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Bioquímica II. Letícia – ATM 26 ESTUDO DIRIGIDO DE BIOQUÍMICA 1. O que são lançadeiras? Para que elas servem? Cite as duas lançadeiras existentes, a localização delas e a diferença de funcionamento entre as duas. Lançadeiras podem ser definidas como um conjunto de reações enzimáticas que visa à movimentação de equivalentes redutores de uma região mais externa da célula para a matriz mitocondrial. As lançadeiras servem para dar continuidade a processos e vias metabólicas na busca pela produção de energia. Dois exemplos de lançadeiras que podem ser citados são: a lançadeira malato-aspartato e a lançadeira glicerol-3- fosfato. Enquanto a primeira transporta os equivalentes redutores produzidos na glicólise essencialmente no fígado, coração e rim, a lançadeira glicerol-3-fosfato age na musculatura esquelética e no encéfalo. Além disso, enquanto a lançadeira malato-aspartato entrega equivalentes redutores NADH diretamente ao complexo I da cadeia respiratória, a lançadeira glicerol-3-fosfato entrega os equivalentes redutores via FAD para a ubiquinona e então, diretamente no complexo III, o que condiciona menor produção de energia para cada par de elétrons. 2. Explique o funcionamento da cadeia transportadora de elétrons. Cite todos os complexos e explique o que ocorre em cada um deles A cadeia transportadora de elétrons é um conjunto de reações que acontecem na matriz mitocondrial e antecede a fosforilação oxidativa. A energia produzida pelo transporte de elétrons dos equivalentes redutores no meio intermembranoso é utilizada para gerar um gradiente eletroquímico. Posteriormente, essa energia será utilizada para produzir ATP. Para a ocorrência de todas as reações, é necessária a presença de quatro complexos enzimáticos. Complexo I – catalisa processos simultâneos: a transferência de um íon hidreto do NADH e um próton da matriz para a ubiquinona. E a transferência endergônica de 4 prótons da matriz para o espaço intermembrana. É considerado uma bomba de prótons, pois o fluxo de dois elétrons do NADH para o UQH2, através do NADH-Q redutase, resulta no bombeamento de quatro H+ da matriz para o espaço intermembrana. Complexo II – realiza a oxidação do FADH2 pela UQ. Essa reação não ibera energia suficiente para sintetizar ATP, servindo apenas para injetar os elétrons a partir do FADH2. Como a variação de energia livre é muito pequena, o complexo succinato-Q redutase e outras enzimas que transportam elétrons de FADH2 para a UQ não são considerados bomba de prótons. Complexo III - conhecido como Ubiquinol-citocromo C redutase. Realiza a oxidação da UQ pelo citocromo c. Os elétrons fluem do ubiquinol para o citocromo C. Esse complexo é considerado uma bomba de prótons devido à presença da enzima citocromo redutase, que atua transferindo elétrons de UQH2 para o citocromo C O citocromo C é uma proteína hidrossolúvel que bombeia mais quatro prótons para membrana mitocondrial externa. Complexo IV – também conhecido como citocromo oxidase. É o terceiro e último complexo bombeador de prótons da cadeia respiratória. Catalisa a transferência de elétrons do citocromo C reduzido para o oxigênio molecular, aceptor final de hidrogênios. 3. Explique o processo de fosforilação oxidativa: É o processo que explica a formação de ATP quando elétrons do NADH ou do FADH2 são transferidos até uma molécula de oxigênio por intermédio de transportadores. O bombeamento de prótons para fora da matriz mitocondrial gera uma força eletromotriz que altera o potencial transmembranoso. O ATP é sintetizado quando os prótons fluem de volta à matriz mitocondrial pela ATP sintase. É o movimento dos prótons que gera energia suficiente para formar ATP. 4. O que é teoria quimiosmótica? É uma teoria que sugere que a maioria da síntese de ATP em células que respiram vem do gradiente eletroquímico pela membrana interna das mitocôndrias ao utilizar a energia do NADH e FADH2 formados no catabolismo de moléculas como glicose. A enzima que faz ATP utilizado a quimiosmose é a ATP sintase. 5. Qual a importância da cadeia de transporte de elétrons para a formação do ATP? Como funciona essa cadeia? Qual a relação do funcionamento da cadeia para a síntese de ATP? A cadeia de transporte de elétrons é imprescindível, pois forma um gradiente de prótons da membrana mitocondrial interna, que leva à síntese do ATP devido à movimentação desses elétrons. Sem o funcionamento dessa cadeia, não há geração de gradiente eletroquímico, o que corrobora a não formação de ATP também. Conforme os íons H+ fluem a favor do gradiente para a matriz, eles passam por uma enzima chamada ATP sintase, que aproveita o fluxo de prótons para sintetizar ATP, desse modo, se não houver pleno funcionamento da cadeia transportadora de elétrons, não haverá formação de ATP. 6. Qual a diferença entre anabolismo e catabolismo de lipídeos? Quando ocorre um ou outro? O anabolismo ocorre quando há síntese de ácidos graxos, proporcionada pelo alto índice energético das células. O catabolismo acontece na situação contrária, quando os níveis de energia celular estão muito baixos e é Bioquímica II. Letícia – ATM 26 necessário utilizar as reservas do tecido adiposo para produção de ATP. Os dois processos envolvem reações de oxirredução e diferem-se na direção e enzimas, localização celular e aceptor final de elétrons. A degradação de ácidos graxos ocorre a partir da b- oxidação, em que há remoção gradual de acetil-CoA. 7. O que é a beta-oxidação? Onde ocorre? Quais são as 4 reações desse processo? É o processo que gera a degradação de ácidos graxos. Antes de iniciar a b-oxidação, o ácido graxo sofre ativação. A ativação ocorre quando o AG já está no interior do citoplasma e sofre a incorporação de uma coenzima A, que gasta 2 ATP, e o AG se torna um acil-CoA (acil significa acido graxo com numero indeterminado de C). Como o Acil-CoA não é permeável à membrana mitocondrial interna, para que ele adentre, ele se junta a uma molécula de carnitina (aminoácido) e libera a coenzima A. Por simporte, a carnitina consegue passar para dentro da célula, carregando a acil-carnitina (junção do Acil+molécula de carnitina). Dentro da célula, quando a acil carnitina se separa para que a carnitina possa voltar para fora da matriz mitocondrial e dar continuidade ao transporte, uma molécula de coenzima A se une novamente, reconstituindo o Acil-CoA e a partir desse ponto, inicia a b-oxidação. Etapas da B-oxidação: 1. A acil-CoA sofre uma desidrogenação entre o C alfa e beta, formando uma insaturação entre esses carbonos e liberando um FAD. 2. Essa nova molécula sofre uma hidratação, transformando-a em um álcool. 3. O álcool sofre uma oxidação em que uma molécula de NAD é reduzida, formando uma cetona no carbono B. 4. Essa cetona é quebrada formando acetil-CoA e um composto acil com 2 carbonos a menos, o qual retornará ao inicio para sofrer as quatro reações novamente. 8. Quais produtos são formados em cada passagem do ácido graxo pela betaoxidação? Há formação de um NADH2, um FADH2 e um Acetil- CoA. Caso a b-oxidação fosse do ácido palmítico (16C), ele sofreria 7 vezes a b-oxidação, rendendo então: 7 NADH2, 7 FADH2 E 8 acetil-CoA. 9. Explique o processo de transporte dos ácidos graxos do citosol para o interior da mitocôndria. (JÁ FOI CITADO NA RESPOSTA DA QUESTÃO 7). 10. O que são corpos cetônicos? Quando e como são formados? Os corpos cetônicos são derivados do Acetil-CoA e são produzidos quando essa molécula encontra-se em excesso. A acetil-CoA produzida na oxidação dos ácidos graxos só entra no ciclo do ácido cítrico se a degradação dos lipídeos e carboidratos estiverem equilibradas. A entrada de acetil- CoA depende da disponibilidade do oxaloacetato para formar citrato. No entanto, durante o jejumprolongado, ou diabetes, o oxaloacetato é utilizado na gliconeogênese para formar glicose. Desse modo, o excesso de acetil-CoA gera a produção de corpos cetônicos. A produção de corpos cetônicos inicia com a condensação de duas moléculas de acetil-CoA, formando o acetoacil- CoA. Posteriormente, outra molécula de acetil-CoA é adicionada ao acetoacil-CoA. Essa molécula formada por três acetil- CoA será clivada, formando os corpos cetônicos acetoacetato e acetil-CoA. E a partir do acetil-CoA será formada a acetona. O acetoacetato pode ser reduzido a b- hidroxibutirato. Dos três corpos cetônicos (Acetona, Acetoacetato e Beta-hidróxi-butirato), somente dois são utilizados para a produção de energia. A acetona, por ser muito volátil, evapora e não continua nos processos metabólicos. 11. Como os grupos amino chegam até o fígado para serem processados? A partir do transporte pela alanina e glutamina, que são os principais transportadores de nitrogênio no sangue. 12. Qual o papel do glutamato no catabolismo dos aminoácidos? Ele atua como um receptor de grupos amino, coletando o nitrogênio. Desse modo, conduz os grupos amino para serem utilizados por vias biossintéticas, ou então para uma sequencia final de reações pelas quais são formados produtos nitrogenados degradados que, depois serão excretados. 13. Qual o papel da enzima glutamato desidrogenase? Onde ela se encontra? Essa enzima retira o nitrogênio do glutamato, gerando uma molécula de amônia e alfa cetoglutarato. É uma enzima mitocondrial encontrada principalmente no fígado e no rim. 14. O que são reações de transaminação? Para que elas servem? São reações de transferência de um grupo amino de um aminoácido para um cetoácido, para formar um novo aminoácido e um novo ácido alfa-cetônico. É um processo mediado pelas enzimas aminotransferases. É importante por trocar um grupamento amino entre aminoácidos, assim passando o grupamento para o seu carreador dentro da mitocôndria e assim realizando o ciclo da ureia. Sempre um par de aminoácidos e seus alfa-cetoácidos correspondentes estão envolvidos nessa reação. O α- cetoglutarato e o glutamato são, normalmente, um dos pares. Bioquímica II. Letícia – ATM 26 Exemplo comum é a transaminação que ocorre pela enzima ALT e AST. A alanina aminotransferase transfere um grupo amino da alanina para o α-cetoglutarato, se transformando em piruvato, e o α-cetoglutarato, ao receber o grupo amino, se transforma em glutamato. A enzima aspartato aminotransferase (AST) realiza a transferência de um grupo amino do aspartato para o α- cetoglutarato, se transformando em oxaloacetato, e o α- cetoglutarato, ao receber o grupo amino, se torna glutamato. 15. O que é o ciclo da ureia? Descreva todas as suas reações. Para que serve o ciclo da ureia? É um conjunto de processos metabólicos em que a amônia é convertida em ureia nos hepatócitos. Depois de ser formada, a amônia é transportada até os rins e excretada na urina. Compreende quatro reações, sendo que se inicia na mitocôndria, mas três etapas ocorrem no citosol. No fígado, a NH3 liberada pelo glutamato reage com o CO2 e forma o carbamoil fosfato; O carbamoil fosfato reage com a ornitina, perdendo um fosfato, formando a citrulina. A citrulina ai da mitocôndria e no citoplasma reage com o aspartato. Com o gasto de dois ATP, forma o composto arginino-succinato. O arginino-succinato é clivado pela enzima arginino- succinase, liberando fumarato e arginina. Por fim, a arginina é clivada, restaurando a ornitina e liberando ureia. O ciclo da ureia serve para que o nosso organismo não se intoxique com a amônia, que é uma substancia nociva aos tecidos. 16. O que acontece com os esqueletos carbonados (alfa- cetoácidos) dos aminoácidos? Os esqueletos carbonados têm a opção de seguir diferentes vias metabólicas. Podem sofrer oxidação até se reduzir a CO2 e H2O, ou ser convertidos em glicose pela glicogênese ou em corpos cetônicos. 17. Como existem 20 aminoácidos, existem 20 vias catabólicas diferentes. Contudo, todas essas vias convergem para formar apenas 6 produtos. Quais são esses produtos e qual é o destino dos mesmos? São: piruvato, acetil CoA, oxaloacetato, fumarato, α - cetoglutarato e succinato (4 últimos são intermediários do ciclo de Krebs). 18. “Uma deficiência no ciclo da ureia pode gerar confusão mental.” “Alguns dos sintomas da encefalopatia hepática são causados por acumulo de amônia.” Explique as frases acima. A amônia em grandes quantidades se torna tóxica ao organismo. No cérebro, sua presença afeta o funcionamento dos neurotransmissores. Desse modo, a alta concentração de amônia está associada a sintomas como alterações no sono e na personalidade, problemas motores e de atenção, redução da cognição, comportamento inapropriado e até mesmo o coma profundo.
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