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Dia dos mortos uma celebracao da vida

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Sergio Weinfuter 
 
Dia dos Mortos, 
uma celebração da vida 
 
 
 
1 
 
No dia 2 de novembro de todos os anos é lembrando os mortos, pessoas queridas que se foram, 
abandonando este mundo e seguindo para um outro lugar melhor, pelo menos é o que se acredita. 
Mas ninguém sabe o que acontece após o espírito de vida deixar o corpo carnal para trás, seguindo 
para um lugar desconhecido para todos os seres vivos, um lugar de mistério, um lugar que nin-
guém voltou para dizer como é, nem o que esperar dele. A morte e seu destino é uma completa 
incógnita para os seres vivos e nem a ciência conseguiu explicar o que se segue após o fim da vida 
e o início da morte, tudo o que pensamos saber, é mera especulação. 
 
Muitos tem medo da morte e se pudessem nunca seguiriam por ela, mas assim como a vida a 
morte é implacável e sem distinção acaba levado a todos. Por isso os seres humanos se apegam 
em suas crenças e religiões, tentando apaziguar o medo que sentem da morte, que a cada dia se 
aproxima mais de todos os seres vivos. 
 
Alguns adeptos das religiões elevam suas preces lembrando dos mortos e muitos membros delas 
acendem velas na tentativa de iluminar o caminho dos defuntos, pois acreditam que o caminho 
trilhado por eles é escuro. Segundo historiadores que pesquisam sobre essa crença do cristia-
nismo, a prática de rezar pelos mortos vem de muito longe. “Desde o século II, alguns cristãos reza-
vam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram.” (“Dia 25 - 
Os mortos recebem mais flores que ...”) Incentivando a crença popular e tomando partido apoi-
ando seus fiéis, “No século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pe-
los quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava.” (Wikipédia, 2018) 
 
Fazendo frente a crença dos seus fiéis a igreja católica continuo a incentivar a prática de rezar pelos 
mortos e “Também o abade Odilo de Cluny, em 998, pedia aos monges que orassem pelos mortos. 
Desde o século XI os Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comuni-
dade a dedicar um dia aos mortos. No século XIII esse dia anual passa a ser comemorado em 2 de 
novembro, porque 1 de novembro é a Festa de Todos os Santos.” (“Dia dos Fiéis Defuntos | Tecno-
logia & Gestão”) (Wikipédia, 2018) 
 
É claro que nem todos estavam de acordo com essa nova doutrina da igreja e começaram a questi-
onar esta prática. Para se defender dos ataques “A doutrina católica evoca algumas passagens bí-
blicas para fundamentar sua posição (cf. Tobias 12,12; Jó 1,18-20; Mt 12,32 e II Macabeus 12,43-
46), e se apóia (sic) em uma prática de quase dois mil anos.” (Wikipédia, 2018) 
 
Mesmo com todas as referências bíblicas apoiando os cristãos foram eles que criaram este cos-
tume de rezar pelos seus mortos? A igreja faria história instituindo o dia dos mortos? Foi uma ideia 
original ou havia sido copiada de outro lugar? Quem sabia não respondia e os demais imersos na 
ignorância, acreditavam que foram os cristãos que havia criado este dia para honrar e rezar pelos 
seus entes queridos que haviam morrido. Portanto, uma autêntica prática cristã! 
 
Na realidade “[...] o estabelecimento de uma data específica para a comemoração dos mortos é 
uma iniciativa dos druidas, pessoas encarregadas das tarefas de aconselhamento, ensino, jurídicas 
e filosóficas dentro da sociedade celta, que acreditavam na continuação da existência depois da 
morte.” (Wikipédia, 2018) Novamente é uma data festiva comemorada pelos Celtas e cristianizada 
pela igreja que depois disso, passou a fazer parte oficialmente do calendário das festas cristãs. 
 
A data é a mesma que os antigos Celtas lembravam seus mortos, mas com algumas diferenças em 
relação a moderna festa cristã. Para comemorar o Dia dos Mortos os Celtas “Reuniam-se nos lares, 
 
2 
e não nos cemitérios, no primeiro dia de novembro, para homenagear e evocar os mortos.” (Wiki-
pédia, 2018) Na era cristã as pessoas se reúnem no cemitério e no dia dois de novembro, mas 
ainda é a antiga festa Celta que foi modificada para a tradição do cristianismo. 
 
Continuando com a expansão do cristianismo, levando consigo a antiga data Celta e sua celebração 
aos mortos, a comemoração continuava a ser difundida em todo lugar onde os cristãos passavam, 
mesmo após a grande cisma da igreja que deu origem a outras denominações, ela continuou a ser 
lembrada. Essas novas denominações adotaram a festa em homenagem a lembrança de seus entes 
queridos e “Após a Reforma Protestante, a celebração do Dia de Finados foi fundida ao da Festa de 
Todos os Santos na Igreja Anglicana, ainda que tenha sido posteriormente desmembrada em certas 
igrejas coesas ao Movimento de Oxford no século XIX.” (Wikipédia, 2018) 
 
Mas a festa não tinha muita importância para esses fiéis, a celebração ainda era pequena, porém 
logo “A observância da comemoração foi restaurada, todavia, em 1980, por meio da publicação do 
livro litúrgico The Alternative Service Book, o qual define a data como "festividade menor" intitu-
lada "Comemoração dos Fiéis Defuntos".” (Wikipédia, 2018) Com esta definição ela passou a fazer 
parte do calendário das festividades anuais oficialmente e aos poucos começava a ganhar impor-
tância. 
 
Se entre os protestantes de outros lugares a celebração demorou a ter importância, ele não se 
pode dizer do continente europeu, pois “Entre os protestantes históricos da Europa, a tradição foi 
mais tenazmente mantida. Mesmo a forte influência de Martinho Lutero não foi suficiente para 
abolir sua celebração na Saxônia durante sua vida e, apesar da sanção oficializada pela Igreja Lute-
rana, sua memória sobrevive fortemente no costume popular.” (Wikipédia, 2018) 
 
Também “Em 1816, a Prússia introduziu uma nova data para a lembrança dos mortos, com feriado, 
entre os cidadãos luteranos: era o Totensonntag, ou seja, Domingo dos Mortos, celebrado no úl-
timo domingo antes do Advento.” Este costume foi mais tarde adotado também pelos protestantes 
alemães, ainda que não se tenha espalhado muito além das regiões de maioria luterana na Alema-
nha.” (“Dia de Finados – Saiba um pouco da História”) (Wikipédia, 2018) Embora interessante este 
costume de celebrar o Domingo dos mortos não foi muito bem-aceito e logo caiu em desuso, per-
manecendo oficialmente somente o Dia dos Mortos conforme conhecemos. 
 
Diferentemente das igrejas católica e protestante, a igreja metodista tem sua própria forma de ce-
lebrar o dia dos mortos. “Para a Igreja Metodista, são santos todos os fiéis batizados, de modo 
que, no Dia de Todos os Santos, a congregação local honra e recorda seus membros falecidos.” 
(“Tudo que você não sabia sobre o Dia de Finados.”) (Wikipédia, 2018) Não é uma lembrança da 
morte, mas uma celebração da vida, onde seus membros em vida ou mortos, são lembrados. 
 
Em outra vertente cristã, o espiritismo, encontramos também uma diferente forma de lembrar os 
mortos em seu dia. “Para os espíritas, visitar o túmulo é a exteriorização da lembrança que se tem 
do espírito querido, é uma forma de manifestar a saudade, o respeito e o carinho, pois segundo 
consta no Livro dos Espíritos, questão 320, a lembrança dedicada aos desencarnados os sensibiliza, 
conforme sua situação. Entretanto, nada há de solene comparando-se aos demais dias.” (Wikipé-
dia, 2018) 
 
A diferença do espiritismo em relação as demais seitas e religiões está em sua forma de pensar. Se-
gundo sua crença, celebrar o Dia dos Mortos é aceito “Desde que realizada com boa intenção, sem 
 
3 
ser apenas um compromisso social ou protocolar, desde que não se prenda a manifestações de de-
sespero, de cobranças, de acusações, como ocorre em muitas situações, a visitação ao túmulo não 
é condenável, como nada o é no Espiritismo, apenas é conduzida à compreensão de forma lógica e 
racional.” (“Dia de Finados - 02 de novembro”) (Wikipédia, 2018) 
 
Nada de choro, escândalos, chamar atenção ou mesmo ser somente uma obrigação, pois segundo 
a crença espírita, nadadisso adiantaria. Para o espiritismo “O espírito, ou alma, agora desencar-
nada, não se encontra no cemitério, e pode ser lembrada e homenageada através da prece em 
qualquer lugar. A prece proferida pelo coração, pelo sentimento, santificando a lembrança, e é 
sempre recebida com prazer e alegria pelo espírito desencarnado.” (“Luz de Umbanda: Para Enten-
dimento: A Visão da Umbanda Para ...”) (Wikipédia, 2018) Portanto não adiantaria ficar gritando na 
tumba, pois nada estaria nela para te ouvir, a não ser, restos inanimados do falecido. Essa crença 
se aproxima mais da tradição Celta. 
 
Deixando um pouco de lado a celebração Celta e suas antigas raízes, existe outra celebração que 
lembra os mortos no mesmo dia, rivalizando de certa forma no mundo moderno com a comemo-
ração dos antigos povos Celtas. Essa é a celebração do dia dos mortos no México que é mais re-
cente, mas tem sua forma peculiar de lembrar seus mortos queridos. Suas origens não são tão an-
tigas quanto a celebração Celta, mas para o povo mexicano, tem a mesma importância da antiga 
data pagã dos Celtas. 
 
Segundo historiadores e pesquisadores da cultura mexicana, “No México, o Dia dos Mortos é uma 
celebração de origem indígena, que honra os falecidos no dia 2 de novembro. Começa no dia 31 de 
outubro e coincide com as tradições católicas do Dia dos Fiéis Defuntos e o Dia de Todos os San-
tos.” (“A062 - Dia de Los Muertos - Viral Agenda”) (Wikipédia, 2018) Ou seja, mesmo com todas as 
variações o Dia dos Mortos é celebrado em praticamente todo mundo cristão no mesmo dia. 
 
Essa celebração em estilo Mexicano também foi exportada para outros países e hoje “Além do Mé-
xico, também é celebrada em outros países da América Central e em algumas regiões dos Estados 
Unidos, onde a população mexicana é grande. A UNESCO declarou-a como Património Imaterial da 
Humanidade. (Wikipédia, 2018) Como acontece em todas as culturas, os povos vão migrando e le-
vando consigo suas crenças e tradições. 
 
O que se sabe das origens desta celebração em memória aos mortos é fruto de muitas pesquisas 
sobre a antiga forma de vida dos povos que antecederam os mexicanos modernos e segundo elas 
“As origens da celebração no México são anteriores à chegada dos espanhóis. Há relatos que os 
astecas, maias, purépechas, náuatles e totonacas praticavam este culto.” Uma festa diferente da 
antiga cultura Celta, mas com a mesma finalidade de lembrar seus mortos. Acredita-se que “Os ri-
tuais que celebram a vida dos ancestrais se realizavam nestas civilizações pelo menos há três mil 
anos. Na era pré-hispânica era comum a prática de conservar os crânios como troféus, e mostrá-los 
durante os rituais que celebravam a morte e o renascimento.” (“DIA DE LOS MUERTOS | DECI-
FRANDO A MORTE”) (Wikipédia, 2018) Portanto em suas origens também é uma autêntica festa 
pagã! 
 
Na cultura dos povos Astecas “O festival que se tornou o Dia dos Mortos era comemorado no nono 
mês do calendário solar asteca, por volta do início de agosto, e era celebrado por um mês com-
pleto.” Portanto uma enorme festa que durava um mês inteiro. Segundo acreditavam os antigos 
Asteca, “As festividades eram presididas pela deusa Mictecacíhuatl, conhecida como a "Dama da 
Morte" (do espanhol: Dama de la Muerte) - atualmente relacionada à La Catrina, personagem de 
 
4 
José Guadalupe Posada – e esposa de Mictlantecuhtli, senhor do reino dos mortos. As festividades 
eram dedicadas às crianças e aos parentes falecidos.” (“Feriados e Festas Típicas - Mexico no Tu-
rismo”) (Wikipédia, 2018) 
 
Essa festa não lembra somente a morte e os mortos, mas também é uma celebração da vida, por 
isso ela é dedicada as crianças, que em tese, estão começando suas vidas. Esta “É uma das festas 
mexicanas mais animadas, pois, segundo acreditam, os mortos vêm visitar seus parentes.” Esse re-
encontro entre mortos e vivos é muito comemorado e “Ela é festejada com comida, bolos, festa, 
música e doces preferidos dos mortos, os preferidos das crianças são as caveirinhas de açúcar. 
(“Mundo”) Segundo a crença popular, nos dias 1 e 2, chamados de Días de Muertos, os mortos 
têm permissão divina para visitar parentes e amigos.” (“A- Vimos que a celebração do Dia dos Mor-
tos difere da ...”) (Wikipédia, 2018) 
 
Assim como esperamos qualquer visita com nossas casas limpas e organizadas, o Dia dos Mortos 
também não foge à regra e suas casas precisam estar apresentáveis para receber os ilustres visitan-
tes do outro mundo, “Por isso, as pessoas enfeitam suas casas com flores, velas e incensos, e pre-
param as comidas preferidas dos que já partiram. As pessoas fazem máscaras de caveira, vestem 
roupas com esqueletos pintados ou se fantasiam de morte.” (“Dia dos Mortos, quando o México se 
enche de vida”) (Wikipédia, 2018) Desta forma se torna uma festa agradável, extremamente colo-
rida. Nada de medo, aspectos sóbrios ou sustos, é uma celebração alegre e divertida, pois que-
rendo ou não, estão à espera da visita de seus mortos queridos. 
 
Tanto a antiga festa Celta como a tradição Mexicana se espalharam pelo mundo e ambas são co-
memoradas no dia dois de novembro de cada ano. Hoje elas fazem parte do calendário de festas 
anuais, lembrando os entes queridos que se foram. Alguns reservam este dia para encontro com 
seus parentes nos cemitérios, outros deixam enfeites e flores nos túmulos de seus entes queridos, 
mas dependendo da crença, somente rezam em suas casas dirigindo suas preces aos seus queridos 
mortos. As duas tradições hoje se completam na lembrança do Dia dos Mortos, mas além de tudo, 
celebram a vida das pessoas que se foram. Uma justa homenagem aos mortos, uma lembrança da 
vida. 
 
 
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d=1&keywords=9786589663546&qid=1633715501&sr=8-1 
 
 
Para saber mais: 
 
____Dia dos Fiéis Defuntos. Disponível em: https://pt.wikipe-
dia.org/wiki/Dia_dos_Fi%C3%A9is_Defuntos Acesso em: 01/11/2018 
 
____Dia dos Mortos. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_dos_Mortos Acesso em: 
01/11/2018 
https://www.amazon.com.br/Entre-versos-prosas-S%C3%A9rgio-Weinfuter/dp/6589663548/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&dchild=1&keywords=9786589663546&qid=1633715501&sr=8-1
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