Violência Obstétrica

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Violência Obstétrica 
A institucionalização dos partos;
Parto e nascimento caracterizados como doenças;
Qualquer ato ou intervenção direcionado à mulher grávida, parturiente ou puérpera, ou ao seu bebê, praticado sem o consentimento explícito e informado da mulher e/ou em desrespeito à sua autonomia, integridade física e mental, aos seus sentimentos, opções e preferências.
Dados 
A Fundação Perseu Abramo realizou uma pesquisa em 25 estados do país e, nela, foi evidenciado que 25% das mulheres sofreram algum tipo de violência durante a assistência ao parto.
Um estudo coordenado pela Fiocruz – Nascer no Brasil: inquérito nacional sobre o parto e nascimento – analisou partos realizados em mais de 191 municípios e constatou que no país o parto é sinônimo de intervenções desnecessárias e que, para 95% das mulheres, o fato de estar em uma instituição hospitalar significa ser objeto de procedimentos, em sua maioria sem base em evidências científicas.
A violência na prática ...
Perguntei pelo meu médico e não tive resposta. Eu não conhecia aqueles rostos que estavam me operando… Passei mal a cirurgia inteira. NÃO DEIXARAM meu marido entrar para a cirurgia. 
A partir daquele momento, senti como se eu já não estivesse mais lá. Senti um medo, um desespero tão grande, uma angústia, eu nunca me senti tão só quanto naquele dia. É como se eu tivesse entrado no automático, não questionava, não recusava, apenas fazia o que me falavam. Por dentro eu tinha vontade de chorar, gritar, pensei até em fugir de lá, queria pedir uma explicação, um parto natural, pedir pra falar com o meu marido, mas não me senti à vontade pra falar com ninguém da equipe.
A violência na prática ...
. . . senti como se ele tentasse com força enfiar a mão dentro da minha vagina, eu reclamava muito e ouvia uns fora do tipo: “cala a boca, você quis parto normal agora aguenta”.
Sofri horrores com uma dor insuportável na barriga devido à manobra de Kristeller durante a cesárea. A minha recuperação da segunda cesárea foi muito pior do que a primeira. Eu me sentia impotente e responsável por aquilo, mas não sabia o porquê.
Eu senti frio, medo, vergonha, me senti exposta e abandonada. Não fazia ideia de onde estava o meu marido, não sabia o que ia acontecer comigo e com a Paulinha, não sabia se veria a minha pequena, se sairia de lá com ela… tudo foi tão rápido, exatamente como eu temia, eu sozinha num hospital, longe do meu marido, com uma médica ríspida que não me passava segurança e só aumentava o meu medo.
A violência na prática ...
Eu sabia que ia ter dor, sabia que devia ser uma dor terrível, mas eu não imaginei o ambiente, pessoas passando, passavam, entravam, olhavam pra gente, não tinha privacidade, não gostei não. Ai quando foi nove horas da manhã começaram a aplicar, eles disseram que era soro, mas acredito que no soro tava era injeção de força. Minha mão, aplicaram umas três vezes, chega tava inchada, tava roxa. 
Eles me cortaram né, não tinha passagem, aí teve até uma das auxiliares que disseram assim: “seu próximo parto faça logo cesáreo, não vai ter condição de ter parto normal não” [...] e um rapaz ainda estava com um braço quebrado e ainda era o braço direito engessado. Ele fazia com aquele gesso na minha barriga pra ajudar o menino sair. 
Como identificar?
Estrutura física;
Cesarianas;
Exposição do corpo da mulher;
Comunicação agressiva; 
Ocitocina; 
Posição de litotomia;
Manobra de Kristeller. 
Estratégias de prevenção à Violência Obstétrica 
Rede Cegonha;
Acompanhamento;
Informação;
Conhecer a Unidade de Saúde.
Referências
CASTRO, Antônia Tainá Bezerra; ROCHA, Sibele Pontes. VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA E OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM: REFLEXÕES A PARTIR DA LITERATURA. Enferm. Foco 2020. Ceará, 2020.
BEZERRA, Elis Oliveira. et al. ASPECTOS DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA INSTITUCIONALIZADA. Enferm. Foco 2020. Ceará, 2020.
MATOS, Mariana Gouvêa de; MAGALHÃES, Andrea Seixas; FÉRES-CARNEIRO, Terezinha. Violência Obstétrica e Trauma no Parto: O Relato das Mães. Psicologia: Ciência e Profissão. 2021.