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REDAÇÃO 3 - Luto e Melancolia O anseio por alguma coisa perdida

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REDAÇÃO - EXERCÍCIOS DE PSICANÁLISE
MÓDULO 02
Luto e Melancolia: O anseio por alguma coisa perdida.
O luto, de modo geral, pode ser explicado como um processo, um conjunto de reações de emoções a uma perda importante, normalmente acontece com a morte de uma pessoa muito próxima, muito querida, algo muito impactante. Quanto maior o apego, maior será o sofrimento do luto. Normalmente envolve graves afastamentos do que consideramos rotinas normais, não precisamos considerar o luto como uma condição patológica que necessite uma atenção médica ou algum tratamento, pois o luto normalmente é superado após certo tempo, e qualquer interferência nesse período pode ser prejudicial. 
Quando a pessoa está vivendo o luto podem ser observados alguns estágios, não é uma regra ter todas essas reações emocionais, nem todas as pessoas vivem todas as fases, às vezes um estágio ou outro.
Durante o processo do luto pode ocorrer o estagio da negação que é quando a ausência não é aceita e a negação é vista como uma proteção dessa ruptura deixando a morte como um assunto pendente e ao mesmo tempo aliviando essa perda de controle. Explosões de raiva é outro estágio, pode ser direcionado a algum objeto, lugar ou até pessoa vista como culpada pela perda. Também pode ser uma raiva menos específica, direcionada a uma atitude, ao tempo ou até mesmo a Deus, outro ponto seria o estagio da negociação e barganha, onde a pessoa enlutada tenta buscar uma chance de superar a morte procurando novos comportamentos. É possível que a pessoa busque novos hábitos, seja mais gentil, pratique a caridade, se envolva com projetos sociais, se torne atleta, tudo para preencher o vazio da perda e compensar a solidão, mas existe um risco nessa barganha, quando esse novo hábito não satisfaz o suficiente, pode causar uma frustração e levar o luto para outro estágio de sofrimento podendo desestabilizar a saúde emocional que seria o estagio de depressão onde o sujeito é levado por uma tristeza profunda, um grande vazio que torna tudo sem sentido, desinteressante. Em algumas pessoas, as mesmas influências produzem melancolia em vez de luto, por isso, suspeitamos de que essas pessoas possuem uma disposição patológica.
A pessoa melancólica bem como o enlutado tem como característica a diminuição da autoestima, grande desânimo, o interesse pelo mundo vai acabando, intensa inibição para realizar qualquer atividade além de perder a capacidade de amar. O fato de estar perdendo o interesse pelo mundo exterior faz com que a pessoa que está no processo de melancolia se feche completamente no seu mundo interno e se mantém vivendo em um profundo estado de egocentrismo. A principal diferença entre o luto e a melancolia é que na melancolia existe uma importante diminuição da autoestima, o seu EU vai deixando de ser importante a ponto de se sentir uma pessoa desprezível diante dos outros, fazendo críticas severas a si mesmo, além desse delírio de inferioridade podemos incluir insônia, falta de apetite e todas as outras características do luto.
A melancolia também pode ser definida como reação a uma perda de um objeto amado, perda de algo que não precisa necessariamente ter morrido ou existido, é simplesmente perder algo que seria objeto de dedicação e amor. Em alguns casos a pessoa sofre a perda sem exatamente saber o que foi perdido, sabe-se, por exemplo, quem se perdeu, mas não sabe o que se perdeu nessa pessoa, no melancólico não se consegue ver exatamente o que foi perdido. 
O melancólico primeiro faz a escolha do objeto do qual ele conecta de maneira narcísica com a libido de determinada pessoa por meio da identificação, depois com a decepção, desapontamento com o objeto amado, acontece a perda desse objeto que leva a uma destruição da relação objetal. Como resultado, Freud (1917) explicita: 
“A catexia objetal provou ter pouco poder de resistência e foi liquidada. Mas a libido livre não foi deslocada para outro objeto; foi retirada para o ego. Ali, contudo não foi empregada de maneira não especificada, mas serviu para estabelecer uma identificação do ego com o objeto abandonado. Assim a sombra do objeto caiu sobre o ego e este pôde dai por diante, ser julgado por um agente especial, como se fosse um objeto abandonado (p. 281).”
E o que pode ser feito para superar essa tristeza profunda e deixar de ser uma pessoa melancólica? Na verdade não existe uma receita, cada pessoa é única. Algumas conseguem ressignificar, olhar o lado positivo dessa tristeza e transformar essa energia em algo bom e produtivo. A melhor coisa a se fazer é tentar se uma pessoa melhor, se conectar com os seus sentimentos, valorizar as suas relações pessoais, cuidar da sua saúde física e mental, se esforçar para tornar as coisas melhores, ser uma pessoa melhor, ser grato, se cercar de pessoas positivas, certamente isso fará você se sentir uma pessoa cada vez melhor consigo mesma. 
Aceitar ajuda é fundamental, assim como aproveitamos os bons momentos com as pessoas, precisamos estabelecer laços de confiança para nos abrir nos momentos de maior angústia, dificuldade e tristeza. Identificar quem você pode confiar é importante para confiar nelas suas emoções, e se mesmo assim ainda encontrar alguma resistência na mudança desse sentimento, o melhor a se fazer é buscar ajuda de uma pessoa capacitada. Terapia não é só para quem está triste ou com problemas, terapia é para todos, e mais do que trabalhar essas sensações ruins ou pontuais, o especialista poderá te ajudar a encontrar diversos caminhos e habilidades positivas que em momentos de melancolia não conseguimos enxergar. 
Obs: Esse texto é uma criação exclusiva, 100% autoral e de minha responsabilidade, inspirado nos meus estudos e leituras sobre diversos temas.

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