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fichamento O que é uma constituição Lassale

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FICHAMENTO
LASSALE,Ferdinand.Que é uma Constituição?. Tradução: Walter Stönner. São Paulo(SP).Edições e Publicações Brasil,1933.Disponível em http://bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br/services/e-books/Ferdinand%20Lassalle-1.pdf .Acesso em 22 de agosto de 2020.
Ferdinand Lassale inicia a sua obra explicando o assunto que será abordado: “qual o verdadeiro significado e qual a essência de uma constituição?”.Diante disso,ele constata que poucas pessoas conseguem responder satisfatoriamente a essas indagações,uma vez que a resposta seria,de maneira geral,que“ ‘A Constituição é a lei fundamental proclamada pelo país, na qual baseia-se a organização do Direito público dessa nação’ ”(p.7) Nesse sentido,ele aponta que essa resposta apenas descreve como se forma e o que faz uma constituição,mas não explica o que é.
Iniciando a busca pelos conceito de constituição,Lassale adota um método que, segundo ele,“Este método é muito simples. Baseia-se em compararmos a coisa cujo conceito não sabemos com outra semelhante a ela,esforçando-nos para penetrar clara e nitidamente nas diferenças que afastam uma da outra.”.Dessa forma,ele compara a constituição com a lei.Nesse contexto,o autor aponta que ambas possuem uma essência genérica,no entanto,a Constitução tem uma importância maior,representando uma lei universal e fundamental de uma nação,sendo válido ressaltar que, quando são criadas novas leis o país não protesta,já que é algo corriqueiro, “Mas quando mexem na Constituição,protestamos e gritamos:Deixai a Constituição!”(p.9). Isso reforça o caráter essencial do elemento de estudo da obra.
Continuando o seu raciocínio,o autor questiona se há “alguma força ativa que possa influir de tal forma em todas as leis do mesmo, que a obrigue a ser necessariamente, até certo ponto, o que são e como são, sem poderem ser de outro modo?”(p.11) e responde que são os fatores reais do poder.
Em seguida,Lassale cria uma situação hipotética para exemplificar a sua tese, que se destruísse e não fosse possível achar nenhum exemplar de lei em um país,seria necessário criar novas.Em vista disso,o autor propõe que diversos grupos da sociedade podem fazer parte da Constituição,constituindo-se como seus fragmentos,como a monarquia, a aristocracia, a grande burguesia,os banqueiros,a pequena burguesia e classe operária,já que em todos esses grupos poderiam estar os fatores reais do poder,concluindo que a essência de uma Constituição é a soma dos fatores reais do poder que governam um país.
Continuando a sua obra,o autor realiza uma crítica ao sistema eleitoral adotado na Prússia desde 1849,no qual havia uma divisão da sociedade em três grupos eleitorais,baseados nos impostos que pagavam e em suas posses eleitorais.Nesse sentido,o autor aponta e conclui que:
 [...] era bastante fácil, legalmente, usurpar aos trabalhadores e à pequena burguesia as suas liberdades políticas, sem entretanto despojá-los de um modo imediato e radical dos bens pessoais constituídos pelo direito à integridade física e à propriedade. Os governantes não tiveram muito trabalho para privar o povo dos direitos eleitorais e, até agora, não sei se foi feita qualquer campanha de protesto para recuperar esses direitos.(p.22)
No decorrer de sua obra,Lassalle contextualiza as Constituições historicamente. Como exemplo,no período da Revolução Francesa,já se discutia sobre a existência de uma lei fundamental e inalterável.
Também é válido ressaltar que o autor observa que há diferenças entre as constituições modernas e as antigas:as constituições modernas tendem a ser documentos escritos.Diante disso,Lassalle questiona a origem dessa característica de leis escritas e afirma ser resultante do desejo das sociedades de uma Constituição para si em vista dos processos de transformação pelos quais passaram,como as revoluçôes burguesas.
Se não se tivesse operado transformações nesse conjunto de fatores da sociedade em questão, se esses fatores do poder continuassem sendo os mesmos, não teria cabimento que essa mesma sociedade desejasse uma Constituição para si. Acolheria tranqüilamente a antiga, ou, quando muito, juntaria os elementos dispersos num único documento, numa única Carta constitucional.(p.29)
Concluindo a sua obra,o autor aponta que o direito não é o responsável pelos problemas constitucionais,mas sim o poder e,então ele encerra,deixando uma reflexão sobre a Constituição:
Se alguma vez os meus ouvintes ou leitores tiverem que dar seu voto para oferecer ao país uma Constituição, estou certo que saberão como devem ser feitas estas coisas e que não limitarão a sua intervenção redigindo e assinando uma folha de papel, deixando incólumes as forças reais que mandam no país. E não esqueçam, meus amigos, os governos têm servidores práticos, não retóricos, grandes servidores como eu os desejaria para o povo.(p.41)
Montes Claros,22 de agosto de 2020

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