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ENSINO DE HISTÓRIA, CULTURA AFRO-BRASILEIRA, AFRICANA E INDÍGENA LEIS E INCLUSÃO NOS CURRÍCULOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA

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3
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
curso DE PEDAGOGIA – 2º SEMESTRE
JANICE DE OLIVEIRA
LORENA BATISTA DA SILVA MACHADO
SILMÉRIA SILVA SIQUEIRA
VIVIANE FERNANDES FERREIRA
PORTFÓLIO:
ENSINO DE HISTÓRIA, CULTURA AFRO-BRASILEIRA,
AFRICANA E INDÍGENA:
LEIS E INCLUSÃO NOS CURRÍCULOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
MARIANA / MG
2020
JANICE DE OLIVEIRA
LORENA BATISTA DA SILVA MACHADO
SILMÉRIA SILVA SIQUEIRA
VIVIANE FERNANDES FERREIRA
PORTFÓLIO:
ENSINO DE HISTÓRIA, CULTURA AFRO-BRASILEIRA,
AFRICANA E INDÍGENA:
LEIS E INCLUSÃO NOS CURRÍCULOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas: Política Pública. Ética. Política e Cidadania. Psicicologia da Educação da Aprendizagem. Metabólica Científico Educação e Diversidade.
Tutor Eletrônico: Lucas Bondarenko Pereira da Silva
Tutora Presencial: Natália
MARIANA / MG
2020
sumário
1. INTRODUÇÃO	4
2. DESENVOLVIMENTO	6
2.1- Lei n.º 10.639, de 2003 – A Inclusão de História e Cultura
Afro-brasileira e Africana nos Currículos da Educação Básica	8
2.2- Lei n.º 11.645 de 2008 – A Inclusão de História e Cultura
Afro-brasileira e Indígena nos Currículos da Educação Básica	12
2.3- Os PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais)	14
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS	17
4. REFERÊNCIAS	18
1. INTRODUÇÃO
	Neste trabalho abordaremos o tema sobre leis relacionadas a inclusão de História, Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena nos currículos da Educação Básica, com objetivo de abrir uma discussão sobre a Lei n.º 10.639, de 2003 que trata da obrigatoriedade da inclusão de História e Cultura Afro-brasileira e Africana nos currículos da Educação Básica como um momento histórico e a Lei n.º 11.645 de 2008, que amplia a Lei anterior, destacando a necessidade de apresentar também a história e a cultura indígena.
	Leis de grande importância, reconhecendo que essa inclusão nos currículos da educação básica fortalece a ideia de que os currículos escolares para a diversidade cultural, racial, social e econômica brasileira abrem novos horizontes.
 	De acordo com Borges (2010, p. 72), embora a população brasileira seja composta de 45% de população negra, segundo o IBGE, convivemos com ideologias, desigualdades e estereótipos racistas.
 	Para se entender a importância da inclusão da história e da cultura afro-brasileira, africana e indígena nos currículos da Educação Básica brasileira, e proposta pedagógica na formação de professores, iniciaremos falando das leis, também fundamentais para a construção de uma nação democrática. Buscando valorizar a história e a cultura de seu povo afrodescendente e indígena, a educação brasileira está disponível a todos os brasileiros, e não apenas para a população negra. 
 	Neste sentido, optou-se por pesquisa bibliográfica, onde vários autores têm se voltado para a análise da inclusão da história e cultura dos afro-brasileiros e dos africanos.
 	Bernard (2005), fala da necessidade de diretrizes que orientem a formulação de projetos empenhados na valorização da história e cultura dos afro-brasileiros e dos africanos, e também comprometidos com a educação de relações étnicoraciais positivas, que tais conteúdos devem produzir.
	 	As Diretrizes Curriculares entendem que o papel de desconstruir a representação de que o afrodescendente tem como único atributo a descendência escrava, subalterna ou dominada é única e exclusivamente da escola. (PASSOS, 2002).
 	O referido trabalho, justifica-se em: compreender as orientações pedagógicas e políticas das Leis e como são desenvolvidas no espaço escolar; entender se os conteúdos programáticos contemplam as exigências das Leis; perceber as relações sociais constituídas a partir da diversidade étnico-racial (negra e indígena); avaliar como as expressões culturais africanas, afro-brasileiras e indígenas são inseridas no espaço escolar.
 	O objetivo é indicar a inserção da Educação para as relações étnico-raciais como componente curricular nas disciplinas de História e nas práticas pedagógicas cotidianas.
 	E dessa forma, promover o desenvolvimento de conhecimentos sobre a temática, de maneira que a instituição escolar seja atuante na construção de uma sociedade justa, abrindo caminhos e possibilidades para que o ensino possa se realizar prazerosamente.
2. DESENVOLVIMENTO
	 	O Ministério da Educação, implementou conjunto de medidas e ações com a finalidade de corrigir injustiças, excluir discriminações e promover a inclusão social e a cidadania no istema educacional brasileiro para todos.
 	De acordo com as Diretrizes, o ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana e a educação das relações étnico-raciais devem ser desenvolvidas no cotidiano das escolas como conteúdo de disciplinas, particularmente Educação Artística, Literatura e História do Brasil, em atividades curriculares ou não.
 	A Lei n.º 9.394/96 que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), foi alterada no ano de 2003 pela Lei n.º 10.639, incluindo no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”. Já em 2008 a Lei n.º 11.645 tornou obrigatório a inclusão do ensino da cultura indígena.
 	Nos dias atuais a LDB em seu artigo 26-A estabelece ser obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados.
 	Não é tarefa exclusiva da escola combater o racismo, pois o racismo não nasce na escola, mas existe nesse espaço. É por isso que a escola e a sociedade também são responsáveis por esta caminhada.
 	É necessário qualificar professores capazes de direcionar as relações entre pessoas de diferentes etnias-raciais e investir na formação inicial e continuada dos professores, para que, recebam capacitação. A questão racial está presente na sociedade e não há como deixar essa pauta fora dos muros da escola.
 	Com a criação da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD), o Ministério da Educação conseguiu reunir os programas de alfabetização e de educação de jovens e adultos, as coordenações de educação indígena, diversidade e inclusão educacional, educação no campo e educação ambiental. É uma estrutura que permite a articulação de programas de combate à discriminação racial e sexual com projetos de valorização da diversidade étnica, com o objetivo de tornar a multiplicidade de experiências pedagógicas dessas áreas em modos de renovação nas práticas educacionais, entre outros.
 	Mesmo após a promulgação da Constituição de 1988, o Brasil ainda possui uma realidade marcada por posturas subjetivas e objetivas de preconceito, racismo e discriminação aos afro-descendentes, que, historicamente, enfrentam dificuldades para o acesso e a permanência nas escolas.
 	É papel da escola, estimular a formação de valores, hábitos e comportamentos que respeitem as diferenças e as características próprias de grupos e minorias e a educação é essencial no processo de formação e cidadania de um povo.
 	O § 2º da Resolução nº 1, de 17 de junho de 2004 do Conselho Nacional de Educação (CNE), versa que o ensino de história e Cultura Afro-brasileira e Africana objetiva o reconhecimento e a valorização da identidade, da história e da cultura dos afro-brasileiros, e garante o reconhecimento e a igualdade de valorização das raízes africanas da nação brasileira ao lado das indígenas, europeias e asiáticas.
	 	O § 3º da Resolução nº 1, de 17 de junho de 2004, do CNE, versa que o ensino sistemático da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na educação básica refere-se aos componentes curriculares de Educação Artística, Literatura e História do Brasil. 
	 	Mas, para os professores de História são os livros literários, ferramentas que abordam de maneira criativa a temática, o apoio que abre um leque de trabalhos criativos.
 	 	Segundo Borges (2010, p. 73),
a autonomia dos estabelecimentos de ensino para compor os projetos pedagógicos, no cumprimento do exigido no artigo deLei citado, permite que se valham da colaboração das comunidades a que a escola serve, do apoio direto e indireto das universidades, do Movimento Negro, de grupos de capoeira ou congada, entre outros, portanto, propicia um momento de interação escola/comunidade. Vários autores têm se voltado para a análise da inclusão da história e cultura dos afro-brasileiros e dos africanos.
	 	Através da inserção da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na educação básica, a finalidade é propor a formação de atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos orgulhosos de seu pertencimento étnico-racial – descendentes de africanos, povos indígenas, descendentes de europeus, de asiáticos – para interagirem na construção de uma nação democrática, em que todos, igualmente, tenham seus direitos garantidos e sua identidade valorizada.
 	A Lei n.º 10.639/03, é considerada como uma medida de ação afirmativa. Ações afirmativas são políticas, projetos e práticas públicas e privadas que visam à superação de desigualdades que atingem certos grupos sociais, como: negros, mulheres, homossexuais, indígenas, pessoas com deficiência.
 	Tais ações são passíveis de avaliação e têm caráter emergencial, sobretudo, no momento em que entram em vigor. Elas podem ser realizadas por meio de cotas, projetos, leis, planos de ação, etc. (GOMES, 2001).
 	A Lei nº 10.639/03 representa uma alteração fundamental da LDB, sendo que o seu cumprimento é obrigatório para todas as escolas e sistemas de ensino.
2.1- Lei n.º 10.639, de 2003 – A Inclusão de História e Cultura Afro-brasileira e Africana nos Currículos da Educação Básica
 	A aprovação da Lei n.º 10.639/03, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Africana e Afro-brasileira nas escolas de Ensino Fundamental e Médio, resgatando historicamente a contribuição dos negros na construção e formação da sociedade brasileira, substituída, em 2008, pela Lei n.º 11.645/08, que inclui também o ensino de História e Cultura Indígena, vem sanar uma dívida social e uma lacuna: a ausência em nossa história desta diversidade cultural. A Lei n.º 10.639/03 é necessária para corrigir a desigualdade histórica que recai sobre a população étnico-racial, que são os negros brasileiros. A referida Lei poderá garantir que as políticas universais brasileiras incluam e garantam, de forma explícita, o direito à diferença.
	 	Borges (2010, p. 74), revela que:
Em síntese, às escolas, atualmente, são atribuídas duas tarefas. A primeira é a responsabilidade de acabar com o modo falso e reduzido de tratar a contribuição dos africanos escravizados e de seus descendentes para a construção da nação brasileira. A segunda é fiscalizar que em seu interior alunos negros deixem de sofrer os continuados atos de racismo de que são vítimas.
	 	A Lei n.º 10.639/2003 determinou que em destaque no calendário, o dia 20 de novembro é oficialmente comemorado o “Dia Nacional da Consciência Negra”. A comemoração do Dia 13 de maio nas escolas - “Abolição da escravidão no Brasil” aflorou reflexões sendo que a Lei Áurea representou um marco importante na caminhada do povo negro.
	 	Ao comemorar a consciência negra no dia 20 de novembro, fortalece a resistência do quilombismo, destacando Zumbi dos Palmares, onde o negro brasileiro torna-se o protagonista da luta pela libertação e abre discussão sobre o mito da “democracia racial”, propondo reflexões sobre o “racismo cordial” e a questão das desigualdades, ignorados pelo Brasil por séculos.
	 	Para se compreender a realidade do negro brasileiro, as características físicas e a classificação racial devem ser consideradas, e também a dimensão simbólica, cultural territorial, mítica, política e identitária.
 	Cabe ao Estado promover e incentivar políticas de reparações, no que cumpre ao disposto na Constituição Federal, Art. 205, que assinala o dever do Estado de garantir indistintamente, por meio da educação, iguais direitos para o pleno desenvolvimento de todos e de cada um, enquanto pessoa, cidadão ou profissional.
	 	De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais,
Políticas de reparações voltadas para a educação dos negros devem oferecer garantias a essa população de ingresso, permanência e sucesso na educação escolar, de valorização do patrimônio histórico-cultural afro-brasileiro, de aquisição das competências e dos conhecimentos tidos como indispensáveis para continuidade nos estudos, de condições para alcançar todos os requisitos tendo em vista a conclusão de cada um dos níveis de ensino, bem como para atuar como cidadãos responsáveis e participantes, além de desempenharem com qualificação uma profissão. (BRASIL, 2004)
 	A demanda da comunidade afro-brasileira por reconhecimento, valorização e afirmação de direitos, no que diz respeito à educação, passou a ser particularmente apoiada com a promulgação da Lei n.º 10.639/2003, que alterou a Lei n.º 9.394/1996, estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileiras e africanas. E a partir da Lei n.º 10.639/2003, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei n.º 9.394/96) sofreu alterações nos artigos 26-A e 79-B, e a Educação das Relações Étnico Raciais para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (BRASIL, 2004), foi finalmente fundamentada, pelo Parecer CNE n.º 3, de 10 de março de 2004, expondo que:
O sucesso das políticas públicas de Estado, institucionais e pedagógicas, visando a reparações, reconhecimento e valorização da identidade, da cultura e da história dos negros brasileiros depende necessariamente de condições físicas, materiais, intelectuais e afetivas favoráveis para o ensino e para aprendizagens; em outras palavras, todos os alunos negros e não negros, bem como seus professores, precisam sentir-se valorizados e apoiados. Depende também, de maneira decisiva, da reeducação das relações entre negros e brancos, o que aqui estamos designando como relações étnico-raciais. Depende, ainda, de trabalho conjunto, de articulação entre processos educativos escolares, políticas públicas, movimentos sociais, visto que as mudanças éticas, culturais, pedagógicas e políticas nas relações étnico-raciais não se limitam à escola (BRASIL, 2004, p. 5).
 	Assim, no dia 09 de janeiro de 2003, é alterada a Lei de n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996:
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003.
Mensagem de veto
Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B:
"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
§ 1º O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.
§ 2º Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.
§ 3º (VETADO)"
"Art. 79-A. (VETADO)"
"Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como 'Dia
Nacional da Consciência Negra'."
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 9 de janeiro de 2003; 182º da Independência e 115º da República
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque
 	O Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-raciaise para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana é mais um documento importante para a eficaz promoção da igualdade na escola. Ele tem como objetivo colaborar e construir políticas públicas e processos pedagógicos para a implementação da Lei n.º 10639/03 e Lei n.º 11645/08.
 	As Diretrizes disponibilizam embasamento teórico e prático, auxiliando os educadores na execução da educação igualitária e apontam o papel da escola na formação e transformação social a medida que ela proporciona “acesso aos conhecimentos científicos, a registros culturais diferenciados, à conquista de racionalidade que rege as relações sociais e raciais, a conhecimentos avançados, indispensáveis para consolidação e concerto das nações como espaços democráticos e igualitários” (BRASIL, 2004).
 	Reconhecimento requer a adoção de políticas educacionais e exige que se questionem relações étnico-raciais baseadas em preconceitos que desqualificam os negros e salientam estereótipos depreciativos, palavras e atitudes que, velada ou explicitamente violentas, expressam sentimentos de superioridade em relação aos negros, próprios de uma sociedade hierárquica e desigual. É também reconhecer é também valorizar, divulgar e respeitar os processos históricos de resistência negra desencadeados pelos africanos escravizados no Brasil e por seus descendentes na contemporaneidade, desde as formas individuais até as coletivas. (BRASIL, 2004)
	 	Contar a verdadeira história de África e de seus filhos é necessário para mudar a forma como os africanos escravizados são retratados nos livros de história e mostrar aos alunos a contribuição dos negros em diversas áreas.
	 	De acordo com Gomes (2011),
Por mais que ainda tenhamos resistência em relação ao teor dessa Lei que altera a LDB e suas Diretrizes Curriculares, e por mais que o seu cumprimento ainda esteja aquém do esperado, é preciso reconhecer que a sua aprovação tem causado impactos e inflexões na educação escolar brasileira, como: ações do MEC e dos sistemas de ensino no que se refere à formação de professores para a diversidade étnico-racial; novas perspectivas na pesquisa sobre relações raciais, no Brasil; visibilidade à produção de intelectuais negros sobre as relações raciais em nossa sociedade; inserção de docentes da educação básica e superior na temática africana e afro-brasileira; ampliação da consciência dos educadores de que a questão étnico-racial diz respeito a toda a sociedade brasileira, e não somente aos negros; e entendimento do trato pedagógico e democrático da questão étnico-racial como um direito. (GOMES, 2011)
 	O Brasil, necessita de instituições de ensino onde haja a inclusão de todos, garantindo assim, o direito de aprender e de ampliar conhecimentos, não sendo obrigados a negar o grupo étnico/racial a que pertencem e a adotar costumes, ideias e comportamentos que lhes são adversos. Garantindo a qualidade da educação que estará sendo oferecida pelas instituições de ensino de diferentes níveis.
2.2- Lei n.º 11.645 de 2008 – A Inclusão de História e Cultura Afro-brasileira e Indígena nos Currículos da Educação Básica
	 	A promulgação da Lei n.º 11.645, de 2008, alterou a Lei nº 9.394, de 1996, e foi modificada pela Lei nº 10.639, de 2003, estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional, visando incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-brasileira e Indígena.
 	A lei trata do estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional e afirma que a temática “História e Cultura Afro-brasileira e Indígena” deve ser trabalhada de forma interdisciplinar.
	 	A implementação da Lei n.º 11.645/2008, traz a oportunidade de estudantes problematizarem a História de nosso país, ampliando-a no sentido de reconhecer e valorizar a nossa riqueza cultural. Porém, é necessário que os cursos de Licenciatura apresentem disciplinas que discutam a temática História e Cultura Afro-brasileira e Indígena, com a oferta de embasamento teórico a novos professores.
 	Fonseca (2007) destaca que,
os Artigos 26 e 36 deixam claro que o Ensino Fundamental e Médio deve ter uma base nacional comum, e que o ensino da história do Brasil deverá levar em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias, especialmente das matrizes indígenas, africanas e europeias.
 	Há o esquecimento nas questões culturais e históricas afro-brasileiras e africanas, também encontrado na questão indígena, distanciando os alunos da história e da cultura dos povos africanos, afro-brasileiros e indígenas.
 	A exigência de um trabalho interdisciplinar, com a temática História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, vem de encontro ao desejo de uma prática interdisciplinar para a renovação do ensino brasileiro.
 	Compreender a importância de ensinar a história e cultura afro-brasileira e indígena, é o desafio a ser enfrentado, com a finalidade de descolonizar o currículo escolar.
	 	E a Lei n.º 11.645 de 10 de março de 2008 assim fica definida:
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 11.645, DE 10 MARÇO DE 2008.
Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.
	O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
 		Art. 1o O art. 26-A da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 26-A.  Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.
§ 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.
§ 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras”. (NR)
 		Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 10 de março de 2008; 187o da Independência e 120o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Fernando Haddad
Este texto não substitui o publicado no DOU de 11.3.2008.
 	A inclusão de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nos currículos da Educação Básica é decisão política, com repercussões pedagógicas, esta medida, além de garantir vagas para negros nas escolas, valoriza a história e cultura de seu povo.
2.3- Os PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais)
	 	Os PCN’s “são diretrizes para nortear os currículos e seus conteúdos mínimos”, para garantir a formação básica comum (BRASIL, 1998, p.49).
	 	Os PCN’s, elaborado e criado pelo MEC em 1997, durante seu processo de implementação trouxe diversas formas de ensinar e aprender e possibilitou o cultivo atitudes de tolerância e respeito à diversidade e de crítica à desigualdade.
	 	O texto sobre Pluralidade Cultural e Educação presentes nos PCN’s, destaca e recomenda:
A necessidade imperiosa da formação de professores no tema Pluralidade Cultural. Provocar essa demanda específica na formação docente é exercício de cidadania. É investimento importante e precisa ser um compromisso político-pedagógico de qualquer planejamento educacional/escolar para a formação e/ou desenvolvimento profissional dos professores (BRASIL, 1998, p. 123).
 	Siman(2005), alega que,
a atual política curricular atribui ao ensino o papel de formar um novo cidadão, capaz de compreender a história do país e do mundo como resultante de múltiplas memórias originárias da diversidade de experiências humanas em oposição ao entendimento, até então dominante, de uma memória unívoca das elites ou de um passado homogêneo.
 	Os PCN’s demonstram sensibilidade em relação à diversidade das culturas, argumentando a favor de rupturas com uma história autocentrada no nacional, na Europa e na cultura branca. O respeito às diferenças constitui pilares centrais da formação das identidades das novas gerações e das finalidades do ensino.
	 	Frantz (1979), salienta em seu livro “Os Condenados da Terra”:
os descendentes dos mercadores de escravos, dos senhores de ontem, não têm, hoje, de assumir culpa pelas desumanidades provocadas por seus antepassados. No entanto, têm eles a responsabilidade moral e política de combater o racismo, as discriminações e, juntamente com os que vêm sendo mantidos à margem, os negros, construir relações raciais e sociais sadias, em que todos cresçam e se realizem enquanto seres humanos e cidadãos. Não fossem por estas razões, eles a teriam de assumir, pelo fato de usufruírem do muito que o trabalho escravo possibilitou ao país.
	 	Candau (2008), considera importante trabalhar as relações entre educação intercultural e direitos humanos. A autora defende:
uma educação para o reconhecimento do “outro”, para o diálogo entre os diferentes grupos sociais e culturais. Uma educação para a negociação cultural, que enfrenta os conflitos provocados pela assimetria de poder entre os diferentes grupos socioculturais nas nossas sociedades e é capaz de favorecer a construção de um projeto comum, pelo qual as diferenças sejam dialeticamente integradas. (CANDAU, 2008, p.52)
	 	A pluralidade cultural é tema sugerido pelos Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de língua portuguesa. É entendido que ao trabalhar a interculturalidade no ambiente escolar, lá no início do ensino fundamental é de grande ajuda para que se combata a discriminação, e valoriza o respeito por diferentes culturas.
	 	O Brasil convive com a diversidade social, possui vários povos que fazem parte da identidade nacional, inclusive, os índios, sendo assim, há uma necessidade de imprimir o respeito e o reconhecimento à cultura indígena, sendo promulgada a Lei n.º 11.654 no ano de 2008, complemento da Lei n.º 10.639, onde houve a alteração na redação do artigo 26-A, inserindo o estudo sobre os índios, juntamente com o grupo étnico dos negros.
	 	Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 (LDB), encontram-se orientações educacionais referentes aos processos de escolarização indígena e ao ensino nas escolas destinadas à sociedade. No Artigo 26, § 4.º da LDB referente ao ensino de História, é recomendado considerar as contribuições das “[...] diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia” (BRASIL, 1996).
	 Em relação a avanços obtidos pelo Brasil em educação nos anos 90, a diferença entre a média de anos de estudo de brancos e negros se manteve constante, por dois anos aproximadamente. Na afirmação de Henriques (2001, p. 910):
[...] o mais impressionante na desigualdade educacional entre brancos e negros é sua estabilidade ao longo do século XX, uma vez que a diferença na escolaridade média entre os adultos brancos e negros nascidos em 1974 é idêntica entre os nascidos em 1929 - mostrando que o padrão de discriminação racial na educação manteve-se estável entre gerações. Considerando-se as questões metodológicas centrais ao processo de reprodução das desigualdades sociais e as transformações pelas quais o sistema educacional brasileiro tem passado desde meados dos anos 1990, não gera espanto a verificação desse recuo das desigualdades raciais na educação. As desigualdades sociais, aqui especificamente as raciais, retratadas pelas estatísticas nacionais, são os resultados – digamos, brutos – de variados processos sociais. As desigualdades educacionais entre brancos e negros resultam inegavelmente de processos discriminatórios vivenciados pelos estudantes negros.
	 	As diferenças culturais dos povos e etnias abre um leque de discussões sobre as diferenças no cotidiano escolar, considerando um desafio a se enfrentar. Pensar a educação para aproximar diferentes culturas nas instituições e ensino é alcançar o objetivo de um diálogo intercultural, onde os saberes das crianças negras e indígenas possam romper com a visão hegemônica do currículo colonizado.
	 	Por fim, as Leis de n.º 10.439/2003 e n.º 11.645/2008 são considerados instrumentos eficazes na formação de uma educação antirracista e emancipadora, no desenvolvimento de sujeitos sociais críticos, com o objetivo de promover espaços de debates sobre o desenvolvimento de uma pedagogia e uma política educacional que desconstrua as ideias e práticas pautadas no racismo, no preconceito e na discriminação.
3. ConSIDERAÇÕES FINAIS
 	Para ser considerada uma boa escola, precisa ser construída com a participação dos pais. A família pode fazer questionamentos, e a escola não deve se eximir das responsabilidades, cabendo a escola cumprir a lei, apresentar um projeto político-pedagógico que promova a igualdade racial no ambiente escolar.
 	A inclusão da história e da cultura afro-brasileira e indígena nos currículos da Educação Básica brasileira, através da promulgação das Leis n.º 10.639, de 2003, e n.º 11.645, de 2008, é um marco para o ensino da diversidade cultural no Brasil.
	 	É o momento de valorizar a história e a cultura do povo afrodescendente e indígena, e a educação brasileira busca reparar os danos.
 	A escola tem papel importante a cumprir nesse debate. E assim, se insere a alteração da LDB, através da Lei n.º 10.639/03. Uma das formas de interferir na construção de uma pedagogia da diversidade e garantir o direito à educação, é saber mais sobre a história e a cultura africanas e afro-brasileiras. Que ajudará a superar opiniões recheadas de preconceitos sobre os negros, a África; a denunciar o racismo e a discriminação racial e a implementar ações afirmativas, rompendo com o mito da democracia racial.
referências
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