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Abaíra Bahia 2020 NOME DO ALUNO LICECIATURA EM GEOGRAFIA PRODUÇÃO TEXTUAL A INCLUSÃO DA HISTÓRIA E DA CULTURA AFRO- BRASILEIRA E INDÍGENA NOS CURRÍCULOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA. Abaíra Bahia 2020 PRODUÇÃO TEXTUAL A INCLUSÃO DA HISTÓRIA E DA CULTURA AFRO- BRASILEIRA E INDÍGENA NOS CURRÍCULOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA. Trabalho apresentado à Universidade Pitágoras Norte do Paraná Unopar, como requisito parcial à aprovação no 2° semestre do curso de Licenciatura em Geografia. NOME DO ALUNO SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3 DESENVOLVIMENTO................................................................................................. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 9 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 10 3 INTRODUÇÃO Este trabalho trata da importância da cultura afro-brasileira e indígena na construção de uma escola democrática. Na formação do acadêmico a ser licenciado para atuar como professor de Geografia compreender a necessidade de tratar dos aspectos étnicos-raciais da formação do povo brasileiro é basilar na construção de uma escola justa, equânime e inclusiva, que atua com uma visão democrática de formação cidadã. Tratamos aqui sobre as normatizações que delimitam a importância deste tema, como a Lei 10.639, de 2003, que trata da obrigatoriedade da inclusão de História e Cultura afro-brasileira e africana nos currículos da Educação Básica, a Lei 11.645, de 2008, que amplia a Lei anterior, destacando a necessidade de apresentar também a história e a cultura indígena, o DCN para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e a Base Nacional Comum Curricular. Documentos normatizadores da Educação Básica que orientam gestores e equipes pedagógicas a incluir os temas do respeito à diversidade, combate ao racismo e valorização das culturas afrodescendentes e indígenas no PPP e currículos das escolas. 4 DESENVOLVIMENTO A importância da cultura afro-brasileira e indígena na construção de uma escola democrática O Brasil é um país que apresenta grande diversidade cultural, social e racial. Desde seu descobrimento até a atualidade as terras brasileiras foram generosas em receber habitantes das mais diversas etnias, no entanto nem todas foram recebidas ou tratadas com isonomia e igualdade de direitos. Temos uma parcela significativa de nossa sociedade, que por descender de etnias africanas ou indígenas sofrem das mazelas sociais estando imersas na pobreza e na miséria, a margem da sociedade, com poucas ou quase nulas possibilidade e oportunidades de acesso às políticas públicas efetivas no campo da saúde, educação, saneamento etc. Não é somente esta a questão. Há impregnado na sociedade o privilégio e o domínio da cultura branca e europeia em detrimento de culturas africanas ou indígenas. São raízes de um racismo histórico que para ser reduzido e mitigado muitas ações de luta e união precisaram e precisam ser implementadas diariamente em todos os setores da sociedade para garantir aos indivíduos negros/indígenas seguridade de viver e praticar suas culturas, aceitar e terem aceitas por todos suas características étnicas. Para garantir o direito de ser e pertencer a esta sociedade plural brasileira leis e diretrizes vem sendo criada ao longo dos anos. É o caso da a Lei 10.639, de 2003, que trata da obrigatoriedade da inclusão de História e Cultura afro-brasileira e africana nos currículos da Educação Básica com o objetivo de trazer ao centro do processo educacional a discussão da cultura africana, chamando a atenção para a diversidade cultural, racial, social e econômica brasileira e ampliando os currículos escolares com essas temáticas e a Lei 11.645, de 2008, que amplia a Lei anterior, destacando a necessidade de apresentar também a história e a cultura indígena. Esta lei determina que a LDB 13.394 de 1996 passe a vigorar com a seguinte redação: “Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. § 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história 5 da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. § 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.” (NR) Brasil, 2008. Com isso os componentes curriculares da Educação Básica devem inserir esta temática no dia a dia da sala de aula, pois passam a ser temas transversais e contemporâneos assim como determina a Câmara de Educação Básica do CNE na Resolução Nº 7, de 14 de dezembro, que definiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de Nove Anos e orientações sobre a abordagem dos temas nos currículos, determinando que os conteúdos sejam articulados, a partir das possibilidades abertas pelos seus referenciais, abordando os temas abrangentes e contemporâneos que afetam a vida humana em escala global, regional e local, bem como na esfera individual. Com essas implementações normativas dá se início a uma série de ações afirmativas que visam reconhecer e valorizar as culturas e identidades afrodescendentes e indígenas. há assim uma busca pelo combate ao racismo e as discriminações que afetam principalmente os negros. O DCN para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana propõe a divulgação e produção de conhecimentos, a formação de atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos orgulhosos de seu pertencimento étnico- racial, sejam eles descendentes de africanos, povos indígenas, descendentes de europeus ou asiáticos para interagirem na construção de uma nação democrática, em que todos, igualmente, tenham seus direitos garantidos e sua identidade valorizada. Fazer uso de ações afirmativas para a correção de desigualdades raciais e sociais com vistas a corrigir desvantagens e marginalização criadas e mantidas por uma estrutura social excludente e discriminatória é uma ação coerente que deve sair das normatizações e passar para a formação e capacitação dos professores da Educação Básica, para que os mesmo esteja sensibilizados e aptos a tratarem da temática no dia a dia da sala de aula, especialmente os professores das áreas de Linguagens, Artes e História do Brasil. 6 Para que este fim seja atingido, faz-se necessário também que a gestão escolar, compreendido por corpo diretivo e equipe pedagógica estejam atentos a estas normatizações e façam refletir do PPP (Projeto Político Pedagógico) ao Regimento Escolar atitudes e práticas que norteiem o comportamento da comunidade para o exercício da cidadania inclusiva, crítica, equânime e justa, onde preconceitos e estereótipos sejam rechaçados em toda e qualquer situação. A equipe pedagógica deve preparar seus professores para atuarem na sala de aula com uma prática inclusiva, voltada para apromoção e valorização das diferenças. Pois a BNCC em sua Competência Geral 1 determina que ao longo da Educação Básica os sujeitos devem desenvolver a competência de: valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, sobre o mesmo tema de formação e atuação dos professores o DCN para Educação das Relações Étnico- Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana diz que : a escola e seus professores não podem improvisar. Têm que desfazer mentalidade racista e discriminadora secular, superando o etnocentrismo europeu, reestruturando relações étnico-raciais e sociais, desalienando processos pedagógicos. Isto não pode ficar reduzido a palavras e a raciocínios desvinculados da experiência de ser inferiorizados vivida pelos negros, tampouco das baixas classificações que lhe são atribuídas nas escalas de desigualdades sociais, econômicas, educativas e políticas. (BRASIL, 2012) Sabemos que o racismo não nasce no chão da escola, mas como a escola é uma instituição social, ele perpassa por lá. Para que as mudanças sejam positivas é necessário que as culturas afro-brasileira e indígenas sejam valorizadas e tenham seus direitos garantidos e preservados, os seja, no chão da escola devem ser garantidos valorização da diversidade daquilo que distingue os negros dos outros grupos que compõem a população brasileira. Para que isto ocorra serão necessárias mudança nos discursos, raciocínios, lógicas, gestos, posturas, modo de tratar as pessoas negras, é preciso que se conheça a sua história e cultura desta população e pedagogicamente desenvolva-se estratégias e políticas educacionais que superem as 7 desigualdades étnicos-raciais. É preciso promover a identidade étnico-racial dessas culturas (africanas e indígenas) em sua essência, valorizar suas lutas e conquistas ao longo dos tempos e trabalhar de maneira que os indivíduos se sintam pertencentes a estas culturas e a estes povos. E não lugar mais diverso que o ambiente escolar, sendo este um espaço apropriado para levantar essas discussões, trabalhar as construções identitárias de maneira positiva, promover o respeito pela diversidade e diferenças, formando cidadãos éticos, críticos e justos. 8 Postagem formativa sobre a cultura afro-brasileira e indígena OBRA DE ARTE A obra Jogar Capoeira de Johann Moritz Rugendas, pintor alemão (1802-1858) retrata a dança da capoeira, herança cultural das raízes africanas. o Brasil possui a maior população de origem africana fora da África. Este povo contribuiu com seu suor, sangue e arte para a formação da população e da cultura do nosso país. A forte influência da herança africana pode ser percebida em diversas manifestações culturais brasileiras e foi fundamental na formação da cultura popular e letrada no Brasil. Esta obra de arte retrata não apenas a dança, mas muito de nosso dia a dia está aí representado. A moda, a culinária, os traços físicos de nosso povo, a alegria e a resistência. Isso e muito mais herdamos deste povo guerreiro, nossos irmãos africanos que chegaram forçados, lutaram desde o princípio por sua liberdade e deram colorido e alegria ao Brasil, com suas danças e ritmos e crenças. 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS O Brasil é um país continental de acentuada diversidade cultural e desigualdades sociais, assim, incluir a história e cultura afrodescendente e indígena nos currículos da Educação Básica representam uma vitória para a luta democrática do país, pois faz-se de extrema necessidade pensar, debater e trazer para dentro da sala de aula a valorização dessas culturas, a fim de desenvolver em nossas crianças e jovens o sentimento de pertença a essas culturas e combater o racismo e preconceito com o diferente. É uma oportunidade de reparar os danos históricos que marginalizam esses sujeitos e valorizar os interesses dos estudantes, assim como suas identidades linguísticas, étnicas e culturais. Dessa forma, espera-se que a as crianças e jovens tenham seu direito a educação garantidos, facilitando a permanência deles na Educação Básica e diminuindo os índices de evasão. 10 REFERÊNCIAS BORGES, E. M. de F. A inclusão da história e da cultura afro-brasileira e indígena nos currículos da educação básica. Vassouras. v. 12. n. 1. p. 71-84. 2010. Disponívelem:https://www2.olimpiadadehistoria.com.br/vw/1IN8l5YjrMDY_MDA_606 d5_/05A_Inclusaodahistoriaculturaafro.pdf Acesso em: 16. jul. 2020. BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais Brasília, DF, p. 1-37, 2004. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/informacaodapublicacao//asset_publisher/6JYIsGMAMkW1/d ocument/id/488171 Acesso em: 16. Jul.2010. Lei nº 11.645 de 10 de março de 2008. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. Diário Oficial da União, DF. 2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007- 2010/2008/Lei/L11645.htm Acesso em: 16. jul.2020. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF. 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/historico/BNCC_EnsinoMedio_embaix a_site_110518.pdf Acesso em: 16. jul. 2020.