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Saúde da família

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Universidade Estadual de Maringá 
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde 
Perspectivas Atuais das Estratégias e Ações em Saúde 
Profª Drª Sandra Marisa Pelloso 
Profª Drª Sonia Silva Marcon 
 
AÇÕES DE SAÚDE, DILEMAS, 
DESAFIOS E PERSPECTIVAS NA 
ATENÇÃO A FAMÍLIA 
Anne Cristine Becchi – Educadora Física 
Cristiano P J Fagundes – Terapeuta Ocupacional 
Tarsila do Amaral - A família (1925) 
CONCEITO DE FAMÍLIA 
 
 
• A família sofreu consideráveis modificações ao longo 
da história, regulando as interações sociais e 
cunhando preceitos morais e éticos, fomentando leis 
e normas. 
 
Família é todo conjunto de pessoas 
unidas por interações sociais com 
certo grau de coesão entre seus 
membros, com graus de parentesco 
artificiais ou concretos, declarados 
ou ocultos, com ou sem ligação 
genética. 
 
É preciso refletir as ações de saúde com a 
família... 
Nível Terciário – Hospitais... 
Nível Secundário - Centros 
Especializados (Caps, Ambulatórios...) 
Nível Primário – ESF (Unidades Básicas 
de Saúde/Domicílio/Comunidade 
A família entra em contato com os serviços de saúde em 
diferentes contextos e cenários e em diversas etapas de sua 
trajetória familiar: 
NOS DIFERENTES NÍVEIS 
• Compreender as relações nas famílias; 
• As famílias sofrem as conseqüências do adoecer; 
• As famílias necessitam de apoio e informações por parte dos 
profissionais; 
• Comunicação entre profissionais, pacientes e familiares 
(ouçam, falem, troca de experiência e cuidado); 
• Ética profissional, respeito as crenças, valores, práticas de 
cuidado; 
• O cuidado profissional às famílias é uma co-participação. 
 
(Elsen, Souza, Prospero e Barcellos, 2008) 
Ações de cuidado às famílias 
• Identificação das necessidades dos familiares; 
• Promoção da referência e contra-referência; 
• Respeito aos sentimentos (tristeza, silêncio, revolta); 
• Encorajamento nos momentos difíceis; 
• Esclarecimento de dúvidas; 
• Reflexão sobre o impacto da doença; 
• Incentivo, apoio, e empoderamento; 
 
(Elsen, Souza, Prospero e Barcellos, 2008) 
 
• A doença leva a pessoa e a sua família a situações de estresse 
que acompanham a trajetória familiar; 
• As famílias são co-participantes no processo de cuidar; 
• Diante da doença as famílias introduzem mudanças em sua 
organização e no viver; 
• A força da família e a rede de suporte são importantes para 
conviver com a doença; 
• Os serviços de saúde devem ser suportes; 
• As famílias requerem cuidados focados em suas necessidades. 
NO CONTEXTO DO DOMICILIO 
(Elsen, Souza, Prospero e Barcellos, 2008) 
• Escuta qualificada; 
• Respostas as dúvidas; 
• Discussões e esclarecimentos sobre os medos 
e apreensões; 
• Informação sobre os direitos da família e do 
doente; 
• Identificação da rede de suporte; 
• Estímulo a inserção da familia na comunidade. 
Ações de cuidado às famílias 
(Elsen, Souza, Prospero e Barcellos, 2008) 
PACS 
• Início no Ceará em 1987 
• Tentativa de fixar profissionais da saúde em 
locais sem recursos econômicos e sociais 
atendendo a recomendações da Organização 
Mundial de Saúde de criar opções viáveis para 
amenizar os problemas de saúde da 
população 
 
 “a saúde bate à sua porta” slogan 
 
Pupin & Cardoso, 2008 
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO A 
FAMÍLIA 
Estratégia Saúde da Família 
• Início em 1994 
 
• ESF = vertente brasileira da Atenção Básica = Atenção 
Primária a Saúde 
 
• Uma prática estruturada frente as diferentes etapas 
do ciclo de vida dos indivíduos que compõem a 
família, desde seu nascimento até a velhice, sempre 
relevando o contexto familiar e comunitário 
• Promover a atenção integral e acessível as 
necessidades do indivíduo, com uma relação 
sustentada e participativa, contextualizando-o 
na família e comunidade. 
 
• Reorientação do modelo assistencial 
 
 
 
 
 
Estratégia Saúde da Família 
• Assistência integral e contínua a todos os 
membros da família; 
 
 
 
 
 
 
• Atuação - ações de promoção da saúde, 
prevenção, recuperação, reabilitação, redução 
de danos e manutenção da saúde. 
 
Diretriz conceitual 
 
 
• Fundamenta-se nos eixos transversais da 
universalidade, integralidade e equidade, em um 
contexto de descentralização e controle social da 
gestão, princípios assistenciais e organizativos do 
SUS. 
 
 
 
Gestão 
• Federal: Departamento de Atenção Básica (DAB) 
 Vinculado a Secretaria de Atenção à Saúde / Ministério 
da Saúde. 
 
 Ao DAB cabe: desenvolver mecanismos de controle e 
avaliação, prestar cooperação técnica no tocante a 
organização e operacionalização da ESF e ações de 
atendimento básico como o de Saúde Bucal, de 
Diabetes e Hipertensão, de Alimentação e Nutrição 
 
• Estados e Municípios compartilham a execução/gestão 
da política em seus âmbitos regionais 
 
Equipes 
• Composição Mínima : 1 médico, 1 enfermeiro, 1 auxiliar de 
enfermagem e 5 agentes comunitários de saúde; 
• Ampliada: um dentista, um auxiliar de consultório dentário e um 
técnico em higiene dental; 
• A atuação ocorre nas Unidades Básicas de Saúde, nas residências e 
nos diferentes espaços comunitários; 
• Porta de entrada prioritária de um sistema hierarquizado e 
regionalizado de saúde; 
• Território definido; 
• População delimitada - no máximo, 4 mil habitantes. 
 
Busca permanente de comunicação e troca de 
experiências e conhecimentos entre os integrantes 
da equipe multiprofissional, com valorização do 
saber popular do Agente Comunitário de Saúde. 
 
Ações das Equipes com as Famílias 
• Intervir sobre os fatores de risco aos 
quais as famílias estão expostas; 
• Prestar assistência integral, permanente 
e de qualidade; 
• Estabelecer vínculos coesos favorecendo 
o compromisso e corresponsabilidade da 
população/famílias no processo de 
manutenção da saúde; 
• Estimular a organização das 
comunidade/famílias para exercer o 
controle social das ações e serviços de 
saúde; 
 
Ações das Equipes com as Famílias 
• Utilizar sistemas de informação para 
alimentar banco de dados e auxiliar o 
monitoramento e a tomada de decisões; 
• Atuar de forma intersetorial, por meio de 
parcerias estabelecidas com diferentes 
segmentos sociais e institucionais, de 
forma a intervir em situações que 
transcendem a especificidade do setor 
saúde; 
Gerar efeitos impactantes sobre as 
condições de vida e saúde dos indivíduos-
famílias-comunidades 
Abordagem familiar das Equipes 
•Compreender a família enquanto espaço de 
desenvolvimento individual e de grupo; 
 
•Compreender a família de forma integral e sistêmica; 
 
•Identificar as características nucleares das famílias; 
 
•Identificar as características familiares provenientes 
das relações sociais; 
 
•Compreender a dinâmica e organizações familiares; 
( Ministério da Saúde, 2000) 
• Perceber e compreender as crises da dinâmica 
familiar; 
 
• Compreender os aspectos biopsicossociais da 
abordagem familiar sistêmica; 
 
• Identificar processos de violência intrafamiliar e 
abordá-los de forma integral, sistêmica, 
interdisciplinar, intersetorial, e de acordo com 
preceitos legais existentes. 
( Ministério da Saúde, 2000) 
Abordagem familiar das Equipes 
 “A abordagem sistêmica reconhece que a relação 
entre a dinâmica familiar e uma problemática de 
saúde é complexa, sendo impossível distinguir 
claramente os efeitos diretos de uma sobre a outra. 
Pode-se porém, observar uma co-evolução, na qual a 
dinâmica familiar influencia a evolução da doença e 
esta, por sua vez, influencia a dinâmica da família 
que sendo outra irá interferir na evolução da doença, 
num processo contínuo ao longo do tempo”. 
 
(Galera & Luis, 2002) 
Núcleo de Apoio à Saúde da Família - 
NASF 
 Criados para apoiar a inserção da ESF na rede de serviços e 
ampliar a abrangência e o escopo das ações da Atenção Primária, 
bem como sua resolutividade. 
 
 Portaria GM nº 154, de 24 de Janeiro de 2008, republicada em 04 deMarço de 
2008 e revogada em 2011, MS/ GM N°2488 de 21 outubro 2011. 
 
 O NASF deve ser constituído por equipes compostas por 
profissionais de diferentes áreas de conhecimento, para atuarem 
em conjunto com os profissionais das Equipes de SF, 
compartilhando as práticas em saúde nos territórios . 
 
 
Estratégia de Saúde da Família 
 
 
 Desde sua operacionalização em 1994 
apresenta um crescimento expressivo. 
 
1998 
Evolução da Implantação das Equipes Saúde da Família 
BRASIL - 1998 - SETEMBRO/2010 
1999 
2000 
2001 
2002 
2003 
2004 
2005 
2006 
2007 
2008 
 
2009 
 
2010 
Agosto 2011 
Situação de Implantação de Equipes de Saúde da Família, 
Saúde Bucal e Agentes Comunitários de Saúde 
BRASIL - AGOSTO 2011 
 
Em síntese… 
• A ESF deve realizar assistência integral (promoção e 
proteção da saúde, prevenção de agravos, 
diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção 
da saúde) às famílias, na Unidade de Saúde, no 
domicílio e demais espaços comunitários, em todas 
as fases do desenvolvimento humano: infância, 
adolescência, idade adulta e terceira idade. 
 
(BRASIL, 2006) 
AÇÕES DE SAÚDE ATUAIS 
• As ações com as famílias são baseadas nas diferentes 
fases do desenvolvimento humano: infância, 
adolescência, idade adulta e terceira idade. 
 
• Os Cadernos de Atenção Básica contribuem no 
fortalecimento das ações desenvolvidas por todos os 
profissionais de saúde. 
 
• Além de ser fonte de informação auxiliam na 
implementação do modelo assistencial de atenção 
básica. 
Experiências da ESF em 
Maringá- Paraná 
INFÂNCIA 
- Puericultura; 
- Prevenção a obesidade infantil; 
- Bolsa Família; 
- Programa do “leite das crianças” 
- Rede de Prevenção a Violência; 
SISVAN (Sistema de Vigilância alimentar e Nutricional). 
ADOLESCÊNCIA 
- Grupos de adolescentes; 
- Ações nas instituições (Isis Bruder, Espaço Verri, Centros esportivos, escolas); 
- Bolsa família. 
- Rede de Prevenção a Violência; 
 
IDADE ADULTA / IDOSO 
- Grupos Hiperdia; 
- Grupo de Diabéticos; 
- Grupo de convivência; 
- Saúde do homem; 
- Saúde da mulher; 
 - Grupo de gestantes; 
- Tabagismo; 
- Cuidadores. 
Saúde para o Trabalhador 
Matriciamento e capacitações 
-GTH 
-Saúde mental 
-Atividade física 
- EMPACS 
-APSUS 
AÇÕES DE SAÚDE, DILEMAS, DESAFIOS E PERSPECTIVAS NA ATENÇÃO A FAMÍLIA 
 
DESAFIOS 
• Expansão e estruturação de uma rede de UBS que permitam a 
atuação das equipes na proposta da saúde da família; 
• Contínua revisão dos processos de trabalho das equipes de 
saúde da família; 
• A elaboração de protocolos assistenciais integrados 
(promoção, prevenção, recuperação e reabilitação) dirigidos 
aos problemas mais freqüentes do estado de saúde da 
população, com indicação da continuidade da atenção, sob a 
lógica da regionalização, flexíveis em função dos contextos 
estaduais, municipais e locais; 
 
DAB 
 
Desafios 
• ações que visem o fortalecimento das estruturas gerenciais 
nos municípios e estados com vistas a: programação da 
atenção básica, supervisão das equipes, supervisão dos 
municípios, supervisão regional, uso das informações para a 
tomada de decisão; 
• revisão dos processos de formação. Educação em saúde com 
ênfase na educação permanente das equipes, coordenações e 
gestores; 
• a definição de mecanismos de financiamento que contribuam 
para a redução das desigualdades regionais e para uma 
melhor proporcionalidade entre os três níveis de atenção; 
 
DAB 
 
Desafios 
• a institucionalização de processos de acompanhamento, 
monitoramento e avaliação da atenção básica; 
 
• ações articuladas com as instituições formadoras para 
promover mudanças na graduação e pós-graduação dos 
profissionais de saúde, de modo a responder aos desafios 
postos pela expansão e qualificação da atenção básica, 
incluindo a articulação com os demais níveis de atenção. 
 
 
 DAB 
 
Desafios: visão dos trabalhadores 
 
• Superar subfinanciamento 
 
• Empreender Valorização profissional 
 
• Adequar infra-estrutura física, material e recursos 
humanos 
 
 
Dilemas 
• Como efetivar realmente a Integralidade das 
ações dado o enorme SUBFINANCIAMENTO 
 
• Como efetivar práticas de Promoção e 
Prevenção se a lógica que impera é 
CURATIVISTA 
 
• Como efetivar acolhimento e humanização de 
práticas se os trabalhadores não percebem 
tais posturas do gestor para com eles 
Perspectivas 
MELHORA 
 
• ACESSO 
 
• QUALIDADE 
 
• FINANCIAMENTO 
PESQUISA 
 Atenção a família: desafios da Atenção Básica 
 
Objetivo Geral 
 
 Verificar se há consenso entre os profissionais 
de nível superior das equipes da ESF de 
Maringá-PR e o Departamento de Atenção 
Básica (DAB) no que tange aos desafios 
elencados para a consolidação da ESF no 
âmbito do SUS 
Objetivos específicos 
• Apresentar os desafios elencados pelo 
Departamento de Atenção Básica (DAB) para a 
consolidação da ESF no âmbito do SUS 
 
• Verificar se a perspectiva do MS no que se 
refere aos desafios para a consolidação da ESF 
no âmbito do SUS é condizente com a 
perspectiva dos profissionais de nível superior 
que compõem a ESF 
Metodologia 
• Estudo exploratório-descritivo 
• Quantitativo 
• Efetivado por meio de questionários 
estruturados

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