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Adaptações Celulares As células são capazes de dar conta das demanas fisiológicas, mantendo um estado normal de funcionamento. HOMEOSTASE HOMEOSTASE Em situações que fogem da demanda normal, quando são submetidas a um fator estressante, iniciam uma resposta. Essa resposta, muitas vezes, pode ser com o aumento da sua demanda metabólica ou com sua diminuição dessa demanda – essa resposta é chamada de adaptação. O estresse excessivo obriga as células a se adaptarem ao meio. ADAPTAÇÃO CELULAR Se ela conseguir se adaptar, funcionando de acordo com a necessidade, vai conseguir sobreviver. Quando essa capacidade de adaptação chega no limite, a célula pode entrar em sofrimento lesão celular. ADAPTAÇÕES CELULARES São respostas estruturais e funcionais (reversíveis) a um estresse fisiológico mais intenso e a alguns estímulos patológicos. Essas adaptações permitem que a célula sobreviva e continue a funcionar. Tais adaptações podem assumir formas diferentes. TIPOS DE RESPOSTAS ADAPTATIVAS ALTERAÇÃO DO VOLUME CELULAR: Hipertrofia Hipotrofia (atrofia) ALTERAÇÃO DA TAXA DE DIVISÃO CELULAR: Hiperplasia Hipoplasia ALTERAÇÃO DA DIFERENCIAÇÃO: Metaplasia ALTERAÇÃO DO CRESCIMENTO E DIFERENCIAÇÃO CELULAR: Displasia HIPERTROFIA Aumento do tamanho das células, que resulta em aumento do tamanho do órgão ou tecido. CARACTERIZAÇÃO: Aumento do volume celular. Preservação do padrão morfo- funcional – a célula permanece com a mesma forma de antes, porém maior, e com a mesma função de antes, mas com o aumento dessa capacidade funcional. Condição reversível, no entanto, se persistir, pode levar a lesão celular. MECANISMO: Aumento da síntese de componentes estruturais e organelas – para a célula aumentar sua capacidade de trabalho, vai precisar de mais organelas (ex.: mitocôndria). A hipertrofia pode ser fisiológica e patológica: FISIOLÓGICA: Aumento do útero na gestação – que é estimulado por via hormonal (estrógeno), e na fase da lactação, junto com os hormônios produzidos nesse período, auxilia no processo de involução, ou seja, o útero volta ao tamanho normal. Aumento das glândulas mamárias na puberdade e gestação. PATOLÓGICA: Aumento da massa muscular esquelética no exercício físico – sobrecarga de trabalho (capacidade de levantar o peso, por exemplo) esse processo é feito as custas do tamanho da fibra muscular e do aumento da síntese das proteínas musculares – as responsáveis pela contração muscular e que dão o ganho de força. Hipertrofia do ventrículo esquerdo (VE) na hipertensão arterial e estenose valvar o coração precisa aumentar de volume para tentar manter a função cardíaca = bombear e enviar o sangue dele para as outras estruturas do organismo. Com o passar do tempo, mesmo com o coração hipertrofiado, ele bombeará pouco sangue e não é reversível. A hipertrofia muscular é considerada patológica, porque é uma situação que foge da demanda normal. As células musculares estriadas do músculo esquelético e cardíaco têm capacidade limitada de divisão e respondem ao aumento da damenda metabólica com hipertrofia. A hipertrofia vem do aumento excessivo e repetitivo da demanda do trabalho que leva a ter esse estímulo para que o músculo cresça. HIPOTROFIA OU ATROFIA Redução do tamanho de um órgão ou tecido que resulta da diminuição do tamanho e do número de células. Mecanismo: redução do anabolismo celular. CARACTERIZAÇÃO: Redução do volume celular Preservação do padrão morfo- funcional Redução da capacidade funcional Condição reversível – se o fator estressante que estava levando a diminuição da capacidade funcional da célula for sanado, ela volta a receber nutrientes e oxigênio na quantidade adequada, e assim volta a crescer novamente. A atrofia pode ser fisiológica ou patológica: FISIOLÓGICA: Hormonal (menopausa e andropausa) – essa queda está relacionada com as fases da vida. Redução do útero após o parto. PATOLÓGICA: Desuso (atrofia muscular em membro imobilizado). Redução do suprimento sanguíneo (aterosclerose). Inanição (desnutrição marasmo). Desnervação (poliomielite) – destroi a inervação nos membros inferiores. Inflamação crônica (gastrite crônica e doença celíaca). Pressão (tumor benigno em crescimento). MECANISMOS DE ATROFIA: Diminuição da síntese proteica e aumento da degradação de proteínas da célula. Atividade metabólica reduzida. Em algumas situações, a atrofia é também acompanhada da autofagia (a célula começa a fazer digestão de organelas que estão em desuso ou envelhecidas). HIPERPLASIA Aumento do número de células em determinado órgão ou tecido, resultando geralmente em aumento da massa de um órgão ou tecido. Divisão celular aumentada população celular capaz de se dividir. Normalmente sofre influência hormonal – fisiológica ou patológica. Quando o tecido cresce em uma massa concentrada, essa massa é chamada de nódulos – hiperplasia não uniforme. Embora a hiperplasia e a hipertrofia sejam processos diferentes, frequentemente elas ocorrem juntas e podem ser induzidas pelos mesmos estímulos externos. Pode ser fisiológica e patológica: FISIOLÓGICA: Compensatória (nefroctomia, hepatectomia, ressecção de intestino) – quando se perde parte do tecido, e o que sobrou começa a crescer, como forma de compensar, e aumentar a função do tecido. Secundários a estímulo hormonal (útero na gravidez, mama na puberdade e lactação). PATOLÓGICAS: Estimulação hormonal excessiva: Estrógeno hiperplasia endometrial; TSH hiperplasia tireoidiana. HIPERPLASIA COMPENSATÓRIA: A regeneração do fígado ocorre as custas de multiplicação dos hepatócitos por estímulo de fatores de crescimento celular (TFG-β, IGF-I). O mito de Prometeu – já se sabia desde aquela época que o fígado conseguia se regenerar pelo processo compensatório. HIPERPLASIA PATOLÓGICA: Estimulação excessiva das células- alvo por: hormônios / fatores de crescimento Infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV): infecta os queratinócitos da pele ou mucosas. Causa verrugas cutãneas e várias lesões de mucosa composta por massas de epitélio hiperplásico. Hiperplasia endometrial: hiperplasia anormal induzida por hormônios. Normalmente, após a menstruação ocorre um surto de atividade proliferativa celular no endométrio, as custas de estímulo de hormônios hipofisários e estrogênio ovariano. Entre 10 a 14 dias após a menstruação, esse surto é detido pelo aumento das concentrações de progesterona. Nas situações em que ocorre um desequilíbrio nas concentrações desses hormônios (↑ estrógeno e ↓ progesterona), se instala a longo um quadro conhecido como endometriose. Hiperplasia ductal: é o nome dado à proliferação de células do epitélio que compõe os ductos da mama. A hiperplasia ductal é uma das expressões patológicas da síndrome clínica denominada Alterações Funcionais Benignas da Mama (AFBM). HIPOPLASIA Diminuição da população celular de um tecido, órgão ou parte do corpo. Consequências: reversíveis, salvo as congênitas. Pode ser fisiológica ou patológica: FISIOLÓGICA: Involução do timo a partir da puberdade e das gônadas a partir do climatério. PATOLÓGICA: Hipoplasia da medula óssea por agentes tóxicos ou infecções (anemia aplásica). Hipoplasia de órgãos linfoides na AIDS/SIDA. . CAUSAS CONGÊNITAS DE HIPOPLASIA: Durante a embriogênese, pode ocorrer defeito na formação de um órgão ou parte dele. Hipoplasia pulmonar. Hipoplasia renal. Hipoplasia gonadal. METAPLASIA É uma alteração reversível na qual umtipo celular diferenciado (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tipo celular. Isso serve para deixar o tecido mais resistente às agressões do ambiente. EXEMPLOS: Nos pulmões, ocorre mudança do epitélio colunar por epitélio escamoso (mais comum). Ocorre no trato respiratório em resposta a irritação crônica (fumo). Metaplasia do tipo escamoso para colunar: o epitélio escamoso do esôfago é substituído por células colunares semelhantes as intestinais, sob influência do refluxo gástrico ácido, podendo predispor ao surgimento de câncer (adenocarcinoma). Tecido original Estímulo Tecido metaplásico Epitélio colunar ciliado da árvore brônquica Tabagismo Epitélio escamoso Epitélio transicional da bexiga urinária Traumatismo por cálculos urinários Epitélio escamoso Epitélio colunar nos ductos glandulares Traumatismo por cálculos Epitélio escamoso Tecido fibrocolagenoso Traumatismo crônico Tecido ósseo Epitélio escamoso esofágico Ácido gástrico Epitélio colunar Epitélio colunar glandular Deficiência de vitamina A Epitélio escamoso DISPLASIA Distúrbio/ condição adquirida caracterizada por alterações do crescimento e da diferenciação celular. Normalmente, é uma continuação da metaplasia. EXEMPLOS: Displasias epiteliais (ocorrem com graus variados de aumento da proliferação celular com distúrbio de maturação e atipias). Nem sempre progridem para câncer. Mais frequentemente originam-se de epitélios metaplásicos.
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