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Resumo - Dosimetria da Pena, Aplicação da Pena, Limites da Pena e Suspensão Condicional da Pena

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DOSIMETRIA DA PENA 
Alyne Rayanna de Sousa S. da Silva 
 
Critério Trifásico: pena base por meio das três fases da pena. 
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão 
consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. 
 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do 
agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, 
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: 
 I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; 
 II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; 
 III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; 
 IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível 
 
1ª Fase: pena-base. 
2ª Fase: Agravantes e atenuantes 
3ª Fase: causas de aumento e redução da pena 
 
Conceitos 
 
- Elementares: significa algo que é essencial, dados essenciais para configuração do tipo penal. Estão 
presentes sempre na cabeça do dispositivo, ou seja, no tipo-base, no caput. A ausência de um elementar pode 
provocar dois desdobramentos: 
1. atipicidade absoluta (um indiferente penal); 
2. atipicidade relativa (desclassificação de um tipo penal para outro) 
 
- Circunstâncias: são dados meramente acessórios, secundários ao tipo penal contribuindo para aumentar ou 
diminuir a pena. Estão presentes sempre nos tipos derivados, ou seja, nos parágrafos e incisos. 
 
Classificação das Circunstâncias 
 
NATUREZA APLICAÇÃO 
Objetivas/ Reais: aquelas que dizem 
respeito as características externas, 
extrínseca. Ou seja, ao lugar do crime (da 
prática), ao objeto do crime (corpo material), 
a qualidade, ao meio (artifício) ou modo de 
execução do crime. 
 
Ex.: art. 133, § 3º do CP (circunstância de 
aumento de pena); art. 121, § 2°, III e IV 
(modus operandi). 
 
Judiciais: são aquelas que não estão 
descritas no corpo legislativo, neste caso, 
cabe ao juiz livremente fixar tais 
circunstâncias no caso específico, com base 
nos critérios determinados pelo art. 59. 
Subjetivas/ Pessoais: aquelas que dizem 
respeito as características do sujeito ativo, 
aspectos pessoais, ou seja, interna do autor 
do crime. Como culpabilidade, personalidade 
do agente, antecedentes criminais, conduta 
social, motivos, reincidência etc. 
 
Ex.: art. 121, § 2, I, II e V do CP (motivação 
do crime). 
Legais: são aquelas descritas no corpo da lei. 
 
1. Gerais ou Genéricas: são aquelas 
que estão descritas, na parte geral do 
Código Penal (art. 1º ao 120). 
2. Especiais ou Específicas: são 
aquelas descritas na parte especial 
do Código Penal (art. 121 ao 361). 
 
- Obs.: as agravantes (subjetivas) e atenuantes (objetivas) não tem o mesmo peso (2ª Fase), as circunstâncias 
subjetivas têm mais pesos que as objetivas. 
 
Circunstâncias Legais 
 
1. Gerais ou Genéricas 
 
 
Agravantes Atenuantes 
 
Causas de Aumento da Pena Causas de Redução da Pena 
 
GERAIS (Art. 1º-120) 
 
AGRAVANTES 
 
Características: 
1. Função de provocar agravação ou elevação 
na pena. 
2. Só pode ser aplicada em um momento 
adequado (2ª fase da dosimetria da pena). 
3. Podem ser encontradas na parte geral do CP, 
rol taxativo nos art. 61 e 62 do CP. 
4. Fixação do acréscimo cabe ao Juiz (usar 
como parâmetro o Princípio da 
Razoabilidade). 
 Consenso jurisprudencial: deve ser 
fixado o acréscimo em até 1/6 da 
pena-base da 1ª fase da Dosimetria. 
 
 
ATENUANTES 
 
Características: 
1. Vai provocar uma atenuação, ou seja, uma 
redução da pena. 
2. Só pode ser aplicada em um momento 
adequado (2ª fase da dosimetria da pena). 
3. Podem ser encontradas na parte geral do CP, 
rol taxativo nos art. 65 e 66 do CP. 
4. Fixação do decréscimo cabe ao Juiz. 
 Consenso jurisprudencial: deve ser 
fixado o decréscimo mínimo de 1/6 em 
diante na 3ª fase da dosimetria. 
 
 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA 
 
Características: 
1. Efeitos: prova uma elevação ou aumento da 
pena. 
2. Momento da dosimetria: adequado é a 3º fase 
da Dosimetria. 
3. Podem estar descritas na Parte Geral (as que 
estão sendo tratadas aqui) e na Parte 
Especial do Código Penal. 
4. Quantidade de acréscimo cabe ao legislador 
(na lei). 
 Descrição no CP: a pena será 
aumentada; a pena será acrescida; 
aumentasse a pena em tanto (..). 
 Ex.: art. 70, art. 71 do CP. 
 
CAUSAS DE REDUÇÃO DE PENA 
 
Características: 
1. Efeitos: prova uma redução ou diminuição da 
pena. 
2. Momento adequado: é a 3º fase da 
Dosimetria. 
3. Podem estar descritas na Parte Geral (as que 
estão sendo tratadas aqui) e na Parte 
Especial do Código Penal. 
4. Quantidade de decréscimo cabe ao legislador 
(na lei). 
 Descrição no CP: a pena será 
reduzida; reduz-se a pena em tanto 
(..). 
 Ex.: art. 14 do CP, art. 26, 
Parágrafo Único do CP. 
 
 
2. Especiais ou Específicas 
 
Qualificadoras Privilegiadoras 
 
 
ESPECIAIS (Art. 121-261) 
 
QUALIFICADORAS 
 
Características: 
1. Provoca uma elevação nos limites de pena 
previstos. 
 Ex.: homicídio simples (art. 121 do 
CP), Pena: reclusão, de 6 a 20 anos. 
Mas, se caso houver uma 
qualificadora, os limites da forma 
simples serão elevados; homicídio 
qualificado (art. 121 § 2°), Pena: 
reclusão de 12 a 30 anos. 
 Ou seja, se houver uma 
qualificadora a pena não será 
fixada na forma simples, mas 
na forma qualificada. 
2. Devem ser fixadas antes do início da 
dosimetria da pena. 
3. A descrição só pode ser encontrada na Parte 
Especial do CP (nos parágrafos, nos incisos). 
 
 
PRIVILEGIADORAS 
 
Características: 
1. Provoca uma redução nos limites de pena 
previstos. 
 Ex.: explosão (Art. 251 do CP, caput) 
na forma simples. Pena: reclusão, de 
3 a 6 anos, e multa. Contudo, o § 2° do 
referido artigo traz uma privilegiadora, 
Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa. 
 Ou seja, se houver uma 
privilegiadora a pena não será 
fixada na forma simples, mas 
na forma privilegiadora. 
2. Devem ser fixadas antes do início da 
dosimetria da pena. 
3. A descrição só pode ser encontrada na Parte 
Especial do CP (nos parágrafos, nos incisos). 
 
 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA 
 
Características: 
 Ex.: Art. 121, §4º do CP 
 
“No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 
(um terço), se o crime resulta de inobservância de 
regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o 
agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, 
não procura diminuir as consequências do seu ato, 
ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso 
o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) 
se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos”. 
 
CAUSAS DE REDUÇÃO DE PENA 
 
Características: 
 Ex.: Art. 121, §1º do CP 
 
“Se o agente comete o crime impelido por motivo de 
relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de 
violenta emoção, logo em seguida a injusta 
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de 
um sexto a um terço”. 
 
Dúvida: Como diferenciar as causas de aumentos e redução de penas da parte geral e da parte 
específica? 
 
APLICAÇÃO DA PENA 
Fases da individualização da pena: deve ser cominada, aplicada e executada de forma individualizada, 
levando em consideração características específicas do caso. Dividida em: cominação, aplicação e execução. 
COMINAÇÃO APLICAÇÃO EXECUÇÃO 
A fase em que o legislador 
descreve o crime e comina os 
limites de pena de acordo com o 
fato descrito (de formaindividualizada). 
É a dosimetria da pena, onde é 
fixada a pena cabível ao infrator. 
Momento em que o indivíduo é 
condenado e sua execução leva 
em consideração as 
particularidades do indivíduo. 
 
FASES DA APLICAÇÃO DA PENA PRIVATIVA 
PRIMEIRA FASE SEGUNDA FASE TERCEIRA FASE 
Fixação da pena-base (padrão), 
dentro dos limites previstos em 
abstrato, com base nas 
circunstâncias definidas pelo art. 
59, CP. 
 
1. Verificação da natureza do 
crime (simples ou 
qualificado): definição dos 
limites de pena nos quais 
ocorrerá a operação de 
dosimetria. 
2. Início da operação de 
dosagem partindo, 
sempre, do limite mínimo 
estabelecido em abstrato. 
3. Realização de uma análise 
individual e fundamentada 
das circunstâncias judiciais 
definidas a partir dos 
critérios estabelecidos pelo 
art. 59, CP, sob pena de 
nulidade da sentença. 
ponderação das circunstâncias 
agravantes e atenuantes, 
previstas na parte geral do Código 
Penal (arts. 61 e 65, CP). 
 
1. Conceito e características 
das circunstâncias 
agravantes e atenuantes. 
2. Redução/aumento da pena 
aquém/além do limite 
mínimo/máximo previsto 
em abstrato, na 2ª fase: 
divergência doutrinária e 
jurisprudencial (Súmula 
231, STJ). 
ponderação das causas de 
aumento e redução de pena, 
previstas na parte geral e na parte 
especial do Código Penal. 
 
1. Distinção entre causas 
de aumento/redução de 
pena e circunstâncias 
2. agravantes/atenuantes. 
 
Análise das circunstâncias judiciais do art. 59, CP (1ª Fase: fixação da pena-base) 
 
1. Culpabilidade: (grau de culpabilidade): avaliação da intensidade do dolo ou da culpa, das condições 
pessoais, do fim almejado, dos conflitos internos do réu etc. 
 É a reprovabilidade da conduta típica ilícita, ou seja, uma conduta reprovável. 
 Só pode dizer que há comportamento criminoso quando se constata: tipicidade, ilicitude e 
culpabilidade. 
 É um critério regulador da pena. 
2. Antecedentes: 
 Posicionamento majoritário: histórico criminal do agente (condenações definitivas anteriores) 
imprestável para efeito de aferição da reincidência (agravante) (Súmula 444, STJ); 
 Reincidência (art. 63 do CP): Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo 
crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha 
condenado por crime anterior. 
 Posicionamento minoritário: inclusão de inquéritos policiais, de processos penais em curso e de 
sentenças recorríveis (anotações constantes na folha de antecedentes criminais). 
 Ponderação da sentença penal geradora de reincidência, já prescrita, como mau antecedente: 
divergências entre o STF e o STJ. 
 Antecedentes são todos os fatos da vida pregressa do infrator, bons ou ruins, mas precisamente os 
fatos criminosos, ou seja, histórico do individuo tem ou possui antes da prática do crime ao qual está 
sendo julgado ou condenado. 
3. Conduta social: comportamento do infrator perante a sociedade (ex. relações de trabalho, familiar) 
4. Personalidade do agente: ponderação de todos os fatores de ordem psicológica que influem na 
formação do comportamento do indivíduo (diz respeito a sua índole, o seu caráter); 
5. Motivos: : análise das razões ou dos fatores preponderantes para a realização da infração penal pelo 
agente (vedação do bis in idem: “vedação da dupla punição pelo mesmo fato” tem a importante missão 
de garantir que um indivíduo não seja processado duas vezes pelo mesmo crime. Significa que depois 
do cumprimento da pena, o condenado volta ao seu status quo ante diante da sociedade) 
 Motivo fútil pode ser aplicado como: a) qualificadora (art. 121, §2º, II, CP); b) agravante (art. 61, 
II, a, CP) e c) circunstâncias judiciais (art. 59, CP). 
6. Circunstâncias do crime: avaliação das circunstâncias fáticas nas quais o crime foi realizado, tais 
como o lugar do crime, o tempo de duração do crime, a relação existente entre vítima e autor etc. 
(vedação do bis in idem). 
7. Consequências do crime: ponderação de todos os desdobramentos negativos oriundos da conduta 
delituosa, para a vítima ou terceiros (vedação do bis in idem); 
 Consequências do crime são os efeitos negativos originados da conduta. 
8. Comportamento da vítima: avaliação da contribuição fornecida pela própria vítima para o cometimento 
da infração penal pelo agente (vedação do bis in idem). 
 Concurso de circunstâncias judiciais na 1ª fase da dosimetria: PB = P1+ {[(P2 – P1) ÷ 8] × α}. 
SIGLAS: 
PB – Pena-base 
P1 – Limite mínimo de pena 
P2 – Limite máximo de pena 
8 – Corresponde as circunstâncias do art. 59 
α – Número de circunstâncias desfavoráveis no caso concreto 
Pena-Base (PB) = Limite Mínimo de Pena (P1) + {[(Limite máximo (P2) – P1) ÷ 8] × α (Número de 
circunstâncias desfavoráveis no caso concreto)}. 
Exemplo 
Furto (art. 155, CP) 
Pena: reclusão, de 1 a 4 anos. 
P1 = 01 ano 
P2 = 4 anos 
α = 4 (motivo, antecedentes, personalidade e conduta social) 
PB = 1+ {[(4 – 1) ÷ 8] × 4}. 
PB = 1+ {[3 ÷ 8] × 4}. 
PB = 1+ {0,375 × 4}. 
PB = 1+ 1,5 
PENA-BASE = 2,5 (2 ANOS E 6 MESES) 
- Observação: 
 Quando não houver nenhuma circunstância desfavorável o juiz deve aplicar a pena base. 
 α nunca será igual a 8, o máximo será igual a 7. 
 
 Critério de proporcionalidade matemática (com variantes): PB = P1+ {[(TM – P1) ÷ 8] × α}. 
SIGLAS: 
PB – Pena-base 
P1 – Limite mínimo de pena 
P2 – Limite máximo de pena 
TM – Termo médio (P1+ P2 ÷ 2) 
8 – Corresponde as circunstâncias do art. 59 
α – Número de circunstâncias desfavoráveis no caso concreto 
 
PB = P1+ {[(TM – P1) ÷ 8] × α}. 
Exemplo 
Furto (art. 155, CP) 
Pena: reclusão, de 1 a 4 anos. 
P1 = 01 ano 
P2 = 4 anos 
α = 4 (motivo, antecedentes, personalidade e conduta social) 
 
TM = 1 + 4 ÷ 2 = 5 ÷2 = 2,5 (2 anos e 6 meses) 
PB = P1+ {[(TM – P1) ÷ 8] × α}. 
PB = 1 + {[(2,5 – 1) ÷ 8] × 4}. 
PB = 1 + {[1,5 ÷ 8] × 4}. 
PB = 1 + {0,1875 × 4}. 
PB = 1 + 0,75 
PB = 1,75 (1 ANO e 9 MESES) 
Análise das circunstâncias agravantes e atenuantes (2ª Fase da Dosimetria) 
 Circunstâncias agravantes (arts. 61 e 62, CP): agravação da pena, exceto se constituírem elementares ou 
qualificadoras (vedação do bis in idem). 
Art. 61. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam 
o crime: 
I – a reincidência; 
II – ter o agente cometido o crime: 
a) por motivo fútil ou torpe; 
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; 
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou 
impossível a defesa do ofendido; 
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que 
podia resultar perigo comum; 
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; 
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de 
hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; 
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; 
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; 
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade; 
 j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça 
particular do ofendido; 
 l) em estado de embriaguez preordenada. 
 
 Circunstâncias atenuante (arts. 65 e 66, CP): redução da pena. 
 
Art. 65. São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
I – ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na 
data da sentença; 
II – o desconhecimento da lei; 
III – ter o agente: 
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; 
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou 
minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; 
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir,ou em cumprimento de ordem de autoridade 
superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; 
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; 
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. 
 
CONCURSO DE CRIMES 
CONCEITO: é a situação em que o agente através de uma só ou de várias ações/condutas provoca várias 
infrações penais, ou seja, produz uma pluralidade de crimes. 
 CONCURSO DE CRIMES CONCURSO DE PESSOAS 
 
 ≠ 
 
 
CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS 
 
 
 
 
Ou seja, o concurso de crime está direcionado a pluralidade de crimes, já o concurso de pessoas diz 
respeito a pluralidade de pessoas. 
- É possível que se configure ao mesmo tempo, simultaneamente, um concurso de crimes e um concurso de 
pessoas. 
 
O agente produz uma pluralidade de 
crimes através de uma ou várias 
ações. 
 
 
Dois ou mais agentes produzem 
determinadas situações. 
 
Existem um determinado fato, onde 
duas ou mais normas penais se 
aplicam a ele, contudo no final 
apenas será aplicada. 
SISTEMAS DE APLICAÇÃO DA PENA 
 
 
 
Sistema do Cúmulo 
material 
 
 
Aplica-se ao réu o somatório das penas de cada uma das infrações penais pelas 
quais foi condenado. 
 
Adotado: concurso material (art. 69); concurso formal imperfeito ou impróprio 
(art. 70, caput, 2ª parte) e concurso das penas de multa (art. 72). 
 
 
Sistema de absorção 
 
 
Aplica-se exclusivamente a pena da infração penal mais grave, dentre as 
diversas praticadas pelo agente, sem qualquer aumento. 
 
 
 
Sistema de exasperação 
 
 
Aplica-se somente a pena da infração penal mais grave praticada pelo agente 
aumentada de determinado percentual. 
 
Adotado: concurso formal próprio ou perfeito (art. 70, caput, 1ª parte) e crime 
continuado (art. 71). 
 
ESPÉCIES DE CONCURSO DE CRIMES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCURSO 
MATERIAL 
(REAL) 
 
 
Art. 69. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, 
idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja 
incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se 
primeiro aquela. 
 
§ 1º Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, 
não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o 
art. 44 deste Código. 
 
§ 2º Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá 
simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais. 
 
REQUISITOS EXIGIDOS: pluralidade de condutas; pluralidade de crimes (resultados), que 
podem ser idênticos ou não; conexão ou continência entre os crimes praticados 
(divergências doutrinárias). 
 
ESPÉCIES (doutrinário): 
A) Homogêneo: quando os crimes são idênticos. 
B) Heterogêneo: quando os crimes são diversos. 
 
• Aplicação da pena no concurso material de crimes: cúmulo das penas aplicadas a cada 
crime. 
1. Concurso material e penas restritivas de direitos (art. 69, §§ 1º e 2º, CP). 
O § 1º do art. 69 do CP revela a possibilidade de se cumular, na aplicação das penas de crimes 
em concurso material, uma pena privativa de liberdade, desde que tenha sido concedido sursis, 
com uma restritiva de direitos. Também será admissível a aplicação de pena restritiva de direitos 
quando ao agente tiver sido imposta pena privativa de liberdade, com regime aberto para seu 
cumprimento, eis que será possível a execução simultânea de ambas. 
 
O § 2º dispõe que o condenado cumprirá simultaneamente as penas restritivas de direitos que 
forem compatíveis entre si, e sucessivamente as demais. Admite-se, o cumprimento simultâneo 
de prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária. Se forem, todavia, duas penas 
de limitação de final de semana, serão cumpridas sucessivamente. 
 
 Competência para a aplicação do concurso material/real: 
a) juiz sentenciante (quando os vários crimes são julgados no mesmo processo) 
b) juiz da execução (quando os crimes forem julgados em processos distintos) 
(unificação das penas) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCURSO 
FORMAL 
(IDEAL) 
CONCEITO: É aquele em que o agente, mediante uma única conduta, pratica dois ou mais 
crimes, idênticos ou não. 
 
Art. 70. Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, 
idênticos ou não, aplicasse-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma 
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, 
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam 
de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. 
 
Parágrafo único. Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste 
Código. 
 
CARACTERÍSTICAS OU REQUISITOS: unidade de condutas; pluralidade de crimes 
(resultados). 
 
ESPÉCIES: 
A) Homogêneo: quando os crimes são idênticos. (Ex.: três homicídios culposos praticados 
na direção de veículo automotor). 
B) Heterogêneo: quando os delitos são diversos. (Ex. A dolosamente, efetua disparos de 
arma de fogo contra B, seu desafeto, matando-o. O projétil, entretanto, perfura o corpo 
da vítima, resultando em lesões culposas em terceira pessoa). 
C) Perfeito: o agente realiza a conduta típica, que produz dois ou mais resultados, sem 
agir com desígnios autônomos (propósito de produzir, com uma única conduta, mais de 
um crime). Ocorre entre crimes culposos, ou entre um crime doloso e um crime culposo. 
(art. 70, caput, 1ª parte, CP) 
D) Imperfeito: se verifica quando a conduta dolosa do agente e os crimes concorrentes 
derivam de desígnios autônomos (envolve crimes dolosos). (art. 70, caput, 2ª parte, 
CP) 
 
• Aplicação da pena no concurso formal perfeito: aplicação da pena mais grave, se 
distintas, ou de qualquer das penas, se idênticas, mais acréscimo de um sexto a metade 
(exasperação). 
 
- Aplica-se a pena de qualquer dos crimes, se idênticos, ou então a mais grave, 
aumentada, em qualquer caso, de um sexto até a metade. O critério que norteia o juiz 
para fixar o aumento da pena entre os patamares legalmente previstos é, exclusivamente, 
o número de crimes cometidos pelo agente. 
 
NÚMERO DE CRIMES AUMENTO DA PENA 
2 1/6 
3 1/5 
4 1/4 
5 1/3 
6 ou mais 1/2 
 
• Concurso material benéfico (art. 70, parágrafo único, CP): aplicação do cúmulo material. 
 
Sistema do cúmulo material: é a simples soma aritmética das penas dos respectivos 
crimes. O Juiz aplica a pena de cada uma das infrações isoladamente e então as somas, 
totalizando-se a pena final. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRIME 
CONTINUADO 
CONCEITO: quando o agente, por meio de duas ou mais condutas, comete dois ou mais crimes 
da mesma espécie e, pelas condições de tempo, local, modo de execução e outras 
semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro. 
 
Art. 71. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes 
da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras 
semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplicasse-lhe 
a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em 
qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
 
Parágrafo único. Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou 
grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a 
conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, 
aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, 
observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art.75 deste Código. 
 
Requisitos do crime continuado: a) pluralidade de condutas (ações ou omissões realizadas 
pelo agente); b) prática de vários crimes de mesma espécie; c) existência das mesmas 
condições objetivas de tempo, lugar, modo de execução e outras semelhantes; d) unidade de 
desígnios ou relação de contexto entre os crimes. 
 
Teorias relativas a natureza jurídica do crime continuado 
 
1) Teoria da ficção jurídica (Francesco Carrara): a continuidade delitiva é uma ficção 
criada pelo Direito. Existem, na verdade, vários crimes, considerados como um único 
delito para fins de aplicação da pena. Ou seja, os diversos delitos parcelares formam 
um crime final. 
2) Teoria da realidade ou da unidade real (Bernardino Alimena): vislumbra o crime 
continuado como um único delito. A conduta pode ser composta por um ou vários atos, 
os quais não necessariamente guardam absoluta correspondência com a unidade ou 
pluralidade de delitos. 
3) Teoria objetivo-subjetiva ou mista: não basta a presença dos requisitos objetivos 
previstos no art. 71, caput, do Código Penal. Reclama-se a necessidade da unidade de 
desígnio. 
4) Teoria objetiva pura ou puramente objetiva: basta a presença dos requisitos objetivos 
elencados no art. 71, caput, do Código Penal. 
 
ESPÉCIES 
A) Simples ou comum: é aquele em que as penas dos delitos parcelares são idênticas. 
Sem violência ou grave ameaça (art. 71, caput, CP); 
B) Qualificado: é aquele em que as penas dos crimes são diferentes. 
C) Específico: aplica-se a pena a qualquer dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se 
diversas, aumentada até o triplo. Crimes dolosos, praticados com violência ou grave 
ameaça, contra vítimas diferentes (art. 71, parágrafo único, CP). 
 
* O crime continuado, em qualquer de suas espécies, constitui-se em causa obrigatória de 
aumento de pena, e incide, por corolário, na terceira fase da dosimetria da pena. 
 
1. Aplicação da pena no crime continuado simples: aplicação da pena mais grave, 
se distintas, ou de qualquer das penas, se idênticas, mais acréscimo de um sexto 
a dois terços (adoção do sistema da exasperação). 
2. Concurso material benéfico (art. 71, parágrafo único, CP): aplicação do cúmulo 
material. 
3. Crime continuado e novatio legis in pejus: aplicação da nova lei mais grave 
(Súmula 711, STF). 
“A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua 
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência”. 
 
 
 O art. 72 do Código Penal dispõe que “No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e 
integralmente. A lei revela a adoção, no tocante às penas de multa no concurso de crimes, do sistema do 
cúmulo material. 
LIMITE DAS PENAS 
- Consagração do princípio da limitação das penas pela Constituição Federal (art. 5º, XLVII): cumprimento da 
finalidade de prevenção especial da pena (ressocialização) 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, 
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis; 
 
Limite de tempo para o cumprimento das penas privativas de liberdade: 40 anos (art. 75, caput, CP). 
Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 40 
(quarenta) anos. 
§ 1º Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 
40 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo. 
§ 2º Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á nova 
unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido 
 
 O art. 10 do Decreto-lei 3.688/1941 – Lei das Contravenções Penais, dispõe “A duração da pena de prisão 
simples não pode, em caso algum, ser superior a 5 (cinco) anos.” 
 A unificação é a transformação de várias penas e uma única. 
 
Súmula 715 
 A pena unificada para atender ao limite de quarenta anos de cumprimento, determinado pelo art. 
75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento 
condicional ou regime mais favorável de execução. 
 
 A competência para unificação das penas é do juiz das execuções penais (Art. 66, III, a, da Lei 7.210/1984). 
 Condenação do agente pela prática de fato posterior ao início do cumprimento da pena privativa de 
liberdade: realização de nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido 
(art. 75, § 2º, CP). 
Essa regra se destina aos casos em que o agente, encontrando-se no cumprimento da pena privativa de 
liberdade, é condenado por fato praticado posteriormente ao início de satisfação da sanção penal. Despreza-se 
o tempo já obedecido pelo sentenciado, procedendo-se a nova unificação para obedecer ao limite de 40 anos. 
 Em casos em que decorrer de fato anterior ao início do cumprimento da pena privativa não será 
realizada nova unificação. 
 
 
 
 
 
 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA 
CONCEITO: SURSIS é a suspensão condicional da pena privativa de liberdade na qual o réu, se assim desejar, 
se submete durante o período de prova à fiscalização e ao cumprimento de condições judicialmente 
estabelecidas. 
TIPOS DE SISTEMAS 
 
Sistema anglo-americano ou 
“probation system” 
 
o magistrado, sem aplicar pena, reconhece a responsabilidade penal do réu, 
submetendolhe a um período de prova, no qual, em liberdade, deve ele 
comportarse adequadamente. Se o acusado não agir de forma correta, o 
julgamento é retomado, com a consequente prolação de sentença condenatória e 
imposição de pena privativa de liberdade. 
 
Sistema do “probation of 
first of enders act” 
 
o juiz determina a suspensão da ação penal, permitindo a liberdade do acusado, 
sem, contudo, declará-lo culpado. Durante a suspensão, o réu deve apresentar boa 
conduta, pois, caso contrário, é reiniciada a ação penal. 
 
- Esse sistema acolhido, no Brasil, definida pelo art. 89 da Lei 9.099/1995. 
 
 
Sistema franco-belga 
 
o réu é processado normalmente, e, com a condenação, a ele é atribuída uma pena 
privativa de liberdade. O juiz, entretanto, levando em conta condições legalmente 
previstas, suspende a execução da pena por determinado período, dentro do qual 
o acusado deve revelar bom comportamento e atender as condições impostas, 
pois, caso contrário, deverá cumprir integralmente a sanção penal. 
 
- Adotado pelos art. 77 a 82 do CP. 
 
NATUREZA JURÍDICA DO SURSIS 
 
Instituto de política criminal 
 
cuida-se de execução mitigada da 
pena privativa de liberdade. O 
condenado cumpre a pena que lhe 
foi imposta, mas de forma menos 
gravosa. 
Art. 77, II, do Código Penal 
 
Direito Público subjetivo do 
condenado 
 
consubstancia-se em benefício penal 
assegurado ao réu. O juiz tem 
liberdade para analisar a presença 
dos requisitos legais, os quais, se 
presentes, impõem a concessão do 
sursis. 
 
Pena 
 
trata-se de espécie de pena, embora 
não prevista no art. 32 do Código 
Penal. 
 
Os requisitos da suspensão condicional da execução da pena são previstos no art. 77 do Código Penal: 
Art. 77. A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, 
poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: 
I – o condenado não seja reincidente em crime doloso; 
II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do 
agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do 
benefício; 
III – não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 do Código. 
§ 1.º A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício. 
§ 2.º A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 4 (quatro)anos, 
poderá ser suspensa, por 4 (quatro) a 6 (seis) anos, desde que o condenado seja 
maior de 70 (setenta) anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão. 
 
 O momento adequado para a concessão do Sursis deve ser analisado, de maneira fundamenta, 
na sentença ou no acórdão (Art. 157, LEP) 
 O juízo da execução não pode conceder a suspensão condicional da penal, por ser questão que 
deve ser solucionada durante o trâmite da ação penal. 
ESPÉCIES LEGAIS DE SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA 
 
Sursis simples 
(art. 78, §1º, CP) 
 
aplicável quando o condenado não houver reparado o dano, injustificadamente, e/ou as 
circunstâncias do art. 59 do Código Penal não lhe forem inteiramente favoráveis. 
 No primeiro ano do período de prova o condenado deverá 
prestar serviços à comunidade ou submeter-se à limitação de 
fim de semana, cabendo a escolha ao magistrado. 
 
CONDIÇÕES: a condição legal e obrigatória é a prestação de serviços à comunidade 
ou limitação de fim de semana, durante o primeiro ano do período de suspensão (CP, 
art. 78, § 1.º). 
 
 
 
 
 
 
Sursis especial 
(art. 78, §2º, CP) 
 
aplicável quando o condenado tiver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, 
e se as circunstâncias do art. 59 do Código Penal lhe forem inteiramente favoráveis. 
 
Obs: o condenado, em regra, não presta serviços à comunidade nem se submete a 
limitação de fim de semana, pois o juiz pode substituir tal exigência por outras 
condições cumulativas, tais como: 
proibição de frequentar determinados lugares e de ausentar-se da comarca onde 
reside, sem autorização do juiz, e comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, 
mensalmente, para informar e justificar suas atividades. 
 
CONDIÇÕES: as condições legais que devem ser cumpridas cumulativamente no 
primeiro ano do período de suspensão são: proibição de frequentar determinados 
lugares e de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz, e 
comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar 
suas atividades. 
 
- OBSERVAÇÃO: A SUSPENSÃO DA PENA É CONDICIONADA, OU SEJA, OBEDECE ÀS CONDIÇÕES. 
O CÓDIGO PENAL NÃO ADMITE A SUSPENSÃO SEM CONDIÇÕES. 
- O art. 79 do Código Penal permite ao magistrado especificar, na sentença, outras condições a que 
fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado. São 
as denominadas condições judiciais, que jamais podem ser vexatórias ou abusivas, não se admitindo 
que violem direitos fundamentais do condenado. 
- O art. 81 do Código Penal ainda prevê condições legais indiretas, assim chamadas por autorizarem a 
revogação do sursis. São condições proibitivas, uma vez que, se presentes, acarretarão na revogação 
do benefício. 
PERÍODO DE PROVA: é o intervalo de tempo fixado na sentença condenatória concessiva do sursis, no qual, 
o condenado deverá revelar boa conduta, bem como cumprir as condições que lhe foram impostas pelo Poder 
Judiciário. 
 
 A fiscalização do cumprimento das condições do sursis será atribuída, pelo juiz, a serviço social 
penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade ou instituição beneficiada com a prestação 
de serviços, inspecionados pelo Conselho Penitenciário, pelo Ministério Público, ou por ambos 
(LEP, art. 158, § 3.º). 
 
REVOGAÇÃO: Com a revogação do sursis, o condenado deverá cumprir integralmente a pena privativa de 
liberdade que se encontrava suspensa, observando-se o regime prisional (fechado, semiaberto ou aberto) 
determinado na sentença. 
 Não se considera o tempo em que permaneceu no período de prova. 
 Duas espécies: obrigatória ou facultativa. 
REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA REVOGAÇÃO FACULTATIVA 
 
Decorre da lei. É dever do juiz decretá-la, não havendo 
margem para discricionariedade acerca da decisão de 
manter ou não a suspensão. 
 
 A atuação em consonância com a lei, não é 
automática; 
 Exige-se decisão judicial. 
 
O art. 81, I, do Código Penal: “A suspensão será revogada 
se, no curso do prazo, o beneficiário”: 
 
I – é condenado, em sentença irrecorrível, por 
crime doloso. 
II – frustra, embora solvente, a execução da pena 
de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a 
reparação do dano. 
III – descumpre a condição do § 1.º do art. 78 
deste Código. 
 
Permite ao juiz a liberdade de revogar ou não o benefício. 
 
Nos termos do art. 81, § 1.º, do Código Penal: “A 
suspensão poderá ser revogada se o condenado 
descumpre qualquer outra condição imposta ou é 
irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por 
contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de 
direitos”. 
 
 Vislumbram-se duas situações de revogação 
facultativa: 
1. Descumprimento de qualquer outra 
condição imposta 
As condições ora indicadas são as previstas no Código 
Penal, em seus arts. 78, § 2.º, “a”, “b” e “c”, e 79, isto é, 
proibição de frequentar determinados ugares e de 
ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do 
juiz; comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, 
mensalmente, para informar e justificar suas atividades, 
além das judiciais, desde que adequadas ao fato e à 
situação pessoal do condenado. 
2. Condenação irrecorrível, por crime culposo 
ou contravenção, a pena privativa de 
liberdade ou restritiva de direitos. 
A condenação com trânsito em julgado, por crime culposo 
ou contravenção penal, a pena privativa de liberdade, 
somente comportará a manutenção do sursis quando for 
imposto o regime prisional aberto para o seu cumprimento. 
De fato, a aplicação de regime fechado ou semiaberto 
acarreta a obrigação de o condenado ser colocado em 
estabelecimento penal, incompatibilizando o cumprimento 
da suspensão condicional da pena. 
 
 Em respeito aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, entende-se que deve ser 
ouvido o condenado antes da revogação do benefício, a ele conferindo a oportunidade para justificar 
eventual manutenção da suspensão condicional da pena. 
CASSAÇÃO DO SURSIS: se verifica quando o benefício fica sem efeito antes do início do período de prova. 
 Hipóteses: 
1. O condenado não comparece, injustificadamente, à audiência admonitória (LEP, art. 161). A 
suspensão ficará sem efeito, executando-se imediatamente a pena. 
2. O condenado renuncia ao benefício. O cumprimento do sursis é vinculado à aceitação do 
condenado, podendo o réu preferir o cumprimento da pena. 
3. O réu é irrecorrivelmente condenado a pena privativa de liberdade não suspensa. A 
condenação à prisão, durante o período de prova, é causa de revogação do sursis. Tem lugar 
a cassação, todavia, quando o trânsito em julgado ocorrer antes do início do período de 
prova, pois é incompatível o cumprimento simultâneo da pena em regime fechado ou 
semiaberto e do sursis. 
4. A pena privativa de liberdade é majorada em grau de recurso da acusação, passando de 
dois anos. O sursis anteriormente concedido é cassado pelo tribunal. 
EXTINÇÃO DA PENA: Cumprido integralmente o período de prova, sem revogação, considera-se extinta a 
pena privativa de liberdade. É o que se extrai do art. 82 do Código Penal. A sentença é meramente declaratória, 
e retroage ao dia em que se encerrou o período de prova. Exige-se prévia manifestação do Ministério Público, 
sob pena de nulidade, com fundamento no art. 67 da Lei de Execução Penal. 
 
Fontes: 
MASSON, Cleber Direito Penal: parte geral (arts. 1º a 120) – vol. 1 / Cleber Masson. – 14. ed. – Rio de Janeiro: 
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
Slides e aula da disciplina de Direito Penal 2, professor Leonardo Figueiredo.

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