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teologia sistemática III

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TEOLOGIA SISTEMÁTICA III
ECLESIOLOGIA:
A DOUTRINA DA IGREJA
I. A ORIGEM DA IGREJA
A igreja de Cristo sempre existiu na mente e coração do Pai, desde antes da fundação do universo.
Efésios 1 : 4 Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; 
I Pedro 1 : 20 O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós;
O plano de Salvação estava traçado por Deus desde o eterno passado. O sacrifício fora feito antes da fundação do universo, isto é, antes mesmo de ser efetuado no calvário, o cordeiro já era conhecido pelo Pai.
O Novo Povo de Deus:
Surgiu dentro do antigo povo e como cumprimento das profecias do Antigo Testamento.
Ao princípio a igreja é considerada como uma seita do judaísmo. At:24:5; 28:22. Há umsobrepor dum sobre o outro. A igreja é formada dentro do ventre de Israel. Embora nasce a Igreja em At:2, ela já está em formação desde o nascimento de Jesus 33 anos antes. Assim os dois tem vida própria e cedo distinguem-se um do outro, embora ambos são chamados "o povo de Deus". 
A igreja distingue-se de Israel de várias maneiras, mesmo que estas características estãoprefiguradas no Antigo Testamento: Ela é o corpo de Jesus Cristo neste Mundo. Seussímbolos (batismo e ceia) são baseados no evento realizado uma vez para sempre na morte de Jesus. Ela é universal, sem nenhuma base em raça ou cultura
Em uma ordem lógica, podemos admitir que : Deus fundou a Igreja, Jesus Cristo formou a Igreja e o Espírito Santo confirmou a Igreja. Assim, o projeto no coração de Deus, a formação pelo ministério de Cristo e a confirmação, no dia de Pentecostes, pelo poderoso derramamento do Espírito Santo.
II A FUNDAÇÃO DA IGREJA
Efésios 3 : 9 E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo;
A Igreja que antes era um mistério " oculta em Deus " fora revelada em Cristo, tornando-se o " segredo de Deus " conhecido aos homens. A expressão " oculto em deus " indica que a igreja esteve sempre na mente de Deus, e vindo a ser conhecida pelo ministério terreno de Jesus Cristo e o Espírito Santo.
A Igreja de deus, começou a formar e revelar-se no tempo, quando João Batista disse; Eis o Cordeiro de Deus. João 1:36.
III O NASCIMENTO DA IGREJA
A Igreja de Cristo iniciou sua história com um movimento de âmbito mundial, no dia de Pentecostes, cinqüenta dias após a ressurreição, e dez dias depois da ascensão do Senhor Jesus Cristo.
Na manhã do dia de Pentecostes.
- 120 seguidores de Jesus oravam reunidos
- Línguas de fogo desceram sobre eles
- Falaram em outras línguas
O tríplice efeito do Pentecostes
- Iluminou a mente dos discípulos
- Compreenderam que o Reino não era político
- Deveriam estar totalmente na dependência do espírito Santo
IV A PLENITUDE DO TEMPO
Gataáls 4: 4 “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher,nascido sob a lei”
A Palestina onde o cristianismo deu seus primeiros passos ocupava uma posição geográfica privilegiada pois ocupava uma área onde era a encruzilhada das grandes rota comerciais que uniam o Egito à Mesopotâmia, e a Arábia com a Ásia Menor. Por isso vemos na história descrita no Velho Testamento, esta área tão cobiçada sendo invadida por vários impérios.
A língua predominante na época era o grego. Uma língua universal, apesar do império dominante ser o império Romana, que unia em um só governo boa parte do mundo conhecido. Era um governo pacífico e próspero e suas cidades estavam em progresso e viajar não era mais difícil pois muitas estradas foram construídas.
Apesar de haver muitas religiões e filosofias ( A política dos romanos era, em geral, tolerante em relação a religião e aos costumes dos povos conquistados. ) o mundo estava vazio espiritualmente, Assim o mundo estava pronto para a recepção de uma nova religião.
Jesus nasceu dentro deste contexto e que biblicamente se conhece como "plenitude dostempos" Gl:4:4-5. A igreja, respondendo às ansiedades da época com a revelação deDeus em Jesus, conseguiu rapidamente conquistar o Império.
A "plenitude do tempo" não quer dizer que o mundo estivesse pronto a se tornar cristão, mas quer dizer que, nos desígnios de Deus, havia chegado o momento de enviar o seu filho ao mundo.
UNIDADE II
Nomes Bíblicos da Igreja.
I. NO VELHO TESTAMENTO. O Velho Testamento emprega duas palavras para designar a igreja, a saber, qahal (ou Kahal), derivada de uma raiz qal (ou kal) obsoleta, significando “chamar”; e ‘edhah, de ya’adh, “indicar” ou “encontrar-se ou reunir-se num lugar indicado”. Às vezes estas duas palavras são usadas indiscriminadamente, mas, de início, não eram estritamente sinônimas. ‘Edhah é propriamente uma reunião resultante da combinação, e, quando aplicada a Israel, denota a sociedade propriamente dita, formada pelos filhos de Israel ou por seus chefes representativos, reunidos ou não. Por outro lado, Qahal denota propriamente a reunião de fato do povo. Conseqüentemente, vemos ocasionalmente a expressão qehal ‘edhah, isto é, “assembléia da congregação”, Ex 12.6; Nm 14.5; Jr 26.17. Vê-se que, às vezes, a reunião realizada era uma reunião de representantes do povo, Dt 4.10; 18.16, comp. 5.22, 23; 1 Rs 8.1, 2, 3, 5; 2 Cr 5.2-6. ‘Edhah é, de longe, a palavra mais comum em Êxodo, Levítico, Números e Josué, mas está inteiramente ausente de Deuteronômio e raramente se vê nos livros posteriores. Qahal aparece numerosamente em Crônicas, Esdras e Neemias. Synagoge é a versão usual, quase universal, de ‘edhah na Septuaginta, e é também a versão usual de qahal no Pentateuco. Nos últimos livros da Bíblia [Velho Testamento], porém qahal é geralmente traduzida por ekklesia. Schuerer afirma que o judaísmo mais recente já indicava a distinção entre synagoge como designativo da congregação de Israel como uma realidade empírica, e ekklesia como o nome da mesma congregação considerada idealmente. Ele é seguido nisto pelo doutor Bavinck. Cremer-Koegel, porém, faz objeção a isto. Diz Hort que após o cativeiro a palavra qahal parece ter combinado as nuanças de sentido de qahal e ‘edhah; e que, conseqüentemente, “ekklesia, como o principal representante grego de qahal, naturalmente significaria para os judeus que falavam grego, tanto a congregação de Israel, como uma assembléia da congregação”.[footnoteRef:1] [1: ] 
II.NO NOVO TESTAMENTO. O Novo Testamento também tem duas palavras, derivadas da Septuaginta, quais sejam, ekklesia, de ek e kaleo, “chamar”, “chamar para fora”, “convocar”, e synagoge, de syn e ago, significando “reunir-se” ou “reunir”. Synagoge é empregada exclusivamente para denotar, quer as reuniões religiosas dos judeus, quer os edifícios em que eles se reuniam para o culto público, Mt 4.23; At 13.43; Ap 2.9; 3.9. O termo ekklesia, porém, geralmente designa a igreja neotestamentária, embora nuns poucos lugares denote assembléias civis comuns, At 19.32, 39, 41. A preposição ek, de ekklesia (ekkaleo), muitas vezes é interpretada no sentido de “dentre as massas do povo comum” e indicando, em conexão com o uso escriturístico de ekklesia, que a igreja consiste dos eleitos, chamados para fora do mundo da humanidade. Contudo, esta interpretação é duvidosa, pois, originalmente, a preposição ek simplesmente denotava que os cidadãos gregos eram chamados para fora das suas casas. Agora, não seria antinatural que aquela idéia inteiramente escriturística tivesse sido introduzida na palavra, pela revelação de Deus. Mas, na verdade, não temos prova de que isso foi feito realmente. O verbo composto ekkaleo nunca é empregado desse modo, e a palavra ekklesia nunca ocorre num contexto no qual se tivesse a noção da presença daquele particular pensamento na mente do escritor. Deissmann simplesmente traduz ekklesia pela expressão “a assembléia (convocada)”, considerando Deus como aquele que a convoca. Dado que a idéia de igreja é um conceito caracterizado por muitas facetas, é naturalque a palavra ekklesia, aplicada a ela, nem sempre tenha exatamente a mesma conotação. No Novo Testamento, Jesus foi o primeiro a fazer uso da palavra, e Ele a aplicou ao grupo dos que se reuniram em torno dele, Mt 16.18, reconheceram-no publicamente como seu Senhor e aceitaram os princípios do reino de Deus. Era a ekklesia do Messias, o verdadeiro Israel. Mais tarde, como resultado da expansão da igreja, a palavra adquiriu várias significações. Igrejas locais foram estabelecidas em toda parte, e eram também chamadas ekklesiai, desde que eram manifestações da igreja universal de Cristo. Eis os usos mais importantes da palavra: 
a. Com muita freqüência a palavra ekklesia designa um círculo de crentes de alguma localidade definida, uma igreja local, independentemente da questão se esses crentes estão reunidos para o culto ou não. Algumas passagens apresentam a idéia de que se acham reunidos, At 5.11; 11.26; 1 Co 11.18; 14.19, 28, 35, enquanto que outras não, Rm 16.4; 1 Co 16.1; Gl 1.2; 1 Ts 2.14, etc.
b. Nalguns casos, a palavra denota o que se pode denominar ekklesia doméstica, igreja na casa de alguma pessoa. Ao que parece, nos tempos apostólicos, pessoas importantes por sua riqueza ou por outras razões separavam em seus lares um amplo cômodo para o serviço divino. Acham-se exemplos deste uso da palavra em Rm 16.23; 1 Co 16.19; Cl 4.15; Fm 2. 
c. Se a interpretação de Tischendorf está certa (como hoje em dia se aceita que está), a palavra se acha pelo menos uma vez, no singular, para denotar um grupo de igrejas, a saber, as igrejas da Judéia, da Galiléia e de Samaria. A passagem em que o termo é empregado desse modo é At 9.31. Naturalmente, isto ainda não significa que elas constituíam uma organização como a que atualmente chamamos denominação. Não é impossível que a igreja de Jerusalém e a de Antioquia da Síria também abrangessem diversos grupos que habitualmente se reuniam em diferentes lugares.
d. Num sentido mais geral, a palavra serve para denotar a totalidade do corpo, no mundo inteiro, daqueles que professam exteriormente a Cristo e se organizam para fins de culto, sob a direção de oficiais para isso designados. Este sentido da palavra está um tanto no primeiro plano da Primeira Epístola aos Coríntios, 10.32; 11.22; 12.28, mas também parece que estava presente na mente de Paulo quando escreveu a Epístola aos Efésios, embora nesta carta a ênfase seja à igreja como organismo espiritual; cf. especialmente Ef 4.11-16.
e. Finalmente, em seu sentido mais compreensivo, a palavra se refere a todo o corpo de fiéis, quer no céu quer na terra, que se uniram ou se unirão a Cristo como seu Salvador. Este uso da palavra acha-se principalmente nas cartas de Paulo aos efésios e aos Colossenses, mais freqüentemente na primeira destas, Ef 1.22; 3.10, 21; 5.23-25, 27, 32; Cl 1.18, 24.
Devemos ter em mente que os nomes em inglês, holandês e alemão, “Church”, “Kerk” e “Kirche”, não são derivados da palavra ekklesia, mas da palavra kyriake, que significa “pertencente ao Senhor”. Eles salientam o fato de que a igreja é propriedade de Deus. O nome to kyriakon ou hekyriake designava acima de tudo o lugar onde a igreja se reunia. Entendia-se que este lugar pertencia ao Senhor e, portanto, era chamado to kyriakon. Mas o primeiro lugar propriamente dito era vazio e não se manifestava realmente como to kyriakon enquanto a igreja não se reunia ali para o culto. Conseqüentemente, a palavra foi transferida para a igreja mesma, o edifício espiritual de Deus.
III. OUTROS DESIGNATIVOS BÍBLICOS DA IGREJA. O Novo Testamento contém vários designativos figurados da igreja, cada qual ressaltando algum aspecto particular da igreja. Esta é chamada:
a. Corpo de Cristo. Em nossos dias, alguns parecem considerar este apelativo como uma definição completa da igreja do Novo testamento, mas não era este o propósito do seu uso. O nome não é aplicado somente à igreja universal, como em Ef 1.23; Cl 1.18, mas também a uma congregação isolada, 1 Co 12.27. Ele dá relevo à unidade da igreja, quer local quer universal, e particularmente ao fato de que esta unidade é orgânica e de que o organismo da igreja tem relação vital com Jesus Cristo visto como gloriosa cabeça.
b. Templo do Espírito Santo ou de Deus. A igreja de Corinto é chamada “santuário de Deus”, no qual o Espírito Santo habita, 1 Co 3.16. Em ef. 2.21, 22 Paulo fala que os crentes crescem “para santuário dedicado ao Senhor” e que são edificados “para habitação de Deus no Espírito”. O nome é aplicado à igreja ideal do futuro, que é a igreja universal. E Pedro afirma que os crentes, como pedras vivas, são edificados “casa espiritual”, I Pe 2.5. O contexto mostra que ele está pensando num templo. Esta figura acentua o fato de que a igreja é santa e inviolável. A permanência do Espírito Santo nela dá-lhe um caráter exaltado.
c. A Jerusalém de cima, ou nova Jerusalém, ou Jerusalém celestial. Todas estas três formas se acham na Bíblia, Gl 4.26; Hb 11.22; Ap 21.2; cf. os versículos 9 e 10. No Velho Testamento Jerusalém é descrita como o lugar onde Deus habitava entre querubins e onde, simbolicamente, Ele tinha contato com o Seu povo. O Novo Testamento, evidentemente, considera a igreja como reprodução exata da Jerusalém veterotestamentária e, daí, dá-lhe o mesmo nome. De acordo com esta descrição, a igreja é o lugar de habitação, embora ainda parcialmente na terra, pertence à esfera celestial.
d. Coluna e baluarte da verdade. Há apenas um lugar em que o nome é aplicado à igreja, a saber, 1 Tm 3.15. Refere-se à igreja em geral, e, portanto, aplica-se a cada parte dela. A figura expressa o fato de que a igreja é guardiã da verdade, cidadela da verdade e defensora da verdade contra os inimigos do reino de Deus.
UNIDADE III
A natureza da Igreja
A termo Eclesiologia surgiu no século XIX, e foi aplicado, a principio, à ciência da arquitetura eclesiástica. Somente mais tarde passou a designar a Doutrina da Igreja, ou seja, a doutrina acerca da Igreja cristã. (Champlin)
A palavra IGREJA é a tradução da palavra grega “ekklesia”, onde “ek”= de, de dentro de, e “klesia”= chamados, chamados em alta voz; significando basicamente, “os chamados para fora”, dando a entender um grupo de distinto, selecionado e tirado para fora de algo.
No grego clássico, designava a “reunião formal de cidadãos da polis (cidade), convocados de seus lares para uma assembléia pública”. Nunca dá a idéia de sair para fora da cidade ou abandonar sua condição de cidadão.
No Antigo Testamento em grego (Septuaginta), 96 vezes ekklesia traduz a palavra hebraica qahal, povo, quando se refere a Israel como uma assembléia.
No Novo Testamento, a palavra ekklesia figura 114 vezes, tanto no singular como no plural. Três vezes tem o sentido secular de multidão (At 19.32,39,41). Duas vezes refere-se a Israel, traduzida por “congregação” (At. 7:38 e Hb. 2:12). 85 vezes (74% do total) refere-se à Igreja como uma comunidade local e nas demais vezes tem um significado apenas conceitual, podendo referir-se a qualquer Igreja local em particular, jamais com o sentido de uma estrutura nacional ou mundial. Nos evangelhos, aparece somente três vezes, todas em Mateus (16.18 e 18.17).
Em Mateus 16:18, Jesus se apresenta como o fundamento e construtor de uma Igreja vitoriosa, “chamada para fora”, para derrubar as portas do inferno e tirar os cativos de lá.
Em Mateus 18:17, a palavra Igreja (ekklesia) aparece duas vezes, significando em “Assembléia”, “um grupo restrito de pessoas” que tem autonomia e poder para deliberar algo.
Afinal, o que é Igreja?
· Vamos começar definindo o que a Igreja não é:
1. Igreja não é um templo.
A maioria das pessoas chama um templo de igreja. Claro que na língua portuguesa está determinado que uma construção com uma torre e uma cruz é chamada de igreja, mas a Bíblia nunca ensinou que igreja é uma construção.
2. Não é o Reino de Deus.
A Igreja de Cristo faz parte e é uma manifestação do Reino, mas o Reino de Deus é mais amplo do que a igreja.
3. Não é um show ou um evento.
Igreja também não é uma reunião feita em algum dia dasemana, onde todos ficam sentados num auditório e cantam musicas e depois ouvem uma pregação.
· O QUE É IGREJA
A Igreja é o conjunto de pessoas nascidas de novo que se reúnem em qualquer lugar para glorificar a Deus, para edificação mutua e para estudar e proclamar a Palavra de Deus.
I. APEDRA FUNDAMENTAL DA IGREJA
1. Seu fundador: Jesus Cristo
“E digo-te ainda que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” Mateus 16.18
Jesus Cristo disse: “edificarei a minha igreja”. Fica claro que quem edifica a igreja é Cristo. Ele disse isto enquanto preparava seus discípulos que iriam dar continuidade ao movimento, antes de sua morte na cruz. Ele veio ao mundo para salvar os perdidos e reuni-los num organismo onde há unidade e interdependência.
2. Sua Origem: a Cruz do Calvário
Existem opiniões diferentes sobre quando a igreja começou. Alguns comparam a igreja com o povo de Israel no Velho Testamento, e dão a entender que ela começou há muito tempo. Outros dizem que começou quando Cristo nasceu. Alguns ainda dizem que começou quando Jesus se manifestou na cruz, e há os que afirmam que começou no dia de Pentecostes.
O Apóstolo Paulo ensinando a igreja em Éfeso, disse o seguinte para seus lideres: “Portanto, tende cuidado de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, que ele comprou com o próprio sangue” (Atos 20.28). Note que o texto afirma que a igreja de Deus foi comprada pelo sangue de Jesus Cristo. Foi na cruz, que Deus iniciou o processo de reunir pessoas para formar uma nova comunidade, perdoada levando a vida do seu Filho Jesus Cristo.
Podemos dizer que a igreja estava sendo concebida no Antigo Testamento, teve sua gestação durante o ministério de Jesus Cristo aqui na terra, e o seu parto foi no dia de Pentecostes, quando ela estava preparada para enfrentar o mundo.
3. Sua composição: os chamados por Deus
É uma assembléia de pessoas que foram chamadas por Deus, lavadas, santificadas e justificadas no nome do Senhor Jesus Cristo. A Bíblia diz: “Assim foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus” I Coríntios 6.11. 
A verdadeira igreja de Cristo é um grupo de pessoas chamadas e separadas por Deus, que se reúnem regularmente para adorar, aprender, exercer apoio mutuo, e proclamar a Palavra de Deus.
II. MANIFESTAÇÕES DA IGREJA
A Igreja de Cristo é tão grande e o conceito tão amplo que precisamos sistematizar uma nomenclatura que nos facilite a entender o conceito:
1. Igreja Universal
É o conjunto de pessoas salvas em todas as épocas, desde a criação ate a volta de Cristo. A Salvação somente pode acontecer pelo sacrifício de Cristo na Cruz.
Alguns perguntam: E os que viveram e serviram a Deus antes da Cruz? A Bíblia afirma que eles foram salvos pela fé nas promessas de Deus e creram na salvação, e na vinda do Messias, Cristo. Todos estes receberam bom testemunho por meio da fé; no entanto, nenhum deles recebeu o que havia sido prometido. Deus havia planejado algo melhor para nós, para que conosco fossem eles aperfeiçoados. Hebreus 11.39-40.
Esta igreja somente será conhecida no dia em que Cristo voltar e reunir todos os salvos nas nuvens. 
2. Igreja Local
É a igreja que se reúne em alguma localidade. No começo a Igreja, era conhecida pelo nome da cidade. Por exemplo, o Apostolo Paulo escrevia suas cartas a igreja da cidade tal. Mas esta igreja se reunia nas casas, e tinha sua liderança. Hoje chamamos de Igreja Local a qualquer grupo de pessoas que se reúne regularmente, sob uma liderança e sob o nome de Jesus Cristo.
III. REPRESENTAÇÕES OU FIGURAS DA IGREJA
1) A IGREJA É O CORPO DE CRISTO (Ef. 4:12) – Trata-se de um corpo vivo, composto das pessoas espiritualmente vivas e não de uma corporação institucional, um “corpo jurídico”. Este é um conceito novo, sem paralelo no Antigo Testamento. 
a) Jesus é a cabeça
“E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas.” Efésios1.22-23
O líder da igreja é o Senhor Jesus Cristo. Deus o colocou como o cabeça, aquele que dá as ordens e a igreja obedece ao seu comando. Ele continua dirigindo sua igreja através da presença do Espírito Santo que Ele mesmo prometeu e o deu a igreja.
“Cabeça” (Ef. 4:15) – no grego, não significa apenas um membro do corpo físico, mas também “cérebro”, “comando’, a autoridade suprema de um corpo. Essa expressão abrange também as idéias de que é através do corpo que se realizam os atos determinados pelo cérebro e é através do cérebro que se dá a unidade do corpo, havendo, portanto, uma completa associação entre a cabeça e os respectivos membros.
b) Os Cristãos são os membros
“Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo” (I Coríntios 12.27).
Todo aquele que creu em Cristo, entregando sua vida a Ele e teve uma experiência pessoal chamada de “novo nascimento”, tornou-se membro do Corpo de Cristo. Foi ligado espiritualmente a este corpo, e agora esta sob o comando do cabeça, Cristo, e unido a outros membros, formando o Corpo. A realidade é tão profunda que a Bíblia diz que somos “membros uns dos outros” “Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função, assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros” (Romanos 12.4,5). 
Além de obediência ao cabeça, Cristo, há também o fato de serem membros, e estão em união e interdependência com outros cristãos.
c) Formam um só corpo
“Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é o cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxilio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor“ (Efésios 4.15-16).
A Bíblia deixa claro que cada cristão é membro do corpo de Cristo: Notem que fala do corpo e diz que deve estar bem ajustado, e consolidado, ligado pelas juntas, e trabalhando em cooperação. 
d) Este corpo cresce
O Corpo de Cristo está constantemente em edificação. Este crescimento é tanto numérico como também espiritual.
· Espiritualmente
“Com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço para a edificação do Corpo de Cristo” Efésios 4.12
· Numericamente
“De quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxilio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor.” Efésios 4.16
À medida que a igreja vai evangelizando, enviando missionários, trazendo outros para fazer parte do Corpo de Cristo, há um crescimento numérico.
A Igreja de Cristo existe há aproximadamente dois mil anos e é uma das organizações mais perseguidas na história da humanidade, e ela continua firme e avançando. Muitos tentaram, com exércitos, poderio militar, e até com suborno, diminuir a força da igreja, mas ela está viva, e continuará firme e forte até a volta do seu cabeça, o Senhor Jesus Cristo.
2) IGREJA – EDIFÍCIO DE DEUS
“Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular, no qual todo o edifício é ajustado e cresce para tornar-se um santuário santo no Senhor. Nele vocês também estão sendo edificados juntos, para se tornarem morada de Deus por seu Espírito.”Efésios 2.19-22
“À medida que se aproximam dele, a pedra viva — rejeitada pelos homens, mas escolhida por Deus e preciosa para ele — vocês também estão sendo utilizados como pedras vivas na edificação de uma casa espiritual para serem sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus, por meio de Jesus Cristo.” I Pedro 2.5
a) O Alicerce – Toda construção é formada sobre um lugar forte e firme, que chamamosde alicerce. É a base para que o edifício que se formar não caia e possa resistir todas as intempéries. Na comparação da igreja temos dois componentes deste alicerce:
· Cristo, a Pedra angular – Jesus Cristo é a pedra de base sobre a qual a igreja como edifício de Deus é formada. Não existe outro fundamento, somente Cristo. Ele é o alicerce, porque é a Rocha firme, a pedra de esquina, que é colocada para que a base não se abale. Que benção saber que a Igreja esta colocada sobre uma rocha firme e eterna.
· O Fundamento dos Apóstolos e Profetas – Sobre a pedra básica vem o fundamento dos Apóstolos e Profetas. Os Apóstolos receberam o ensino básico do Senhor Jesus, e foram responsabilizados de passar adiante estes princípios. Os Profetas foram aqueles que trouxeram todas as revelações e promessas de Deus descritas no Antigo Testamento. Nossa base é a Palavra de Deus.
b) Os membros da igreja são as pedras vivas – Sobre o alicerce, são colocadas as pedras que formam o edifício. O Apóstolo Pedro chama os membros da igreja de Pedras Vivas, que são ligados por uma argamassa muito especial, composta pela unidade do Espírito Santo e o amor de Deus.
Este edifício esta sendo formado a cada momento que uma pessoa reconhece seu pecado, se arrepende e recebe a Cristo como Salvador e Senhor. Portanto, uma pedra viva não pode ficar brigando com outra pedra viva, nem saindo da igreja por causa de coisas simples e irrelevantes. Como Pedras vivas, devemos nos basear sempre no Senhor e sua Palavra e viver em unidade com outros Cristãos.
3) IGREJA - NOIVA DE CRISTO (Ap. 22:17) – A Igreja é a noiva de Cristo (Ap. 19:9; 21:2). A idéia em Apocalipse é de uma noiva “preparada” para o encontro com o seu noivo, Jesus mesmo prepara a Igreja santificando-a pela lavagem no seu sangue para a apresentar a si mesmo imaculada (Ef. 5:26, 27)
Quando Paula ilustra a Igreja como uma noiva em preparação para o casamento, fala a respeito do relacionamento entre marido e mulher e aproveita a ocasião para falar do mistério do relacionamento entre Cristo e a Igreja. Veja o texto de Efésios 5.22-32 e observe:
a) O Relacionamento entre Cristo e a Noiva
· A Igreja deve submeter-se a Cristo – A verdadeira igreja é aquela que voluntariamente se submete ao Senhor Jesus Cristo. Temos visto muitas pessoas indo à igreja, somente para buscar bênçãos e vantagens pessoais, mas não querem se submeter e obedecer aos mandamentos de Cristo. Somente obedecem aqueles que lhe darão algo em troca. Eles ainda não descobriram que nosso Deus não é um Deus de trocas e barganhas. Ele exige obediência incondicional, ou seja, mesmo que não recebamos nada em troca. 
· A Igreja tem o amor de Cristo – A Igreja tem sempre experimentado o amor de Cristo, através do seu perdão, e cuidado. O marido deve amar a esposa como Cristo ama a igreja, e se entrega por ela.
· A Igreja é santificada por Cristo – Jesus tem interesse que a sua igreja esteja santificada. Aquele que verdadeiramente é parte da igreja, tem a presença do Espírito Santo, e não quer ofender nem entristecer a Cristo. Tal pessoa, se porventura peca, logo recebe a convicção de pecado, confessa e recebe a purificação. Mas aqueles que escondem o pecado, nunca foram salvos, e precisam se arrepender e entender que darão contas a Deus e não aos homens. São verdadeiros joios entre o trigo.
· A Igreja tem o cuidado de Cristo – O texto diz que Cristo alimenta e cuida da igreja. Ao ver a historia da igreja, nestes dois mil anos de existência constatamos claramente que Cristo de uma forma sobrenatural tem mantido sua igreja. Reis, governadores, autoridades políticas e militares se tem voltado contra a igreja durante toda a sua historia, mas ela permanece firme, porque nada e ninguém poderá impedir os planos de Deus de preparar sua Noiva para aquele dia especial.
b) O Casamento - O primeiro sinal que Jesus fez na terra, foi num casamento. O ultimo sinal antes do novo céu e nova terra também será um casamento. A Bíblia ensina que haverá o casamento do cordeiro:Apocalipse19.7-9.
Lembremo-nos que o próprio Senhor Jesus está preparando a Igreja como sua Noiva para o dia especial das Bodas do Cordeiro –Efésios 5.25-27. Ele vai apresentá-la a si mesmo – Naquele dia, Jesus Cristo apresentará a igreja a si mesmo, como uma noiva muito especial com as seguintes qualidades:
· Igreja Gloriosa – A noiva estará cheia da Gloria de Deus. Este dia será após o arrebatamento, e somente aqueles que receberam Cristo como Senhor e Salvador farão parte desta festa. Cristo voltará nas nuvens com poder e Grande Gloria, e subirá levando consigo a sua igreja gloriosa. 
· Igreja sem mácula – A noiva não poderá ter qualquer mancha. A palavra para imaculada é a mesma utilizada para o Sangue de Jesus em Hebreus 9.1. A Noiva de Cristo é completamente pura, pois o próprio Senhor Jesus é que a santifica.
· Igreja sem ruga ou coisa semelhante – A Bíblia ensina que antes de subir com Cristo, a igreja terá uma transformação substancial. O que é corruptível se revestirá de incorruptibilidade e o que é mortal se revestirá de imortalidade. As rugas são marcas da velhice e a igreja que subirá com Cristo será totalmente renovada.
· Igreja Santa – Santidade é característica básica e inerente a Deus. A Bíblia afirma que Deus é santo e nele não pode haver qualquer pecado. Por isso a noiva de Cristo tem que ser totalmente santa, e isso só pode acontecer pelo poder do sangue de Jesus Cristo que limpa e purifica de todo pecado.
· Igreja sem defeito – A Noiva de Cristo tem que ser perfeita. Não pode haver nenhum defeito. Ela é perfeita naquele que a aperfeiçoou através do seu sacrifício: Jesus Cristo.
4) OUTRAS FIGURAS DA IGREJA – A Bíblia apresenta outras figuras da Igreja, tais como: 
a) Povo peculiar (Tt 2.14) — A iniciativa de escolher um povo para Deus é do próprio Deus, como vemos em Salmos 100.3: “Foi ele e não nós que nos fez povo seu e ovelhas do seu pasto”.
b) Rebanho de Deus (1 Pe. 5.2) — Essa expressão repete o conceito do AT, de Deus como o Pastor de Israel (Ez 34:31). Deus compra cada ovelha pagando o mais elevado preço que poderia ser exigido para té-la para si no seu rebanho peculiar (1Pe 1.18,19). Em João capítulo 10, Jesus fala da Igreja como seu único rebanho e contrasta o pastor das ovelhas com o ladrão de ovelhas.
c) Coluna e firmeza da verdade (1Tm 3.15) — A Igreja não é a verdade, mas o sustentáculo da verdade. Não se trata da verdade filosófica, histórica ou religiosa, mas da verdade viva em Jesus. Efésios 4.21 diz literalmente: “A verdade em Jesus”.
d) Lampadários (Ap 1.20) — A Igreja não é a luz, mas o castiçal, a lâmpada na qual brilha a luz que é Cristo para iluminar o mundo. Jesus diz: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue de modo algum andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8.12). A Igreja é o castiçal, o recipiente transmissor dessa luz viva para o mundo.
e) Família da fé (Gl 6.10) — Refere-se aos indivíduos que, reunidos, formam a família espiritual – “irmãos e irmãs” em Cristo. Não se trata de uma relação legal, estatutária, registrada em cartório, mas de uma relação espiritual. Não designa apenas a célula corporativa, mas os seus componentes individuais unidos em só um corpo pela fé viva e pessoal, ou seja, em perfeita identidade espiritual, por “uma só fé” (Ef 4.5).
f) Israel de Deus (Gl 6.16) — A Igreja é Israel tanto quanto Jesus é JHVH (Jo. 8.24), o povo escolhido por Deus. 
IV. OS PROPÓSITOS DA IGREJA
1) A IGREJA EXISTE PARA GLORIFICAR A DEUS (Habacuque 2.14) – Deus quer que a sua glória seja espalhada e conhecida em toda a face da terra.
No livro de Gênesis, a Bíblia afirma que Deus colocou sua imagem e semelhança no ser humano e em seguida lhe deu a ordem de encher a terra. Naquela ocasião ainda não havia pecado no mundo, e o ser humano que Deus criou era o agente para encher a terra da sua glória (Gênesis 1.27,28).
Infelizmente, com a entrada do pecado no mundo, esta imagem e semelhança de Deus ficou destorcida, mas em Cristo, Deus começa o processo de restauração de todas as coisas. 
Cristo edifica sua igrejapara que ela seja o agente que espalhe a glória de Deus. Desde o seu nascimento, a sua glória foi vista. Seu ministério foi glorioso, e sua ressurreição maravilhosa. Sua presença na igreja manifesta a glória de Deus. 
O fim último da obra missionária é a adoração a Deus. No céu não haverá mais necessidade de missões, mas a adoração a Deus continuará eternamente. 
2) A IGREJA EXISTE PARA ESPALHAR O REINO DE DEUS 
(1Coríntios 15.24-28) –Haverá um dia quando Cristo entregará o Reino a Deus, o Pai. O texto afirma que antes de entregar, ele destruirá todo domínio, autoridade e poder. Enquanto isto, Cristo está reinando sobre todos os seus inimigos. Ele está exercendo este poder através da sua igreja. Por isso Ele afirmou que “as portas do inferno não prevalecerão contra a igreja” (Mateus16.18).
Estamos no meio de uma batalha, onde Cristo está utilizando a igreja para destruir os poderes e autoridades espirituais. Isto acontece quando a igreja proclama o evangelho e vidas são tiradas do império das trevas e transportadas para o Reino de Deus.
O apóstolo Paulo fala desta investida da igreja, ao relatar o seu chamado para o rei Agripa no livro de Atos 26.17,18. Vejam que no processo há três ações: 
· Abrir-lhes os olhos; 
· Convertê-los das trevas para a luz; 
· Convertê-los do poder de Satanás para Deus.
A igreja tem esta autoridade e comissão de Cristo de fazer que todos os seres humanos tenham uma oportunidade de ouvir a mensagem de salvação e um convite para mudar de reino.
3) A IGREJA EXISTE PARA FAZER DISCÍPULOS
(Mateus 28.18-20) - Este é um texto famoso das Escrituras, conhecido como a Grande Comissão. Muitos interpretam que a ordem de Cristo é “ir”, mas na língua original fica bem claro que o imperativo, que denota o mandamento está no “fazer discípulos”. A igreja tem um chamado de levar as pessoas a se tornarem discípulas de Cristo. O textoapresentaalgumasfacetas de comofazerdiscípulos:
· “Batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.”
O batismo implica um compromisso muito sério com Cristo e sua igreja. É um testemunho público de novo nascimento e um compromisso com o senhorio de Cristo.
· “Ensinando-os a obedecer a tudo o que lhes ordenei.”
O processo de fazer discípulos, além de levá-los a um compromisso serio com Cristo e sua igreja, é ajudá-los a serem obedientes. Mas notem que para obedecer eles precisam conhecer o que Jesus ordenou. Aqui entra a responsabilidade de passar adiante os princípios da Palavra, da igreja e do Reino de Deus.
E importante também notar que Jesus manda fazer discípulos de todas as nações. Fica muito clara a ordem missionária de Cristo para sua igreja. Uma igreja que não alcança as nações está falhando na sua obediência a Cristo.
· Jesus promete estar conosco.
Ele prometeu que estará conosco até o fim dos tempos. Cristo nunca abandona sua igreja e a presença dele dá segurança e poder para que a igreja continue fazendo discípulos e construindo o Reino.
4) A IGREJA EXISTE PARA TESTEMUNHAR DE CRISTO
Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra – Atos 1.8.
a) A igreja tem que ser cheia do Espírito Santo – Jesus foi bem claro quando disse que seus discípulos receberiam um poder sobrenatural com a presença do Espírito Santo. Infelizmente poucos cristãos tem se apropriado deste poder e acabam vivendo uma vida crista derrotada.
b) A igreja tem que ser testemunha de Cristo – O verso deixa claro que toda pessoa que tem uma experiência pessoal com Cristo torna-se uma testemunha. É muito interessante notar que aqueles que realmente passam por uma transformação e experimentam a realidade do poder de Cristo, naturalmente começam a falar a outros que Cristo é real, e o único caminho a Deus. Todo cristão verdadeiro é uma testemunha.
c) A igreja tem uma visão geográfica – A maioria das Bíblias apresenta alguns mapas para ajudar o leitor a entender a questão geográfica. Se você olhar o mapa em sua Bíblia, encontrará estas quatro regiões:
· Jerusalém – Era a cidade onde os discípulos estavam quando Jesus deu a ordem missionária. Devemos determinar que nossa Jerusalém é nossa cidade ou região.
· Judéia – Judéia era um estado e Jerusalém sua capital. Devemos estabelecer que o Estado onde estamos vivendo deve ser a nossa Judéia.
· Samaria – Era uma região ao norte da Judéia, onde habitavam os samaritanos que não se davam bem com os judeus. Podemos determinar que nossa Judéia é o nosso país. Ou uma região mais ampla.
· Confins da Terra – Aqui voltamos a constatar que Cristo quer que sua glória seja espalhada para todas as nações do nosso globo.
A visão de Deus para a igreja é muito clara. Há pastores e líderes que estabelecem uma visão para a igreja e se esquecem que a visão já estava estabelecida basta ler e estudar Atos 1.8.
5) A IGREJA É O AGENTE TRANSFORMADOR DA SOCIEDADE 
(Mateus 5.13-16; Apocalipse 19.6-8) – A igreja é colocada por Deus na terra para transformar a sociedade. Partindo de Gênesis, verificamos que o mundo todo foi contaminado pelo pecado, e Deus começa um processo de restauração por meio do sacrifício de Jesus. Esta ação de Deus continua por intermédio da sua igreja. Todo aquele que recebe os benefícios da cruz do calvário torna-se um agente do Reino de Deus na terra. Por isso, a igreja deve entender sua posição e suas atitudes:
a) A igreja é sal da terra – O sal é um elemento que transforma, dá sabor e conserva. O mundo podre no qual vivemos precisa de uma ação poderosa de restauração, e a igreja de Cristo é o agente para esta transformação. A igreja deve estar no meio do mundo, mas nunca ser contaminada pelo mundo. Há alguns cristãos que, em vez de mudarem o mundo, estão permitindo que o mundo os mude. Precisamos de igrejas fortes, firmes na Palavra, para mudar o mundo.
b) A igreja é luz do mundo – A igreja também é luz. A Bíblia fala que Satanás é o líder do império das trevas, mas Deus tem um Reino de luz. E a igreja manifesta esta luz. Quando há luz, o pecado é visto com mais clareza, e a própria luz afasta as trevas. Paulo exorta que no meio de uma geração pervertida e corrupta devemos brilhar como luzeiros no mundo (Filipenses 2.15).
c) A igreja faz atos de justiça – O texto de Apocalipse afirma que a vestimenta da Noiva de Cristo no dia das bodas do Cordeiro será um linho finíssimo, que são os atos de justiça dos santos. 
· A igreja precisa denunciar o pecado, a injustiça social, a corrupção no governo e nas demais áreas da sociedade. 
· A igreja também precisa organizar ministérios que tragam justiça à nossa sociedade. A Bíblia nos ensina que não somos salvos por obras, mas isto não quer dizer que a igreja não precisa praticar obras. Outras religiões e movimentos têm organizado diversos trabalhos de ajuda social, e a igreja, que é quem deveria fazer isso, muitas vezes fica fora desses trabalhos. Algumas sugestões: organizar orfanatos, asilos, casas para cuidar de aidéticos, distribuição de cestas básicas, de roupas, assessoria jurídica, médica, tirar mendigos e dependentes químicos da rua, creches, ajudar o governo a criar infraestrutura, plantar árvores, ajudar a melhorar o trânsito etc.
· A igreja pode e deve fazer muito. Veja os problemas da sua comunidade, ore por uma solução, e faça algo de prático para transformar a situação. 
V. AS FUNÇÕES DA IGREJA - A Igreja de Cristo tem diversas funções. Vamos separar algumas delas:
1) ADORAÇÃO
	
Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.– Mateus 15.8.
		No texto bíblico citado observa-se o seguinte:
· Jesus está condenando uma adoração da boca para fora, com o coração longe de Deus. 
· A verdadeira adoração é uma expressão de louvor, exaltação a Deus, manifestando nosso respeito, gratidão e dependência dele. 
· Quando uma pessoa se prostra diante do Rei, está formalmente expressando respeito, gratidão e dependência.
· Deus quer ser honrado, exaltado, elogiado e engrandecido. Porque Ele é o único Deus, e só Ele merece honra louvor e glória.Aleluia!
A Bíblia está repleta de expressões de louvor e adoração a Deus, e ordena que a Sua glória seja anunciada a todas as nações (Salmo 96.1-4).
A adoração tem também uma demanda de anunciar a glória de Deus para aqueles que ainda não O adoram. A Bíblia afirma que haverá um dia em que todos se prostrarão e reconhecerão que Jesus Cristo é o Senhor, e tudo para a glória de Deus (Filipenses 2.9-11).
2) COMUNHÃO – Comunhão implica relacionamentos saudáveis. 
“Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.”1João 1.7:
· A palavra no original grego é Koinonia, que indica participar, associar e compartilhar.
· Andar na luz – A base para a comunhão é autenticidade e transparência, que a Bíblia chama de andar na luz. Quando andamos na luz, sabemos aonde vamos e podemos ver os perigos que nos cercam. O oposto, andar nas trevas, mostra que podemos não ser autênticos e esconder algo das pessoas. Uma das marcas do avivamento espiritual é a autenticidade e transparência que se manifestam na confissão de pecados. Quando há avivamento, há maior convicção de pecado, as vidas são quebrantadas e abrem seus corações diante dos irmãos, reconhecendo seus pecados e fraquezas. Quando isto acontece, as barreiras são quebradas e a verdadeira comunhão aparece. 
· O sangue de Jesus purifica – O elo na comunhão é o sangue de Jesus Cristo. Esta é a nossa fonte comum para purificação dos pecados. Não há outra forma de haver perdão, salvação e purificação a não ser no sangue de Jesus. O que nos dá comunhão é o fato de termos o mesmo Senhor, o mesmo Salvador, o mesmo perdão, as mesmas promessas, e o mesmo céu onde estaremos juntos eternamente.
3) CRESCIMENTO ESPIRITUAL (Efésios 4.11-15) – 
A Bíblia afirma que, quando uma pessoa se entrega a Cristo, recebe o novo nascimento. Isto quer dizer que ela se torna um bebezinho espiritual, que precisa ser alimentado e receber cuidado até tornar-se uma pessoa madura espiritualmente.
O modelo para este crescimento é o Senhor Jesus Cristo. O texto diz que devemos “atingir a estatura da plenitude de Cristo”.
A obra de Deus em nós é tirar o nosso velho mau caráter, e forjar o caráter de Cristo em nós.
A igreja tem esta responsabilidade de ajudar as pessoas no seu crescimento espiritual. Mas para isto acontecer, primeiro as pessoas têm que reconhecer sua necessidade de crescimento espiritual.
 
4) EVANGELIZAÇÃO (1Pedro 2.9) – 
O apóstolo Pedro ensina a igreja a respeito da sua posição como geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo exclusivo de Deus, e deixa bem claro qual o propósito deste povo: “para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.
Todo cristão tem o dever de ser um anunciador do poder de Deus. Isto quer dizer evangelizar as pessoas e trazê-las para o Reino de Deus.
A igreja madura espiritualmente terá um crescimento numérico. O livro de Atos registra o crescimento que houve na igreja: Eram 120 pessoas (1.15); teve um acréscimo de três mil pessoas (2.41); subiu o numero de homens para cinco mil (4.4); muitos creram (11.21). 
Alguns pastores e líderes afirmam que querem qualidade e não quantidade. Mas se a igreja tiver qualidade, naturalmente terá quantidade. O apóstolo Paulo afirma que o resultado natural do crescimento espiritual e da unidade do corpo de Cristo levará ao crescimento numérico (Efésios 4.15,16).
A igreja precisa crescer em maturidade espiritual. Assim, ela produzirá verdadeiros discípulos de Cristo.
5) SERVIÇO SOCIAL (Mateus 25.34-40) – Jesus está explicando a seus discípulos a respeito do julgamento das nações, e deixando bem claro que as atitudes sociais da igreja pesarão na balança deste julgamento.
a) Dar de comer ao faminto – É importante organizar um ministério que identifique a real necessidade das pessoas e comece um processo de distribuição de cestas básicas, mas sempre com o cuidado de “ensinar a pescar e não somente dar o peixe”.
b) Dar de beber ao sedento – Quantos lugares ainda não têm saneamento básico, e as pessoas, quando encontram água, bebem e contraem diversas doenças. A igreja deveria organizar ministérios que ajudem a abrir poços em regiões necessitadas. Mas a igreja também deve denunciar o governo que não providencia água tratada para a população.
c) Acolher ao estrangeiro – Quantos imigrantes ilegais estão chegando á nossa pátria e alguns estão trabalhando como escravos sem qualquer plano de seguridade social. A igreja deve denunciar esta exploração e fazer algo para ajudar o estrangeiro.
d) Vestir o que necessita de roupas – A igreja deve tomar iniciativa e organizar campanha de agasalhos e distribuição de roupas em regiões mais carentes. 
e) Cuidar dos enfermos – A igreja precisa organizar ministérios bem efetivos para visitação de pessoas enfermas. Além de organizar ministérios de capelania hospitalar, deveriam também organizar orfanatos, asilos, casas de ajuda a pacientes terminais, casas para acolher pacientes terminais da AIDS, e tantas outras necessidades.
f) Visitar os presos – Cada igreja deveria pesquisar as cadeias públicas e penitenciárias de sua cidade e ver a possibilidade de organizar ministérios que ajudem os presos e suas famílias.
O mais interessante é que Jesus ensina que quando fazemos isto para qualquer pessoa, estamos fazendo para o próprio Senhor Jesus. 
VI. O REAVIVAMENTO NA IGREJA 
A igreja de Cristo para ser efetiva nos seus propósitos precisa ter a vida de Jesus Cristo. A maioria das igrejas já teve mais vida do que agora, daí a necessidade de um reavivamento. Mas, paraqueessereavivamentoaconteça é necessárioter:
1) AVIVAMENTO (Gálatas 2.20) - O pastor Roy Hession no seu livro A Senda do Calvário apresenta as seguintes marcas do avivamento espiritual:
· Uma nova experiência de convicção de pecado entre os salvos.
· Uma nova visão da cruz de Jesus e da redenção.
· Uma nova disposição para o quebrantamento, o arrependimento, a confissão e a restituição.
· Uma alegre experiência do poder do sangue de Jesus para limpar completamente do pecado e restaurar e curar tudo que o pecado arruinou e tudo que nos fez perder.
· Uma nova compreensão da plenitude do Espírito Santo e do seu poder de realizar sua própria obra através do seu povo
· Uma nova volta dos perdidos para Jesus.
Este avivamento virá quando o versículo citado se tornar uma realidade na vida de cada cristão:
· O eu morto para o pecado, mundo, carne e Satanás – A única forma de vencer esses quatro inimigos é pelo reconhecimento de que o nosso velho homem já morreu (Romanos 6.6). 
· Cristo vivendo em mim – A única forma é Cristo vivendo em você. Ele tem poder para vencer as lutas, provas e tentações. Essa dependência dele nos força a reconhecer que Ele dá a vitória e que Ele, somente Ele, recebe a glória quando nossa vida cristã vai bem.
2) SANTIFICAÇÃO (Provérbios 28.13) – A igreja de Cristo é santa e deve crescer na santificação. Para isso, é muito importante que haja reconhecimento do pecado e confissão constante. Sem santificação não haverá avivamento.
3) CONSAGRAÇÃO (Romanos 12.1,2) – Consagração é: a) A Vida no Altar e b) Um sacrifício vivo
VII. FONTE DE PODER DA IGREJA: O ESPÍRITO SANTO
(Efésios 5.18) – A Igreja de Cristo é poderosa. Tem uma grande unção para ser efetiva no cumprimento da vontade de Deus. O textobíblicocitadomostraalgunsdetalhesmuitoimportantes: 
1. É uma ordem – a posição verbal na língua original indica um imperativo: “Enchei-vos”. Fica claro que é um mandamento de Deus e não uma opção.
2. É uma ação contínua – A melhor tradução seria: encham-se, permaneçam cheios e continuem enchendo-se do Espírito Santo. Então, não significa ter apenas uma experiência isolada, mas viver constantemente controlado e fortalecido pelo Espírito Santo.
3. A Unção do Espírito Santo (1João 2.20) – A unção do Espírito Santo é um elemento especial que Deus nos concede, e que nos ajuda a discernir os espíritos, e saber quando as coisas procedem de Deus ou de outra fonte. Além disso, a unção dá uma autoridadee poder especiais quando você fala e o ouvinte é tocado por Deus, recebendo convicção de pecados. Essa unção é fundamental para que Deus nos use. Esta unção esta à nossa disposição. Basta fazer uma entrega total, e buscar a face de Deus, que Ele nos unge com o Espírito Santo.
VIII .O FUTURO DA IGREJA – Qual será o futuro 
daigreja de Cristo?
1) CRISTO VOLTARÁ (1Tessalonicenses 4.13-18) – Jesus Cristo ensinou aos seus discípulos e deixou registrado nos evangelhos que voltaria um dia para buscar a sua igreja. O apóstolo Paulo foi inquirido a respeito do que acontecerá com os irmãos que morreram, e respondeu dando as explicações no texto citado:
a) Jesus trará com Ele os que já morreram, v. 14 – No dia em que a trombeta de Deus ecoar, Jesus voltará com poder e grande glória, trazendo com Ele os espíritos daqueles que morreram. 
b) Os que estiverem vivos não precederão os que já morreram, v. 15 – Os cristãos que estiverem vivos naquela ocasião não passarão na frente dos que morreram antes.
c) Os mortos em Cristo ressuscitarão. v. 16 – Notem que já está tudo preparado. Deus simplesmente dará a ordem, a trombeta tocará e todos aqueles que morreram em Cristo ressuscitarão. Notem bem que somente os que estiverem em Cristo ressuscitarão.
d) Os que estiverem vivos serão transformados (1Coríntios 15.52,53) – Os cristãos que estiverem vivos receberão um novo corpo, glorificado, semelhante ao de Cristo após a sua ressurreição.
e) Juntos seremos arrebatados, v. 17 – Neste dia, os cristãos mortos ressuscitarão, os que estiverem vivos serão transformados e juntos subiremos para as nuvens para o encontro com o Senhor. Aí conheceremos a verdadeira igreja de Jesus Cristo. Todos os salvos em Cristo, provenientes de todos os povos, tribos, línguas e nações, estarão neste encontro nas nuvens.
f) Estaremos para sempre com o Senhor, v. 17 – Jesus prometeu que prepararia morada para todos nós. Viveremos para sempre com o Senhor, desfrutando de toda a herança espiritual que Ele preparou para o seu povo.
Será um dia de grande glória, alegria e jubilo para aqueles que estão em Cristo. Mas será um dia de grande agonia, tristeza e dor para aqueles que não creram na mensagem do Evangelho.
2) OS SINAIS DA VOLTA DE CRISTO (Mateus 24.42,43) - Os discípulos perguntaram ao Senhor: Quando acontecerão estas coisas e qual será o sinal da tua vinda e do fim dos tempos? Mateus 24 fala destes sinais: 
a) Sinais espirituais
· Muitos virão dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos.
· Falsos profetas enganarão a muitos.
· O amor de muitos esfriará, por causa da maldade.
· Aquele que perseverar ate o fim será salvo.
· O evangelho será pregado a todas as nações.
· O sacrilégio terrível acontecerá e cessarão os sacrifícios no templo.
· Falsos cristos e falsos profetas enganarão com seus sinais.
b) Sinais físicos 
· Guerras: nação contra nação.
· Fome.
· Peste.
· Terremotos.
· Os cristãos serão perseguidos, odiados e condenados à morte.
· Muitos trairão e odiarão uns aos outros.
· Haverá grande tribulação.
· O sol escurecerá e a lua não dará a sua luz; as estrelas cairão do céu, e os poderes celestes serão abalados.
Estes sinais estão descritos no evangelho de Mateus, e ainda há outros mencionados na Bíblia. Será uma grande surpresa. Jesus disse que o dia virá como um ladrão, que não avisa, mas nos pega de surpresa. Portanto, a igreja deverá estar preparada para este grande dia.
3) DEUS SERÁ TUDO EM TODOS (1Coríntios 15.24-28) - A igreja é o instrumento de Deus para a construção do Reino. O texto bíblico citado afirma que Jesus está reinando e colocando todos os seus inimigos debaixo de seus pés. O último inimigo é a morte. No final, o Senhor Jesus entregará este reino a Deus, o Pai, e tudo novamente estará dentro dos propósitos eternos de Deus.
4) ATÉ QUE TODAS AS NAÇÕES OUÇAM (Mateus 24.14) – A Bíblia afirma que ninguém sabe as datas dos acontecimentos finais. Os discípulos perguntaram a Jesus quando se dariam esses fatos, e Ele disse que somente o Pai sabe. Porém, há algumas evidências bíblicas sobre os dias finais.
A palavra que Jesus utiliza para nações, na língua original é “ethne”, que é a base para a palavra etnia, ou seja: Jesus não está se referindo à divisão político-geográfica que temos no mundo hoje, mas sim a grupos de povos, ou nações étnicas. Por exemplo, aqui no Brasil temos mais de duzentas nações indígenas, e quase cem delas não têm contato com o evangelho. Se olharmos o mundo como um todo, ainda há mais de dez mil povos não alcançados com o evangelho. O futuro da igreja está conectado com a pregação do evangelho ao mundo. 
	
IX.A LIDERANÇA NA IGREJA
Antes de listar as funções de liderança e serviço encontradas no Novo Testamento, façamos algumas observações:
a) O recrutamento e escolha dos líderes obedecia a um processo natural no qual a piedade, a dedicação e os dons espirituais devidamente reconhecidos pela Igreja, eram os fatores que mais pesavam (Tt. 1.5-9; 1Tm 3:10).
b) Os lideres eram responsáveis pela “boa ordem” nas igrejas. Havia extremo cuidado na escolha da liderança, pois as igrejas sabiam que “o rebanho segue o pastor” (leia Tito 27,8) e que uma boa liderança é fundamental para o crescimento da Igreja.
c) Não havia hierarquia instituída. Havia uma autoridade espiritual. Os mais piedosos, que servissem com humildade, seriam aceitos como lideres (1Tm 3:13).
d) Não há “leigos”. Todos são ministros, todos são servos. A divisão entre clero e laico é desconhecida no livro de Atos.
e) Os diferentes títulos indicam funções de serviço, nunca uma posição hierárquica, conforme os dons espirituais e a capacitação comprovada na prática. Um mesmo líder pode ser designado por mais de um título, o que significa que exerce mais de um ministério. Um diácono faz a obra de um evangelista (At 8.40), inclusive batiza um novo convertido (v. 38). Um apóstolo se autodenomina presbítero (1Pe 5.1).
Vejamos, pois, as palavras que descrevem os diferentes aspectos dos dons de liderança na Igreja primitiva.
1) Os dons de liderança na igreja
1.1. Apóstolo (apostolos) – Cada um dos 12 homens que Jesus escolheu para serem seus seguidores e para lançarem as bases da Igreja (Mt 10.2-4; Ef 2.20). Apóstolo quer dizer "mensageiro", isto é, aquele que é enviado para anunciar a mensagem de Deus. Por anunciarem o evangelho, Paulo e alguns outros também foram chamados de apóstolos(1Co 15.9; At 14.14). 
Ocorre 79 vezes no Novo Testamento. Designando o grupo dos 12 Apóstolos que conviveram com Jesus, mas também uma das funções dos missionários cristãos. Não é um título formal ou institucional, mas operacional, como todos os títulos de liderança no NT. Paulo se atribui a si mesmo o título de apóstolo (1Co. 9:2), por considerar-se embaixador de Cristo. Podemos dizer que nos dias de hoje o apóstolo seria o Plantador de igrejas. 
1.2. Profeta (profetes) – Pessoa que profetiza, isto é, que anuncia a mensagem de Deus. No AT, os profetas não eram intérpretes, mas sim porta-vozes da mensagem divina {Jr 27.4}. No NT, o profeta falava baseado na revelação do AT e no testemunho dos apóstolos, edificando e fortalecendo assim a comunidade cristã {At 13.1; 1Co 12.28-29; 14.3; Ef 4.11}. A mensagem anunciada pelo profeta hoje deve estar sempre de acordo com a revelação contida na Bíblia. João Batista {Mt 14.5; Lc 1.76} e Jesus {Mt 21.11,46; Lc 7.16; 24.19; Jo 9.17} também foram chamados de profetas. É considerado um dom espiritual (1Co 14.29), não um título formal. Designa a percepção sobrenatural em relação aos propósitos de Deus para a Igreja e para o mundo. Foi um dom espiritual de grande valia quando a Igreja ainda não possuía as Escrituras do Novo Testamento. Não confundir profetas com adivinhos ou prognosticadores, totalmente vedados nas Escrituras. O profeta verdadeiro encarna a vontade de Deus e proclama os juízos de Deus. O falso profeta encarna sua própria vontade e proclama sua própria palavra. O Espírito Santo, ainda uma vez, faz a diferença.
1.3. Evangelista (evangelistes – Ef. 4.11) – Portador das boas novas, aquele que anuncia as boas novas de salvação.“Designa os proclamadores das boas novas que não eram apóstolos” (Thayer). Veja em Atos 8.4 que todos, exceto os apóstolos, (que não foram dispersos, v. 1), foram por toda a parte, anunciando a palavra. Todos eram evangelistas. Em suma, Evangelista é o “pregador que vai de lugar em lugar anunciando a boa-nova de Jesus Cristo” {At 21.8; Efésios 4.11; 2Timóteo 4.5 (Paulo exorta Timóteo a fazer a obra de um evangelista) }. O escritor de cada um dos quatro EVANGELHOS também são considerados evangelistas.
1.4. Pastor (poimenas) - Não designa posição hierárquica ou institucional, mas a virtude do líder para apascentar o rebanho de Jesus (IPe 5.2,3). É um dom do Espírito (Ef 4.11). Há pastores verdadeiros e pastores falsos. O verdadeiro dá a vida pelas ovelhas. O falso, mercenário, que não está emocionalmente ligado às ovelhas, “vê vir o lobo e deixa as ovelhas e foge; e o lobo as arrebata e dispersa” (Jo. 10.11, 12). Pastor é o ministro da igreja {Hb 13.17; 1Pe 5.2}, é mais uma função do que um título, pois muitos tem o título de pastor, mas tem a função de pastor. A função ou cuidado pastoral abrange: 
a) Zelo para com a vida de cada ovelha do rebanho individualmente (Lc 15.4); 
b) interesse e carinho em nutrir as ovelhas do rebanho (SI 23.2); 
c) proteção do rebanho, em face dos predadores (Am 3.12); 
d) fortalecimento das ovelhas para poderem resistir aos predadores na ausência do pastor (At 20.29-31);
e) responsabilidade, consciência de que terá que prestar contas das ovelhas a Deus (Hb. 13.17).
1.5. Mestre (didaskalos) – Também traduzido por “doutores” (Ef 4.11) e “instruidores” (lTm 2.7). Paulo, apóstolo, é “doutor” dos gentios. Ele não sente que seja sua obrigação, apenas proclamar o evangelho, mas levar os salvos a viverem o evangelho. Veja em Gálatas 4.19, que o grande e desafiador alvo do mestre cristão é formar o caráter de Cristo nos discípulos, não apenas transmitir conhecimentos sobre Cristo, mas:
a) tornar claro o ensino de Jesus; 
b) traçar a linha divisória entre a verdade e a mentira para que os discípulos de Jesus não sejam enganados pelos falsos mestres;
c) levar os discípulos a observarem, no seu modo de viver, os ensinos de Jesus (Mt 28.20); 
d) preparar a Igreja para o encontro com Cristo na sua vinda.
1.6. Bispo – A palavra usada é “episkopos”, onde “epi” (sobre, superior, por cima de) e “skopeo” (observar de longe, desde cima, por a vista em, ter por fim, ter cuidado, velar, examinar), ou seja, “episkopos” quer dizer: Supervisor.
O Supervisor ou Bispo é pessoa encarregada de verificar se aqueles sob a sua supervisão estão fazendo corretamente o que têm que fazer (curador, guardião ou superintendente), neste caso, na Igreja Cristã. 
Não designa posição de mando, mas de serviço especifico e responsabilidade. Thayer traduz: “alguém incumbido do dever de observar o que está sendo feito por outros”. Tal tarefa abrange:
a) Conhecimento dos objetivos parciais, para que seja alcançado um objetivo global; 
b) Conhecimento das tarefas e das pessoas que as executarão; 
c) Capacidade para atribuir tarefas e acompanhá-las, substituir métodos e pessoas na hora própria. 
Em ITimóteo 3 são mencionadas as funções de bispos e diáconos distintamente, o que dá a entender que havia apenas duas categorias de obreiros nas Igrejas: Diáconos e pastores, estes também chamados anciãos, mestres, bispos, evangelistas, conforme a função em foco.
1.7. Prebítero (presbyteros) - Líder da igreja. Os presbíteros se dedicavam à direção das igrejas, ao ensino da doutrina cristã e à pregação do evangelho. A palavra grega presbyteros quer dizer "ANCIÃO", mas era usada para os líderes cristãos sem referência à sua idade. Nos tempos do NT os presbíteros também eram chamados de BISPOS(At 20.17,28; 1Tm 3.1-7; Tt 1.5-9). 
Refere-se à dignidade, ao respeito devido, à sabedoria e prudência nas palavras, decisões e atitudes, que o pastor deve demonstrar, não importa a sua idade. Não se trata de uma instituição eclesiástica. Todos os líderes devem cultivar a virtude da prudência e moderação. Em Lucas 14.32, presbeian é uma embaixada de paz. Veja em Lucas 22.66 que os anciãos formavam o sinédrio, que outras traduções chamam concílio. 
1Timóteo 4.14 não fala de um presbitério institucional, mas de uma reunião de obreiros idôneos para imporem as mãos sobre a cabeça de Timóteo, como ato de reconhecimento público da sua capacitação espiritual para o ministério e não como um ato mágico de transmissão de virtude.
1.8. Diácono (diakonos) – O uso secular dessa palavra equivale a “criado, servente”, “alguém que executa as ordens de outrem”. Em Mateus 22 13, os diáconos são os servos do rei que recebem a ordem de amarrar o intruso da festa e atirá-lo nas trevas exteriores. 
Em Mateus 20.26, Almeida Revisada traduz por “serviçal”. BLH traduz “o que é mandado”. Outras versões trazem “o que serve”. Em Colossenses 1.25 Paulo se considera “ministro segundo a dispensação de Deus”, literalmente, “diácono conforme a mordomia de Deus”. Em Romanos 13.4, a autoridade secular é designada como “ministro de Deus”. 
Em Atos 6.2,3, o diaconato é formalmente instituído para “servirás mesas” (dos pobres). Posteriormente, as igrejas passaram a escolher diáconos para gerir os vários aspectos da beneficência e da sua administração secular.
Em suma, à luz do Novo Testamento, diácono é a pessoa que ajuda nos trabalhos de administração da igreja e cuida dos pobres, das viúvas e dos necessitados em geral. O diácono também prega o evangelho e ensina a doutrina cristã (At 6.1-8; 1Tm 3.8-13). 
Diaconisas – alguns justificam na existência do cargo de diaconisa com base em Romanos 16:1 e 1Timóteo 3:11. 
É impressionante como de alguns anos pra cá, tem surgido uma verdadeira “guerra de títulos”. Bispos e bispas, apóstolos, missionários, estão faltando ainda os títulos de arcebispos e cardeais. Isso tudo é emulação carnal e mundana. Jesus adverte: “Entre vós não será assim”. Biblicamente, não há uma hierarquia entre pastores e diáconos. Tanto os diáconos quanto os pastores devem toda a lealdade: primeiro, a Cristo, depois, à Igreja e depois uns aos outros no temor do Senhor. Pastores e diáconos unidos em amor, tratando-se com mútuo respeito e dignidade, trabalhando com humildade, são os instrumentos de que Deus precisa para abençoar a sua Igreja e, através da Igreja, o mundo inteiro.
 X.OS RITOS: BATISMO E CEIA – ORDENANÇAS OU SACRAMENTO
Os ritos exteriores prescritos por Jesus Cristo com o propósito de serem observados por sua Igreja são o BATISMO e a CEIA. 
Quanto à observação, há um grupo que os vêm como:
a) Sacramento – ideia de que há uma comunicação direta da graça ao que participa do rito.
Segundo algumas denominações cristãs, entre as quais a Católica e a Reformada, o batismo é visto como um sacramento e o fundamento da comunhão entre todos os cristãos. Como tal vai proporcionar ao batizando a bênção e a graça de Deus. 
Segundo a doutrina da Igreja Católica, o batismo não só é um sacramento de inclusão na Igreja, no Corpo Místico de Cristo, como também é necessário para a salvação.
b) Ordenança
Segundo algumas denominações, entre elas os Batistas, o batismo é entendido como ordenança, isto é, ele é uma ordem. Porém deve se ter o cuidado de que não é o rito em si o que salva, nem a quantidade de água.
1. BATISMO(gr.Baptisma)
a) Conceito:
· Cerimônia em que se usa água e por meio da qual uma pessoa se torna membro de uma igreja cristã. O batismo é sinal de arrependimento e perdão {At 2.38} e união com Cristo {Gl 3.26-27}, tanto em sua morte como em sua ressurreição {Rm 6.3-5}.
O batismo deve externar a aliança com Cristo, representando uma realidade interior (I Pedro 3:21). Há, porém, o PEDOBATISMO, a prática de batismo de bebês (católicos e reformados). Nas demais denominações cristãs o ensino prévio da palavra de Deus a respeito do batismo é primordial ao batizando. Jesus ordenou que seus discípulos batizassem e ensinassem a guardar os seus mandamentos (Mateus 28:19-20).
b) Quanto à forma de Batismo, a tradição da Igreja Cristã, reconhece3 formas que representam o Batismo bíblico: Imersão; Aspersão e Efusão.
· Imersão, submersão – o batizando é imerso nas águas
· A ideia é que o batizando é submergido completamente.
· Refere-se ao batismo de João, aquele rito de purificação pelo qual as pessoas, mediante a confissão dos seus pecados, comprometiam-se a uma transformação espiritual, obtinham perdão de seus pecados passados e qualificavam-se para receber os benefícios do reino do Messias que em breve seria estabelecido. Este era um batismo cristão válido e foi o único batismo que os apóstolos receberam. Não há registro em nenhum outro lugar de que tenham sido alguma vez rebatizados depois do Pentecostes. 
· O batismo cristão; um rito de imersão na água, como ordenada por Cristo, pelo qual alguém, depois de confessar seus pecados e professar a sua fé em Cristo, tendo nascido de novo pelo Santo Espírito para uma nova vida, identifica-se publicamente com a comunhão de Cristo e a igreja. 
O batismo por imersão é utilizado pela maioria das igrejas cristãs.
Em Rm 6.3 Paulo afirma que fomos "batizados na sua morte", significando que estamos não apenas mortos para os nossos antigos caminhos, mas que eles foram sepultados. 
· Aspersão - a água é aspergida sobre o batizando
· Entende-se que a aspersão é a forma de Batismo, uma vez que ela dispensa a locomoção de todos (as) a um rio, piscina, etc., pois o ato batismal é realizado na própria igreja dando oportunidade a todos (as) de estarem presentes na celebração, e não somente alguns poucos.
· Em segundo lugar, a tradição veterotestamentária indica a aspersão como meio de purificação de pecados. Segundo a tradição Bíblica, o sangue era misturado com água e aspergido sobre o povo e objetos a serem purificados e santificados ao Senhor (Ex 24. 6-8). Os defensores desta forma de batismo se apóiam em:
· Ez 36. 24-27: Neste texto estão presentes os dois batismos: o Batismo com água e no Espírito Santo; 
· I Pe 3. 20-21: Pedro fala do dilúvio como símbolo do Batismo. O Dilúvio foi uma grande chuva que caiu sobre a terra (Gn 7.12). Chuvas são gotas de água que caem, símbolo de aspersão. 
· Sl 51.7: hissopo é um instrumento utilizado pelo sacerdote para a aspersão.
· Efusão - a água é derramada sobre o batizando, utilizando-se as duas mãos como concha. É uma prática similar à aspersão.
2. A CEIA DO SENHOR
· Conceitos: com base em I Coríntios 11:23-30 podemos observar que: 
a) A Ceia é uma ordenança dada por Jesus para que participemos (veja os vv. 23, 24);
b) A Ceia é memorial, ou seja, algo a ser lembrado. Jesus mesmo disse: “Fazei isto em memória de mim” (v. 24); - Zwinglio, Batistas e outros.
c) Quando participamos da Ceia, testemunhamos de nossa fé e “anunciamos a morte do Senhor, até que Ele venha” (v.26);
d) Para participarmos da Ceia do Senhor devemos estar em condições de participar, pois, quem participa indignamente da Ceia, torna-se culpado da morte de Cristo (v.27);
e) A Ceia é um momento muito importante, por isso, a Bíblia orienta que antes de participar, o crente deve examinar seu interior, refletir se está ou não preparado para participar da Ceia (v.28);
f) Os participantes da Ceia devem discernir o sacrifício de Cristo na cruz, ou seja, a ceia é só para os salvos (v.29). Quandoissonãoacontece, háenfermidadenaigreja (v.30).
· Elementos – A Ceia possui dois Elementos: o Pão e o Vinho. Esses elementos, assim como sua utilização durante a Ceia podem apresentar significados diferentes..
· Significado
a) Transubstanciação – quando o Pão e o Vinho se transformam verdadeiramente no corpo e no sangue de Jesus (nós não somos canibais) – Igreja Católica.
b) Consubstanciação – o Pão e o Vinho recebem a presença mística de Jesus que passa a estar presente na substancia dos elementos – Lutero e Calvino. 
c) Memorial – o Pão e o Vinho apenas simbolizam o corpo e o sangue de Jesus. A Ceia relembra o que Cristo fez por nós (assim entendemos) – Zwinglio.
· Quanto à Forma de Celebração: 
a) Ultra-restrita – só participam os membros da Igreja Local;
b) Restrita – só participam os membros da mesma denominação;
c) Livre – participa qualquer membro de uma Igreja Evangélica;
d) Ultra-livre – participa qualquer pessoa religiosa que esteja no Santuário.
XI. FORMAS DE GOVERNO ECLESIÁSTICO NO CRISTIANISMO HISTÓRICO: 
1) Episcopal – Uma autoridade eclesiástica, o bispo, exerce poder sobre uma região ou país. Um dos bispos exerce poder sobre os demais. Ex: Igreja Metodista, Anglicana, Episcopal. A Igreja Grega Ortodoxa é governada por um Patriarca e seus dignitários são chamados “hierarcas”.
2) Presbiteriano – Sistema em que a congregação investe de autoridade uma junta de presbíteros e diáconos. Também é chamado de Governo Conciliar – Igreja Presbiteriana.
3) Congregacional – A Igreja local governa a si mesma, mediante o voto, sobre todas as questões. A decisão tomada é independente das autoridades externas à igreja, mesmo que essa igreja pertença a uma denominação – os Batistas.
4) Há ainda os Sem Governo. Ex: os Irmãos Plymouth e outros.
XII. A DISCIPLINA NA IGREJA:
1. Definição de Disciplinar (mesmo nos dicionários seculares): Disciplinar é "penalizar membro de uma sociedade por quebrar leis que garantem o bem de todos [inclusive dele mesmo]. O objetivo é proteger a todos; e convencê-lo e levá-lo de volta a seguir as leis para, assim, ele mesmo fruir o bem e proporcioná-lo a todos." 
2. Princípios da Disciplina
1) Os ministros do evangelho estão autorizados a estabelecer a disciplina nas igrejas (ver Mt. 16:19; e 18:18)
2) Estas são as suas características:
a) É preciso que mantenha a sã doutrina (I Tm.1:13)
b) Deve uma linha mestra para a ação (I Co. 11:34 e Tt. 1:5)
c) É necessário que repreenda aos ofensores (I Tm. 5:20)
d) Deve remover os ofensores obstinados (I Co. 5:3...; I Tm1:20)
3) O homem espiritual se submete à disciplina (Hb. 13:17)
4) Deve estabelecer a boa ordem e a decência (I Co. 12:40)
5) O amor cristão deve ser seu guia padrão (II Co. 2:6-8)
a) Não considerar o ofensor como inimigo nem como inferior, mas como quem, mesmo estando em erro, acima de tudo é nosso irmãoGl 6:1-3; 2Ts 3:15.
b) Humildade (não espírito de superioridade - arrogância) e compaixão (não espírito de crueldade - vingança - tripudiar) Gal 6:1-3 (acima).
6) Oração fervente (e jejum?): antes da confrontação; e durante; e depois (incessantemente) 2Co 2:4 (acima)..
3. Razão da Disciplina
“O que eu digo é que vocês não devem ter nada a ver com ninguém que se diz irmão na fé, mas é imoral, ou avarento, ou adora ídolos, ou é bêbado, ou difamador, ou ladrão. Com gente assim vocês não devem nem comer uma refeição”. I Co. 5:11
a) Combater os desvios morais e espirituais
· Caso haja, a igreja deve tomar as devidas providências
· Porém, qualquer ação dessa natureza deve ser tomada democraticamente pela igreja, obedecendo ao Estatuto ou Código Disciplinar da Igreja, e não pelo pastor ou por alguma junta de anciãos (Mt. 18:15-17).
· Deus não julga um crente a não ser com o propósito de levá-lo a restauração (Hb. 12:6...)
b) Glorificar a Cristo, Sua igreja e Seu evangelho.1Sm 15:22; Mt 5:16. Por obedecer às ordens daquele que é o Senhor.
c) Advertir o ofensor de mais e mais graves conseqüências (Jo 15:1-14; At 5:1-12; 1Co 11:30-31 (doença, morte); 2Ts 3:14,15; Tt 3:10,11) e exortar (animar):
d) Recuperar, reganhar o ofensorMt 18:15; 1Co 5:5; 2Co 2:6-8; Gl 6:1.
e) Combater o fermento infectante e favorecer a pureza da igreja e da sua adoraçãoJs7 (Acã); 1Co 5:6-8.
f) Desestimular outros de pecaremDt13:11; 17:12-13; 1Tm 5:20.
g) Evitar o castigo de Deus contra a igreja localJs7:1,13 (acima); Ap 2:12-17 
h) Manter o testemunho da igreja ante os olhos do mundo, Rm2:24; 1Ts 5:22.
4. Tipos de Disciplina – Há 3 Tipos de Disciplina do Crente:
a) Autodisciplina – O salvo deve, ele mesmo, diária e totalmente procurar atender a voz do Espírito Santo, arrepender-se, confessar a Deus os seus pecados, pedir-lhe perdão, exercitar disciplina consigo mesmo, autopurificar-se. Tudo isto lhe evitará muitas dores, e eliminará ou diminuirá a necessidade de serdisciplinado (Sl 139:23-24; 1Co 11:28-31; 2Co 7:1; 1Jo 3:2,3).
b) Disciplina pela igreja local – É melhor nos disciplinarmos a nós mesmos, para não haver necessidade deste segundo tipo de disciplina, muito mais vergonhoso e doloroso que o primeiro.
c) Disciplina pelo Pai – É melhor nos disciplinarmos a nós mesmos, e, se descermos a isso, atendermos a disciplina pela igreja local, para não descermos à necessidade deste 3o degrau de disciplina, muito mais vergonhoso e doloroso que o 1o e o 2º. (Jo 15:2; At 5:5,10 (Ananias e Safira); 1Co 11:32; He 12:9-10; 1Pe 4:17).
5. Ações que Motivam a Disciplina:
a) adultério (Ex 20.14); 
b) fornicação (Ex 20.14); 
c) prostituição (Ex 20.14); 
d) homossexualismo (Lv 18.22; 20.13; Rm 1.26-28);
e) relação sexual com animais (Lv 18.23-24); 
f) homicídio e sua tentativa (Ex 20.13; 21. 18-19); 
g) furto ou o roubo (Ex 20.15); 
h) crime previsto pela lei, demonstrado pela condenação em processo próprio e trânsito em julgado (Rm 13. 1-7); 
i) rebelião (1Sm 15.23); 
j) a feitiçaria e suas ramificações (Ap 22.15; Gl 5.19).
6. As Penalidades:
a) Advertência; 
b) Suspensão; 
c) Desligamento.
7. Processos Legais, por Disciplinar
Modernamente, presbíteros- pastor e igrejas locais têm sido processados por disciplinarem! Que fazer? Antes de tudo: Deus nos ordena disciplinar! Se a lei da terra nos punir por obedecê-Lo (obedecê-Lo de forma totalmente bíblica), assim seja.
Em segundo lugar, a maioria dos processos advêm do modo de disciplinar ter desobedecido alguns claríssimos princípios bíblicos e do bom senso. (Por exemplo, a igreja carnalmente divulgar o pecado do disciplinado tão amplamente e tão longe quanto puder, contrariando a Bíblia e o bom senso. Devemos ser tão discretos no disciplinar quanto possível, isto é assunto exclusivo da família da igreja do disciplinado.)
O que se segue é um resumo livremente adaptado de "Church Discipline Without a Lawsuit" (Disciplina Pela Igreja, Sem Um Processo Legal), por Carl Laney, publicado em ChristianityToday, Nov. 9, 1984. (Não estamos recomendando a revista nem o autor, que não conhecemos):
a) Faça seguro contra processos (é lamentável que tenhamos que fazê-lo, mas é melhor que uma possível falência).
b) Antes da assembléia julgadora, não divulgue nada além do estritamente indispensável e estritamente dentro da igreja do disciplinado, não divulgue absolutamente NADA fora dela. Depois da assembléia ...idem!
c) Nos estatutos e regimento interno da igreja, e no termo de compromisso individual, sendo estes três documentos assinados por cada membro da igreja, inclua uma cláusula prevendo disciplina, e faça cada membro assinar que concorda integralmente com cada palavra dos estatutos, particularmente com o ser disciplinado. E que se compromete a jamais, em caso algum, processar líder ou membro ou a igreja (insira 1Co 6:1-8 integralmente), particularmente por ser disciplinado, mesmo que tendo renunciado à membresia da igreja durante o processo de disciplinamento.
d) Logo no início do seu ministério e antes de um disciplinar mais perigoso, discuta detalhadamente o assunto com promotores, juízes e advogados já envolvidos em processos desta natureza, que sejam competentíssimos, honestíssimos, francos, sem papas na língua! Peça para você gravar tudo com os fins de transcrever, estudar, memorizar e instruir.
e) Se alguém lhe disser algo confidencialmente, você é legalmente obrigado a guardar sua confiança, não fale uma palavra nem mesmo a seu cônjuge! (Paciência: se o problema continuar, Deus o trará à superfície, a Seu próprio tempo).
f) Em tudo, esforce-se para não embaraçar os envolvidos, isto só faz ferir e endurecer e perder, ao contrário de restaurar.
g) Só procure e só aceite testemunhas crentes (crentes fiéis, da igreja local ou a ela muito, muito achegadas)! Ao indagar-lhes, somente ouça, sem revelar nem insinuar absolutamente nada. Em tudo, particularmente na assembleia, não revele detalhes mas somente o mínimo indispensável.
h) Se é um presbítero- pastor que será julgado, seria bom convidar 2 ou 3 pastores (sábios, fiéis a Deus, imparciais, de linha doutrinária idêntica à nossa) a quem o pastor e a igreja respeitem profundamente, para aconselharem e testemunharem tudo. O ideal é que os pastores convidados possam, um ou alguns dias antes da assembléia, falar isoladamente com o ofendido, o ofensor, os demais presbíteros da igreja, particularmente aqueles que moderarão e participarão mais ativamente da assembléia. Nessas audiências individuais, os pastores convidados 80% ouvirão e 20% aconselharão; depois, reunirão a todos os entrevistados somente para aconselhá-los, todos somente ouvindo. No início da assembléia, aconselharão à inteira igreja e ao pastor em julgamento, depois silenciarão (a não ser que a igreja lhes solicite orientação) e assistirão ao restante da assembléia.
i) Se você ou a igreja for processado, ache (e contrate) um advogado bom e sincero, prioritariamente para saber todas as possibilidades, se preparar para o pior, e sempre se orientar. Mesmo com gravíssimo prejuízo financeiro e outros, procure toda a solução possível para evitar ir a julgamento, mesmo que apenas se defendendo.
“Como o soltar das águas é o início da contenda, assim, antes que sejas envolvido afasta-te da questão”. (Pv 17:14). 
Se tal solução já for impossível, você terá que responder às acusações e fazer o máximo para alcançar um rápido e pacífico encerramento do caso, não importam os mais graves prejuízos materiais seus e da igreja
j) Ao final de contas, nossa ênfase deve ser só, inteira e diretamente sobre a Palavra de Deus. Se processos vierem, venham. Se falência vier, venha. A Palavra de Deus tem que permanecer de pé, e nós por e para ela!
k) O verso chave é 2Tm 3:12: “E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições”. 
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