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RESENHA CRÍTICA DO FILME BICHO DE SETE CABEÇAS

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA
CAMPUS COLINAS
COORDENAÇÃO DE ENFERMAGEM BACHARELADO
DISCIPLINA: SAÚDE MENTAL
DOCENTE: BEATRIZ MOURÃO PEREIRA
VÍVIAN NÁTHALY OLIVEIRA CARVALHO
																												
COLINAS – MA
2019
RESENHA CRÍTICA DO FILME “BICHO DE SETE CABEÇAS”
BICHO de sete cabeças; Direção: Laís Bodanzky; Gênero: Drama. Classificação: Livre; Produção: Brasil, 2000, 74 min.
O filme dirigido por Laís Bodanzky “Bicho de sete cabeças” foi produzido no ano de 2000 no Brasil. Baseado no livro autobiográfico Canto dos malditos de Austregésilo Carrano Bueno, o filme conta a história de Neto, um adolescente rebelde que não tem um bom relacionamento com o pai. Seu pai, Sr. Wilson, ao encontrar um cigarro de maconha em seu casaco decide interná-lo em um hospital psiquiátrico ao invés de uma clínica de reabilitação.
O foco central da história trata-se das condições precárias em que os pacientes dos hospitais psiquiátricos são submetidos, por vezes o tratamento parte da tortura e eletrochoque. Não existe preocupação com a higiene e a privacidade dos pacientes, visto que um dos princípios fundamentais da saúde trata-se da integralidade dos pacientes. A psiquiatria manicomial retratada no filme não se encontra muito longe da realidade vivenciada no Hospital Psiquiátrico de Barbacena, ou como era conhecido o “Colônia”, no qual os pacientes eram diariamente submetidos aos diversos tipos de barbáries, sem privacidade e nenhuma sequer dignidade. 
Ao deixar o primeiro hospital psiquiátrico, Neto encontra dificuldades para adaptar-se a sua antiga rotina e não recebe apoio dos pais e amigos, o que foi uma grave complicação para mais um ato de rebeldia e consequente retorno ao hospital para o convívio com os pacientes em que já se encontravam com estado avançado de enfermidades ou psicopatologias. Normalmente os órgãos CAPs, NAPs e residências terapêuticas é que se encarregam do processo de reinserção do paciente na sociedade, ou no caso de Neto teria um apoio dos Caps-ad (que atende os usuários de álcool e outras drogas).
Outro ponto importante do filme deve-se ao fato da representatividade nas visitas dos familiares aos pacientes, onde se vê uma visão bonita e relaxante do ambiente, a irmã de Neto ao decorrer da cena afirma várias vezes que o local traz paz, o ambiente cheio de verde ao som dos pássaros e tranquilizante, segundo sua irmã. A cumplicidade do médico para com os outros profissionais do hospital é ultrajante, a política dos manicômios assegura que todo e qualquer indivíduo está sujeito a viver nesse ambiente, o objetivo dos encarregados pelo hospital era atingir a lotação máxima a fim de receber mais verbas, com intuito de admitir quaisquer indivíduos, inclusive nas suas palavras “a gente vai embaixo de qualquer viaduto aí e consegue um monte de internação, a gente não pode é perder esse repasse do governo”.
Os maus tratos e a violência eram contínuos, Neto era diariamente submetido à aplicação de medicamentos sem ao menos ser examinado, ou ter passado por uma avaliação correta. Além de todas as barbáries de drogas medicamentosas, das condições psicológicas comprometidas, e profissionais indignos à profissão, também havia o eletrochoque no qual os pacientes eram submetidos em casos de mau comportamento, que os levava por vezes a demência extrema. Após Neto ser internado novamente em outro hospital psiquiátrico, escreve uma carta para pai o culpando da infelicidade em que se encontra e tenta se suicidar, mas é salvo a tempo, mesmo com a negligência dos funcionários e profissionais do hospital, seu pai cai em si e decide retirá-lo da clínica. 
Há uma cena no filme em que um velho entrega um gorro para Neto aponta para sua cabeça e diz para ele agasalhar-se, não necessariamente isso implica na prevenção de um resfriado, em duplo sentido significa que ele deve manter a sanidade, proteger a mente, os pensamentos e os sonhos, proteger-se daquela realidade cruel em que se encontrava, não somente no hospital, como também fora dele onde a sociedade massacra e marginaliza quem não condiz com os padrões impostos por ela, que não permite o erro, aponta e julga quem deveria ser reinserido, e no filme são notáveis as atitudes das pessoas com quem tem comportamentos diferentes.

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