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AULA - 04

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1
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO - ARA0049
AULA 04
https://www.youtube.com/watch?v=on2sSQ_iK9c
Questão 1:IF­RS ­ 2015 ­ Professor São Tomás de Aquino, principal representante da __________, desenvolve um pensamento profundamente ligado ao de __________. Seu papel principal foi o de organizar as verdades da religião e de harmonizá­las com a filosofia. Para ele, então, a __________, criada por Deus, e a __________, revelação de Deus, não podem entrar em __________, porque procedem do mesmo Princípio. Assinale a alternativa que preencha corretamente as lacunas do texto apresentado. a) Escolástica ­ Aristóteles ­ razão ­ fé ­ contradição. b) Patrística ­ Platão ­ razão ­ fé ­ conflito. c) Escolástica ­ Aristóteles ­ fé ­ razão ­ acordo. d) Patrística ­ Platão ­ fé ­ razão ­ contradição. e) Sofística ­Sócrates ­ razão ­ fé ­ conflito.
Gabarito: As demais alternativas estão ERRADAS em razão de:
São Tomás de Aquino, conhecido como “Príncipe da Escolástica” foi o principal representante da Escolástica, sendo sua obra profundamente influenciada por Aristóteles. Ao dispor a possibilidade da compreensão de Deus a partir da racionalidade, a escolástica tomista colocava a razão a serviço da fé.
 
- Tópico de aprendizagem: Os traços da Educação na Antiguidade Clássica na Educação contemporânea
Referência: CARLI, Rainieri. Educação e cultura na História do Brasil. 2. Curitiba: Intersaberes,
2012. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/6095
Questão 2: Prova Itame ­ 2019 ­ Prefeitura de Senador Canedo ­ GO ­ Professor ­ Pedagogia (Adaptado)Ainda que existam concepções opostas, tanto o pensamento sofista quanto o socrático contribuíram para a educação contemporânea por meio da (s)/do(s):
 a) Experiências do passado e das reflexões retóricas com base em uma disciplina rígida, no diálogo e nas exigências de desempenho pelo código de  conduta. b) Valorização da experiência e do conhecimento prévio do estudante enquanto estratégias que se tornaram muito importantes para o sucesso na aprendizagem desse aluno. c) Processo de educação do indivíduo no qual é considerado o desenvolvimento dos grupos sociais e das sociedades como principal motivo para a efetivação do ensino/aprendizagem.
d) Princípios de organização das sociedades visando a prática da democracia, o incentivo à capacidade de polemizar e argumentar por meio da palavra. e) Modelo de educação espartano que se baseava na disciplina rígida, no autoritarismo, no ensino de artes militares e códigos de conduta, no estímulo da competitividade entre os alunos e nas exigências extremas de desempenho.
Gabarito: As demais alternativas estão ERRADAS em razão de:
Tanto o pensamento socrático – e o método dialético – quanto o pensamento sofista – e a retórica – valorizavam o diálogo enquanto processo de construção do conhecimento, o que na educação contemporânea leva à valorização do papel do estudante enquanto participante ativo no seu aprendizado, a partir de suas experiências e visão de mundo.
 
- Tópico de aprendizagem: Os traços da Educação na Antiguidade Clássica na Educação contemporânea
Referência: CARLI, Rainieri. Educação e cultura na História do Brasil. 2. Curitiba: Intersaberes,
2012. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/6095
 
Filosofia contida nos trabalhos dos Padres da Igreja, (de onde originou-se o nome), inicia-se no período decadente do Império Romano, no século III. 
A retomada da filosofia platônica fundamenta a necessidade da criação de uma rigorosa ética moral, do controle racional das paixões e a predileção pelo supra-sensível. 
A patrística auxilia a exposição racional da doutrina religiosa, preocupando-se principalmente com a relação entre fé e ciência, com a vida moral, com a natureza de Deus e da alma. 
Alguns de seus representantes principais foram Clemente de Alexandria, Orígenes e Tertuliano. 
Porém, a figura de principal destaque é Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona. Santo Agostinho defende uma iluminação pela qual a verdade é infundida no espírito humano por Deus e segue, conforme citado anteriormente, a tradição platônica, que “via sempre o Perfeito por trás de todo imperfeito e a Verdade absoluta por trás de todas as verdades particulares”. (ARANHA; MARTINS, 1986, p.134).
A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA
A EDUCAÇÃO PATRÍSTICA
A especulação filosófico-teológica que se desenvolve do séc. IX até o Renascimento é denominada escolástica, assim designada por ter sido dominante nas escolas surgidas durante o Renascimento carolíngio. 
O Imperador Carlos Magno (séc. VIII), com o intuito de incrementar a cultura, fundou as escolas monacais, junto aos mosteiros, as catedrais, junto às igrejas e as palatinas, junto às cortes. Contratou diversos sábios, como o inglês Alcuíno de York, que foi diretor da escola instalada no palácio do próprio Imperador.
A base do currículo educacional medieval, tratou sobre tudo das “Sete Artes Liberais”, distinguidas já por Platão no que chamou de trivium (gramática, retórica e dialética) e quadrivium 3 (aritmética, música, geometria e astronomia). As artes liberais eram assim chamadas por compreender não somente o conhecimento, mas uma produção que decorria imediatamente da razão.
A EDUCAÇÃO ESCOLÁSTICA
Desenvolveu-se então um novo conceito de educação, onde, acreditavam os pensadores desta época, as palavras possuíam em si a possibilidade de resgatar a experiência humana esquecida. 
As universidades surgiram a partir do séc. XI, destacando as de Paris, Bologna e Oxford, tornando-se focos fecundos de reflexão filosófica. 
A Igreja condena, a princípio, o pensamento aristotélico, que, traduzido a partir do séc. XII, chegava deformado à Europa, adquirindo contornos panteístas, pois era traduzido do grego para o sírio, do sírio para o árabe, do árabe para o hebraico e do hebraico para o latim medieval. 
Santo Tomás de Aquino consulta a tradução de Aristóteles feita diretamente do grego, recupera o pensamento original, faz as devidas adaptações à visão cristã, e escreve a “Suma Teológica”, onde as questões de fé são abordadas racionalmente e coloca a filosofia como instrumento de auxílio ao trabalho da teologia. Aristóteles assim é cristianizado e surge então a filosofia aristotélico-tomista.
O mais destacado dos escolásticos, Santo Tomás de Aquino (1225-1274), dividia as verdades em duas categorias: crenças cujas as veracidades podiam ser provadas com a razão, e crenças cujas as verdades ou falsidades não podiam ser provadas. Considerava que a razão não era inimiga da revelação, e que, quanto mais racional a humanidade se tornava, também se tornava mais cristã.
Para Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), somente na pólis, o 
homem se realizava plenamente em busca do bem supremo. 
No entanto, essa realização não era definitivamente alcançada, pois 
não estava presa a um tempo específico, mas se refazia – inclusive 
como sensação –, à medida em que o homem decidia por novas 
determinações em seu ato constitutivo e reconstitutivo. 
O Conhecimento segundo Aristóteles 
Aristóteles propõe uma teoria do conhecimento praticamente 
inversa à teoria de Platão (que foi seu mestre) ao defender que a 
relação de nossos sentidos com o mundo vi sível nos 
possibilita a chegada ao conhecimento. As etapas desse 
processo de chegada ao conhecimento seriam as seguintes: 
À partir do século XIV, posturas dogmáticas contrárias à reflexão, obstruem as pesquisas e a livre investigação. Assim, a escolástica sofre um processo de autoritarismo, o “princípio da autoridade”, a aceitação cega das verdades dos textos bíblicos. 
Este período, denominado de a fase do magister dixit, que em latim significa “o mestre disse”, é marcada por um rigoroso controle, feito pelo Santo Ofício (Inquisição), órgão da Igreja que examinava o caráter herético das doutrinas. As obras julgadas proibidas eram colocadas numa lista, o Index. Caso considerassem o caso muito grave, o próprio autor era julgado, e se condenado, queimado vivo. Se a leitura fosse permitida, recebia a nihiobsta (nada obsta), e podia ser divulgada. 
Uma das figuras pouco enquadradas à escolástica com mais expressão foi o padre franciscano Roger Bacon (séc. XIII), pertencente à Escola de Oxford. Bacon foi perseguido em várias ocasiões, por gerar desconfiança ao tentar aplicar às ciências métodos de experimentação e matemáticos. 
A educação no período medieval destaca a influência e soberania da Igreja, podendo-se concluir que este foi um período em que a educação sofre uma certa obscuridade. Há um absoluto interesse pelas discussões religiosas. Mesmo quando se envolve a razão, a “revelação” surge como verdade única na produção do conhecimento. 
A Patrística, onde se infunde a fé como uma verdade incontestável e irreflexiva e a Escolástica onde se começa a especular sobre a fé, porém aceitando o que a razão não explica, não permitiam ao estudante e aos pensadores o livre pensar, o que era passível de severas e rigorosas punições. 
EDUCAÇÃO GREGA 
A educação medieval também reedita a valorização do conhecimento teórico, e desdenha as atividades práticas e manuais, isso sendo observado com maior ênfase no período do modo de produção feudal. 
Baixa Idade Média: escolástica, urbanismo e educação 
No século XIII (contexto da Baixa Idade Média), surge a escolástica de Santo Anselmo (1033-1109); Santo Alberto Magno (1200-1280), denominado o Doutor Universal; São Tomás de Aquino (1224/5-1274), o Doutor Angélico; John Duns Scot (1266-1308), o Doutor Sutil; e Guilherme de Occam (1300-1350), o Doutor Invencível – cuja base é a possibilidade de haver diálogo entre saber e crença ou fé e razão. A escolástica geralmente é dividida em três contextos: o de formação (séculos IX ao XII); o de esplendor (1220 a 1347); e o de decadência (meados do século XIV ao final do século XV). Conforme Larroyo (apud Piletti et al., 2007, p. 85):
termo „escolástica‟ significou inicialmente o conjunto do saber, tal como 
era transmitido nas escolas do tipo clerical. O escolástico era o mestre das 
Sete Artes Liberais ou o chefe das escolas monásticas ou catedrais [...]. Mais 
tarde se deu o mesmo nome aos que escolarmente se dedicavam à Filosofia e 
à Teologia.
Nesse caso, existem dois tipos de conhecimento: o sensível (captado pelos órgãos sensoriais, entrando em contato direto com a realidade) e o intelectivo (apreendido pela razão sobre a essência dos objetos da ciência pela dualidade entre ato e potência). Dessa forma, o pensamento tomista demonstra a inevitável necessidade da abertura da Igreja Católica cristã para as coisas do mundo e para a sua evolução (Costa, 1993). 
Essa perspectiva tomista não deixa de ter tido influência islâmica e de outras partes do Oriente, que, desde o século VII, havia entrado em contato com muitas ideias aristotélicas, desenvolvendo as ciências em variadas áreas. Na Baixa Idade Média, destacam-se os filósofos árabes Avicena, Algazali e Averróis.
A aprendizagem básica de primeiras letras e matemática podia então ser feita no espaço provinciano da própria família ou sob a responsabilidade do clero local, mas com relação ao antigo trivium, que consistia no ensino de gramática, retórica e lógica de médio e grande porte. Surgiram também as escolas de conteúdos voltados para o comércio, aparecendo, nos séculos XIII a XV, várias universidades e grandes pensadores no continente europeu, sempre voltados para as questões antropocêntricas, ou seja, com o ser humano no centro das ações.
Com efeito, a partir do século XIII a educação não mais ficará na redoma das escolas paroquiais, episcopais e cenobiais do papado dirigidas pelos mestres clericais. Nas “[...] cidades organizadas em comunas e como expressão cultural mais característica e visivelmente nova das literaturas em vulgar” (Manacorda, 2006, p. 168), aparecem também, após o advento das universidades, os primeiros mestres livres. Esses novos “clérigos”, não mais com o significado de homens da igreja, mas com o de homens intelectuais, fomentam novas formas de interpretação do mundo e novos conteúdos em meio à produção da velha literatura em latim, visando atender às “[...] 
necessidades e [a]os interesses das novas classes emergentes [...]”. Estava sinalizado, com base na produção dessa nova literatura e na interpretação de mundo, o “[...] nascimento do mundo moderno” (Manacorda, 2006, p. 168). 
Chegamos ao novo ou retornamos ao humanismo clássico. Esses novos mestres ensinam mercadores, que continuam mercadores, mas que almejam ser cultos. 
Estes são os novos homens e esta é a sua formação. Estes são os contemporâneos de São Francisco, de Dante, de Petrarca, de Lorenzo Valla, de Leon Battista Alberti e outros [...]. Muitos progressos, sem dúvida, foram feitos em meio século: as escolas destes mestres se difundiram rapidamente [...]. Mudam também as formas de gestão da atividade escolar e da associação dos mestres. Nas grandes cidades – Florença, Gênova, Milão – estes mestres formam uma verdadeira corporação ou arte, idêntica às outras 
corporações de artes e ofícios e sem ligação com os collegia doctorum ou as universitates dos sturdia generalia [...]. Mestres autônomos, mestres com proscholus, mestres associados em „cooperativas‟, mestres capitalistas que assalariam outro mestre, mestres pagos pelas corporações, mestres pagos pelas comunas: nesta variedade de relações jurídicas, estamos perante a escola de uma sociedade mercantil que, quase totalmente livre da ingerência da Igreja e do império, vende sua ciência, renova-a e revoluciona os métodos de ensino. (Manacorda, 2006, p. 172-174).
Esse é o desenho geral da educação a partir do século XIII d.C. na maior parte da Europa. Assim, apesar de ser taxada de período de trevas, com uma educação conservadora, que criticava a educação liberal desenvolvida na Grécia e a pragmática desenvolvida em Roma, a Idade Medieval legou a Companhia de Jesus, as universidades nos moldes atuais e praticamente todo o modelo organizacional das escolas públicas e privadas existentes até hoje. O ensino da língua latina, da gramática, da filosofia, da lógica e da metafísica, por exemplo, também são legados medievais. 
Além do mais, provém da Idade Média o desenvolvimento: dos moinhos, da metalurgia, das primeiras Bíblias impressas (1454), dos conhecimentos farmacêuticos e botânicos, das inovações geométricas, da Física de Movimento, da invenção do leme e da bússola, da pavimentação das estradas, da chaminé doméstica, da vela, do círio e de tantas outras invenções técnicas, demonstrando um enorme progresso técnico em diversas áreas.
Ao fazer um balanço da educação na Idade Medieval, o sociólogo francês 
Durkeim (1995, p. 155) assim se expressa:
Em primeiro lugar, o que deve ser admitido sem reserva no período que acabamos de percorrer é sua admirável fecundidade em matéria de organização escolar. Nesse momento, com efeito, é que se constituiu, e quase partindo do zero, o organismo escolar mais poderoso e mais completo que a história tenha jamais conhecido. No lugar dessas modestas escolas das catedrais e abaciais que não podiam nunca abrigar senão um número restrito de alunos, sem laços umas com as outras, a constituição, num ponto determinado do continente europeu, de um amplo corpo docente, anônimo, impessoal, portanto, perpétuo, envolvendo centenas de mestres e milhares de estudantes, todos eles associados numa mesma obra e submetidos a uma mesma regra; a organização desse corpo de maneira que seja, tanto quanto possível, representativo de todas as disciplinas humanas; a criação, dentro desse mesmo sistema, de órgãos secundários que, sob o nome de Faculdades, correspondem às diferentes especialidades do saber; a fundação, em torno dessas escolas, de pensionatos, colégios, que servem de abrigo moral à juventude estudiosa; a instituição de graus que marcam a vida escolar e demarcam suas etapas; a instituição de exames que defendem o acesso a esses graus; a instituição, finalmente, de planos de estudos que fixam para o estudante os conhecimentos que deve adquirir durante cada uma dessas fases, e,para os mestres, as matérias a serem ensinadas: tais são as principais novidades que aparecem no espaço de dois ou três séculos [...]. Todas essas sucessivas criações são mesmo a própria obra original da Idade Média, dessa Idade Média. Nem a Antigüidade [sic] nem a época carolíngia ofereciam nada que pudesse servir-lhe de modelo. No entanto, embora essas instituições estejam estreitamente ligadas, por sua origem, às condições especiais da vida medieval, elas foram, nessa época, como que feitas de bronze, de maneira que se mantiveram até nós. É claro que não as entendemos como nossos ancestrais as entendiam; nós as animamos com outro espírito. Mas sua estrutura não se alterou sensivelmente. (Durkheim, 1995, p. 155-156).
As palavras de Durkheim fazem parte de uma realidade facilmente constatada. Acrescentem-se aí as festas estudantis, as formaturas, os locais e os ritos formais, especialmente nas universidades e no sistema escolar contemporâneo. Esse é um legado medieval que perdura sem prognóstico de fim. A Idade Medieval, ao que parece, teve seu início, apogeu e decadência demarcados em razão apenas de se estabelecer um marco histórico. Como a História não é uma partitura desconexa, absorveu seu legado em muitos setores da vida na Idade Moderna e Contemporânea.
Desse modo, a demarcação, ou fato paradigmático, que permite a periodização do final da Idade Média está pautada no século XIV, o qual começa com dois longos anos de invernos torrenciais (1315-1317) arrasando as plantações dos campos e fazendo com que surgissem novas epidemias, como, por exemplo, a peste negra, que assolaram com um morticínio terrível a Europa. O sistema feudal apresentava seus últimos 
suspiros. Eram necessárias novas técnicas de produção, novas formas de pagamento aos camponeses e mão de obra especializada. 
Destarte, o período medieval adentra o século XV com essa perspectiva de mudança geral para que o continente europeu ressurja, o que finalmente ocorre com a necessidade da revolução comercial, a partir, sobretudo, da tomada da capital do Império Romano do Oriente, Constantinopla, em 1453, pelos turcos otomanos, ocorrendo concomitantemente o fim da Guerra dos mais de 100 anos entre Inglaterra e França.
A Idade Média, assim como as demais periodizações históricas, também teve seu ponto paradigmático de chegada por um fato decisivo, que foi a tomada da cidade Constantinopla em 1453 pelos turcos otomanos. Porém, a História não comporta partituras desconexas. As causas da decadência da Idade Média foram várias e começaram desde os fins do século XI.
Referindo-se às muitas causas do fim da Idade Média, é racional ressaltar que se, por um lado, a população aumentava e os centros urbanos cresciam, por outro lado, a exploração desordenada e sem técnicas adequadas de cultivo do solo apresentava sinais de cansaço na produção de alimentos. Os conflitos entre o campo e a cidade cresciam. A procura por produtos alimentícios nos centros urbanos era maior do que a oferta. Foram criadas novas técnicas de cultivo da terra para atender à demanda, mas não o suficiente. A fome avassaladora, pestes, rebeliões e guerras começaram a corroer o velho continente, e o sistema de produção feudal passou a exigir profundas mudanças econômicas, sociais, culturais e políticas, proporcionando o advento de uma nova era: a Idade Moderna. 
Questão 1:
Considerando a civilização greco-romana, dentre os principais fatores sociopolíticos que demarcaram as características do período de transição da Educação entre a Antiguidade e a Idade Média podemos citar: 
	A)	A existência de sociedade intensamente estratificada e hierarquizada que provocou a necessidade de formação de especialistas para manutenção e legitimação de estruturas
	B)	O surgimento do protestantismo a partir das críticas realizadas pelo monge alemão Martinho Lutero por meio de uma carta escrita por ele e conhecida como 95 teses, inaugurando o método escolástico
	C)	A alfabetização de todas as classes sociais, que levou à estruturação do conhecimento isonômico a partir da escrita, em detrimento da retórica e da oratória, de domínio exclusivo da elite aristocrática
	D)	O surgimento do Estado-nação romano, como resposta para a crise sociopolítica entre grupos ascendentes e aristocratas em declínio, o que levou à valorização da educação como ferramenta prescritiva do Estado
	E)	O início da circunavegação e seus efeitos nos avanços da ciência e tecnologia, como também no revigoramento de sociedades localizadas em regiões insulares do mediterrâneo
Questão 2: 
Acerca do ensino das chamadas “artes liberais” durante a Idade Média, julgue cada afirmativa a seguir como Verdadeira (V) ou Falsa (F), e em seguida assinale a alternativa contendo a sequência correta:
As artes liberais, conforme a tradição ocidental, surgiram somente na Idade Média, a partir dos estudos de São Tomás de Aquino.
Conforme Santo Agostinho, o estudo das sete artes devia voltar-se para a consideração da Sagrada Escritura.
A divisão das tradições pedagógicas medievais entre ensino da Filosofia e das Artes Liberais é mais fruto de políticas verticalizadas do que indícios de fragmentação social.
No início da Idade Média, o conhecimento das Artes Liberais a serviço supremo da Sagrada Escritura levou ao reconhecimento social e político dos artistas, que também passaram a ser remunerados por seus trabalhos. 
Assinale a alternativa correta:
	A)	F-V-F-F
	B)	F-V-F-V
	C)	F-V-V-F
	D)	V-V-F-F
	E)	V-F-F-F

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