Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
67 Exemplo: O coeficiente de difusão do Mn, MnD no ferro líquido é da ordem de 6 x 10 -8 m2/s. Qual seria a estimativa do tempo para difundir (misturar) o manganês em um banho de ferro líquido, contido em uma panela de diâmetro, D, igual a 2 m e com nível de metal, L, a 2,5 m(atenção às unidades; utilize análise dimensional)? Quando gás inerte, sob vazão, Q, igual a 1 Nm3/min é injetado para agitar o conteúdo da panela prevê-se viscosidade turbulenta dada por: 3/13 )/(105,5 DQgLx ρη −= , unidades no SI. Qual seria, nestas condições, uma estimativa do tempo de mistura (a viscosidade mo- lecular é da ordem de 7 x 10-3 Pa.s)? Exemplo: A notícia “SUPERCOMPUTADOR NÃO PREVIU TEMPESTADE – Parecia ser um aparelho fenomenal, uma semana atrás, quando metereologistas norte- americanos o anunciaram como um super-computador capaz de executar 2,5 bilhões de cálculos por segundo, que poderia detectar tempestades e outros perigos do tempo com até dez dias de antecedência. Na verdade, o computador não detectou a enorme tempestade de inverno que paralisou a costa leste dos Estados Unidos esta semana, prevendo apenas “40% de possibilidade de neve leve” na segunda feira. A tempestade foi a pior dos últimos quatro anos, com 1600 quilômetros de diâmetro.” foi publicada em o Estado de São Paulo, janeiro de 2000. Comente (15 a 30 linhas), considerando que fenômenos metereológicos podem ser considerados intrinsecamente turbulentos. Computadores e softwares que permitem o cálculo do campo de velocidades, do cam- po de pressões e outras variáveis em um determinado sistema são ferramentas relati- vamente recentes em comparação às necessidades históricas da Engenharia. Natu- ralmente outros caminhos foram trilhados. Considere a título de exemplo o fluxo relativo entre um fluido e um corpo nele submer- so. De posse da descrição geométrica do sistema e de um software de Mecânica Computacional poderiam ser determinadas as distribuições dos esforços cisalhante e compressivos sobre a superfície do corpo e daí a força de interação corpo/fluido,. Ob- viamente a resposta é conhecida para baixos valores do número de Reynolds de mo- do que estes cálculos seriam mais prementes em regime turbulento. Na ausência des- tas ferramentas “modernas” poderiam ser realizadas medições diretas desta força de interação, Figura 63. Figura 63: Esquema experimental para determinação do fator de fricção. 68 Argumentos baseados em análise dimensional mostram que os resultados deste tipo de experimento podem ser compilados em termos de um parâmetro adimensional, denominado Fator (ou coeficiente) de Fricção, definido como: p 2AV 2 1fF ρ⋅= onde representam: F, a força de interação, mensurável experimentalmente; f , o fator de fricção; ρ , a massa específica do fluido; V, a velocidade média relativa entre o cor- po e o fluido, isto é, 2V 2 1 ρ seria uma medida da energia cinética do fluido; Ap , a área projetada partícula na direção do fluxo. Argumenta-se ainda que, em geral, fatores de fricção podem ser apresentados como função do número de Reynolds, η ⋅⋅ρ = LVRe , tal como mostrado na Figura 64 para o caso do fluxo em redor de uma esfera. Figura 64: Fator de fricção para fluxo ao redor de uma esfera. Exemplo: Estime a velocidade terminal de flotação de uma partícula esférica de alu- mina (3000 kg/m3; 300µm de diâmetro) em aço líquido a 16000C (7x10-3 Pa .s; 7000kg/m3) Assumindo primeiramente ser válida a Lei de Stokes, )(gR 9 2V partículaaço 2 T ρ−ρη = e, logo, s/m028,0)30007000(8,9)10150( 1079 2V 263T =−××⋅×× = − − Portanto 4,8 107 028,0)10300(70002 3 6 ≅ × ××× == − − η ρ RVRe , o que mostra ser não aplicá- vel a hipótese. 69 Por outro lado, o mesmo balanço de forças aplicado sobre a partícula em ascensão, mas considerando o caso mais geral, de não observância da Lei de Stokes, rende, Figura 65: 22 Partícula 3 L 3 RV 2 1f)eração(intF;gR 3 4Peso;gR 3 4Empuxo piρρpiρpi === e, quando a velocidade terminal for atingida, ( ) 0RV 2 1fgR 3 4 22 LPL 3 = −− piρρρpi Na equação anterior são desconhecidos os valores do fator de fricção, f, e da veloci- dade Terminal, VT; por outro lado a Figura 50 apresenta uma relação independente, ainda que indireta, entre estas duas variáveis; formalmente representam um conjunto de duas equações e duas incógnitas. De modo a facilitar a resolução, a equação ante- rior pode ser reescrita, para explicitar a dependência entre f e Re, ( ) 2PL2 3 L RefgR3 32 =− ρρ η ρ Deste modo, assumindo que a solução se encontra –hipótese que precisa ser posteri- ormente comprovada -- no trecho no qual 60,0Re 5,18 =f , o ciclo se completa. Figura 65: Balanço de forças sobre partícula esférica em ascensão. Exemplo: Aço é alimentado em um distribuidor de 40 toneladas de capacidade, de 0,8 m de largura e 1,2 m de nível metálico, com vazão de 4 ton/min. O mesmo contém inclusões de alumina, de 100 mµ de diâmetro e massa específica de 3000 Kg/m3. Veri- fique se estas inclusões seriam flotadas ou arrastadas ao molde. Considere 6,0Re 5,18 =f se 1< η ρ VR2 Re = <1000 ; f =0,44 se Re>1000. Exemplo: A vazão volumétrica de gás de topo (200 C ; 2,1 atm ) medida em um Alto- forno de diâmetro da goela igual a 9,3 m é de 7300 m3/min. Sabe-se, também, que a viscosidade média do mesmo (20% CO2, 24% CO, 54% N2) é de 2,3 . 10-5 Pa.s. i - 70 porque a velocidade terminal da partícula no gás pode ser tomada como uma estimati- va da velocidade mínima de elutriação? ; ii - considere que a Lei de Stokes não se aplica e escreva o balanço de forças relativo à condição de iminente elutriação; iii - estime o diâmetro de uma partícula de hematita (ρ = 5,25 g/cm3) a partir do qual have- rá elutriação da mesma. Leitos Fixos – Equação de Ergun: Leitos fixos são, por definição, aqueles em que as posições relativas das partículas que o constituem não mudam. São bastante empregados para promover o contato – portanto o transporte de QM, massa e calor – entre um fluido e as partículas constitu- intes. Neste tópico vamos ressaltar apenas aspectos fluido-dinâmicos, especificamen- te o cálculo da queda de pressão necessária para garantir o fluxo de uma quantidade determinada de fluido através do leito. Existem algumas justificativas que tornam clara a necessidade deste tipo de avaliação. Por exemplo a potência de um soprador, necessária para assegurar o fluxo de um gás através do leito, pode ser estimada pela equação: entodimnRe ]s/m[Q]Pa[P ]Watts[P 3 gássopro × = Nesta expressão a pressão de sopro equivale a ( ) ( )00 PPPPPP soproltoposopro −+−+= e os termos do segundo membro representam a pressão de topo, geralmente1 atm, queda de pressão no leito, e queda de pressão nas tubulações. Das várias implica- ções possíveis, uma delas indica que, havendo um teto para a potência disponível ao soprador, a vazão de gás será tão maior quanto menor a queda de pressão no leito. Não existe, geralmente, uma relação linear entre vazão de gás e taxa de transporte de massa e/ou de calor; entretanto maior a vazão maior a taxa de transferência, o que indica a importância de se controlar a queda de pressão. De um balanço de forças aplicadas ao leito fixo resulta que a força resultante sobre a grelha que o suporta, R, é igual à soma “peso do leito + empuxo provocado pelo fluido + atrito com as paredes do reator + interação fluido/leito devido ao fluxo”. Escolhendo orientação positiva de referencial dirigida de baixo para cima se tem: 1- se R < 0, o leito se apóia sobre a grelha e o mesmo é denominado fixo. 2- se R = 0, o leito encontra-se em estado de flutuação, sendo denominado leito fluidi- zado. Neste caso o gás levita a carga, porém a pressão dinâmica do fluxo gasoso é insuficiente para promover o arraste das partículas para fora do reator. 3- se R > 0, sob condições de velocidade do fluido bastante elevada,ocorre o fenôme- no de elutriação – as partículas do leito podem ser arrastadas para fora do reator (transporte pneumático). A situação crítica, para a fluidização do leito, pode ser estimada desconsiderando o atrito leito/reator: ( ) ( ) ( ) 011 0 =−+−+−− APPgwALgwAL Lpartícula ρρ ou ( ) ( ) ( ) L PP gw Lpartícula − =−− 01 ρρ Nesta expressão representam: A, a área da seção reta do reator; L, a altura do leito; w, a fração do forno a ser ocupada pelo fluido; ρparticula, a massa específica das partícu- las constituintes do leito; ρ, a massa específica do fluido; Po, a pressão do fluido na entrada do leito; PL, a pressão do fluido na saída do leito; g, a aceleração da gravida- de. Atingir esta situação não seria recomendável nos casos em que o leito e o fluido precisam se movimentar em contra-corrente, como nos Altos Fornos. Se a carga não 71 desce por ter sido atingido este equilíbrio diz-se que o forno se encontra engaiolado; quando eventualmente o gás força passagem por um caminho de menor resistência, uma chaminé, a carga perde sustentação e desaba sobre as camadas de líquido no cadinho. Este último fenômeno é denominado arriamento de carga e traz distúrbios operacionais consideráveis: irregularidade da marcha; danos às ventaneiras se a es- cória e/ou gusa as atingem. Estes dois aspectos, do fluxo de um fluido através de um leito fixo, deixam claro a im- portância de se estimar a queda de pressão; para tal pode ser utilizada a equação de ERGUN, cujos termos se descrevem a seguir. Considera-se um leito de altura L, constituído de partículas uniformes de diâmetro dp, que ocupam um reator de área de seção reta A Se o leito é atravessado por um fluxo de um fluido incompressível e Newtoniano, sob condições isotérmicas e em regime permanente então: ( ) ( ) 2 323 22 175,11150 o p o p V dw wV dw w L P ρληλ − + − = ∆ ∆P representa a queda de pressão no leito, caracterizada por uma força que age sobre o leito F = A[m2] x (Po-PL)[Pa] a qual é devida ao campo de pressões e de tensões cisalhantes que se desenvolve ao redor de todas as partículas que compõem o leito. F representa, portanto, a força de reação ao fluxo. L representa o comprimento do leito enquanto dp simboliza o diâmetro das partículas, ou o diâmetro médio, no caso de distribuição não uniforme de tamanhos. Sendo i e i+1 duas peneiras consecutivas na série padrão, di e di+1 as aberturas correspondentes da malhas e Xi a fração de material retido entre as mesmas então o diâmetro médio pode ser avaliado como 2/1 1ii i p )d.d( X d 1 + ∑= W é denominada “fração de vazios do leito” mas na realidade representa a fração do reator que seria ocupado pelo fluido; naturalmente a fração complementar é ocupada pelo sólido. Considere que Vp, VL e VV , representem o volume ocupado pelas partícu- las, o volume total do leito (reator) e o volume de vazios, respectivamente. Então, pVL VVV += e a fração de vazios (ou porosidade) pode ser calculada como: L V pV V V V VV V w = + = ou ainda L p V V 1w −= ou L p V V w1 =− No dia a dia distinguem-se duas definições de massa específica. A massa específica verdadeira se relaciona à massa específica de uma partícula; se a partícula fosse constituída de um único mineral a massa específica verdadeira seria aquela encontra- da em tabelas mineralógicas. Por outro lado, a massa específica a granel representa a massa específica aparente de um leito de partículas; leva em consideração o volume ocupado pelas partículas e o volume ocupado pelos “vazios”. A primeira pode ser fa- cilmente determinada por em um picnômetro, a segunda medindo-se a massa das partículas contidas em um recipiente de volume conhecido. Portanto um balanço de conservação da massa de partículas pode facilmente interligar as duas definições de massa específicas. por exemplo, desde que Mp represente a massa de partículas do leito, por definição tem-se que: 72 p p partícula L p granel V M ,e V M =ρ=ρ Logo, L p partícula granel V V = ρ ρ e então ( )w1partículagranel −ρ=ρ , o que parece ser uma relação con- veniente, do ponto de vista da determinação da fração de vazios do leito. Pode-se ainda demonstrar que a porosidade ou a fração de vazios de um leito consti- tuído de partículas uniformes e que guardem distribuição espacial fixa independe do tamanho das mesmas. Para tanto, considere-se um leito de dimensões L1, L2 e L3 , ocupado por partículas de diâmetro dp distribuídas de acordo com um arranjo cúbico simples. O número de partículas que pode ser acomodado ao longo da aresta de comprimento L1 é dado por L1/ dp e, de modo análogo, ao longo das arestas restantes, L2/ dp e L3/ dp. Então, sendo o volume das partículas no leito igual ao produto do volu- me de uma partícula pelo número de partículas integrantes, p 3 p 2 p 1 3 p p d L d L d L 2 d 3 4V pi= e como o volume aparente do leito é o produto das arestas, VL = L1 L2 L3, resulta 6 1 V V 1w L P pi −=−= . Deste resultado, mostra-se que a fração de vazios, em um leito de partículas esféricas uniformes, é independente das dimensões das mesmas, sendo função apenas da distribuição ou arranjo espacial daquelas. Mantida a distribuição espacial se deve creditar a maior dificuldade de percolação em leitos constituídos de partículas menores ao aumento da superfície específica e não à diminuição de porosi- dade. Contudo, quando partículas de dimensões diferentes compõem o leito, a fração de vazios altera-se de acordo com a proporção relativa das mesmas. Pode-se observar, Figura 66, que quando da inserção de partículas de menores dimensões em uma es- trutura espacial de partículas de maiores dimensões a fração de vazios do leito de- cresce, uma vez que as partículas menores tendem a ocupar os espaços intersticiais da rede formada pelas partículas maiores. No entanto, quando as partículas menores passam a ser majoritárias, isto é, definidoras do arcabouço ou da rede, a fração de vazios eleva-se gradualmente. Valores maiores de fração de vazios podem ser alcan- çados pelo carregamento, em separado, das partículas, em concordância com as di- versas faixas granulométricas. O fator forma de uma dada partícula, λ, é definido como a razão entre a área da super- fície da partícula que compõe o leito e a área da superfície de uma esfera de igual volume. 73 Figura 66: Fração resultante de vazios em mistura de partículas de dois tamanhos. Partículas não esféricas apresentam, comparativamente, maior área superficial, indi- cando maior superfície de atrito e maior dificuldade de percolação pelo fluido; portanto maiores quedas de pressão. A Tabela XIV mostra valores de fator forma para alguns tipos de partículas. η simboliza a viscosidade dinâmica do fluido e Vo a velocidade em vazio. A distribui- ção espacial de velocidades no interior da rede formada pelos poros entre as partícu- las que compõem o leito é muito complexa para ser descrita com qualquer rigor. De qualquer modo o propósito da equação de Ergun é o de caracterizar os efeitos desta distribuição em termos de parâmetros macroscópicos; daí a introdução de um valor médio de velocidade, o qual seria observado se o reator estivesse vazio. Portanto Vo = Q/A onde Q representa a vazão volumétrica e A representa a área de seção reta do reator. Finalmente, ρ representa a massa específica do fluido. Tabela XIV: Exemplo de valores de fator de forma Substancia Tipo de técnica Fator de forma, λ Substancia Tipo de técni- ca Fator de forma, λ Areia (jigada) Permeabilidade 1,68 Pó de Tungste- nio Metalografia 1,12 Areia (quase esféri- ca) Permeabilidade 1,15 Esferas de Co- bre Sedimentação 1,00 Areia (angular) Permeabilidade 1,49 Areia Sedimentação 1,59 Areia (flocos) Permeabilidade 2,54 Carvão Sedimentação 1,72 Areia (arredondada) Metalografia 1,24 Silimanita Sedimentação1,72 Carvão (pulverizado) Metalografia 1,54 Calcário Sedimentação 2,20 Carvão (pulverized) Metalografia 1,37 Grafite em pó Sedimentação 7,96 Pó de carvão (até 3/8) Metalografia 1,54 Minérios moídos e peneirados 1,75 74 O primeiro termo do segundo membro da equação de Ergun, o qual é função da visco- sidade, costuma ser denominado de contribuição de natureza viscosa à queda de pressão. Por outro lado, o segundo termo, função do quadrado da velocidade costuma ser relacionado a uma contribuição turbulenta (inercial) à queda de pressão. Esquema- ticamente: turbulentaacosvistotal L P L P L P ∆ + ∆ = ∆ ou ( ) ( ) 2p2p1 Vd,w,,fVd,w,,fLP λρ+λη=∆ de modo que é fácil notar que a contribuição turbulenta adquire peso relativo crescente com o aumento da velocidade ou vazão de fluido. Como sugere a Figura 67, seria possível identificar faixas de velocidade específicas nas quais haveria predominância da contribuição viscosa (baixas velocidades, fluxo quase laminar, equação de Darcy) ou predominância da contribuição turbulenta ou inercial (altas velocidades). Figura 67: Importância relativa dos termos da equação de Ergun. A equação de Ergun, na sua forma original, se aplica a fluido incompressível e em regime isotérmico, de modo que a viscosidade e massa específica do mesmo são consideradas constantes ao longo de todo o leito. Em geral os valores de propriedade do fluido (viscosidade e massa específica) bem como os valores de propriedades do leito (porosidade, fator forma e dimensões das partículas), podem sofrer variações ao longo do mesmo, como exemplificado na figura 68. Neste caso pode ser recomendável utilizar a equação de Ergun na forma infinitesimal: ( ) ( ) 2 323 22 175,11150 o p o p V dw wV dw w dz dP ρληλ − + − =± 75 Figura 68: o caso geral, em que propriedades do fluido e do leito variam. Exemplo: considere o caso simplificado, de fluxo isotérmico, de fluido compressível (gás ideal) através de um leito de propriedades constantes. Com base na figura 68 a equação de Ergun se escreve ( ) ( ) 2 323 22 175,11150 o p o p V dw wV dw w dz dP ρληλ − + − =− Assumindo regime permanente e que a vazão mássica seja a mesma ao longo do lei- to, o que supõe desprezar reações químicas que alterem a massa molecular média do gás ao longo da coluna de carga, se pode escrever oVAG ⋅⋅ρ= Vazão mássica, [Kg/s] ; ρ⋅= AGVo / (m/s) Em se tratando de gás ideal, RT MP ⋅ =ρ onde R representa a constante dos gases ideais e M a massa molecular média do gás. Então vem PG MA RTVo /= e a equação que fornece a queda de pressão se torna ( ) ( ) 2 323 22 175,11150 o p o p V dw wV dw w dz dP ρληλ − + − =− ( ) ( ) 2 323 22 }/{175,1/1150 PG MA RT d RT MP w wPG MA RT dw w dz dP pp ⋅ − + − =− ληλ ( ) ( ) PG dMA RT w wPG MA RT dw w dz dP pp /175,1/1150 22323 22 ληλ − + − =− 76 ( ) ( ) 2 2323 22 175,11150 G dMA RT w wG MA RT dw w dz dPP pp ληλ − + − =− Esta equação pode ser integrada, considerando as condições de contorno: Z = 0 P = Po ; z=L P = PL ( ) ( ) LG dMA RT w wLG MA RT dw wPP pp Lo 2 2323 2222 175,11150 2 ληλ − + − = − Exemplo: Ao longo da coluna de carga de um alto forno podem ser identificadas vari- ações de pressão e temperatura inerentes ao processo, bem com distribuições não uniformes das várias propriedades do leito. Como citado, em geral, as várias matérias primas são carregadas na forma estratificada, para minimizar a queda de pressão. A viscosidade e a massa específica do gás variam também porque a composição do mesmo muda ao longo da coluna de carga, em função das reações químicas, como redução, calcinação, secagem, etc. Controlar a queda de pressão no leito é essencial para evitar engaiolamentos seguidos de arriamentos. Num alto forno bem operado, com zona de reserva química bem desenvolvida, existe uma relação quase linear en- tre quantidade de ar soprado, quantidade de gás redutor gerado, quantidade de mate- rial aquecido e reduzido, produtividade do forno; de novo a queda de pressão se apre- senta como limitadora do rendimento da operação. Assumindo que a equação de Er- gun seja diretamente aplicável a este caso, cálculos a partir de valores operacionais típicos indicariam que contribuição turbulenta seria predominante; de fato cita-se (Bis- was) para o cálculo da queda de pressão na cuba de um alto forno ( ) 7,1~ p 3 Qdw w175,1 L P ρλ− = ∆ Assumindo, portanto, predominância do termo inercial, que a porção majoritária da cuba (e logo da queda de pressão) seja isotérmica e com temperatura igual à tempera- tura da zona de reserva térmica, que os valores de propriedades do leito possam ser substituídos por valores médios significativos, que os gases possam ser considerados ideais e que a vazão mássica de gás seja constante se pode escrever: ( ) 2 o p 3 Vdw w175,1 dz dP ρλ− −= Ergun, na forma infinitesimal, [Pa/m]; ZRTRT MP ⋅ =ρ Lei do gás ideal, [Kg/m3]; oVAG ⋅⋅ρ= Vazão mássica, [Kg/s] isto é ( ) ( ) ( ) PdAM GRT w w dA G w w dA VA w w dz dP p ZRT pp o 1175,1175,1175,1 2 2 32 2 32 222 3 λ ρ λ ρ ρλ − = − = − −= . Todas a suposições citadas anteriormente são criticáveis. Entretanto permitem um tratamento analítico, ainda que aproximado, que fornece a queda de pressão na cuba do alto forno e permite definir um índice de permeabilidade do leito, ( ) 2ZRT p 23 Lo Lo 2 L 2 o G M RT dAw w175,1 2 PP)PP( L2 PP λ− = + −= − queda de pressão; ( ) λ−= w175,1 dAw K p 23 p índice de permeabilidade. 77 Quanto maior a permeabilidade do leito menor a queda de pressão. A queda de pres- são cresce com o quadrado da vazão de ar. Tal fato mostra a sensibilidade do forno, em termos de engaiolamento, à taxa de sopro. A mesma queda de pressão pode ser mantida para maiores taxas de sopro, pelo controle (aumento) da permeabilidade do leito, isto é valores maiores de Kp,. Estes poderiam ser alcançados com menor fator forma das partículas (pelotas, granulados), com maior tamanho das partículas e maior porosidade do leito (carregamento em separado, em faixas granulométricas estreitas). A queda de pressão decresce (e portanto a possibilidade de engaiolamento) quando aumenta a pressão média no forno; esta última conclusão fornece a fundamentação científica para o emprego de tecnologias capazes de sobre-pressurizar o AF, como o “Bell less top” (topo sem sino, Paul Wurth) e o topo com vários sinos. Exemplo: Alguns parâmetros operacionais de um alto forno de fabricação de gusa são como segue: Leito de fusão: massa especifica granel diâmetro massa: Coque 500 kg/m3 5 cm 450 Kg/ton Minério 2000 Kg/m3 1,5 cm 1600 Kg/ton Produção diária 3800 t/dia; vazão de gás na cuba 1700 Nm3/t; pressão de topo 3,5 atm; viscosidade do gás de cuba 0,04 cP; diâmetro médio da cuba 7,9 m; altura da cuba 17 m; carga alternada coque/minério sendo altura da camada de coque 0,6 m; fração de vazios 0,4. Estime: 1- massa e volume de cada camada de coque; 2- massa, volume e espessura da camada de minério; 3- O numero de camadas de coque e minério necessárias ao enchimento da cuba; 4- a relação entre a massa específica do gás de cuba, de com- posição média 25% CO, 20% CO2, e 55% N2 e a pressão, considerando temperatura constante e igual a 1000 C; 5- a queda de pressão na cuba assumindo que a contribu- ição turbulenta seja dominante e que o gás seja compressível; 6- Verifique se a queda de pressão na cuba seria grandemente afetada pela injeção de carvão mineral pelas ventaneiras. Neste caso a uma taxa de injeção de 140 Kg/t o coque carregado no topo equivale a 330 Kg/t. Assuma que a espessura da camada de coque permanece a mesma. Exemplo: Um reator de 15 m de altura e 6 m de diâmetro se encontra preenchido por pelotas de um óxido metálico, de diâmetro igual a 3 mm. Gásredu- tor(COMPRESSÍVEL) é injetado através do leito, de porosidade igual a 0,4 , apresen- tando vazão de 195 Kg/s. Assuma que se possa considerar : 1- como propriedades do gás, 4,3 x 10 -5 Pa.s e 0,5 Kg/m3 , viscosidade e massa específica na entrada do rea- tor, respectivamente ; 2- pressão de gás na entrada do reator 1,4 x 105 Pa . Estime: a- a pressão na saída do reator ; b - a contribuição percentual da parcela turbulenta ; c - o efeito de um aumento de 10% em diâmetro da partícula sobre a porosidade e queda de pressão no leito. Utilize a equação de Ergun ( ) ( ) 2 323 22 175,11150 o p o p V dw wV dw w dz dP ρληλ − + − =± Exemplo: Num reator de leito fixo (4,5 m de diâmetro, 18 m de altura) pelotas do óxido A formam uma coluna central com diâmetro de 3,0 m, enquanto pelotas do óxido B preenchem o anel entre o óxido A e as paredes do reator, Figura 69. As pressões na saída e entrada do reator são, respectivamente, 6.9 x 104 Pa e 1.72 x105 Pa. Estime a fração de gás que atravessa a coluna central, assumindo comportamento ideal do gás, temperatura uniforme, condições prevalentemente turbulentas e 78 Figura 69 : leito misto, de partículas A e B. Exemplo: Um forno de cuba (figura 70, 6 m de altura e 1,5 m de diâmetro) é utilizado para reduzir pelotas de hematita (5 g/cm3) por um gás (35% CO, 65%N2, 950°C). A massa de pelotas no forno é de 34000 kg, de partículas com 2,5 cm de diâmetro. Es- time a vazão de gás, sabendo-se que a pressão de sopro vale 3,5 atm e a de topo 1,2 atm, sendo o gás compressível. Assumindo que se possa considerar: • sistema isotérmico, 950°C, suposição razoável se h ouver um balanço entre a exotermia das reações e perdas térmicas; • que a vazão mássica do gás através do leito se conserva constante, o que ob- viamente é discutível por ser objetivo do reator promover reações como: CO + O = CO2 28 g/mol pelota 44 g/mol se pode encontrar uma solução analítica para o cálculo da vazão, Figura 56. Figura 70: Fluxo isotérmico de um gás através de um leito fixo. Se a parcela de contribuição turbulenta for dominante então 79 ( ) 2 p 23 2 L 2 o G M RT dAw w175,1 L2 PP λ− = − o que permite calcular G a partir de: ( ) ( ) ( ) 323 22525 w.025,0.5,1. 4 .1028 6.G.1223.31,8.w175,110013,12,110013,1x5,3 2 1 pi × − = ××−× − desde que a fração de vazios pode ser estimada considerando-se, por definição: ]m[6.5,1. 4 ]m/kg[5000 ]kg[34000 111w 32 3 pi −=−=−= Leito do Volume a VerdadeirEspecífica Massa Partículas de Massa Leito do Volume Partículas de Volume Fluidização: Como indica a equação de Ergun, a queda de pressão através do leito aumenta com o aumento de vazão do fluido através do mesmo, 2 00cos VkVkL P turbulentoavis += ∆ de modo que, eventualmente, pode ser atingida uma vazão (velocidade) para o qual se atinge o equilíbrio de forças, Figura 71, eraçãompuxoeso FEP int0 ++= Figura 71: Condição de flutuação do leito Neste ponto o leito atinge o estado de fluidização, ao qual corresponde a uma veloci- dade crítica Vmf, tal que V0 < Vmf → Leito fixo V0 ≥ Vmf → Leito fluidizado É fácil argumentar que quando a velocidade do fluido supera o valor crítico, Vmf, se observa expansão do leito, mas não necessariamente a expulsão do mesmo de dentro do recipiente. A experiência na qual se flutua uma bola de ping-pong em um funil ilus- tra bem o caso: o aumento da vazão faz com que a bola seja deslocada para uma cota superior mas a mesma não é expelida do funil; ao se posicionar em cota superior o anel correspondente à área de seção reta de fluxo, entre a bola e as paredes do funil aumenta, de modo que a velocidade relativa se mantém praticamente constante, Figu- ra 72. 80 Este mesmo fenômeno ocorre em um leito em estado de fluidização. O aumento da vazão faz com que o espaçamento médio entre as partículas aumente; em conse- quência o próprio leito se expande, mas a queda de pressão no leito expandido per- manece constante e igual à diferença entre peso e empuxo. Existem duas restrições a serem atendidas: o reator deve ser longo o suficiente para acomodar o leito em ex- pansão; o valor da velocidade de arraste ou velocidade de elutriação não deve ser excedido. Considerando uma expansão a ocorrer no interior de um reator de seção reta constan- te, um balanço de conservação de massa das partículas fornece ( ) ( )00 w1Lw1L −=− . Aqui Lo e wo representam, respectivamente, a altura e a fração de vazios do leito fixo que deu origem ao leito fluidizado, enquanto L e w representam as mesmas caracterís- ticas de um leito genérico, fluidizado. Observa-se, experimentalmente, que a fração de vazios do leito na situação de fluidi- zação incipiente, isto é quando o valor de velocidade se iguala ao valor da velocidade mínima de fluidização, Vmf , não é igual à fração de vazios do leito fixo. Portanto, modo geral, ( ) ( ) ( )00mfmf w1Lw1Lw1L −=−=− onde omf www ≠≠ e a equação de Ergun po- deria ser utilizada para estimar a velocidade mínima de fluidização na forma ( ) ( ) gw wd w V wd w V L P partículamf mfp mf mf mfp mf mf mf )()1(175,11150 )3232 22 ρρ λ ρ λ η −−= − + − = ∆ Note-se que, tal como Vmf, wmf também não é conhecido. Apenas a título de aproxi- mação se emprega a equação anterior, com wmf = wo. 81 Figura 72: Expansão de um leito fluidizado com o aumento da vazão. Entretanto, análise de dados experimentais referentes a condições diversas de fluidi- zação permitiram a WEN e YU propor as relações seguintes, para a condição de imi- nente fluidização: ( ) 11 1 3 2 = − mf mf w w λ e 143 = mfw λ Daí a equação ( ) ( ) gw wd w V wd w V L P partículamf mfp mf mf mfp mf mf mf )()1(175,11150 )3232 22 ρρ λ ρ λ η −−= − + − = ∆ se escreve ( ) ( ) gw d w V d w V partículamf p mf mf p mf mf )()1( 141 75,1 111 150 )22 ρρρη −−= − + − Então se propõe: 1. Condição de iminente fluidização, determinação de Vmf ( ) 2 1 2 1 ae 1134G0408,01134R −×+= 2. Para todo e qualquer leito fluidizado, inclusive na condição de iminente fluidiza- ção: 687,17,4 Re70,2Re18 +=⋅ aGw onde Re representa o adimensional de Reynolds, η ρ⋅ V.d p e Ga o adimensional de Gali- leu ( ) 2 Partícula 3 p gd η ρ⋅ρ−ρ⋅ . Exemplo: Estime Vmf correspondente a um leito de partículas esféricas de Alumina (ρAl2O3 = 3990 kg/m3; dp = 1 x 10-3 m). A fluidização deve ser realizada por fluxo de ar (ρ = 1,177 kg/m3, η = 1,85 x 10-5 Pa .s). Neste caso se tem ( ) ( ) ( ) ( ) 5 25 33 2 a 3 p 10346,1 1085,1 81,9177,1177,1399010gdGa ×= × ×⋅−⋅ = η ρρ−ρ = − − o que fornece ( ) 7,471134G048,01134R 2 1 2 1 ae =−+= . 82 Sendo 7,47 1085,1 V177,110Vd Re 5 mf 3 p = × ⋅× = η ⋅ρ⋅ = − − vem Vmf = 0,75 m/s. A fração de vazios nos vários estágios do leito fluidizado pode ser estimada a partir da relação 687,1a47,0 Re7,2Re18Gw +=⋅ , vide Tabela XV. Tabela XV: Fração de vazios de um leito fluidizado, em função da velocidade V(m/s) Re = dp.ρ.V / η w 0,15 47,7 0,43 2 127 0,60 4 255 0,75 6 382 0,87 8 509 0,96 10 639 ≅1 Exemplo: Qual a velocidade para a qual o grau de expansão é igual a 3? Exemplo: Produz-se ferro esponja em leito fluidizado, através da redução de Fe2O3 (0,5mm de diâmetro, 5000 Kg/m3, leito original com w = 0,4) a 1000 K e 1 atm, por um gás constituído de 50% CO, 50% H2, η= 2x10-5 Pa.s. Determine: i- ∆P na eminência de fluidização e num leito com 70% de expansão ; ii- Vmf ; iii- V elutriação . Exemplo: se a altura inicial do leito é de 0,7 m e a altura útil do forno igual a 2,5 m, qual a velocidade máxima de operação? Exemplo: Clora-se Rutilo em reator de leito fluidizado. Uma análise granulométrica do minério indica a presença de partículas com diâmetros nas faixas:106/150 µm (78%) e 75/106 µm. Encontre a velocidade mínima de fluidização. Estime a fração de vazios no leito quando a velocidade de operação é o triplo da velocidade de iminente fluidização. Estime o grau de expansão do leito. Considere = 3 x 10 -5 Pa.s ; = 0,287 Kg/m3 ; sρ = 3,8 g/cm3 Exemplo: Partículas úmidas (7000 [kg/m3]) de hematita (50 [�m] de raio) são carre- gadas em um leito fluidizado (nitrogênio a 900 oC, 0,295 [kg/m3], 2,2 x 10-5 [Pa.s]) para fins de secagem. A velocidade do gás é mantida em 1,5 [m/s]. Nestas condições a curva de secagem é dada por ρ h = 5250 + (7000 – 5250) e – kt [kg/m3], onde k alcan- ça o valor de 2,59 x 10 –3 [s-1] e t representa o tempo de permanência no reator, em segundos. Depois de quanto tempo partículas de hematita começarão a ser expelidas do forno? Exemplo: Considere um leito constituído de partículas de tamanho uniforme, porém em duas fases: SiO2 , 3000 kg/m3 e Hematita, 5200 kg/m3. Nas seções anteriores fo- ram sugeridos métodos de cálculo dos valores de Velocidade de Elutriação (ou veloci- dade de arraste), Velut, e de Velocidade Mínima de Fluidização, Vmf. As partículas mais densas são mais difíceis de fluidizar e mais difíceis de elutriar, de modo que pode ser esquematizada a relação mostrada na Figura 73. 83 Figura 73: Condição de fluidização e elutriação de partículas de sílica e hematita, de mesmo diâmetro. Podem ser consideradas várias situações em termos de velocidade operacional do fluido, opV : 1 - Leito fixo, quando a velocidade operacional é inferior a ambos os valores de velocidade mínima de fluidização, HematitamfopSilicamfop VVeVV 〈〈 2 - Fluidização parcial, quando a velocidade operacional excede a velocidade de fluidização da sílica mas é inferior à velocidade de fluidização da hematita, Hematita mfop Silica mfop VVeVV 〈〉 . O aspecto macroscópico do leito depende da pro- porção relativa entre os constituintes do leito, se assemelhando ao comporta- mento que teria a porção em maior fração volumétrica. 3 - Leito fluidizado, quando ambos os valores de velocidade de fluidização são excedidos, mas não se atinge capacidade de arraste, HematitamfopSilicamfop VVeVV 〉〉 4 – A velocidade do fluido é tal que se torna possível elutriar as particulas menos densas enquanto as mais densas permanecem em estado de fluidização, Hematita mfop Silica Elutop VVeVV >〉 . A experiência mostra que, em leitos fluidizados, as partículas que apresentam veloci- dade terminal, TV , menor que a velocidade em vazio, opV , não são elutriadas imedia- tamente. As observações permitem assemelhar o movimento das partículas do leito fluidizado ao das moléculas de um gás, isto é, choques múltiplos e aparente erratici- dade, Figura 74. Então a interação (choques) entre partículas impede que a porção arrastável seja ime- diatamente expulsa do aparelho. Se propõe escrever: tK Ee E E ⋅− = 0 onde representam 0E E , a fração RESIDUAL de partículas ELUTRIÁVEIS no leito; t, o tempo; KE , a constante de elutriação, objeto de determinação experimental. 84 Figura 74: Partículas de Hematita(H) e Sílica (S), em movimento aparentemente erráti- co, em um leito fluidizado. Esta formulação seria válida para leitos constituídos de duas frações granulométricas, sendo a menor inferior a 0,2. Neste caso kE pode ser obtido a partir do gráfico exposto na Figura 61 (Kuni & Levenspiel). Figura 74: Curva experimental para constante de elutriação. Neste gráfico as variáveis apresentam os significados seguintes: pd , o diâmetro das partículas passíveis de elutriação, i.e., da classe de partículas para as quais TV < opV ; TV , a velocidade terminal das partículas elutriáveis pelo gás; opV , a velocidade em vazio do gás no reator, velocidade de operação; ρ , a massa específica do gás; η , a 85 viscosidade do gás; bm , a massa inicial do leito, i.e., a massa total; A , a área da se- ção reta do leito; g , a aceleração da gravidade. Exemplo: Estime a velocidade de elutriação de partículas de hematita, reduzidas em leito fluidizado por ação de um fluxo constante de hidrogênio, que opera sob velo- cidade de 2,0 m/s em um leito de 1 m de diâmetro. Dados complementares seriam: Temperatura = 900 0C; Viscosidade do gás = 2,2 x 10-5 Pa.s; Massa específica do gás = 2,05 x 10-2 kg/m3; Massa específica da hematita = 5,25 x 103 kg/m3; Raio da partícula da fração elutriável = 50 µm; Massa inicial do leito = 3000 kg. O primeiro passo consiste em verificar se as partículas de raio 50 µm seriam de fato elutriáveis. Assumindo que seja válida a lei de Stokes, pdF piη3gás / partícula = , um balan- ço de forças para a condição de iminente elutriação, fornece: ( ) η ρρ g 2 d 9 2V p 2 p T − = ( ) ( ) s m30,1 102,2 81,91005,21025,5102 9 2V 5 2325 T = × ×−××= − −− Por outro lado a este valor de TV corresponde um número de Reynolds, η ρTp Vd Re = = ( ) 121,0 102,2 1005,230,11052 5 25 = × ××××× − −− o que confirma a validade da lei de Stokes (caso contrário uma formulação mais geral, em termos de fator de fricção deveria ser adotada ) e, adicionalmente, que as partícu- las em questão seriam de fato elutriáveis. Ao valor da abcissa, Re, igual a 0,121, corresponde um valor de ordenada de 1,21 x 10-3, portanto: ( )2top 2 pB E VV gd A mk − η = 31021,1 −× ( ) ( ) 3 25 25 2E 1021,13,10,2102,2 105281,9 4 1 3000k − − − ×= −× ×× ⋅pi o que resulta kE ≅ 3,48 x 10-5 s-1. Então, por exemplo, após 1800 s de operação, en- contra-se que 94,0 0 ≅= − tkt Ee E E
Compartilhar