Buscar

2019 1 Processo Const CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Prévia do material em texto

Processo Constitucional - CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
1) Vamos entender as espécies de inconstitucionalidade?
· Inconstitucionalidade formal (nomodinâmica) é a que recai sobre o processo de elaboração da norma.
· Inconstitucionalidade material (nomoestática) é a que recai sobre o conteúdo da norma. 
Aqui é a invasão de competências entre os entes federativos que gera a inconstitucionalidade material. Estão lembrados? 
- competências exclusivas da União (questões ligadas a soberania e defesa nacional)
- competências privativas da União (legislar sobre direito civil e processo civil; direito penal e processo penal; direito eleitoral, direito trabalhista; trânsito, etc) 
· Inconstitucionalidade por vício de decoro é quando a norma foi aprovada com quebra de decoro parlamentar.
· Inconstitucionalidade orgânica é aquela que contém vício sobre a fase de iniciativa.
· Inconstitucionalidade propriamente dita é a que recai sobre as demais fases de elaboração da norma, tais como, quórum de aprovação ou até mesmo formalidades da promulgação.
· Inconstitucionalidade por violação dos pressupostos objetivos do ato é quando a norma possui requisitos que não foram cumpridos, tais como, a criação das medidas provisórias e das leis criadoras dos munícipios sem o preenchimento das hipóteses previstas na CF.
Muita atenção aqui:
Uma lei pode ser declarada constitucional pelo STF, do ponto de vista de uma das inconstitucionalidades arguidas, por exemplo, quanto a sua matéria, e mais tarde, em outra ação, ser declarada inconstitucional por outra espécie de inconstitucionalidade, por exemplo, por inconstitucionalidade formal. 
2) O que então é o controle constitucionalidade? 
São os mecanismos deixados pela própria Constituição para protegê-la contra os ataques aos seus preceitos. 
O que ataca a CRFB de 1988, não prosperar no ordenamento jurídico brasileiro 
Quanto ao momento em que se faz controle de constitucionalidade - Esse controle pode ser feito de 2 (dois) momentos:
PREVENTIVAMENTE – CONTROLE PREVENTIVO (antes do ingresso da norma no ordenamento, ainda na fase de projeto de lei, é detectada a inconstitucionalidade e não se permite que ela ingresse no ordenamento)
Quem faz controle preventivo:
- Em REGRA: 
- Poder Legislativo – No trabalho de suas comissões (Comissão de Constituição e Justiça) – detectada a inconstitucionalidade e não aprova a lei 
- Poder Executivo – O chefe do Poder Executivo (Presidente, Governador e Prefeito) usam o poder do VETO e não permitem o ingresso da inconstitucionalidade no ordenamento.
- EXCEPCIONALMENTE:
		- Poder Judiciário – Ao jugar mandado de segurança impetrado por algum parlamentar, que se vê afetado no seu direito líquido e certo, dentro do processo legislativo, quando a norma ainda está na fase de projeto de lei. 
		
2) Quem faz controle repressivo no BRASIL:
- Em REGRA:
 – Poder Judiciário, inspirado num modelo jurisdicional misto que agrega características de dois modelos:
O modelo Estadudinense (EUA) – Surgi da construção jurisprudencial da Suprema Corte dos Estados Unidos, apesar de alguns autores afirmarem que outras decisões muito afora, já indicavam a possiblidade controle difuso pelo Judiciário, mas a bem da verdade, é nos EUA que esse modelo se consolida - controle difuso ou concreto – o controle pode ser feito em qualquer instância, por qualquer juiz inferior e inclusive pelos os órgãos fracionados do STF (as suas turmas), com decisão de efeito somente entre as partes do processo (efeito inter partes). 
Teve origem no famoso caso Marbury X Madson, em 1803, nos Estados Unidos. No Brasil, por sua vez, surgiu com a CF de 1891
+
Modelo Europeu (Surgiu na Áustria, inspirado em Hans Kelsen – controle absoluto ou concentrado – concentrado em uma Corte Máxima (No nosso caso o STF), que fará o controle de constitucionalidade, cuja decisão alcançara a todos (efeito erga omnes) 
Então no Brasil, nosso modelo misto permite que o Poder Judiciário realize o controle de constitucionalidade em duas vias:
#CONTROLE DIFUSO (pode ser feito por qualquer juiz inferior a qualquer tempo e por órgãos fracionados do STF), também chamado:
- CONCRETO (ocorre em face de um caso concreto levado ao Judiciário, quando da impetração de algum dos remédios constitucionais ou de recursos deles originados, quando o Juiz detectar alguma inconstitucionalidade)
- INCIDENTAL ou IINCIDENTER TANTUM (o processo não tinha como objetivo, arguir nenhuma questão de inconstitucionalidade, ela acabou fluindo incidentalmente);
- INTER PARTES (a decisão só valerá entre as partes do processo, não podendo o juiz inferior, declarar que determinada lei é constitucional ou inconstitucional)
- NÃO VINCULATIVO (não obriga outro magistrado a vincular-se e seguir a mesma decisão) 
- EFEITO EX TUNC (retroage, anulando as consequências jurídicas da lei ou ato inconstitucional, somente entre as partes) 
Muita Atenção aqui:
- Em sede de controle difuso o Juiz não declara a inconstitucionalidade da lei, apenas a considerada para proferir sua decisão que valerá entre as partes do caso concreto, dentro de sua competência.
- Órgãos fracionados dos Tribunais não submeterão aos seus respectivos plenários ou órgãos especiais, arguição de inconstitucionalidade pela via difusa ou incidental, quando o próprio STF já tiver decidido sobre a mesma (isso porque as decisões do STF têm efeito erga omnes). 
#CONTROLE ABSOLUTO (só ele – STF - pode ordenar que uma inconstitucionalidade seja retirada absolutamente do nosso ordenamento), também chamado de:
	- CONCENTRADO (está concentrado no órgão de cúpula do Poder Judiciário – só podendo ser exercido por esse órgão, no caso o nosso STF e só poderá ser realizado nos autos de ações especificas de controle de constitucionalidade, as quais deverão ser interpostas diretamente no STF – ADI, ADO, ADECON e ADPF) 
	- PRINCIPAL – Só pode ser feito pelo órgão de cúpula 
	- ERGA OMNES (a decisão alcançará a todos, vez que é resultante da interposição de uma das ações de controle de constitucionalidade - ADI, ADO, ADECON e ADPF – pelos guardiões da fonte da Constitucionalidade – do Art. 103, da CRFB de 88 – preocupados em proteger a Supremacia da Constituição e não o interesse individual de A ou B) 
	- VINCULATIVO (A decisão proferida por um órgão de cúpula vincula todo o Poder Judiciário e toda a Administração Pública)
- EX TUNC (retroage, anulando as consequências jurídicas da lei ou ato inconstitucional, valendo para todo ordenamento)
 
- OS GUARDIÕES DA FONTE CONSTITUCIONAL – QUEM PODE INGRESSAR COM AS AÇÕES VISANDO O CONTROLE ABSOLUTO, CONCENTRADO, PRINCIPAL, ERGA OMNES, VINCULATIVO E EX TUNC:
Esse controle absoluto é feito através das ações de controle de constitucionalidade, quais sejam:
ADI ou ADIN (Ação Direita de Inconstitucionalidade), que se subdivide em:
			- ADI genérica 
			- ADI interventiva 
			- ADIN por omissão ou ADO
ADE ou ADECON (Ação Declaratória de Constitucionalidade)
ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 
	- Quem pode ingressar com elas - Art. 103, da CRFB de 1988 – Prevê quem são os guardiões, ou seja, os legitimados ativos para defender a Constitucionalidade: 
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V - o Governador de Estado ou o Governador do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional”.
Todos que estão em vermelho são legitimados especiais, ou seja, precisam explicar o porquê, estão ingressando com a ação de controle de constitucionalidade. 
Muita Atenção aqui: 
- São legitimados universais (não precisam demostram pertinência temática para ingressar com as ações – é inerente ao seu próprio papel a defesa da constitucionalidade em qualquer hipótese:o Presidente da República, as Mesas do Senado e da Câmara de Deputados, o Procurador-Geral da República, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e partido político com representação no Congresso Nacional.
	- São legitimados especiais (precisam demonstrar pertinência temática para ingressar com a ação - órgãos e entidades cuja atuação é restrita a questões de interesse de seus afiliados ou às quais possam atuar com representatividade adequada):
 o Governador de Estado, a Mesa de Assembléia Legislativa de Estado, confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Prefeitos não podem ingressar com essas ações, sob nenhuma hipótese, fez que não estão no rol taxativo de guardiões do Art. 103. 
 Atenção aqui – ainda sobre o controle concentrado, absoluto: 
- A decisão do STF é vinculativa para todo o Poder Judiciário e a Administração Pública, mas não vincula o Poder Legislativo, que logo em seguida pode propor novamente um projeto de lei com a mesma inconstitucionalidade e aprová-la novamente, vez que a função típica do Legislativo é elaborar leis e o Poder Judiciário não pode intervir nessa função. O que vai acontecer se o Legislativo fizer isso? Começa tudo de novo, com a ação de algum dos guardiões do Art. 103, da CRFB de 88, junto ao STF.
- O STF pode aplicar modulação em suas decisões, ou seja, excepcionalmente, pelo voto de dois terços de seus membros, declarar uma lei inconstitucional, mas restringir os efeitos da sua decisão, após o transito em julgado da ação, ou mesmo reconhecendo que os efeito não retroagirão, excepcionalmente, aplicando efeitos ex nunc, quando verificar que isso é necessário diante do caos social, no qual a nulidade da lei geraria se retroagisse ao dia do nascimento da norma (à sua gênese), em face de atos já praticados.
- O STF não está obrigado a manifestar-se somente sobre a espécie de inconstitucionalidade arguida na inicial da ação, podendo aplicar a interpretação conforme a constituição para proferir a decisão mais acertada. 
- A ação rescisória nunca poderá ser usada para arguir inconstitucionalidade em sede de controle concentrado. 
- Excepcionalmente quem mais faz controle repressivo: 
- Poder Legislativo – Quando o Congresso Nacional não converte medida provisória em lei ou susta Lei Delegada que tenha autorizado.

Continue navegando