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Disciplina: Estrutura e Legislação do Setor Público Aula 6: O Estado e o Setor Privado Apresentação O planejamento econômico governamental é determinante para o Estado, conforme art. 174 da Constituição Federal, aliado ao planejamento orçamentário e outros instrumentos eficazes de gestão administrativa. Alguns instrumentos jurídicos possibilitam atingir a meta de alavancar os meios de produção, de gerar empregos, de proteger a sociedade das oscilações econômicas mundiais. Ao Estado compete a tarefa de oferecer condições infraestruturais e sociais para os negócios e mercado, promovendo o desenvolvimento equilibrado das regiões, através de obras de infraestrutura e financiamento especial da produção, bem como o desenvolvimento tecnológico. Em função das desigualdades históricas relacionadas a espaços físicos e geográficos e em relação a minorias, cresce a própria necessidade de envolvimento do Estado na redução dessas discrepâncias, utilizando instrumentos jurídicos para isto. No modelo capitalista, adotado pelo nosso direito como forma de garantir a livre iniciativa e a propriedade, a ferramenta de redução de desigualdades sociais regionais e de expansão econômica são os incentivos. Veremos nesta aula que o mesmo ocorre com as políticas sociais governamentais, que podem ser implementadas através de parcerias entre Estado e sociedade civil, através de estruturas próprias de gestão. Objetivos Identificar os fatores envolvidos na regulação de determinadas atividades e no controle do comércio; Descrever o funcionamento dos órgãos responsáveis pela gestão regulatória e estímulo à economia; Reconhecer a colaboração do terceiro setor (sociedade) com o Estado, as entidades de cooperação paraestatal, em especial, os serviços sociais autônomos, suas características e as diferenças existentes entre as Organizações Sociais (OS) e Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Estado e parcerias sociais Diversos autores apresentam definições para os termos “estatal” e “paraestatal”, sendo estas entidades aquelas que trabalham paralelas com o Estado, em regime de colaboração. Meirelles (2009, pg. 385) descreve que entidades paraestatais são pessoas jurídicas de direito privado, cuja criação é autorizada por lei específica, com patrimônio público ou misto, para realização de atividades, obras ou serviços de interesse coletivo, sob normas e controle do Estado. Já Carvalho Filho (2018, pg. 577) as designa como sendo os serviços sociais autônomos, organizações sociais e organizações da sociedade civil de interesse público. A expressão abrange pessoas privadas que colaboram com o Estado, desempenhando atividade não lucrativa, a qual o Poder Público dispensa especial proteção. Algumas possuem amparo na Constituição Federal, atuando na assistência social e na formação profissional (como Sesi, Sesc, Senai). As entidades descritas apresentam as mesmas características: 1 Criadas por particulares, são entidades privadas com regime jurídico de direito privado. 2 Auxiliam as entidades governamentais na prestação de serviços não exclusivos. 3 Recebem alguma contribuição financeira do Estado. 4 Atendem às exigências da Administração Pública e do Tribunal de Contas. 5 Fazem parte do Terceiro Setor, pois não se enquadram totalmente como entidades privadas, nem fazem parte da Administração Pública direta ou indireta. O primeiro setor é o Estado, e o segundo setor é representado pelo mercado. Alguns autores (BRESSER, 2006, pg. 263) consideram as entidades do terceiro setor como “públicas não estatais” ou “entidades paraestatais”. Serviços sociais autônomos Os serviços sociais autônomos têm personalidade jurídica de direito privado, são criados em decorrência de lei, após registro de seu estatuto em cartório, e aprovação pelo Presidente da República. Visam à prestação de assistência social ou ensino a algumas áreas sociais e não possuem fins lucrativos. Mantidos por contribuições compulsórias para-fiscais ou dotações orçamentárias arrecadas pela União e repassadas. Sua administração cabe, em regra, às confederações patronais, como, por exemplo: 1 SESI/SENAI (Serviço Social da Indústria/Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) Cuja administração cabe à CNI (Confederação Nacional da Indústria). 2 SENAC/SESC Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio/Serviço Social do Comércio. 3 SENAT/SEST Serviço Nacional de Aprendizagem dos Transportes/Serviço social dos Transportes. 4 SENAR Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. 5 SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa. Atenção É importante ressaltar que essas entidades não substituem o Estado na prestação de serviços públicos, nem prestam serviços delegados pelo Estado. Como exercem atividades privadas de interesse público, oferecem serviços que não são exclusivamente os mesmos oferecidos pelo Estado. Assim, sua atuação é de fomento e não de prestação de serviços. Organizações Sociais As Organizações Sociais (OS) são pessoas jurídicas de direito privado qualificadas, sob as formas de associação ou fundação, não visando ao lucro. A Lei n° 9.637/98 dispõe sobre: A qualificação de entidades como organizações sociais; A criação do Programa Nacional de Publicização; A extinção dos órgãos e entidades que menciona; e A absorção de suas atividades por organizações sociais. As Organizações Sociais são criadas para atuar em atividades que sejam dirigidas ao(à): Ensino; Pesquisa científica; Desenvolvimento tecnológico; Proteção e preservação do meio ambiente; Cultura; e Saúde. Seu estatuto prevê a instituição de um conselho de administração e uma diretoria. Buscando estimular a participação social no órgão colegiado de deliberação superior, há necessidade de contar com representantes do Poder Público e cidadãos da comunidade onde a organização atua que tenham idoneidade moral. Para que seja estabelecida a parceria com as entidades governamentais, é necessário elaborar o contrato de gestão (instrumento formalizador) em que deve constar as responsabilidades, atribuições e obrigações de ambas as partes. Bresser-Pereira (1995) cita que, após ter a autorização para celebrar o contrato, ela passa a ter direito à dotação orçamentária. Assim, o contrato será fiscalizado “pelo órgão ou entidade supervisora da área de atuação correspondente à atividade fomentada”. Saiba mais A fiscalização controla os resultados. A desqualificação da entidade como organização social se dará por meio do descumprimento das disposições do contrato de gestão. Não se trata, portanto, de uma privatização, mas de uma gestão dotada de parceria com entidades da sociedade civil, devidamente preparadas para tal. Logo, não se sujeitam às regras de licitação para compras de produtos ou realização de obras e serviços, nem são obrigadas a realizar concurso de pessoal. Contudo, estão sujeitas ao controle dos tribunais de contas e ao princípio da impessoalidade e da moralidade na gestão de seus serviços. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) são pessoas jurídicas de direito privado, associações ou fundações, qualificadas pelo Ministério da Justiça, sem fins lucrativos, e criadas por particulares para prestar serviços sociais que não sejam de exclusividade do Estado, conforme determinado pela Lei n° 9.790/99. São bastante semelhantes às Organizações Sociais. Assim como na OS, o incentivo à OSCIP será efetuado pelo Poder Público, mediante destinação de valores, bens ou pessoal, sendo necessária a formalização do Termo do termo de parceria. O acompanhamento e a fiscalização serão feitos pelo órgão referente à área de atuação específica da atividade a ser fomentada. As organizações sociais e as de sociedade civil de interesse público são entidades privadas, não têm fim lucrativo e precisam atender às exigências legais para receberem a qualificação pelo Poder Público. Leitura Leia mais sobre a OSCIP <galeria/aula6/docs/oscip.pdf> . Estadoe Economia Tornar a estrutura de prestação de serviços mais ágil, seja por parte do governo ou por entes parceiros, é imprescindível para garantir a competitividade das empresas que atuam no mercado nacional e internacional. Nesse sentido, é preciso que haja uma mudança de cultura com pactuação de metas, atuação com foco em resultados e avaliação periódica de desempenho. Costin (2010) comenta que é necessário desenvolver mais ferramentas para medir o impacto das políticas públicas. A propriedade privada tem apresentado resultados satisfatórios, assegurando o respeito aos direitos de propriedade (industrial ou intelectual). Uma de�nição melhor dos papéis dos governos federal, estadual e municipal em diferentes políticas organizaria não apenas os serviços públicos, mas as exigências competitivas de cada nível. COSTIN, 2010. Isso significa que se torna imperiosa a necessidade de implantar mudanças para modernizar e, consequentemente, melhorar a forma com que o mercado se relaciona com o Estado. Atuar de forma previsível é importante para que as empresas possam assegurar seus investimentos em um longo prazo. Ordem econômica constitucional São fundamentos da ordem econômica brasileira, conforme estabelecido no art. 170, CF (a valorização do trabalho humano e a livre iniciativa). A garantia dos direitos sociais é uma forma de preservar a valorização do trabalho. A liberdade de iniciativa vem a ser a liberdade para exploração de atividade econômica, lícita, sem necessidade de autorização do Estado. Para tanto, basta ver que a atuação do Estado na economia é subsidiária (art. 173, CF). A seguir são indicados e descritos mecanismos jurídicos de regulação e fomento à economia pelo Estado. Formas de atuação do Estado na economia: Estado regulador Estado regulador é aquele que estabelece regras para funcionamento de determinada atividade econômica, com o objetivo de ajustá-la a ditâmes de justiça social. É o que nos coloca o art. 174, da CF: Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de �scalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. O planejamento é um instrumento constitucionalmente reconhecido no art. 174, imperativo à atuação do Estado gestor como indutor da atividade econômica, envolvendo ações empresariais diretas, financiamento de setores em crescimento e subsidiados, sempre objetivando o interesse da coletividade. O planejamento econômico é uma atuação de política econômica com vistas ao desenvolvimento econômico, combatendo desequilíbrios regionais e formulando políticas de distribuição de renda. Nesse sentido, têm-se as agências reguladoras, substituindo outros modelos de regulação de serviços públicos e setores da economia de mercado no Brasil. Saiba mais Podemos destacar como estruturas reguladoras: Autarquias dotadas de poder regulatório e �scalizador: Banco Central e CVM; Agências reguladoras, que são modelos específicos (serão estudados a seguir); Autarquias de �scalização: IBAMA; Colegiados dotados de atuação �scalizadora sobre o mercado: CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Agências Reguladoras O modelo de Agência Reguladora no Brasil não é novo, salvo na denominação. Essas agências são autarquias, pessoas jurídicas de direito público, que integram a Administração Indireta da respectiva esfera de governo. Apenas para citar, temos como exemplos de entidade autárquicas reguladoras o Banco Central, a CVM e o INMETRO, dentre outros, que exercem função normativa sobre atividades de mercado, vinculadas aos respectivos ministérios de suas áreas afins, conforme determina o art. 87, parágrafo único, CF. No modelo americano, observe-se não há supervisão departamental do Executivo sobre as agências reguladoras. Leitura Leia mais sobre a Regulamentação <galeria/aula6/docs/regulamentacao.pdf> . O Estado-empresário Qualquer organização, de forma geral, deve operar com agilidade, integração de meios para atingir fins, e este funcionamento influenciará na forma como os recursos captados serão utilizados. Em quaisquer das formas de estrutura de um Estado, com maior ou menor grau de descentralização político-administrativa, ou mesmo na mera desconcentração na esfera do ente personi�cado, faz-se necessária uma organização, um conjunto de organismos que atuem de maneira integrada. Essa organização corresponderá à complexidade do problema a ser encarado pelo próprio governo/administração. O Brasil possui um enorme leque de entidades que atuam de forma descentralizada em relação ao Estado, seja União, Estados-membros, Municípios e Distrito Federal. A criação de pessoas jurídicas na estrutura do Estado, sob a forma de administração indireta, caracterizada por sua autonomia administrativa e financeira, retira do núcleo estatal ministerial as decisões executivas e cotidianas, permitindo que estas entidades atuem com maior agilidade. Saiba mais A atuação empresarial do Estado foi marcante e com certeza alavancou empreendimentos que o agente privado jamais arriscaria em fazê-lo. O governo, dessa forma, utilizando os instrumentos legais de agilidade e autonomia da administração indireta, associado a uma política de isenção tributária e geração de poupança, lançou investimentos em setores tipicamente não acessíveis ao capital privado nacional, como telefonia, energia elétrica, rodovias, ferrovias, siderurgias, petróleo. O desenvolvimento das atividades empresarias estatais proporcionou, sob o enfoque da agilidade e fuga da burocracia estatal, a instituição de empresas subsidiárias, e coligadas, constituídas a partir das sociedades de economia mista e empresas públicas vinculadas aos ministérios. Setores monopolizados pelo Estado brasileiro A Constituição da República reservou algumas áreas de exploração econômica como monopólio da União, que nada tem a ver com a prestação de serviços públicos. Para tanto, o art. 177, dispõe que constituem monopólio da União os setores: Petróleo, abrangendo a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos; A refinação do petróleo nacional ou estrangeiro; A importação e a exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores; O transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem como o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem. Exploração do petróleo (Fonte: Shutterstock). Atenção A Petróleo Brasileiro S/A (PETROBRÁS) é uma sociedade de economia mista que atua na exploração econômica das áreas descritas acima. Mineração, produção e comercialização nuclear, envolvendo: Pesquisa; Lavra; Enriquecimento; Reprocessamento; Industrialização e comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos. Comentário A Indústria Nuclear do Brasil (INB) é uma empresa pública que atua na área acima indicada. No caso da indústria do petróleo, o art. 177, § 1º, CF, permite à União contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades previstas acima, observadas as condições estabelecidas em lei. Concessão e permissão de serviços públicos A transferência da execução de serviço público à população, mediante remuneração por tarifa, é, sem dúvida, um instrumento de atuação do Estado na economia, possibilitando que o agente privado desempenhe a atividade delegada com sua expertise. Nesse sentido, coloca- nos o art. 175, da CF, que Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos, sendo um de seus aspectos a adoção de critérios de: Caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; Direitos dos usuários; Política tarifária; Obrigação de manter serviço adequado. Deve-se ter atenção aos serviçosque podem ser objeto de concessão ou permissão, na forma do art. 21, incisos XI e XII, da CF: Telecomunicações. Radiodifusão sonora e de imagens. Instalações de energia elétrica e aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos. Navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária. Transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território. Transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros. Portos marítimos, �uviais e lacustres. Exemplo São exemplos de concessionárias de serviços públicos: As distribuidoras regionais de energia elétrica (Light, AES Eletropaulo, CPFL, Coelba etc.); As empresa de telefonia (OI, Vivo, Claro etc.); As empresa de televisão (Globo, SBT, Band etc.); As empresas de transportes de passageiros e de transporte aéreo. As concessionárias são empresas privadas, logo não se confundem com as empresas estatais (estudadas em aula anterior). Estímulo ao setor privado: �nanciamentos públicos e incentivos �scais Gilberto Bercovici (2003, pg. 63) salienta que as desigualdades regionais são problemas da sociedade nacional como um todo, não apenas dos residentes nas regiões menos desenvolvidas. Assim, o federalismo brasileiro foi construído tendo como base esses desequilíbrios, sendo institucionalizadas, no art. 43, da Constituição Federal, a previsão de criação de regiões geoeconômicas, com atuação cooperada entre os entes da Federação. Esta constitucionalização das regiões opera-se no campo estritamente administrativo. Atuam as entidades de financiamento de setores da produção como organismos paraestatais de desenvolvimento, mediante a oferta de condições mais favoráveis, não somente visando o lucro que qualifica a atividade privada, mas estimulando a indústria, comércio, serviços, mesmo em áreas de desenvolvimento urbano capaz de gerar empregos e mediante obras. Saiba mais Dentre as entidades com estas perspectivas, temos o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o Banco do Nordeste e do Banco da Amazônia. Subsídios e incentivos �scais Os subsídios são donativos, sem obrigação de reembolso, cuja finalidade é possibilitar a manutenção de preços, permitindo a empresas que vendam seu produto abaixo do custo. O subsídio não pode ser utilizado de forma indiscriminada, sendo instrumento aplicável em situações necessárias, protegendo setores importantes ao desenvolvimento e segurança nacional. O incentivo fiscal, apesar de previsão na ordem tributária, foge aos seus estudos, assumindo a condição de incentivo na economia. Com evidente interesse no empreendimento, em razão das isenções fiscais, bem como em razão de outras formas de incentivo como doação de terrenos ou mesmo oferecimento de infraestrutura imediata, não há de negar-se que caberá, via de regra, ao agente, um esforço pecuniário e criativo em direção ao capital a ser aplicado, ou mesmo empréstimo se necessário. São entidades que atuam na área de incentivos regionais, com redução de alíquota de IPI, por exemplo, a SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) e a SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia). Promoção do desenvolvimento tecnológico a formação de pessoal O Estado brasileiro tem se dedicado à instituição de pessoas jurídicas voltadas para a promoção do desenvolvimento humano e tecnológico, não somente através do financiamento, mas também pela oferta de estruturas administrativas voltadas para a pesquisa e fomento. Vejamos alguns casos: 01 ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) – visa promover a implantação da política industrial brasileira conforme o comércio exterior e as políticas de ciência e tecnologia. 02 APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) – tem o objetivo de coordenar e implementar políticas para a ampliação do comércio aumentando a participação das empresas no mercado mundial, estimulando a exportação, abrir e firmar novos mercados. 03 SEBRAE (Serviço Brasileiro da Micro e Pequena Empresa) - tem o objetivo de capacitar os microempreendedores e estimular o mercado, através de feiras de negócios. 04 FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) - tem por objetivo promover o desenvolvimento econômico e social do Brasil por meio do fomento público à ciência, tecnologia e inovação em empresas, universidades, institutos tecnológicos e outras instituições públicas ou privadas. Programa de privatizações A Lei nº 8.031/90, do início do governo Collor de Mello, criou o Programa Nacional de Desestatização, com a finalidade de redimensionar a ação estratégica do Estado brasileiro transferindo à iniciativa privada o controle acionário das empresas estatais, primeiramente, nos setores não monopolizados pelo Estado, em razão de disposição constitucional expressa. No atual cenário, a Lei nº 9.491/97, que substituiu a citada anteriormente, em seu art. 2º, considera desestatização: A alienação, pela União, de direitos que lhe assegurem, diretamente ou através de outras controladas, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores da sociedade. A transferência, para a iniciativa privada, da execução de serviços públicos explorados pela União, diretamente ou através de entidades controladas, bem como daqueles de sua responsabilidade. A transferência ou outorga de direitos sobre bens móveis e imóveis da União, nos termos desta Lei. A privatização seria uma solução para a administração impregnada de corrupção e burocracia, fatores estes proporcionados pelo controle político do Estado Central sobre as empresas estatais, tornando-as ineficiente. Grande parte da doutrina relata o programa de privatizações pela justificativa política de remeter à esfera privada a gestão de uma atividade com maior competência, e com maior proporção de investimentos. Os setores mais relevantes da privatização foram: 1 Siderurgia (CSN, Usiminas, Cosipa, CST, etc.). 2 Petroquímica. 3 Fertilizantes. 4 Mineração (VALE). Atividades 1. As agências reguladoras são: a) Pessoas jurídicas de direito privado em colaboração com o Estado. b) Pessoas jurídicas autárquicas sob regime especial. c) Pessoas jurídicas sob a forma de empresa pública exploradora de atividade econômica. d) Pessoas jurídicas associativas, criadas sem finalidade de lucro, por agentes privados. 2. Dentre as formas de estímulo à economia, podemos destacar corretamente: a) Os fundos de financiamento público que se destinam exclusivamente às empresas estatais. b) O monopólio da União sobre determinadas atividade, que admitem regime de concessão. c) As concessões de serviços público, que são indelegáveis a pessoas jurídicas estranhas à Administração Indireta. d) Os subsídios ou incentivos fiscais, que atendem ao interesse público, sendo ofertada conforme o lucro da empresa. 3. São pessoas jurídicas de direito privado em colaboração com o Estado, EXCETO: a) Serviços sociais autônomos e organizações sociais. b) Organizações sociais e organizações da sociedade civil de interesse público. c) Agências reguladoras e organizações sociais. d) Serviços sociais autônomos e associações qualificadas como organizações sociais. Referências BERCOVICI, Gilberto. Desigualdades regionais, Estado e Constituição. São Paulo: Max Limonad, 2003. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 31. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. BRESSER PEREIRA, Luiz Carlos; SPINK, Peter. Reforma do Estado e administração pública gerencial. 7. ed. Rio de Janeiro: editora FGV, 2006. CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010. COSTIN, Claudia. Administração Pública. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 30. ed. Rio de Janeiro: Forense.2017. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 35. ed. São Paulo:Malheiros. 2009. Próximos Passos As características da gestão pública contemporânea, abrangendo planejamento, finanças e orçamento; Descrição dos instrumentos de responsabilidade fiscais de nosso sistema jurídico; Gestão de recursos humanos e de materiais; Análise das boas práticas relacionadas à administração pública. Explore mais Confira estas leis: Lei nº 9.472 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9472.htm> , de 16 de julho de 1997, que dispõe sobre a organização dos serviços de telecomunicações, a criação e funcionamento de um órgão regulador e outros aspectos institucionais, nos termos da Emenda Constitucional nº 8, de 1995; Lei nº 9.427 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9427cons.htm> , de 26 de dezembro de 1996, que Institui a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, disciplina o regime das concessões de serviços públicos de energia elétrica e dá outras providências; Lei nº 9.478 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l9478.htm> , de 6 de agosto de 1997, que dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo e dá outras providências.
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