e de produção. Nossa sociedade sustenta o mito da não violência com as estruturas fixadas nas bases de um sistema patriarcal e autoritário. A violência e a não violência 
As expressões consideradas violentas são apenas aquelas que oferecem algum risco para a ordem estabelecida por seus fundadores. São crimes como homicídios, extermínios, assaltos, estupros, sequestros, etc. Esses casos são vistos por toda a sociedade como situações excepcionais de violência. Já os casos de falta de moradia, descriminação social, racial, de gênero, entre outros são consideradas situações normais e naturalizadas pela sociedade. 
Esse mito da não violência no Brasil permanece por conta de alguns mecanismos ideológicos: o da exclusão, uma vez que o país é tido como não violento e qualquer um que comete o que é considerado violência excepcional é excluído de sua identidade brasileira; o da distinção, pois caso ocorra a violência, essa é considerada acidental; do aspecto jurídico, considerando o que é criminalidade e delinquência; do aspecto sociológico, considerando as transformações da sociedade moderna e da inversão do real, ou seja a naturalização das ideias, comportamentos e valores e como esses são ou não violentos. 
As políticas públicas ao longo da história do Brasil utilizaram claramente de violências materializadas consideradas não violência, a fim de manter uma aparente harmonia necessária. Podemos citar os programas e projetos sociais que são ofertados, mesmo que a maioria tenha clareza de que eles não suprem as necessidades dos seus beneficiários. Fora isso, há a precariedade de serviços básicos de saúde e educação, o que permite o fortalecimento do setor privado, obrigando a população a recorrer a ele, tendo que pagar para ter a garantia de um atendimento apregoado na Constituição. Intervenções Urbanas 
No século XIX, as políticas públicas no Brasil adotaram um sistema higienista que passou a ser utilizado principalmente pelas políticas urbanistas de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. 
Em 1893, no Rio de Janeiro, aconteceram grandes ações de despejo no centro da cidade. A grande maioria desses despejos ocorriam nos cortiços sob forte amparo policial, pois as autoridades consideravam esses espaços como locais altamente perigosos, contaminados e como abrigos de desordeiros que ameaçavam a paz e a ordem do centro urbano. Muitos cortiços foram demolidos com motivos orientados por essa questão ideológica higienista e científica. Essa ideologia passou a se destacar nas políticas desse período, principalmente nas da saúde pública, que afirmavam ser essa prática necessária para a preservação da saúde de toda a população. O discurso científico-higienista afirmava que espaços como os cortiços tinham pouca iluminação e circulação de ar, estruturas precárias de fornecimento de água e esgoto, fatores considerados como os principais responsáveis pelo alastramento de epidemias, sendo necessárias a desinfecção e a demolição. Essa ação fazia com que as pessoas fossem desalojadas e expulsas para as periferias das cidades. 
Na segunda década do XX, os cortiços desapareceram por completo das intervenções urbanísticas e, nos últimos cem anos, eles têm se reproduzido e reinventado. Essa tendência higienista não é exclusividade de ações voltadas aos moradores em situação de rua, atinge também outras famílias que foram obrigadas a deixar suas casas por conta de desapropriações de moradias consideradas irregulares. Essas pessoas tiveram como única alternativa a migração para lugares mais distantes dos centros. As estratégias de resistência utilizadas pela população Os projetos urbanísticos – construções de viadutos, avenidas, etc. – provocaram grande crescimento e trouxeram a modernidade aos centros urbanos, mas também trouxeram muitas consequências negativa ao território. Houve o crescimento desordenado das cidades que, sem estrutura, começou a formar seu entorno precariamente: as famílias começaram a construir suas casas nas encostas dos morros em barracos improvisados, nas beiras dos rios e em cima de córregos – aliás, podemos destacar essas moradias como estratégias da população em permanecer nas cidades A moradia é o mundo privado da sociedade e, também, constitui-se em abrigo contra as adversidades do sistema econômico. É por meio dela que as pessoas buscam seu lugar no espaço urbano das grandes cidades, pois a ausência desse lugar pode afetar profundamente suas vidas. De acordo com estudos realizados sobre o quadro habitacional da cidade, ela vem apresentando um aumento significativo no número de favelas, cortiços e de habitações construídas por seus próprios habitantes nas periferias. Esta última muito presente, devido a falta de recursos desses moradores, para essas construções qualquer material é utilizável – até que se possa construir algo mais sólido e permanente. Essas mudanças para bairros mais precários aumentou a partir do fim da década de 90, tornou-se crescente o número de favelas demolidas, acarretando condições ainda mais precárias, pois famílias inteiras – com seus idosos, crianças e, em muitos casos, familiares com deficiência – passaram a ocupar as ruas e, sem alternativas, áreas irregulares. Espaços precários com poucos recursos e serviços públicos. 
As desigualdades se constituem de diversas formas, inclusive na posse da terra. Manifesta-se também no acesso desigual aos serviços públicos, como: escolas, postos de saúde, creches infraestrutura urbana, asfalto, iluminação adequada, pouca ou nenhuma área de lazer; ouseja, um conjunto crítico de situações que caracterizam esses espaços utilizados como forma de enfrentamento da população para permanecer nos espaços urbanos ou em suas proximidades Considerações Finais 
Ao considerarmos a pobreza como situação social concreta, produto das desigualdades, percebemos que seu percurso atinge não só o que tange aos indivíduos, mas também está visível em níveis regionais. O desenho geográfico da pobreza é visível quando pesquisas são realizadas em territórios das cidades, identificando que em determinados lugares ela está mais presente. As questões de renda, de acesso a serviços públicos, à moradia, ao trabalho, às questões urbanísticas, entre outros caracterizam bem essa concretude da pobreza. Tem-se notado que essa visibilidade se faz presente, principalmente, em bairros mais afastados dos centros urbanos – os chamados bairros periféricos ou a periferia. 
Uma população que foi expulsa das áreas mais valorizadas da cidade, que não estava de acordo com os padrões estabelecidos pela organização desses espaços, foi se deslocando para lugares mais distantes. Outra população, como forma de resistência permaneceram, mantém-se em situações degradantes de moradia – em cortiços, por exemplo – e que são invisíveis nos dias de hoje aos projetos urbanísticos. São pessoas que permanecem nesses espaços em função da sobrevivência e, quando já não têm nem esses lugares como abrigo, por não conseguirem mantê-los, encontram-se nas ruas perambulando durante o dia e compondo filas na frente dos albergues pela noite, para ter um lugar onde descansar com segurança e fazer sua higiene. Essas pessoas estão o tempo todo em confronto com a própria noção de território, pois, como no caso dos moradores de rua, esses já perderam, em sua maioria, o sentimento de pertencimento e reconhecimento de seu território. Sua migração pelas cidades vizinhas ou bairros próximos ao centro os coloca em um patamar de pertencer a tudo e não pertencer a nada. 
O território nos traz a noção de pertencimento e este está além do lugar em que vivemos. O território não nos limita ao espaço, mas nos coloca diante de uma identidade social. Quem perde esse sentimento de pertencimento perde essa identidade, logo, sem essas referências, torna-se extremamente vulnerável – em um alto grau de complexidade. 
INTRODUÇÃO IV
DESENRAIZAMENTO SOCIAL: E o momento que a pessoa é retirada do seu território ou lugar e posta em um lugar ou território que não tem referência, tradições e crenças e habitos. Raízes é a relação familiar, comunidade, festa religiosa, culto do povo é o que forma identidade. Compromete a identidade porque não terá mais referência do lugar e cria-se uma ruptura da identidade. 
Simone: Diz que existe 3 formas de desenraizamento social: Conquista militar, Escravidão de um povo que conseguiram a miscigenação (adaptaram a culta a identidade negra), Reorganização dos espaços conquistados. Quando tem essa ruptura é retirada a identidade das pessoas. Seres que foram desenraizados podem apresentar morte social(aprender novas formas de sociedade.) que podem se manifestar com depressão social ou por violência. A sociabilização não é fácil pois somos uma sociedade etnocêntrica e procuramos a sociabilização provisória. O enraizamento é vital e é a necessidade mais importante do homem, pois significa pertencer de forma real, ativa e natural dentro de uma coletividade em que conserva suas tradições, sua vida passada e seus preceitos do futuro. As pessoas consideram vital que as pessoas tenham um pertencimento social. As pessoas abandonadas em manicômios, na rua não tem suas raízes e se perdem no mundo. 
O principal objetivo é compreender como se dá o processo de exclusão por meio do desenraizamento, social, cultural, científico, territorial, entre outros, que refletem, nos dias de hoje, a condição de subalternidade da maioria das famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social 
O Brasil passou por profundas transformações políticas, sociais e econômicas entre os séculos XI e XX, impulsionadas pela revolução industrial, que caracterizou um momento de transição para o capitalismo pleno, polarizando as classes sociais em proletariados. Com o passar dos anos, observamos o processo acelerado de empobrecimento e (des)territorialização das famílias por meio do movimento migratório. 
A mobilidade espacial da vida dos brasileiros deu-se principalmente do campo para as cidades; houve um grande contingente de migrantes das cidades localizadas no norte e nordeste do país, a migração na maioria dos casos tinha como pano de fundo a relação direta com a sobrevivência e o mercado de trabalho. Muitas famílias saíam de suas cidades em busca de melhores condições de vida. 
Essa migração, muitas vezes era motivada pela necessidade urgente de sair da condição de miserabilidade vivida; a migração não se caracterizava por um processo aleatório, a decisão de deixar sua terra, às vezes, sua família, cultura entre outros, é uma decisão do indivíduo que estava em busca de condições que lhe propiciassem a construção de algum laço. Muitas famílias foram migrando gradativamente à medida que tinham alguém como referência que lhes acolhesse no território pretendido, um parente, um amigo, alguém conhecido. 
Após a migração, essas famílias apresentam profundas mudanças que surgem diretamente pela questão do desenraizamento social e cultural; esse desenraizamento está presente na forma como compreendem suas realidades e como sobrevivem nas grandes cidades. Um desenraizamento sofrido por eles e ao mesmo tempo reproduzido por eles mesmos. 
As raízes do ser humano constituem-se a partir de sua vivência, participação e existência coletiva, as quais conservam sua participação real na história, seja ela no passado, no presente ou na construção do futuro. Quando nascemos, trazemos para nosso presente uma participação natural, ou seja, ela acontece de forma automática, desde o lugar onde nascemos, o ambiente em que vivemos, a profissão que escolhemos, enfim, cada um de nós tem múltiplas raízes que, por intermédio dos meios, nos campos intelectual, espiritual, ou material, estão se constituindo naturalmente. Entre estes meios, que podem ser muito diferentes uns dos outros, há troca de influências que devido à sua condição não são menos indispensáveis que o enraizamento do ambiente natural; porém, um meio pode receber influências exteriores que o tornem mais estimulante, não havendo necessidade de supressão do seu natural, caracterizando um desenraizamento Sendo assim, as condições sociais no interior das sociedades podem ser um dos principais fatores que contribuem para o processo de desenraizamento. Dois fatores que contribuem para o desenraizamento são o dinheiro e mais agudo e preocupante mas é o desemprego o O desemprego também funciona como desenraizamento, ainda que tenha seu impacto um pouco menos denso, sendo considerado um desenraizamento de segundo grau. A instrução como conhecemos nos dias de hoje é considerada o segundo fato de desenraizamento. Desde o movimento renascentista, a cultura sofreu um recorte significativo que a separou das massas, separando-a das tradições nacionais, dando novos significados, mergulhando em outras tradições, esquecendo-se de renovar os laços e retomar as tradições. O homem pertence aos meios em que vive, meios cultivados, e ele deixa, por um lado, de ter conceitos a respeito do próprio destino e, de outro lado, deixa de adquirir conhecimento do seu universo, apenas reproduz o que lhe é posto, decora os termos empregados no seu convívio, possui seu condicionamento rígido pelo que lhe é ensinado, deixando de explorar ou conceber novas formas de agir e de pensar, não consegue ter visível aos olhos o que pode lhe parecer óbvio, vez que sua visão, audição, paladar, olfato, tato e seus sentidos mais próprios são o que o fazem diferente. É por esta e outras razões de pensar que o saber tem seu valor invertido e desvalorizado devido à posição que exerce na sociedade, ou seja, o saber na sociedade contemporânea tem seu valormediante um status atribuído, mediante a compreensão invertida dos valores presentes nos saberes; essa compreensão invertida tende a classificar os saberes como menos importantes e mais importantes, dependendo de sua utilidade na sociedade. O que ocorre com os saberes adquiridos é uma mistura confusa, como a que aconteceu com o conhecimento chamado marxismo o qual, depois de Marx, foi utilizado por intelectuais burgueses medíocres que tomaram parte destes saberes e transmitiram aos operários com uma abordagem e linguagem completamente estranha, que não conseguiram assimilar; esse saber multiplicado era desprovido de valor nutritivo, pois grande parte do que era interpretado estava vazio de quase toda a verdade contida nos inscritos de Marx. 
O que se percebia era uma constante vulgarização científica e desqualificação do que havia sido produzido, muito inferiorizada em comparação aos manuscritos originais. Utilizar esse conhecimento transformado, empobrecido e vulgarizado só poderia levar ao auge do desenraizamento dos operários. 
O desenraizamento é considerado a mais perigosa doença das sociedades humanas, pois ele se multiplica por si só, como um vírus, uma célula em constante transformação As doenças da Sociedade: Os seres desenraizados apresentam dois comportamentos possíveis: caem em uma inércia de alma que equivale à morte, sem ter qualquer reação perante os acontecimentos, privando-se da defesa ou da acusação, mantendo-se longe de qualquer movimento de luta ou de apropriação de armas que possam ser utilizadas contra seus algozes, mantendo-se frios e paralisados pelo medo e por não querer se contrapor a qualquer um que possa tirar-lhes do seu estado de conforto, mesmo que este conforto esteja relacionado somente ao fato de não exercer nenhum movimento contrário ao que lhe foi imposto como, ou seja, mesmo que a condição não seja favorável, mesmo que viva como escravo, sem direitos, sem voz, sem condição social, os desenraizados não se permitem sequer refletir sobre sua real condição e sua forma de se manter é uma morte em vida, que não reage frente aos acontecimentos. 
Outro comportamento dos desenraizados é a reprodução do desenraizamento, muitas vezes por métodos violentos sobre os quais ainda não estão totalmente desenraizados, ou o estão parcialmente. As conquistas têm por sua razão duas condições postas, uma sob o nome de revolução, que consiste em transformar a sociedade com o intuito de melhorá-la ou ao menos com o discurso de espraiar a toda a sociedade a doença do desenraizamento. Uma sociedade ao ser conquistada apresenta sua queda no primeiro abalo pelo fato de suas raízes estarem enfraquecidas. É vão voltar as costas para o passado e pensar somente no futuro, mas conhecer o passado é poder oferecer ao futuro condições de se constituir; o que somos hoje, como agimos, como pensamos, como nos organizamos tem suas raízes no passado; ignorar este passado e seguir para um futuro incerto, solto, sem identidade, vulnerável. O Desenraizamento Cultural 
O desenraizamento cultural sugere que se venha a ser retirado de suas origens. Sendo assim, o desenraizamento cultural ocorre quando uma pessoa é tirada de seu habitat, onde tem fixadas suas crenças, tradições, hábitos etc. e é colocado em um ambiente ao qual ainda não está adaptado. Podemos citar alguns aspectos que se tornaram, ao longo do tempo, os principais motivos de desenraizamento cultural como, por exemplo, destacando as ditaduras, conquistas coloniais, a migração (por inúmeros motivos), mudança brusca na meio social (exemplo: revoluções), entre outros. 
Podemos citar, ainda, as consequências do desenraizamento cultural, que pode levar ao desemprego, à desabituação, à extinção de tradições e, em casos extremos, pode causar até mortes e tornar os habitantes de uma região estrangeiros da própria terra, subtrair seus bens mais preciosos culturalmente, desqualificando o que antes existira e os transformando apenas em um passado esquecido e inacessível. O Desenraizamento Operário 
Podemos definir alguns pontos importantes que são provocados pelo desenraizamento dos operários como, por exemplo, o funcionamento social, tais como a satisfação de trabalhadores, os objetivos junto ao seu meio e o desencadeamento de uma série de problemas que podem ser generalizados ou individuais. Desta maneira, as mudanças constantes nos processos de produção têm como intenção apenas a contínua simplificação e fragmentação das atividades. O desconhecimento total do sistema técnico e, muitas vezes, dos objetos produzidos também são aspectos fundamentais do problema. Nesta situação, podemos observar a insatisfação e indignação de alguém que foi atingido pelo desenraizamento operário, atingindo muitas vezes a forma de vivência que o indivíduo estava habituado e se tonando uma doença na sociedade. A Imigração E Desenraizamento Social 
Sabemos que a situação de exclusão pode ser caracterizada de diversas formas e uma dessas formas é a condição de imigração ou migração, do ser estrangeiro, ou seja, o que vem de fora fica de alguma forma marcado e colocado de fora. 
No senso comum, estrangeiro é alguém que vem de outro lugar, que não está em seu país e que mesmo que seja bem vindo, na maioria das vezes é passível de retornar ao seu país de origem, ou seja, repatriado; o estrangeiro ocupa uma categoria sociopolítica fixada em uma alteridade que o coloca em condição de exclusão. 
O Estado Nacional dá origem a categoria sociopolítica do estrangeiro, desde que o termo passou a designar aquele que pertence a outra nação; a partir daí, a nacionalidade tornou-se parâmetro que diferencia o estrangeiro do não estrangeiro. 
A imigração através das fronteiras deixa marcas profundas, já que abandonar seu país é uma tarefa longa e difícil, pois não perpassa apenas pela questão geográfica, mas também pela questão cultural. 
Abandonar seu país e manter suas tradições em uma terra estrangeira é algo realmente perturbador à medida que, ao se fixar provisoria ou permanentemente em outro país, são necessárias adaptações e mudanças muitas vezes traumáticas. Um imigrante é uma força de trabalho, força que pode ser ou não provisória, temporária, em transição; é o trabalho que faz nascer no imigrante o sentido de existir, é este trabalho que o mercado para imigrantes lhes atribui Podemos colocar como uma das origem e raízes do desenraizamento na experiência da imigração a questão do trabalho, colocando-o em patamar de propulsor da busca por melhores condições de vida, mas, para além da questão do trabalho, existem outras situações na imigração que são desenraizadoras; há uma série de rupturas que podem ocasionar situações de desenraizamento para o imigrante e seus descendentes, que podem estar nos aspectos étnicos, estéticos e éticos. O desenraizamento é comparado por Simone Weeil a um processo de imigração em que a principal dificuldade da nossa época vem do fato de que o imigrante, embora geograficamente no mesmo lugar, foi moralmente desenraizado, exilado e deixado a existir por tolerância. 
O desenraizamento descorporifica o ser humano que deixa o mundo natural, podendo-se comparar essa situação com a de exílio no processo de imigração. 
Para o autor, o enraizamento é a necessidade mais importante do homem, pois para ele o ser humano tem raiz por sua participação real, ativa e natural, dentro de uma coletividade em que conserva vivas suas tradições, sua vida passada, seus preceitos do futuro. 
Essa participação natural pode ser realizada pelo lugar, pelo nascimento, pela profissão por meios em que o ser humano estabelece sua vivência por meio de múltiplas formas de enraizamentos e que refletem quase sua totalidade moral, intelectual, espirituais, por intermédio dos meios reais e naturais da sua vida. 
Mas o autor também faz uma crítica em relação à importância que o dinheiro exerce na organização da vida das pessoas, em que estas deixam de lado todo o seu histórico cultural e suas concepções, tornando sua cultura fragmentada e desprovida de contato com o universo. Do ponto de vistapolítico, o desenraizamento é compreendido como lugar e origem do homem na comunidade e é por meio dele que podemos pensar a questão dos imigrantes e do desenraizamento do ponto de vista da opressão comunitária. Muitas vezes, os indivíduos encontram-se em condições que são consideradas diferentes e podem acabar se fechando por produzirem um ressentimento devido a esta condição, mas esse ressentimento também pode ter sua origem no desprezo ou na hostilidade de seus anfitriões. Porém, com o tempo, tem a capacidade de superar essa condição, descobrindo novas formas de aprender e ser tolerante. A Migração no Brasil e as Famílias Desenraizadas 
O Brasil também passou por profundas transformações políticas, sociais e econômicas, entre os séculos XI e XX, impulsionadas pela revolução industrial que caracterizou um momento de transição para o capitalismo pleno, polarizando as classes sociais em proletariados. 
Com o passar dos anos, observamos o processo acelerado de empobrecimento e (des) territorialização das famílias por meio do movimento migratório. A mobilidade espacial da vida dos brasileiros deu-se principalmente do campo para as cidades; houve um grande contingente de migrantes das cidades localizadas no norte e nordeste do país. 
A migração, na maioria dos casos, tinha como pano de fundo a relação direta com a sobrevivência e o mercado de trabalho; muitas famílias saíam de suas cidades em busca de melhores condições de vida. Quando há essa ruptura no meio social familiar, agravado pelo tempo em que se esteve distante, a perda de laços sociais remete ao conceito de desfiliação, ou seja, a ruptura de laços de pertencimento que leva à perda de vínculo societal, ocorrendo uma sucessão de rupturas na vida que fragilizam o vínculo social, pois o indivíduo fica sem referência. 
As migrações interurbanas também são fortes características de famílias que, em busca de trabalho e melhores condições de vida, estão em constantes mudanças; muitas vezes, essas mudanças não são significativas no quesito geográfico, mas acabam tendo forte impacto nas questões de vínculo social e familiar. 
As constantes mudanças de casa, trabalho e cidade sinalizam o não enraizamento em local algum e o não pertencimento em determinado local. 
A transição de famílias inteiras entre uma cidade e outra pode ser concebida claramente como falta de condições internas e externas de se fixarem em determinado território. 
Algumas famílias que migram de outros estados do Nordeste para São Paulo, por exemplo, apresentam o desejo de retornar a suas cidades e tendem a ter este desejo como um projeto da família. Já outras, mesmo se sentindo ainda parte daquela cultura deixada por meio da migração, não apresentam desejo de retorno fixo, a possibilidade de retorno passa apenas pelo âmbito do turismo. De modo geral, as famílias que sofrem o processo de migração tendem a manter os laços culturais e reestabelecer os laços comunitários à sua nova realidade, organizando-se de forma mútua em família ou com pessoas mais próximas, parentes e vizinhos, a fim de resistir aos avanços e às sequelas do sistema capitalista, visivelmente nos contextos desemprego, falta de moradia, falta de renda, pouco ou nenhum acesso aos serviços públicos. 
O acesso ao trabalho, na maioria dos casos, é feito de forma precarizada, subcontratado, ou não remunerados, refletindo claramente a exclusão do mercado formal de trabalho, e apresentam baixa escolaridade. 
Às vezes, essas famílias contam com uma rede informal de apoio e se utilizam de diversas estratégias de sobrevivência.

Continue navegando