Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
HEMOFILIAS CASO CLÍNICO 1 Criança, 4 anos, sexo masculino, história de trauma direto na língua. O paciente foi inicialmente tratado com medidas locais pela mãe e, como não houve melhora do quadro, procurou um dentista que realizou uma limpeza local e fez uso de cefalexina domiciliar. Após persistência dos sintomas deu entrada no pronto socorro com sangramento e hematoma na língua, onde foi realizado desbridamento e hemostasia local pelo serviço de buco-maxilo. Após melhora, recebeu alta. Dois dias depois o paciente retornou ao hospital com aumento do hematoma lingual, necessitando da realização de dois novos desbridamentos e iniciado investigação laboratorial. Resultados significativos: Fator VIII- 4.4% (VR: 70 – 150%), TTPa >68 segundos (VR: 15 - 25 segundos), TAP 10 segundos (VR: 10 15 segundos). O paciente foi tratado por 14 dias com Amoxicilina e Clavulanato e 6 dias de Ácido Tranexâmico. Evoluiu bem, seguiu em acompanhamento hospitalar, onde disponibilizarão fator VIII sempre que houver sangramento. Provas de coagulação: ● TAP: normal ● PA: AUMENTADO → via intrínseca (12, 8, 9) ● plaquetas: normal ● fibrinogênio: normal ● vit K: normal ● PCR: normal PORQUE OS PACIENTES SANGRAM? - Depósitos de fibrina insuficientes para se obter a hemostasia. - Ausência da ativação do inibidor de fibrinólise ativado pela trombina. HEMOFILIA Distúrbio hereditário ligado ao sexo X - Hemofilia A - clássica: fator 8 - Hemofilia B - doença de christimas: fator 9 HEMOFILIA A ● Distúrbio de coagulação ● Sangramento com risco a vida ● Traço recessivo ligado ao cromossomo X 1/5000 homens 80% dos casos de hemofilia ● História familiar ● 30% dos casos são causados por mutações adquiridas ETIOLOGIA - mutações no gene codificante do fator VIII - localização: qX - Heterogeneidade nas mutações causadoras: deleções, mutações nonsense (começa transcrever mas não consegue terminar), mutações geradoras de erros no splicing de RNA m O QUE DETERMINA A SEVERIDADE DA DOENÇA? Nível de atividade do fator VIII - grave: atividade >1% → inversão no cromossomo X (40% inversão no intron 22) - moderada: atividade 2 - 5% - leve: atividade 6 - 50% → mutações que permitem a síntese de algum fator VIII ativo QUADRO CLÍNICO: hemorragias desde a infância (quando a criança começa a engatinhar): - traumas (mesmo de baixo impacto) - procedimentos simples 0bs: quando não descoberto na infância se nota quando os dentes nascem. - sangramento de língua e garganta (grave) → broncoaspiração - hematúria - hematêmese - melena Hemorragias espontâneas (regiões sujeitas a traumas): ● hemartroses (sangue no espaço articular → inflamação e perda de mobilidade) → o que leva o paciente ao consultório - joelhos, cotovelos, tornozelos, ombros, coxofemorais, punhos - recorrentes: artropatia crônica → se fizer punção vai ter predominando as células sanguíneas A recorrente inflamação a longo prazo começa a remover além das células sanguíneas que extravasam, comece a ser espesada a cápsula articular, cápsula sinovial, tirar cartilagem → deformidade da articulação (artropatia crônica) - exercício físico é contraindicado Hematomas (espontâneos ou após um trauma) limitados: - Dissecação: fibrose (perda de função) e contratura excessiva (perda de mobilidade da articulação) - Compressão: nervos (dor, perda de sensibilidade, manter contratura ou perder capacidade de contratura) e vasos (isquemia, necrose e perda de função) Hematoma muscular no antebraço: - paralia ● mão em benção - mediano ● mão em garra - ulnar - síndrome de Volkman → por isquemia (necrose, perde capacidade de movimentação da musculatura, atrofia do músculo, área de contratura) Hematoma no íleo - psoas: Comprometimento do nervo femoral: - dor → flexão da coxa - parestesia → hiperestesia - diminuição da força do quadríceps - paralisia dos músculos da coxa Pseudotumor hemofílico - reabsorção incompleta do sangramento CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: - história familiar e pessoal de sangramentos - TTPa: prolongado - TAP: normal - Atividade de fator VIII= reduzida *Necessário para diagnóstico TRATAMENTO: Reposição do fator deficiente: - fator 8 recombinante Terapia de substituição: - concentrado liofilizado de fator 8 - 20 - 30% dos pacientes desenvolvem inibidores do fator 8 Inibidores de fibrinólise HEMOFILIA B (DOENÇA DE CHRISTMAS) - distúrbio clinicamente indistinguível da deficiência do fator 8 (hemofilia A) - mutações no gene que codifica o fator 9 - condição herdada como um traço recessivo ligado ao cromossomo X - TTPa: prolongado - TAP: normal - análise do fator IX é necessário para o diagnóstico - a doença é tratada com infusões de fato IX SISTEMA ARTERIAL CORAÇÃO - Veia cava superior - Veia cava inferior - Átrio direito - Valva tricúspide - Ventrículo direito - Tronco pulmonar - Veias pulmonares - Átrio esquerdo - Valva mitral - Ventrículo esquerdo - Aorta - Artéria coronária direita - Artéria nodal - Artéria marginal - Artéria interventricular posterior - Artéria coronária esquerda - Artéria interventricular anterior - Artéria circunflexa RAMOS DA AORTA - Tronco braquiocefálico - Carótida comum direita - Subclávia direita - Carótida comum esquerda - Subclávia esquerda - artéria coronária direita → septo interatrial → artéria nodal (IAM) - obstrução descendente posterior → fibras de purkinje → impulso → causar prejuízo INFRADIAFRAGMÁTICA IRRIGAÇÃO DO ABDÔMEN - Parte abdominal da aorta - Tronco celíaco (hepática comum, gástrica esquerda e esplênica) - Mesentérica superior - Renais Mesentérica inferior - Gonadais - Ilíacas comuns - Ilíaca interna - Ilíaca externa IRRIGAÇÃO DO MEMBRO INFERIOR - Femoral - Femoral profunda - Femoral superficial - Poplítea - Tibial anterior - Tibial posterior - Fibular SUPRADIAFRAGMÁTICA IRRIGAÇÃO DA FACE - Carótida externa - Artéria facial - Artéria labial inferior - Artéria labial superior - Artéria nasolateral - Artéria angular - Artéria supratroclear - Artéria supraorbicular - Artéria maxilar - Artéria temporal superficial - Ramo frontal - Ramo parietal IRRIGAÇÃO DO ENCÉFALO - Artéria vertebral - Artéria basilar - Artérias cerebrais posteriores - Artérias comunicantes posteriores - Carótida interna - Artérias cerebrais médias - Artérias cerebrais anteriores - Artéria comunicante anterior IRRIGAÇÃO DO MEMBRO SUPERIOR - Axilar - Braquial - Braquial profunda - Radial - Ulnar IRRIGAÇÃO DO TRONCO - Artéria subclávia - Artéria intercostal suprema - Aorta torácica - Artérias intercostais posteriores - Torácica interna - Artérias intercostais anteriores - Artéria musculofrênica - Artéria epigástrica superior HEMOSTASIA Processo responsável pela manutenção do sangue em estado líquido no interior dos vasos sanguíneos e que também permite a formação rápida de um tampão hemostático no local de uma lesão vascular. Componentes da hemostasia: • Endotélio • Plaquetas • Cascata de coagulação FASES DA HEMOSTASIA: VASOCONSTRIÇÃO - Vão ser mediados pelos agentes neurogênicos do vaso sanguíneo. - O endotélio vai liberar endotelina. HEMOSTASIA PRIMÁRIA - Agregação plaquetária, mudança da conformação da plaqueta, para cobrir a lesão do vaso sanguíneo. - Ao expor o colágeno vai ter o fator de VW, mediando a ligação de matriz celular com a plaqueta circulante. - Mudança da conformação da plaqueta pelo próprio citoesqueleto. - Grânulos da plaqueta: alfa e densos. Fazendo a degranulação, facilitando a liberação de ADP e tromboxano A2. - ADP: facilita a ativação das proteínas da coagulação. - TxA2: vasoconstrição e forte ativador de agregação plaquetária, recrutando mais plaquetas e possibilitando que elas se agreguem. HEMOSTASIA SECUNDÁRIA - ADP: para formar uma camada fosfolipídica em cima das plaquetas - Ativação da cascata de coagulação, produção de fibrina produzindo fixação do tampão plaquetário. - O complexo fosfolipídio vai segurar cálcio e permitir que a coagulação aconteça no local da lesão. - Fator tecidual (FIII) inicia a via extrínseca para aumentar a trombina e clivagem de fibrinogênio em fibrina para conseguirformar um tampão estável. TROMBO E EVENTOS ANTITROMBÓTICOS - Ativação dos eventos antitrombóticos - Conforme o trombo vai formando vai ativando a fibrina. ENDOTÉLIO E HEMOSTASIA: PROPRIEDADES ANTITROMBÓTICAS: Efeitos antiplaquetários: - Esconde a MEC - Prostaciclina (PGI2): vasodilatação, atua como detrusor da plaqueta. - Óxido Nítrico (NO): vasodilatador, diminuindo aproximação com a plaqueta. - Adenosina difosfatase: degrada ADP Efeitos anticoagulantes: (impede formação de fibrina) - Moléculas semelhantes à heparina - Trombomodulina - Inibidor da via do fator tecidual: inibe a via intrínseca Efeitos fibrinolíticos: - Ativador de plasminogênio tecidual (t-PA): quando ativado é convertido em plasmina, que degrada a fibrina, dando origem aos produtos de degradação de fibrina. Efeitos anticoagulantes: - Heparina vai interagir como cofator da antitrombina III, que impede a ativação de trombina - Também pode inativas fator Xa - Inativar tambem: IX e IIX - Trombomodulina: converte trombina em anticoagulante, fazendo com que a trombina ativa a proteína C. A proteína C se junta à proteína S e atua em fatores da proteólise da coagulação. PROPRIEDADES PRÓ-TROMBÓTICAS: Efeitos plaquetários: - Exposição da MEC Efeitos pró-coagulantes: - Fator tecidual: ativa a via extrínseca Efeitos anti-fibrinolíticos: - Inibidores do ativador de plasminogênio tecidual (t-PA) PLAQUETAS E HEMOSTASIA - formam um tampão hemostático - recrutam e concentram fatores de coagulação ativados Grânulos α Expressam: P-selectina nas membranas Contêm: - Fibrinogênio - Fibronectina - Fatores V e VIII - Fator plaquetário 4 - Fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF) - Fator de crescimento transformador-β (TGF-β) Grânulos densos Contêm: - ADP e ATP: segurar o fator de coagulação - Cálcio ionizado - Histamina - Serotonina - Epinefrina Após lesão endotelial ocorre: • Adesão e mudança na forma plaquetária • Secreção de grânulos • Agregação CASCATA DE COAGULAÇÃO • Finalidade: formação de trombina Complexo: Enzima (fator de coagulação ativado) + substrato (fator de coagulação inativado) + cofator (vitamina k) Cálcio para segurar. • Fatores II, VII, IX e X + cálcio: da adição de um grupo γ-carboxila a resíduos de ácido glutâmico nessas proteínas. Esses fatores dependem da Vitamina K A ativação da cascata de coagulação só pode acontecer depois que tiver agregação plaquetária, degranulação. FIBRINÓLISE Liberação do fator ativador do plasminogênio, que converte em plasmina e degrada fibrina em subproduto de degradação da fibrina que é o D-dímero. A alta 2 impede que a plasmina ativa circule na corrente sanguínea. FORMAÇÃO DO TROMBO: Lesão endotelial, hipercoagulabilidade e fluxo sanguíneo anormal. Estados de hipercoaguláveis: Primários (genéticos): Comuns: - mutação no gene do fator V (mutação G1691A; fator V de leiden) - Mutação no gene da protrombina (variante G2O21OA) Coagulação Intravascular Disseminada CASO 1: Homem, 44 anos, hepatite C, cirrose e doença renal crônica, procurou atendimento no pronto-socorro por estado mental alterado e nível de amônia acima de 400 µmol/L (11-51 µmol/L). O paciente recebeu lactulose; no entanto, seu estado mental piorou a ponto de precisar de intubação. Os sinais vitais na admissão na unidade de terapia intensiva (UTI) em 23 de outubro foram: pressão arterial, 120/84 mmHg; frequência cardíaca, 107 batimentos/min; frequência respiratória, 18/min; e temperatura, 36,5 ºC. Os seguintes resultados laboratoriais foram obtidos na admissão: WBC, 20,1×109 (3,7- 10,3 × 10 9 ); sódio, 111 mmol/L (136-145 mmol / L); potássio, 5,7 mmol/L (3,7-4,8 mmol/L); hemoglobina (Hb), 13,5 g/dL (13,7-17,5 g/dL em homens); contagem de plaquetas, 253 × 109 /L (155-369 × 10 9/EU); razão normalizada internacional (INR), 1,4 (0,9-1,2); tempo de protrombina (PT) 13,5 segundos (9,6-12,5 segundos); tempo de tromboplastina ativada (aPTT), 34 segundos (19-30 segundos); e creatinina, 5,8 mg / dL (0,8-1,3 mg / dL). Em 23 de outubro, o paciente começou a tomar vancomicina, piperacilina / tazobactam e fluidos devido à preocupação com sepse associada à síndrome da resposta inflamatória sistêmica e falência de múltiplos órgãos, bem como valores laboratoriais mostrando uma alta contagem de leucócitos. Seus sinais vitais pioraram nas 24 horas seguintes, e ele ficou hipotenso, necessitando de tratamento com norepinefrina e 6 L de solução salina normal em 24 de outubro. Sua função renal continuou a declinar, para a qual ele recebeu terapia de substituição renal contínua em 25 de outubro. Uma paracentese foi realizada para descartar sangramento peritoneal e um líquido vermelho (que mostraram ser eritrócitos no laboratório) foi notado na torneira. Aparentemente o paciente havia desenvolvido hemoperitônio multifocal espontâneo. Ele recebeu concentrados de hemácias, plasma fresco congelado, plaquetas e vitamina K para tratar seu sangramento peritoneal, que parou em 26 de outubro. Alguns dias depois, ele continuou a precisar de norepinefrina, mas eventualmente seus sinais vitais e valores laboratoriais se estabilizaram. Durante os próximos dias, ele pareceu melhorar clinicamente, mas descobriu-se que tinha cultura de sangue positiva com isolamento de enterococos resistentes à vancomicina (VRE). Em 29 de outubro, ele começou a tomar daptomicina, linezolida, trimetoprima / sulfametoxazol e fluconazol para tratar sua infecção atual, e sua vancomicina e piperacilina / tazobactam foram suspensas. Ele permaneceu hemodinamicamente estável, então foi retirado dos compressores e extubado no dia 1º de novembro. Ele estava em processo de transferência para fora da UTI, mas infelizmente durante a noite o paciente ficou obtuso e hipotenso. Os seguintes valores laboratoriais (intervalo de referência) foram obtidos pouco depois da meia-noite de 4 de novembro: INR, 2,6 (0,9-1,2); PT, 25,9 segundos (9,6-12,5 segundos); aPTT, 44 segundos (19-30 segundos); Hb, 5,8 g / dL (13,7-17,5 g / dL); contagem de plaquetas, 34 × 10 9 / L (155- 369 × 10 9 / L); D-dímero, 8,6 mg / L (<1,5 mg / L); e fibrinogênio, 53 mg / dL (150-450 mg / dL). Houve ressangramento do peritônio. Foram solicitados plasma fresco congelado, crioprecipitado, plaquetas e concentrados de hemácias, mas o paciente teve parada cardíaca e morreu antes que todos os hemoderivados pudessem ser administrados 1- Qual a provável hipótese diagnóstica para o caso apresentado? R: Sepse que evoluiu para CIVD aguda 2- Qual a explicação mais provável para o estado mental alterado do paciente? R: Amonia elevada → encefalopatia hepática (tratada com lactulose); e também: encefalopatia hepática, ascite, disfunção renal: hiponatremia e hipercalemia. Obs: Lactulose: aumenta o peristaltismo, aumentando a excreção. 3- Qual a explicação do hemoperitônio? 4- A partir de quais parâmetros podemos diagnosticar o CIVD nesse caso? 5- Trata-se de um CIVD agudo ou crônico? R: agudo 6- Qual o provável fator desencadeante de CIVD nesse paciente? Explique CIVD é um distúrbio trombo hemorrágico agudo, subagudo ou crônico caracterizado pela ativação excessiva da coagulação, que leva a formação de trombos na microvasculatura do organismo. CONSEQUÊNCIA DA DIÁSTASE TROMBÓTICA: - consumo de plaquetas - consumo de fatores de coagulação - consumo de fibrina - ativação da fibrinólise O QUE É MICROCIRCULAÇÃO? Locais de troca MACROCIRCULAÇÃO Distribuidora O QUE DESENCADEIA A CIVD? - gestação - neoplasia - infeccao: choque septico, fundos, virus, malaria - inflamação - animais peçonhentos - transfusão 1. liberação do fator tecidual ou de outros fatores tromboplastinas na circulação 2. lesão difusa das células endoteliais Lesão endotelial + inflamação - exposição da MEC - aumento do TNF → aumento do fator tecidual (ativo via extrínseca) + diminuição da trombomodulina (transformar trombina em um anticoagulante) → estado pró trombótico → aumenta as moléculas de adesão para leucócitos → EROS e proteases - infecções bacterianas → endotoxinas → lesão direta, diminuição da trombomodulina e TNF - deposiçãode complexos Ag-Ac (doença autoimune) → ativação de leucócitos, ativação da via clássica do sistema complemento. Fatores liberados pela placenta - placenta em complicações obstétricas (pré-eclâmpsia) → aumento de sFItI e endoglina, diminuição da VEGF e TFG-B → diminuição da angiogênese, NO e PGI2 → disfunção endotelial e hipercoagulabilidade - placenta em complicações obstétricas (pré-eclâmpsia → tromboplastina FISIOPATOLOGIA - destruição tecidual maciça - liberação de produtos da concepção → eclâmpsia → líquido amniótico - lesão endotelial → sepse Tudo culmina na liberação do fator tecidual → oclusão vascular (total ou parcial)→ lesão isquêmica ou a hemácia se choca no trombo → se essa hemácia continuar na circulação vai gerar esquisozito (anemia hemolítica microangiopática) - Plasmina → aumenta fibrinólise → aumenta D-dímero (subprodutos da degradação do fibrinogênio) → inibidor da agregação plaquetária e polimerização da fibrina ● SNC → ACV QUAIS SÃO OS ÓRGÃOS MAIS AFETADOS PELA CIVD? Fluxo sanguíneo precisa chegar primeiro. Ordem de acometimento: - cérebro → encéfalo → favorecido - coração - pulmões → troca - rins → excreção - adrenais - baço - fígado Doença: - infecção - choque séptico gram -, Rickettsia (carrapatos), bactérias gram +, fungos, vírus, malária - Reação de transfusão incompatível com ABO - pancreatite aguda - aborto septico, embolia de liquido mniotico - leucemia promielocítica aguda - lesão cerebral - trauma e lesão por esmagamento - queimaduras - hipotermia/hipertermia - êmbolos de gordura - tumores vasculares - veneno de mordida de cobra - rejeição de transplante QUAIS SÃO OS ASPECTOS CLÍNICOS NA CIVD? - pacientes obstétricas com complicações na gravidez - pacientes com carcinomatose APRESENTAÇÃO CLÍNICA - dispneia - cianose e insuficiencia respiratoria - convulsões e coma - choque - insuficiência circulatória súbita ou progressiva - oligúria e insuficiência renal aguda - anemia hemolítica microangiopática - = ou > 5 é compatível com DIC aguda - Se estiver sangrando → plaquetas, hemoderivados e injeção de vit K, ativando a cascata. - Obstrução → trombolítico - Anticoagulante → para o trombo não evoluir - Tratar causa primária - Repetir os exames diariamente para ver a efetividade dos exames - O prognóstico é obscuro, não dá para saber como vai ser a evolução. Distúrbios Mieloproliferativos CASO CLÍNICO: Menino, 12 anos. Procurou serviço médico acompanhado de sua mãe para realizar exames de rotina após três anos sem realiza-los. Após a realização do hemograma foi solicitado pelo laboratório coleta de nova amostra para confirmação de resultado que apresentou valores elevados para eritrócitos 8.24 milhões/mm3, hematócrito de 55,0% , hemoglobina de 18 g/dl e plaquetas 910.000/ mm3. O paciente não apresenta sintomas e não haviam casos anteriores na família, o resultado foi repetido novamente desta vez em diferente laboratório apresentando resultados muito próximos do exame anterior. O paciente foi encaminhado para um hematologista e iniciou o uso de AAS para evitar a formação de trombos. Foi realizada a dosagem de eritropoetina que mostrou um valor de 0,9 mU/ml (VR. 2,6 a 18,5 mIU/mL). Ao realizar ultrassonografia abdominal foi evidenciado aumento nas dimensões do baço. O paciente foi submetido a três flebotomias uma por semana durante 3 semanas para manutenção do hematócrito para níveis normais, com a finalidade de minimizar eventos trombóticos, e os resultados encontrados um dia após a última sangria foram: ▪ Eritrócitos: 7,53 milhões/mm3 ▪ Hematócrito: 51% ▪ Hemoglobina: 16.2 g/dl ▪ Leucócitos: 18800/mm3 ▪ Plaquetas 1240.000/mm3 O mielograma colhido do osso esterno apresentou a seguinte descrição: ▪ Medula Óssea: Hipercelular com diluição (esfregaços espessos devido ao número aumentado de hemácias) ▪ Série Eritrocitária: Hipercelular com maturação conservada, megaloblastose discreta. ▪ Série Granulocítica: Hipercelular com maturação conservada. ▪ Série Linfoplasmocitária: Normocelular ▪ Série Megacariocítica: Hipercelular com numerosos grumos de plaquetas. Também foi solicitado pesquisa da mutação JAK2 V617F e o resultado foi positivo. Alterações laboratoriais, biópsia, exame de imagem? Laboratorial: - eritrócitos aumentados - hematócritos aumentados - hemoglobina aumentada - leucócitos aumentados - plaquetas aumentadas - eritropoetina diminuída Imagem: - USG abdominal: aumento nas dimensões do baço → esplenomegalia Mielograma: - medula óssea: hipercelular com diluição (esfregaços espessos devido ao numero aumentado de hemacias) - série eritrocitária: hipercelular com maturação conservada, megaloblastose discreta - série granulocítica: hipercelular com maturação conservada - série linfoplasmocitária: normocelular - série megacariocítica: hipercelular com numerosos grupos de plaquetas - pesquisa da mutação JAK2 V617F e o resultado foi positivo Linhagem? - mieloide (porque a hemácia, plaquetas e leucócitos estão aumentados) HD? - Policitemia vera AE? - mutação JAK2 V617F POLICITEMIA Contagem de hemácias elevada, geralmente com aumento correspondente ao nível de hemoglobina. Tipos: - Relativa: hemoconcentração: vômito, diarreia, privação de água, uso excessivo de diuréticos - Absoluta: → primária: policitemia vera, mutações no REpo → secundária: compensatória, paraneoplásica, Hb aumentada afinidade o2, estabilização de HIF- 1alfa (fator induzido por hipóxia) POLICITEMIA VERA - 3 linhagens alteradas - aumento de plaquetas, granulócitos (basófilos, neutrófilos e eosinófilos) e hemácias Etiologia Mutações pontuais ativadoras na JAK-2 Patogênese Jak-2: sinalização dos receptores de Epo, TPO, IL-3, G-CSF e GM-CSF 97% dos pacientes: V617F Receptor da eritropoetina, sem o hormônio ele fica inativo, assim a JAK fica silenciada. Em situação normal a eritropoetina se liga e ativa a JAK ativando uma linha de sinalização que ativa a transcrição de genes que levam a diferenciação e proliferação. Quando tem a mutação na JAK, ela é fosforila independente da eritropoetina, tendo proliferação independente (de fator de crescimento) de estímulo e ela é sustentada. Aspectos Clínicos - início insidioso - acomete adultos de meia idade (>60 anos) - pode ser assintomático a maior par - sintomas: - trombose, - hemograma de rotina alterado Aumento da massa eritrocitária, Ht, viscosidade → prejuízo no retorno venoso → cefaleia, vertigem, fraqueza, hipertensão → face pletórica (rubor), cianóticos - 40% dos pacientes: prurido após banho quente: aumento de temperatura é um estímulo para a degradação de mastócitos e basófilos → liberando prostaglandina e histamina que geram prurido. - eritromelalgia: dor em queimação nos dedos → por conta da estase Aumento da massa eritrocitária, Ht, viscosidade → trombose → 30% antes do diagnóstico → 40 - 60%: primeiros anos após o diagnóstico - IAM, AVC, trombose de veias hepáticas, trombose de veias mesentéricas, insuficiência renal aguda - sangramentos na mucosa são comuns: algumas plaquetas não são maduras e suficientemente boas. ex: sangramento nariz, TGI (pode dar o hemograma normal por esse sangramento) SÉRIE VERMELHA → critério diagnóstico ↑ Eritrócitos ↑ Ht(48 ou 49%) ↑Hb (16 ou 16,5 g/dL) ↑Reticulócitos SÉRIE BRANCA ↑Leucócitos ↑Granulócitos PLAQUETAS ↑ plaquetas - plaquetas gigantes - função plaquetária alterada MO → critério diagnóstico - hipercelular (panmielose) (linhagem mieloide → eritrocitário, granulocítica e megacariocítica) Mutação: JAK-21 617 ou éxon 12 → critério diagnóstico ↓eritropoetina Critério maior: série vermelha, MO, mutação Critério menor: eritropoetina - diagnóstico: 2 maiores e um menor Tratamento: Manutencao ma massa de eritrócitos bem próxima dos níveis normais - sangria: 400 - 500 ml de sangue, de 4 em 4 dias, pode causar ferropenia → estende o tempo de vida para 10 anos - não pode dar ferro - hidroxiureia: inibe ribonucleotídeo redutase (fase S), redução doHt<45%, redução das plaquetas <400.000 - interferon a (imunomoduladora, anti-proliferativa): reduz a proliferação dos progenitores,reduz a esplenomegalia, reduz o prurido, alto custo e muitos efeitos colaterais - anagrelida: redução da hiper maturação dos megacariócitos, inibe a agregação plaquetária - ácido acetilsalicílico: antiagregante plaquetário (bloqueio da COX → tromboxano A2). Reduz a incidência de IAM e AVC, reduz a incidência de IAM e AVC e episódios hemorrágicos graves. Objetivo terapêutico - Ht<45% - Leucocitos <10000/uL - Plaquetas<400000/uL - Baço normal - Assintomático Evolução Em 10 anos 20% dos pacientes evoluem para: - fase de exaustão - mielofibrose → depósito de colágeno na MO po fibroblastos não neoplásicos (substituição por tecido fibroso) Megacariócitos neoplásicos: - TGF - B - PDGF Curso: - anemia normocromica normocitica (moderada a grave) - leucoeritroblastose - leucopenia - trombopenia - 2% dos pacientes evoluem para LMA (secundário: muito agressiva) Fase de exaustão: - esplenomegalia - hepatomegalia - hematopoiese extramedular TROMBOCITEMIA ESSENCIAL Aumento na produção de plaquetas (trombocitose sustentada) Etiologia: - mutação na JAK2 (50%) - mutação na MPL (5-10%) - mutação na calreticulina (sinalização JAK-STAT) Critérios diagnósticos para TE: - contagem de plaqueta persistente > 450.000/uL - BMO com hiperplasia megacariocítica com megacariócitos de morfologia normal, sem aumento significativo das demais linhagens. - Ausência de critérios para LMC, PV, mielofibrose primaria, mielodisplasia ou outra neoplasia mieloide. - Presença de JAK2V617F ou outro marcador clonal, sem evidência de trombocitose reacional. Quadro clínico: Semelhante a PV Tratamento: Semelhante a PV
Compartilhar