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PROVA - TRIBUTÁRIO
1) O que é tributo, conceitual e normativamente e quais são os principais
elementos que compõem a sua caracterização?
O conceito de tributo não é uniforme. Contudo, a doutrina em geral inclui em seu
conceito o traço característico da coercitividade. Assim, os tributos são prestações
pecuniárias compulsórias, que o Estado exige de seus súditos em virtude do seu poder
de império. A definição de tributo se acha normatizada no Código Tributário Nacional,
no artigo 3º, a saber: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou
cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em
lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.
Dizer que “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória” significa que tributo é uma
prestação em dinheiro, representando obrigação de dar.
Por sua vez, “... em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir”, significa que a forma
usual de satisfazer o tributo é em moeda corrente; porém, nada impede que possa o
pagamento do tributo ser feito por algo equivalente à moeda, desde que a legislação
ordinária de cada entidade tributante assim o determine, como faculta o Código
Tributário Nacional.
“Que não constitua sanção de ato ilícito” – essa expressão serve para distinguir o tributo
da multa, que sempre representa uma sanção pecuniária pela prática de ato ilícito. É
claro que o descumprimento de normas tributárias, também, gera imposição de
penalidade pecuniária. A expressão não significa, necessariamente, que o tributo sempre
pressupõe a licitude de ato que o gerou, como sustentado por alguns autores, mesmo
porque os atos ilícitos são passíveis de tributação, sob pena de violação do princípio
constitucional de isonomia. O que a expressão significa é que a cobrança de tributo não
representa imposição de penalidade.
“Instituída em lei” – tributo é obrigação ex lege contrapondo-se à obrigação ex
voluntate. Tributo só pode nascer da lei. As obrigações contratuais não podem ser
opostas às obrigações tributárias. A natureza ex lege do tributo tem matriz no art. 150, I,
da CF, segundo o qual é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. O princípio da
legalidade tributária, por configurar um direito fundamental do contribuinte, é protegido
pela cláusula pétrea, pelo que não é passível de supressão por emendas (art. 60, § 4o, IV,
da CF). Contudo, o que parece óbvio nem sempre é percebido pela jurisprudência, que
vem se inclinando pela tese da impossibilidade de discutir perante o Judiciário o débito
tributário resultante da confissão decorrente do pedido de parcelamento.3 Esse
posicionamento, além de infringir o princípio da inafastabilidade da jurisdição (art. 5o,
XXXV, da CF),4 implica, ipso fato, a rejeição da tão proclamada natureza ex lege do
tributo. Em termos de direito tributário não se pode emprestar à confissão o mesmo
sentido que tem no âmbito do direito privado. Aliás, toda legislação sobre o
parcelamento de débito tributário contém disposição versando sobre a confissão
irretratável do débito e desistência ou renúncia de procedimentos administrativos ou
judiciais, como condição para deferimento do pedido. Lei tributária, viciada ou não,
enquanto não expurgada do mundo jurídico por decisão judicial transitada em julgado,
carrega consigo a ameaça de sanção. Daí porque, na ação de repetição de indébito
tributário, dispensa-se a prova do erro no pagamento. Uma confissão de “tributo”
legalmente inexistente vale tanto quanto uma confissão de um “crime” não definido em
lei. Neste particular, direito tributário e direito penal têm um ponto em comum: tributo e
crime só podem derivar de lei válida e em sentido estrito.
“E cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” – significa que a
cobrança de tributo só se processa por meio de atos administrativos vinculados, isto é,
sem qualquer margem de discrição do agente público, que deverá portar-se fielmente
como prescrito no mandamento legal para a edição do ato do “lançamento”, que é a
constituição do crédito tributário, como veremos mais adiante. Contrapõem-se aos atos
discricionários que podem ser editados por um prisma da oportunidade e da
conveniência.
(slides) Conceitualmente, tributo é receita ordinária (regular) e derivada (compulsória,
“exação”) extraída da manifestação de disponibilidade econômica dos particulares e
destinada ao custeio das despesas ordinárias (gerais ou específicas) do Estado;
2.4.3) Juridicamente, tributo é (a) exação (“receita derivada compulsória”) submetida ao
regime constitucional tributário que (b) seja instituída (plano normativo) e cobrada
(plano factual) em regime de estrita legalidade (salvo as exceções constitucionais
parciais – CF: arts. 153, §1º e 177, §4º, I, b; 155, XII, g; e casos de “sujeitos ativos
privados”);
2.4.4) A questão jurídica e conceitual do art. 3º do CTN
Elementos essenciais do tributo (“hipótese de incidência tributária”) – noções
preliminares:
a) sujeito ativo (competência e legitimidade);
b) fato gerador (o quê dá causa à exigência tributária e quando);
c) base de cálculo (substrato econômico tributável);
d) alíquota (percentual ou montante fixo extraível da base de cálculo); e
e) sujeito passivo (“contribuinte” – relação direta com o fato gerador – ou “responsável”
– relação indireta com o fato gerador – ou substituto – relação indireta com o fato
gerador mas equiparado a “contribuinte”).
2) Quais são as espécies tributárias atualmente reconhecidas no ordenamento
jurídico brasileiro, e quais as suas características essenciais/peculiares (ao menos
uma característica de cada espécie que seja própria/exclusiva a ela)?
As espécies tributárias atualmente reconhecidas no ordenamento jurídico brasileiro são:
impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições.
Com relação aos impostos, a competência para a positivação jurídica dos impostos foi
estabelecida, em , no art. 145, I, da Constituição da República, que outorga à União,
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios o poder de legislar (no sentido de criar e
estabelecer as circunstâncias legais) sobre tais figuras.
Observa-se que a Constituição apenas mencionou os impostos, sem oferecer a eles
conceituação específica (a despeito de mencionar expressamente, em comandos
posteriores, quais seriam os impostos possíveis), de modo que podemos entendê-los a
partir da noção trazida pelo art. 16 do Código Tributário Nacional: Art. 16. Imposto é o
tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Os impostos são, portanto, tributos
não vinculados, tanto em razão da atividade estatal quanto no que se refere à destinação
dos recursos arrecadados. Isso implica que os valores relativos a impostos, em regra,
ingressam no caixa da Fazenda Pública e serão gastos de acordo com o previsto nas
respectivas leis orçamentárias.Da definição se pode inferir que os impostos não
implicam contrapartida estatal.
Os impostos são tributos não vinculados que servem para fazer frente às despesas gerais
do Estado, como o pagamento dos servidores, os gastos com a manutenção e
aperfeiçoamento do aparato administrativo e outras rubricas previstas na legislação
orçamentária.
diferença entre a não vinculação dos impostos a qualquer atividade estatal específica e a
vedação constitucional presente no art. 167, IV, que impede a vinculação do produto da
arrecadação dos impostos a órgão, fundo ou despesa, com a redação dada pela Emenda
Constitucional n. 42/200343 , denominada princípio da não afetação dos impostos.
O conceito de afetação, oriundo do direito administrativo, normalmente implica a
destinação legal de dado recurso, bem ou patrimônio pertencente ao Estado. Daí se dizer
que existem, entre os chamados bens públicos, aqueles com destinação especial ou
afetados, posto que destinados a determinada atividade, prevista em lei.
Nunca é demais ressaltar queo princípio da não afetação restringe-se aos impostos, quer
por decorrência da expressa dicção constitucional, quer pela própria
lógica do sistema, uma vez que as demais espécies tributárias, em tese, permitem a
vinculação das receitas, como é o caso dos empréstimos compulsórios (de acordo com
as premissas constitucionais que ensejaram sua criação, nos termos do art. 148), das
contribuições e de algumas taxas.

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