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O Mercantilismo Textos básicos: Excertos para uso em sala de aula. Vainfas, R. (dir.) – Dicionário do Brasil Colonial (1500-1808). Rio de Janeiro: Objetiva. (verbete – Mercantilismo) Deyon, P. – Políticas e Práticas do Mercantilismo. In: O Mercantilismo. 4ª ed. São Paulo: Ed. Perspectiva, 2001, p. 14 - 45. Mercantilismo: Termo criado no XIX para designar o conjunto de práticas econômicas utilizadas pelos Estados europeus nos séculos XVI e XVII. Fisiocratas franceses (XVIII) já falavam de um “sistema mercantil” para designar o caráter comercial da economia do Antigo Regime. Definição: Intervencionismo do estado nas práticas econômicas (políticas monopolistas e fiscais rígidas); Metalismo ou bulionismo: crença que a acumulação de metais preciosos era a única forma de enriquecimento dos Estados; Busca de uma balança comercial favorável (exportações superiores às importações) Transição do feudalismo ao capitalismo: teria marcado o período chamado de “capitalismo comercial” ou fase de “acumulação primitiva” do capitalismo – industrial e liberal do século XVIII. Estados com grandes possessões coloniais o sistema de colonização foi elemento fundamental do MERCANTILISMO. Deyon, P. – Políticas e Práticas do Mercantilismo. In: O Mercantilismo. 4ª ed. São Paulo: Ed. Perspectiva, 2001, p. 14 - 45. Definição de Mercantilismo: não existe definição comum e de seus caracteres fundamentais. Definição provisória: mercantilismo como conjunto das teorias e das práticas de intervenção econômica que se desenvolveram na Europa Moderna desde a metade do século XV Estudar as doutrinas e as políticas dos Estados europeus do Renascimento até o começo da Revolução Industrial. Sobre as ruínas dos particularismos urbanos e feudais ver como as monarquias nacionais souberam promover novas formas de atividade econômica. Políticas e Práticas do mercantilismo 1. Antecedentes Medievais Comuna Medieval legou ao Estado Moderno tradição de intervenção na vida econômica e social. Estados monárquicos dos séculos XV e XVI encontraram nesta experiência os primeiros elementos da sua política econômica Mercantilismo que começa a se firmar na França e na Inglaterra (segunda metade do séc. XV). Regulamentação das economias urbanas reencontrados na política econômica das monarquias européias o Principados italianos protegem comunidades profissionais urbanas o Subvencionam inventores, empreendedores. Monarquias ocidentais vão se beneficiar de outras possibilidades e vantagens o Inglaterra: ▪ Segunda metade do séc. XIII Parlamento e Coroa tomam medidas favoráveis à indústria lanífera britânica ▪ Em 1258 parlamento proíbe temporariamente as exportações de lã bruta ▪ 1455/ 1463 e 1464: proibição de lanifícios e fábricas de seda estrangeiros ▪ Evitar as saídas de numerário e exportações de ouro e prata – 1381 - mercadores estrangeiros obrigados a reinvestir em compras no mercado inglês ▪ Monarquia Tudor sistematizou todas estas iniciativas => política nacional: definiu o programa do absolutismo monárquico e do mercantilismo o França ▪ Após a Guerra dos Cem Anos necessidades financeiras levam o soberano a intervir na vida econômica ▪ Luís XI preocupação com saída e ouro e prata, estabelece privilégios às Feiras de Lyon para evitar transferências à corte de Roma ▪ Diminuir preços das importações do Levante / Concessão do monopólio de importação das drogas e especiarias a uma companhia ▪ Encoraja produção mineira ▪ Favorece as manufaturas de tecidos ▪ Procura diminuir compras de produtos de luxo ▪ Intervenção responde aos interesses de grandes mercadores e do soberano (estreita solidariedade entre o poder monárquico e a prosperidade nacional) 2. Na fascinação dos tesouros americanos. O esboço de um primeiro mercantilismo no século XVI Comunidade de interesses e projeto de política econômica supunham um progresso no sentimento nacional e um reforço do Estado Todas as grandes monarquias européias do século XVI enveredaram por esta via do intervencionismo econômico o Preocupações relativas à balança comercial o Desenvolvimento das manufaturas o Movimentos internacionais de espécies o Ex. da Inglaterra, França, Espanha (p. 17 e 18) Destacar os elementos comuns o Movimentos monetários (maior atenção dos governos) => acabar com as saídas de numerário ▪ Vigiar fronteiras, portos ▪ Necessidade de certas importações indispensáveis ▪ Mais fácil suscitar novas produções e conceder privilégios contra os concorrentes ▪ Subvenções aos manufatureiros que inauguram fabricações (p.19 ▪ Facilitar as relações no interior de seus estados (reduzir portagens, organizar correios) ▪ Entraves à livre circulação continuam inumeráveis em cada Estado ▪ Em nenhuma parte as idéias e as “receitas” constituem uma doutrina coerente • Teoria quantitativista da moeda • Balança comercial • Teóricos do interesse nacional embaraçados pelos argumentos dos teólogos sobre usura e querelas religiosas • Estado não é bastante poderoso, aparelho de Estado não é organizado o suficiente, finanças não são sãs para dar a intervenção uma continuidade. • Medidas circunstanciais, mas convergentes que destacam plano conjunto e projetos econômicos 3. O Mercantilismo no século XVII. O exemplo Francês Durante o XVII, somente França e Inglaterra conduziram uma política econômica coerente e de relativa eficácia. Circunstâncias variadas contribuíram para o florescimento do Mercantilismo na França dos Bourbons e na Inglaterra de Elizabeth I a Guilherme III Competições internacionais entre os dois países excitou o nacionalismo econômico Prêmio: o exploração das riquezas do Império espanhol o monopólio das re-exportações das drogas e das especiarias orientais o mercado de manufaturados têxteis o navegação do Báltico ao Mediterrâneo Inglaterra e França preocupados com o papel dos mercadores das Províncias Unidas Lutas apresentaram aspectos militares, aspectos tarifários e comerciais o Esforços financeiros à França e Inglaterra justificaram ainda mais a intervenção do governo no domínio das atividades mercantis Modernização do aparelho de Estado contribuiu para progressos na prática mercantilista o Inglaterra serviço de aduanas permitiu uma contabilidade mais exata das trocas internacionais o França reforma tarifária (1664) visão mais clara da balança comercial o Reflexão teórica passa a guiar os administradores e os ministros ▪ Mun, Child, Davenant, Petty => primeiros passos na economia política ▪ Laicização do pensamento político sob a influência do Maquiavelismo e dos princípios da razão de Estado Conjuntura do XVII justificação complementar às teses mercantilistas o Baixa prolongada dos preços (angústia monetária) o Enfraquecimento da produção das minas americanas o Entesouramento universal o Desequilíbrio das balanças entre o Extremo Oriente e o Levante o Interesse pelo equilíbrio das trocas comerciais o Desemprego e miséria mantêm e multiplicam pos riscos de sedições populares Colbert: plano de reconstrução, de restabelecimento nacional, serviço ao rei o Inovou pouco Papel de Barthélemy de Laffemas, após as guerras de religião, quem fez apologia do trabalho criador o Expõe idéias em favor das manufaturas têxteis Richelieu e Colbert nada fizeram a não ser apanhá-las o Richelieu: Ambiciona os metais precisos que as frotas trazem anualmente a Sevilha => introduz esforços para o renascimento da marinha e dos portos, encoraja as tentativas de constituição de grandes companhias de navegação o Colbert deu continuidade na execução destes planos ▪ Quantidade de prata que circula na Europa... não se pode aumentar a parta do Reino, sem que, ao mesmo tempo, se retire a mesma quantidade dos vizinhos ▪ Prosperidade de um estado só poderia ser edifica às expensas de seus vizinhos ▪ Isentar as entradas das mercadorias que servem às manufaturasdo reino ▪ Taxar aquelas que permanecem manufaturadas ▪ Aliviar os direitos de saída das mercadorias manufaturadas dentro do reino ▪ Desenvolvimento da marinha ▪ Multiplicação das manufaturas e das companhias de comércio ▪ Todos os setores da produção manufatureira sob sua intervenção • Arsenais, fundições de canhões, manufaturas de rendas, de malharia, de meias de lã e seda, tecidos de luxo, Companhias de Comércio ▪ Distância entre as suas ambições e os resultados é grande • Relutância dos mercadores em participar de companhias • Insuficiência do sistema de crédito • Indigência do campesinato • Ausência de um amplo mercado interno o Balanç o não é totalmente negativo ▪ Marinha reconstituída ▪ Legislação comercial menos arcaica ▪ Tecelagem novamente próspera ▪ Manufatura de telas de linho e de cânhamo que era a primeira da Europa ▪ Antilhas e Canadá receberam novos colonos e os portos do Atlântico entraram em nova atividade o Colbert um homem de seu tempo ▪ Ministro da poderosa monarquia administrativa ▪ Momento conspirava para desviar os filhos da burguesia das atividades econômicas ▪ Esnobismo da ociosidade ▪ Suspeitas da Reforma católica em relação às novas formas de crédito e técnicas comerciais ▪ Tentou dar ao país o sentido do trabalho, da eficácia e da empresa. 4. O Sistema Mercantil na Inglaterra Mais que na França o mercantilismo é uma criação contínua, empírica e nacional Decisões do século XIII concernentes à proteção da indústria lanífera Séculos XIV e XV, já esboçando os Atos de Navegação, a Coroa impõe obstáculos à livre circulação e ao livre tráfico dos navios estrangeiros nos portos britânicos Foi entre 1580 e o fim do XVII que o Mercantilismo se impôs com força e coerência
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