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Alegações Finais em Processo Criminal

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA x VARA CRIMINAL DA COMARCA DE y.
Processo nº xxxxxxxxxxxx
A já qualificado nos autos em epígrafe, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por meio de seu advogado, apresentar, com fulcro no art. 403, § 3º, do CPP, ALEGAÇÕES FINAIS ESCRITAS/MEMORIAIS, pelas razões de fato e direito a seguir expostas:
I - Dos fatos
“A”, acompanhado de sua namorada, ao sair de uma padaria, foi abordado por policiais militares. Foi encontrado em seu poder uma nota falsa de R$20,00. Em ambos os interrogatórios, “A” afirmou que recebeu a referida nota de troco no caixa da padaria, e que não percebeu que era falsificada. 
Esta versão foi corroborada por sua namorada, nas fases policial e judicial. Foi juntado laudo pericial aos autos atestando que a nota em questão de fato era falsa, e que era bastante semelhante a uma verdadeira, razão pela qual estaria apta a enganar pessoas. O juiz estadual, ao final da instrução criminal determinou que as partes se manifestassem conforme determina o CPP. O Ministério Público requereu a condenação de “A” 
O Ministério Público apresentou memoriais, requerendo a condenação do réu na forma da denúncia.
É o breve relato.
II – Preliminarmente
Importa mencionar que preenche os requisitos legais, visto que não tem contra si condenação criminal, além de estar demostrado por todo o arcabouço probatório que o agente não praticou o crime em tela, devendo ser reconhecida sua inocência.
Desse modo, requer seja reconhecida a nulidade do feito, anulando-se os atos praticados, retornando-se o processo ao início para oferta do benefício em tela, direito subjetivo do acusado.
III - Do mérito
Além dos requisitos formais previstos no art. 41 do CPP, a denúncia deve obedecer a requisitos substanciais indicativos da autoria e materialidade. O Estado, através do Ministério Público, não pode destravar a persecução penal sem ter um suporte mínimo indiciário apto para definir a autoria e precisar a materialidade. A peça acusatória, portanto, não pode ser elaborada sobre suspeitas e suposições. Diante da ausência de suporte probatório mínimo (quando é possível divisar, à primeira vista, sem a necessidade de exame aprofundado, a inexistência de prova da materialidade e de indícios de autoria), a doutrina chama de ausência de justa causa, podendo a inicial acusatória ser rejeitada ou trancada a ação proposta. 
Preconiza MACHADO :
"Meras conjecturas sequer podem conferir suporte material a qualquer acusação estatal. É que, sem base probatória consistente, dados conjecturais não se revestem, em sede penal, de idoneidade jurídica, quer para efeito de formulação de imputação penal, quer para fins de prolação de juízo condenatório" 
Como se sabe, para haver condenação, a prova deve ser robusta, não tendo a acusação logrado provar, sob o crivo do contraditório e da ampla defesa, o fato denunciado.
Pensamento semelhante foi adotado em TJ-PR - RSE: 1821061 PR 0182106-1
“PRONÚNCIA - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO - ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA SOB ALEGAÇÃO DE NEGATIVA DE AUTORIA - INEXISTÊNCIA DE PROVA CABAL - ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA E DESCLASSIFICAÇÃO PARA LESÕES CORPORAIS - INADMISSIBILIDADE. (1) Se o local das lesões sofridas pela vítima associadas com o conjunto probatório, deixam dúvidas acerca da ocorrência de ter o réu agido sem animus necandi e de inopino, é de ser mantida, em seus termos, a decisão monocrática, eis que a pronúncia se constitui em mero juízo de admissibilidade da acusação. Aplica-se, nesta fase do procedimento escalonado dos crimes de competência do Tribunal do Júri, o princípio in dubio pro societate, de modo a reservar ao Conselho de Sentença, mercê de sua constitucional competência, o julgamento da causa. (2) A qualificadora capitulada na denúncia - como agregada na conduta do acusado - só tem possibilidade de exclusão, na fase da pronúncia, se for manifestamente improcedente por falta de amparo fático. Recurso desprovido.’(TJ-PR - RSE: 1821061 PR 0182106-1, Relator: Oto Luiz Sponholz, Data de Julgamento: 27/04/2006, 1ª Câmara Criminal, Data de Publicação: 7137)
Desse modo, requer a absolvição do réu, com fundamento no  CPP.
IV - Dos pedidos
Preliminarmente, seja reconhecida a nulidade do feito a partir do recebimento destes, ofertando-se o benefício ao acusado;
No mérito, seja o réu absolvido.
Nesses termos, pede deferimento.
24 de outubro de 2021
LETICIA SILVA RIBEIRO
OAB/__nº__

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