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Individualização da Pena 
O princípio da individualização da pena significa que a punição do agente deve ocorrer na exata medida da infração praticada, de forma justa, sem padronizações.
Este princípio, encontra-se previsto no Art. 5º da Constituição Federal, no inciso XLVI:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
Entendemos que são necessárias três etapas para individualização da pena.
A primeira refere-se a individualização legislativa, etapa que cabe ao legislador, abstratamente, estabelecer para cada infração penal a modalidade de sanção (reclusão, detenção, multa, etc.), bem como seus limites mínimo e máximo.Exemplos: reclusão, de 1 a 4 anos,detenção, de 6 meses a 1 ano etc...
A segunda etapa, está ligada a individualização judicial, que consiste na etapa em que o juiz da condenação, considerando as peculiaridades do caso concreto e os limites estabelecidos pelo legislador, aplicar a sansão devida. Isso é feito na dosimetria da pena.
Na dosimetria da pena, adota-se o modelo trifásico: Art. 59 a 68 do CP. A sentença constitui a decisão jurisdicional que julga definitivamente o mérito. Nela será dosada a pena (individualizada).
A dosimetria (cálculo) da pena é o momento em que o Estado – detentor do direito de punir (jus puniendi) – através do Poder Judiciário, comina ao indivíduo que delinque a sanção que reflete a reprovação estatal do crime cometido.
1-) fixa-se a pena-base (art.59,CP) – circunstâncias legais;
2-) agravantes e atenuantes (arts.61 a 66, CP) – circunstãncias legais;
3-) causas de aumento e diminuição da pena.
Como observa Nucci, existe a “política da pena mínima”: a acusação não se preocupa em produzir prova dos elementos relacionados à individualização da pena e os juízes, na mesma linha, limitam-se à aplicação da pena no mínimo legal.
Importante ressaltar que, a individualização judicial da pena não significa apenas escolher a quantidade de pena aplicada (ex.: entre 1 a 4 anos, fixa-se a pena em 2 anos). A individualização abrange também a fixação do regime inicial (fechado, semiaberto, aberto), e a possibilidade ou não de substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos ou multa, ou ainda a possibilidade de suspensão condicional da pena (sursis).
Fixação de regime inicial – O art. 33,§2°, do CP, estabelece diretrez: 
	Fixação de regime inicial (art.33, § 2°, do CP)
	Reclusão
	Regime inicial 
	
	Fechado
	Superior a 8 anos
	Semiaberto
	Superior a 4 anos e não excedente a 8 anos, desde que o condenado não seja reincidente
	Aberto
	Igual ou Inferior a 4 anos, desde que condenado não reincidente
O legislador pretendeu estabelecer sempre o regime incial fechado para o reincidente. Todavia, a súmula 269 do STF flexibilzou isso, trazendo a seguinte regra: É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiacias.
Logo, quanto ao reincidente, pela súmula temos o seguinte:
	Fixação de regime inicial - Reincidente (súmula 269 do STJ)
	 
	 
	Regime Inicial 
	Quantidade da pena
	 
	Fechado
	Superior a 4 anos
	 
	Semiaberto 
	Igual ou inferior a 4 anos 
	 
As infrações apenadas com detenção ou prisão simples não admitem regime inicial fechado. Então temos:
	Fixação de regime inicial (art.33, §2°, do CP)
	 
	 
	Reclusão 
	 
	 
	Regime Inicial 
	Quantidade da pena
	 
	Fechado
	 --------
	 
	Semiaberto 
	Reincidente
Primário, se a pena for superior a 4 anos
	 
	Aberto 
	Primário, se a pena for igual ou inferior a 4 anos 
	 
É importante enfatizarmos que o art. 387, § 2°, do CPP, com a redação dada pela Lei 12.736. de 30 de novembro de 2012, estabelece que “o tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade”. Portanto, a partir do advento da Lei 12.736/2012, o juiz deve sempre FUNDAMENTAR a escolha do regime considerando a detração, ou seja, o período já cumprido a título de segregação cautelar. A título de exemplo, podemos destacar: sujeito permaneceu preso cautelarmente durante 2 anos. É então condenado a 5 anos e 4 meses de reclusão. O magistrado, considerando que já houve o cumprimento de parte considerável da pena, pode fixar desde logo, por exemplo, o regime aberto.
Por fim, há a terceira etapa em que o juiz da execução realizará as devidas adaptações durante o cumprimento da pena.
Exemplo: concedendo progressão de regime ao preso que tem bom comportamento carcerário e já cumpriu o lapso temporal previsto em lei, aplicando a regressão de regime ao preso que comete falta grave, reconhecendo a remição (desconto da pena pelos dias trabalhados), etc.
No que tange ao regime inicial de cumprimento de pena nos crimes hediondos, a redação original do art. 2°,§ 1°, Lei 8.072/90 estabelecia:” A pena por crime hediondo será cumprida em regime integralmente fechado”.
Em junho de 2012, no HC 111.840/ES, o STF reconheu incidentalmente a inscontitucionalidade do dispositivo, sob o argumento de ofensa à individualização da pena, entendendo que cabe ao juiz a escolha do regime no caso concreto (aberto/semiaberto/fechado). Logo, o fato de ser o crime hediondo não implica necessariamente regime inicial fechado de cumprimento de pena. Isso deve ser analisado caso a caso, sendo a escolha do regime devidamente fundamentada.
A necessidade de fundamentação das decisões (prevista no art.93, IX, da CF) está intimamente ligada à individualização da pena. Haverá nulidade se o juiz não motivar as escolhas feitas ao longo da individualização da pena (ex.: fixação da pena acima do mínimo legal, estabelecimento de regime mais gravoso que o previsto no art. 33, não substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direito etc).
Afirmar que o regime será fechado porque o crime “é grave”, “assola a sociedade”,”fomenta a criminalidade”,”é o mal do século”, não fundamentar.
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_15.12.2016/art_5_.asp
http://siteedireitonet.s3-website-sa-east-1.amazonaws.com/edireitonet/art5_kam_gab.pdf
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/723819181/sumula-269-do-stj-anotada-regime-semiaberto
https://www.conjur.com.br/2013-jan-08/ronaldo-pinto-prisao-provisoria-contada-progressao-regime
Em caso de crimes hediondos, os requisitos para a progressão mudam e, de acordo com lei específica (Lei n. 8.072/1990), será preciso que o condenado tenha cumprido ao menos dois quintos (2/5) da pena se for primário e três quintos (3/5), se reincidente.
A progressão é estímulo ao condenado durante o cumprimento da pena, além de orientar quanto à melhor forma de retorno ao convívio em sociedade.
FONTE BIBLIOGRÁFICA
Nucci, Guilherme de Souza. Individualização da Pena. 7. ed. Rio de Janeiro : Forense, 2015.
 
Individualização da Pena 
 
O princípio da individualização da pena significa que a punição do 
agente deve ocorrer na exata medida da infraç
ão praticada, de 
forma justa, sem padronizações.
 
Este princípio, encontra
-
se previsto no 
Art. 5º
 
d
a Constituição 
Federal, no inciso XLVI:
 
Art. 5º
 
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo
-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes:
 
XLVI
 
-
 
a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as 
seguintes:
 
a)
 
privação ou restrição da liberdade;b)
 
perda de bens;
 
c
) multa;
 
d
) prestação social alternativa;
 
e)
 
suspensão ou interdição de direitos;
 
 
Entendemos que são necessárias 
três
 
etapas para individualização 
da pena.
 
A primeira refere
-
se a individualizaç
ão legislativa, etapa que cabe 
ao legislador, abstratamente, estabelecer para 
cada
 
infração penal 
a modalidade de sanção (
reclusão, detenção, multa, etc.), bem 
como seus limites mínimo e máximo.Exemplos: reclusão, de 1 a 4 
a
nos,detenção, de 6 meses a 1 ano etc...
 
A segunda etapa, está ligada a individualização judicial, que 
consiste na etapa em que o juiz da condenação, considerando as 
peculiaridades do caso concreto e os limites estabelecidos pelo 
legi
s
lador
, aplicar a sansã
o devida. Isso é feito na dosimetria da 
pena.
 
Na dosimetria da pena,
 
adota
-
se
 
o modelo trifásico: Art.
 
59 a 68 do 
CP. A sentença constit
ui a decisão jurisdicional que julga 
definitivamente o mérito. Nela será dosada a
 
pen
a
 
(individualizada)
.
 
A
 
dosimetri
a
 
(cálculo) da
 
pen
a
 
é o momento em que o Estado 
–
 
detentor do direito de punir (jus puniendi) 
–
 
através do Poder