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6. Gênese do capitalista industrial
A gênese do capitalista industrial746 não seguiu a mesma maneira
gradativa da do arrendatário. Sem dúvida, alguns pequenos mestres
corporativos e mais ainda pequenos artesãos independentes ou também
trabalhadores assalariados transformaram-se em pequenos capitalistas
e, mediante exploração paulatinamente mais ampliada do trabalho as-
salariado e a correspondente acumulação, em capitalistas sanas phra-
se.747 No período da infância da produção capitalista, as coisas se pas-
saram, muitas vezes, como na infância do sistema urbano medieval,
onde a questão quem dos servos evadidos deveria ser mestre e quem
deveria ser criado foi decidida, em grande parte, pela data mais recente
ou mais antiga de sua fuga. Contudo, a marcha de lesma desse método
não correspondia, de modo algum, às necessidades comerciais do novo
mercado mundial, que fora criado pelas grandes descobertas dos fins
do século XV. A Idade Média, porém, legou duas formas diferentes de
capital, que amadurecem nas mais diversas formações sócio-econômicas
e, antes mesmo da era do modo de produção capitalista, contam como
capital quand même748 — o capital usurário e o capital comercial.
“Atualmente, toda a riqueza da sociedade vai para as mãos
do capitalista (...) ele paga ao proprietário da terra a renda, ao
trabalhador o salário, ao coletor de imposto e dízimo seus direitos
e guarda grande parte, na realidade a maior parte, que aumenta
cada dia, do produto anual do trabalho para si mesmo. O capi-
talista pode agora ser considerado o proprietário de toda a riqueza
social em primeira mão, apesar de que nenhuma lei tenha lhe
concedido o direito a essa propriedade. (...) Essa mudança na
propriedade foi efetivada pela cobrança de juros sobre o capital
(...) e não é menos notável que os legisladores de toda a Europa
quisessem impedir isso mediante leis contra a usura. (...) O poder
do capitalista sobre toda a riqueza do país é uma revolução com-
pleta no direito de propriedade; e por qual lei ou série de leis
foi ela efetivada?”749
O autor deveria observar que revoluções não são feitas por meio
de leis.
O capital monetário formado pela usura e pelo comércio foi im-
pedido pela constituição feudal no campo e pela constituição corporativa
MARX
369
746 Industrial está aqui em oposição a agrícola. Em sentido “categórico”, o arrendatário é um
capitalista industrial, tal como o fabricante.
747 Sem disfarce. (N. dos T.)
748 Em geral. (N. dos T.)
749 The Natural and Artificial Rigths of Property Contrasted. Londres, 1832. pp. 98-99. Autor
do escrito anônimo: Th. Hodgskin.

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