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Teoria Genal da Pena

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TEORIA GERAL DA PENA
O direito penal protege bem jurídico.
A pena é o instrumento na qual o direito penal atinge seu objetivo.
A finalidade da pena é proteger o bem jurídico.
A lei penal previne o fato.
Conceitos importantes:
- É a retribuição imposta pelo estado em razão da prática de um ilícito penal, com a finalidade da readaptação do condenado à sociedade [art 59.]
- A CF/88, art 5º. XLVI define as penas permitidas (instrumentos para cumprir seu efeito)
	- Privação ou restrição de liberdade;
	- Perda de bens;
	- Multa
	- Prestação social alternativa;
	- Suspensão ou interdição de direitos.
- Inciso: XLVII
Princípios relacionados às penas:
- Da legalidade: não há crime sem lei.
- Da humanização – não haja caráter perpétuo
- Da pessoalidade: eu cumpro minha pena.
- Da proporcionalidade: pena de acordo com o fato acontecido.	Comment by Pedro Perassa: 
- Da individualização da pena: você cometeu, você cumpre.
- Da inderrogabilidade: lei para todos.
	- Das penas principais (art. 32 do CP)
	- Privativas de liberdade
	- Restritivas
	- MultaTeorias
1ª Prevenção
Prevenção geral: “para todos”
positiva: influência boa da lei, todos respeitam e não a violam, respeito moral e ético. Conscientização
negativa: capacidade de intimidação da norma (coação psicológica)
Prevenção especial: “só para aquele que cometeu o delito”
positiva: durante a prisão, o réu irá se ressocializar [a cadeia é criminógena, violenta]
negativa: (para quem não quer ou não precisa) eliminação da sociedade durante a pena
2ª Retribuição “mal com o mal” – mal do crime com o mal da pena
3ª Unificação/Mistas (adotada no brasil) – Art. 59 CP. “um pouco de cada das teorias” [prevenção + retribuição]
As penas privativas de liberdade – ART. 33
 Reclusão: aplicável para os crimes mais graves. Ex.: homicídio, roubo, furto, lesão grave, tortura, tráfico, estupro, etc.
	- O regime inicial de cumprimento pode ser o fechado; na medida de segurança, a internação será o regime aplicado;
- Detenção: aplicável para os crimes menos graves. Ex.: lesão leve, contra a honra, ameaça, dano, etc.
	- O regime inicial de cumprimento deve ser o semiaberto ou aberto; na medida de segurança, vigora o tratamento ambulatorial.
Na prática não há diferença entre reclusão e detenção
Os imputáveis recebem penas, os inimputáveis não sofrem penas, sofrem medida de segurança.
Do regime inicial de cumprimento de pena
- Fatores: art. 33, § 2º do CP (ver art. 59 do CP);
- Crimes apenados com reclusão: art. 33, caput
	Poderá ser fixado o fechado.
	Ver súmula 269 STJ. Ex.: Fulano que ostente apenas a condenação anterior (reincidente) e seja condenado por estelionato. – “Crime contra patrimônio ou apropriação para si, vantagem ilícita em prejuízo alheio”.
	Ver súmula 716 e 719 STF. Ex.: “todo roubo é grave...”; “o receptador incentiva o crime...” – exemplos não são fundamentos aceitáveis.
	Ver súmula 440 STJ.
- Crimes apenados com detenção: art. 33, caput
Não poderá ser fixado o fechado. Portanto caberá ao juiz a decidir sobre o regime aberto ou semiaberto.
Questão: Se o réu reincidente for condenado por crime apenado com detenção, a pena superior a 4 anos, o regime inicial poderá ser o fechado? E se o réu tiver cometido vários crimes apenados com detenção cuja soma supera 8 anos?
R: Art. 33 – CAPUT = A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. Não, por falta de previsão legal e não por falta de previsão legal. Detenção não se punirá com reclusão.
- Crimes Hediondos e regime inicial fechado:
	- Art. 2º § 1º da lei 8.072/90 e o HC (habeas corpus) 111.840/ES, 2012, STF(julgou inconstitucional): possibilidade para o crime de tráfico apenado com reclusão inferior a 8 anos.
- Crimes decorrentes da organização criminosa:
	- Art. 10 da lei 9.034/95 (ver. Art. 2º da lei 12.694/12).
Progressão de regime prisional
- Forma progressiva e meritória: passagem gradativa do regime mais severo/rigoroso para o mais brando.
Requisito objetivo: 1/6 da pena total; (lei de execução penal – Art.112). Sobrevindo nova condenação, soma-se o montante desta com o tempo remanescente da(s) anterior(es).
B.I – boletim informativo do preso; é usado para diminuir a pena perante juízo.
Crimes comuns: progressão -> 1/6 da pena total
Crimes hediondo: progressão -> 2/5 da pena total
Reincidente: progressão -> 3/5 da pena total
E se a pena total ultrapassar os 30 anos? (ver Art. 75 CP) – A fração é aplicada sobre o total das penas para o fim do benefício. (súmula 715 STF).
Requisito subjetivo: bom comportamento carcerário;
Atestado de boa conduta: art. 112 LEP; Atenção: o exame criminológico pode ser exigido; passou a ser facultativo (súmula 439 STF).
Falta grave e regime fechado: o período de 1/6 reinicia-se a partir da última falta grave cometida, mas sobre o saldo remanescente, e não do total. (prisão preventiva, provisória são descontadas no cumprimento da pena).
Progressão “por saltos”: é proibida a transferência do condenado do regime fechado para o aberto (súmula 491 STJ). Atenção: se não houve vaga no semiaberto, aguarda no regime aberto! (STJ RHC 21.973/RN 2.008).
Requisito objetivo: réu primário = 2/5 da pena; réu reincidente = 3/5
Ver súmula vinculante 26 do STF e súmula 471 STJ.
Progressão e execução provisória: ([aguardando recurso] antes do trânsito em julgado da sentença condenatória). Ver súmula 716 e 717 STF.
Regressão de regime: ver art. 118 da LEP: prática (não há necessidade de ser condenado ou transitado em julgado) de crime doloso; falta disciplinar grave e superveniência de condenação por crime anterior.
Art. 42 CP – Detração
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.
“o tempo que o preso ficar preso preventivamente vai ser computado na pena”.
AS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
- São as chamadas penas alternativas, que constituem restrições ou obrigações para o condenado.
Não há fixação em pena restritiva. Princípio da legalidade.
- Espécies: art. 43 do CP. (ver art.: 45 a 48).
- Características:
	a) autônomas (não se cumulam às privativas de liberdade); (aplicadas sozinhas);
	b) substitutivas (não são penas principais nem acessórias); (podem em alguns casos substituir a pena de prisão);
	c) precárias (podem ser reconvertidas em prisão). (se não cumprir, o juiz pode reverter em prisão).
- Requisitos: Art. 44, caput do CP. Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando:
QUESTÃO: É possível a aplicação do art. 44 do CP ao crime de tráfico, na modalidade do art. 33, § 4º da Lei de drogas? Ver resolução n.º 5 do Senado.
R: Sim, desde que o juiz reduza a tempo mínimo de pena e aplique a redução de pena de 1/5 e retroagem para benefício do réu. Súmula 501 STJ.
- Regras para a substituição: art. 44, § 2º do CP;
- Duração: art. 55 do CP;
- Conversão em prisão: arts. 44, § 4º e 5º do CP c/c art. 181 da LEP;
A PENA DE MULTA
- Prestação pecuniária (espécie de restrição de direito) pode ir para a vítima =/= pena de multa (pena de multa encontrada nos artigos)
- É a entrega de dinheiro ao FUNPESP. (Fundo Penitenciário do Estado de São Paulo)
- Valor do dia-multa fixado pelo juiz não podendo ser inferior a 1/30 do maior salário mínimo (quantidade de dias-multa art.59) e não superior a 5 vezes esse salário. (valor de dia-multa [através da situação econômica do réu]).
- Valor de base: valor atual do salário mínimo: R$ 954,00.
- Espécies:	a) originária: ex.: arts. 20 da LCP; arts. 147, 331, 155, caput);
		b) substitutiva: art. 44, § 2º do CP.
Art. 44 § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.Atenção: revogação tácita do art. 60, § 2º do CP?!
Art. 60 § 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste Código. 
		-> Duas posições: revogação tácita vs vigência.
- Revogada tacitamente, onde em benefício do réu em relação entre os artigos 44 § 2º e 60 § 2º.
- Uma "revogação tácita" ocorre quando um texto de lei ou norma não tem mais utilidade ou aplicação prática e, mesmo sem ser expressamente cancelada, não é mais usada para as finalidades para as quais foi editada. Não expresso de modo formal. Que não se pode traduzir por palavras; calado.
DA APLICAÇÃO DA PENA
- Os arts. 59 a 76 estabelecem os critérios para a fixação da pena ao condenado, a fim de dar cumprimento ao art. 5º, XLVI da CF/88. 
- Sistemas conhecidos:
	a) estanque (a lei fixa o montante correto);
	b) indeterminada (o juiz determina a quantidade de pena);
	c) parcialmente indeterminada (lei fixa apenas o patamar máximo); 
	d) determinada (adotada pelo Brasil); juiz fixa a pena adequada respeitando o mínimo e máximo legalmente cominados.
- Procedimento para fixação: art. 59 & 68 do CP:
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento.
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: 
        I - As penas aplicáveis dentre as cominadas; (reclusão, detenção ou multa)
        II - A quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; 
        III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; 
        IV - A substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. 
	I) determinar a espécie da pena (ex.: detenção/reclusão e/ou multa); fixação de pena
	II) quantidade de pena (dosimetria); mínimo e máximo
	III) regime inicial; aberto, semiaberto ou fechado
	IV) possibilidade de substituição da pena. cabe substituição?
DOSIMETRIA DA PENA 
“encontrar a pena justa, entre os limites, mínimo ou máximo”
“a pena deve ser compatível a culpabilidade do caso”
- O CP adotou o critério trifásico (pena base, circunstâncias atenuantes e agravantes, causas de diminuição e causas de aumento, Art. 68) para a fixação da pena:
	a) primeira fase: circunstâncias inominadas do art. 59;
b) segunda fase: considerar as circunstâncias atenuantes e agravantes genéricas (arts. 61, 62, 65 e 66 do CP);
c) terceira fase: considerar as causas de diminuição e de aumento da pena. (espalhadas por todo CP ou LPESP) 
Exemplo de Campinas: Art. 121. §2º, III, VI
- Vedação do bis in idem (considerar duas vezes a mesma causa) – “ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato”: evitar que a mesma circunstância do crime seja considerada pelo juiz mais de uma vez na dosimetria da pena. Ex.: irmão maior mata irmão menor de 10 anos após o falecimento do pai para ficar com a herança.
- Subsunção: adequar o fato à lei mais adequada.
O motivo torpe (1ª fase: circunstância que o juiz pode utilizar no art. 59) é qualificadora do homicídio, é agravante (2ª fase: art. 61) genérica e motivo do crime para os efeitos do art. 59.
- Juiz não pode aplicar as 2 fases, para agravar a pena: motivo: bis in idem, somente podendo usar o motivo torpe para qualificação (após qualificado, a pena já é aumentada, e não poderá aumentar de novo na segunda fase [pena com caráter perpétuo]).
Primeira fase: da fixação da pena: pena-base (art. 59 do CP) – parte sempre do mínimo da pena.
	- Circunstâncias judicias (ou inominadas):
	A) Culpabilidade (reprovabilidade da conduta);
B) Antecedentes (vida regressa do autor. Ficha de antecedentes. Há entendimento de que só se configura antecedente a condenação depois de 5 anos extinta. (praticar fato durante 5 anos pós pena: reincidente; praticar fato depois de 5 anos pós pena: MAUS ANTECEDENTES. Ver súm. 444 STJ); Inquérito policial e ação penal não podem ser considerados agravantes.
C) Reincidência (ver arts. 63 e 64 do CP); (praticar fato pós ação transitada em julgado e ou durante tempo de 5 anos pós condenação)Favoráveis
&
Desfavoráveis ao agente
D) Conduta social (postura familiar, profissional e social); (boa/má relação com familiares, vizinhos, amigos)
E) Personalidade do agente (periculosidade);
F) Motivos do crime;
G) Circunstâncias do crime (ação delituosa); (informações periféricas ao crime; colocou pessoas em risco, iniciou briga, plantou bomba)
H) Consequências do crime (para a vítima e seu patrimônio, etc...);
I) Comportamento da vítima (estimulou ou influenciou negativamente o agente). (é importante, vítima provocou e fez com que acontecesse
- Atenção! De quanto será a exasperação (aumento) da pena caso o juiz julgue necessária?
- O entendimento jurisprudencial: 1/6
Segunda fase... Agravantes e atenuantes genéricas (art. 61/62 e art. 65/66)
- Montante: critério jurisprudencial = 1/6; ver súm. 231 STJ! Nesta fase é verdade a redução aquém do mínimo bem como a majoração além do máximo. (conferir: RE 597.270 STF).
- Somente na 3ª fase pode ir além do mínimo ou além do máximo da pena pré-estipulada pelo legislador.
Art. 61 do CP = agravantes genéricas: aplicação obrigatória! (quando não qualificam ou constituam o tipo...)
Cuidado! Agravantes que qualificam o homicídio: alíneas a b c & d, inciso II.
	- Fútil: pequena importância, motivo banal;
	- Torpe: vil, repugnante, abominável, deplorável...;
		Atenção! Não pode o juiz aplicar as 2 no mesmo caso;
	- Facilitar a execução de outro;
	- Ocultação de outro crime...;
	- Traição (em relações de confiança), emboscada (armadilha), dissimulação (implicar uma mentira) ...;
	- Veneno, fogo (meio cruel que possa resultar perigo comum), tortura (física ou psicológica), perigo comum...;
	- Ascendente, descendente...; e o companheiro?
	- Abuso de autoridade (relações domésticas) ...;
		Atenção! Art. 129, § 9º
	- Abuso de poder... (no exercício da função pública);
	- Contra criança (até 12 anos), contra idoso, maior de 60 anos...;
	- Sob proteção de autoridade;
- Incêndio, inundação, qualquer calamidade pública (polícia em greve) desgraça particular (caminhão capotado, povo rouba) ...;
	- Embriaguez preordenada;
		61, II, L
		Atenção! Art. 385 CPP
Art. 65 do CP = Atenuantes genéricas; art. 66 = atenuante inominada.
	- Menor de 21, maior de 70...;
	- Desconhecimento da lei;
- Relevante valor social (comum para sociedade) ou moral (comum para si); (matar corrupto, estuprador de filho/filha)
	- Minimização das consequências ou reparação;
- Coação resistível (presença ou te dou um soco), ordem de autoridade...;
	- Confissão;
	- Influência de multidão em tumulto (impulso);
Art. 66 – Ex.: O estado puerperal (alterações fisiológicas da mãe em momento pós-parto) como atenuante do crime de abandono de recém-nascido (art. 134 CP).
Art. 67 – Ex.: Concurso de agravantes e atenuantes;
	Circunstâncias preponderantes (agrv e atn são)? Guardam relação com: personalidade, motivos e reincidência. 
Atenção! A atenuante “menor de 21 anos” prepondera às demais... Jurisprudência: HC 112.830 STF, HC 242.422/MS STJ
Terceira fase... Causas de diminuição e de aumento da pena.
	- Estão previstas na parte geral ou especial do CP (ou de outras leis penais);
	- Causas de aumento = legislador prevê um índice multiplicador ou somatório; Ex.: art. 70, 71, 121 § 4º, 155 § 1º, etc...
	- Causas de diminuição = índice de diminuição; Ex.: art. 14 § único, 16, 33 § 4º Lei de tóxicos, etc...
		Atenção! Nesta fase, e somente nesta a pena pode ser fixada além dos limites legais!
Art. 68, § único: concurso de causas da parte especial: prevalece a que mais aumentar ou a que mais diminuir;
Possibilidades:
A) 2 causas de aumento (uma da parte geral e uma da parte especial)= ambas serão aplicadas! Primeiro o índice da PE; sobre o resultado aplica-se o índice da PG. O mesmo ocorrerá para causas de diminuição;
Ex.: art. 157, § 2º, I combinado com (c/c) art. 70 =?
B) 1 aumento e 1 diminuição, uma da PG outra da PE = ambas são aplicadas; primeiro a da PE;
 Ex.: art. 121, § 7º, II c/c art. 14, II =?
CONCURSO DE CRIMES
- Conceito: o agente, mediante uma ou mais condutas (ações/omissões) pratica dois ou mais crimes.
	Atenção! Diferente do princípio da consunção, o qual trata da absorção do crime-meio pelo crime fim. Ex.: falsificação de cheque para estelionato; furto de um objeto de posterior destruição (dano).
- Espécies:	a) material;
		b) formal;
		c) continuado; (arts. 69, 70, e 71 respectivamente).
- Concurso material: 2 ou mais condutas geram 2 ou mais crimes.
- Espécies:	a) homogêneo (idênticos);
		b) heterogêneo (não idênticos);
Soma das penas: as penas dos delitos devem ser da mesma espécie (reclusão com reclusão, detenção com detenção).
- Concurso formal: uma única conduta geral 2 ou mais crimes.
- Espécies:	a) homogêneo, uma só pena aumentada;
		b) heterogêneo, aplica-se a pena mais grave, aumentada...^}
Art. 70, § único: Ex.: art. 217-A + art. 130, caput. – Torna-se mais benéfico somar ao invés de aplicar 1/6 da pena.
- Crime continuado: 2 ou mais condutas praticam 2 ou mais crimes, de mesmas espécies, nas mesmas condições de tempo, lugar, modo de execução, de forma que tornam as subsequentes continuações do primeiro.
- Mesma espécie: mesmo tipo penal (majoritária) ou mesmo bem jurídico protegido.
- Objetivo: evita a aplicação de penas exorbitantes muitas vezes para as práticas de delitos com baixo ou médio potencial ofensivo.
- Art. 71, § único: crime continuado qualificado (previsão aplicada, geralmente, nos casos de chacina ou por crimes em série).
- Critérios para exasperação: soma
STF, HC 77.201/SP, 1999
- No concurso material: soma: 2 crimes = 1/6; 3 crimes = 1/5... 6 ou mais crimes = 1/2;
- No concurso formal: 1/6... 1/5... 1/4... 1/3... 1/2...
- No crime continuado simples, utilizam-se os acréscimos anteriores mais a possibilidade de 7 ou mais crimes = 2/3; no qualificado a possibilidade de triplicar a pena (x3).
- Súmulas aplicáveis:
	Súmulas do STF: 497, 711, 715 e 723;
	Súmula do STJ: 243.
		“Jurisprudência em teses” – STJ: boletim nº 17 e nº 20.
- Todas estas súmulas são aplicáveis no concurso de crimes.
- Art. 73 – Erro na execução (aberratio ictus) – responde como se tivesse praticado o crime contra aquela; (atirou e errou o tiro, matando pessoa próxima a principal vítima).
Atenção! – artigo 73 é diferente do art. 20, § 3º (matar o similar ao qual realmente queria matar, ex: irmão gêmeo). 
	- A) primeiro por querer (DOLOSO), segundo sem querer (CULPOSO) – concurso formal; unidade complexa
	- B) dois crimes, matou e feriu. Pena do mais grave aumentada de 1/6 a 1/2; unidade complexa
	- C) tentativa de homicídio, aplicando-se o aumento de 1/6; unidade complexa
	- D) responderá por homicídio, aumentado pelo concurso formal de 1/6 da pena. unidade complexa
- Art. 74 – Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis). 	
- Suspenção condicional da pena:
- Sursis processual – lei 9.099/95 – crimes de menor potencial ofensivo
- Art. 77 - Sursis da pena privativa de liberdade; processado, julgado e condenado
- Sistemas:
a) anglo-americano (não condena);
b) belgo-francês (é o nosso);
- Oportunidade: sentença condenatória com fixação total da pena;
- Espécies:
a) simples (art. 77);
b) especial (art. 78, § 2º); 
c) etário ou humanitário (art. 77, § 2º)
> Requisitos: 
a) objetivos e subjetivos;
b) reparação do dano e circunstâncias inteiramente favoráveis;
c) mais de 70 anos, pena não superior a 4 anos; ou doença grave.
- Sursis e crimes hediondos: é cabível! STF HC 84.414 e HC 86.698;
- Sursis e tráfico de drogas: é incabível!
- Revogação obrigatória: será revogada se durante o prazo, o beneficiário (condenado) é condenado por sentença irrecorrível, por crime doloso, frustra embora solvente a pena de multa ou não efetua a reparação de dano sem motivo justificado, descumpre as condições do art. 78, § 1º.
- Revogação facultativa: pode ou não o juiz revogar, condenado por crime culposo ou contravenção
- Das Medidas de Segurança:
- Sanção de caráter preventivo fundada na periculosidade do agente, com prazo indeterminado, aplicada aos inimputáveis e semi-imputáveis.
- Sistema de aplicação adotado pelo Brasil após a reforma do CP: Vicariante = pena ou medida de segurança.
	- Ao imputável (aquele que tem culpabilidade) = pena;
	- Ao semi-imputável = pena ou medida de segurança;
	- Ao inimputável (Art. 26 – aquele que não é culpável, e sim periculoso) = medida de segurança.
- Para os semi-imputáveis: art. 26, § único; sobrevindo perturbação mental, converte em medida de segurança (art. 98);
- Pressupostos:
	- Cometimento de fato típico e ilícito;
	- Prova de periculosidade = é presumida a partir da perícia que atesta a inimputabilidade;
- Espécies: (art. 98):
	- A) Detentiva = internação (crimes apenados com reclusão);
	- B) Restritiva = tratamento ambulatorial (detenção);
- Duração das medidas: por tempo indeterminado enquanto não houver prova de cessação da periculosidade. (art. 97).
- Sempre se estabelece um período mínimo de 1 a 3 anos (após, realiza-se nova perícia). Após, é repetida anualmente, ou a critério do juiz.
	Atenção! – STF, HC 98.360/RS de 2.009.
- Cessada a periculosidade, ocorre a desinternação ou a liberação. Ver arts. 175 e §§ da LEP.
- Art. 319, VII CPP: internação provisória.
- Extinção da Punibilidade:
- Perda do direito de punir do estado, diante da ocorrência de alguma causa prevista pelo legislador.
- Art. 107 CP = elenca as principais causas, mas não é taxativo!
- O reconhecimento de uma causa extintiva é matéria de ordem pública, portanto poderá ser decretada a qualquer momento (art. 61 CPP).
- Efeitos: a) antes do trânsito em julgado; b) após, apenas mantém-se o efeito da reincidência. (não pode ser punido, mas já foi condenado).
- Causas extintivas em espécie (art. 107 CP):
	a) Morte do agente;
b) Anistia (benefício, que deve ser conferido por lei e tem cunho político, concedida por ter um cunho político em função do Estado, graça (individual) e indulto (coletividade) – Graça e indulto são expelidos pelo presidente da República (menos os hediondos); - Decreto nº 9.246/17.
	c) Abolitio criminis; - art 2º CP
d) Prescrição (perda do direito de punir) pelo decurso do prazo, decadência (perda do direito de ingressar com a ação) perda do direito de exercer seu direito de ação, perempção (perda do direito de prosseguir na ação);
e) Renúncia;
f) Perdão do ofendido;
g) Perdão judicial. – Homicídio culposo/lesão culposa quando as consequências do crime são mais trágicas do que a punição.
- Prescrição Penal: Art. 109 CP - Perda do direito de punir em período de tempo.
- Espécies: a) da pretensão punitiva – até o trânsito; b) da pretensão executória – pós o trânsito.
- Fundamentos: a) ineficiência da pena após o decurso de longo tempo – aplicação de penas consecutivamente após o momento do fato; b) necessidade de um julgamento e imposição de pena em prazo razoável.
- Prescrição da pretensão punitiva: a) em abstrato – pela pena máxima abstratamente do crime – Art. 109; b) em concreto (b.1, retroativa e b.2, intercorrente).
FATO CONSUMADO (começa a correr a prescrição da pretensão punitiva 16/05/2018|------|Art. 117, I RECEBIMENTO/DENÚNCIA |------| Art. 117, IV SENTENÇA |------| Art. 117, IV APELAÇÃO (TJ -> trânsito)
· Interrompeu: zerou o tempo
· Suspendeu: continua o tempo de onde estava
- Prescrição punitiva pela pena em abstrato:
- Varia de acordo com o art. 109 do CP; pode ocorrer antes do oferecimento da denúncia, após seu oferecimento e mesmo após a sentença de 1º grau (caso haja recurso da acusação).
- Contagem e causas interruptivas: art. 111 e art. 117 do CP: regra do termo inicial = consumação do crime.
- Prescrição punitiva pela pena em concreto: art. 110 CP:
FATO CONSUMADO |------| DENÚNCIA |------| 6 anos de pena Art. 110, §1º - pena em concreto, pós transitados para o MP, poderá pedir o aumento da pena “reformatio in peius” – MP: Art. 109 aumenta a pena para 12 anos <- retroativa SENTENÇA -> intercorrente |------| APELAÇÃO
- Após a sentença e com trânsito em julgado para o MP, só havendo recurso da defesa (prescrição intercorrente ou superveniente); (ver art. 617 CPP).
2
Pedro Henrique Milani Perassa

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