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1 UNIVERITAS UMA ANÁLISE DAS EMOÇÕES VIVIDAS PELA PERSONAGEM JULIA, NO FILME “COMO ESQUECER” Clayton Toste de Porencio / 01395438 Claudiney Genilhu de Almeida / 1413807 Taynara Santiago Pereira / 1440039 Rafael Antônio Pedrosa Caldeira / 01418554 Resumo Este artigo tem como objetivo descrever sobre a psicologia “emoção”, tendo como objetivo da análise a manifestação da emoção tristeza, vivenciada pelos personagens Julia, Lisa, e Hugo. Todo ser humano vai expressar uma emoção em algum momento da sua vida, mas será que todos expressam da mesma forma? Pode ser que, apesar da emoção ser inata, nem todos irão vive-la com a mesma intensidade. Todo ser humano passa momentos de fortes emoções, sejam elas: medo, raiva, tristeza, alegria, surpresa e desprezo. Todo individuo é singular, ele é único no modo como agir, como pensar, e também como sentir. No decorrer da observação da emoção “tristeza” manifestada pelos personagens Julia, Lisa, Hugo observou-se que cada personagem teve um modo único em lidar com essa emoção. Summary: This article aims to describe the psychology of emotion, having’s object of analysis the manifestation of emotion sadness experienced by the characters Julia, Hugo. Lisa. Every human being will express an emotion at same point in life. But do 2 they all express the same way? It may be that although emotion for same is innate not everyone will experience it to the same degree. Every human being goes though strong emotions. Be they : fear, anger, sadness, joy , surprise, dismay every individual is unique ,ne is unique in how to act, how to think and also how to feel; Duryng the observation of the sadness emotion express by the characters’ it was observed tha each on had a way of kidar with this emotion. Palavras-chaves: Emoção. Singularidade. Tristeza. Luto. Medo Keyword: Emotion. Singularity. Sadness; Grief. Fear; Introdução O que são emoções? Como identificar uma emoção? Como lidar com elas? Todas essas perguntas têm respostas, e tentaremos aqui esclarecer de forma mais clara possível. De acordo com, (Gazzaniga et al, 2018, p 404) “uma emoção é uma resposta negativa ou positiva, imediata, especifica para eventos ambientais ou pensamentos internos”. Quem nunca passou por um momento de raiva ou tristeza? Todo individuo provavelmente em algum momento da vida já experimentou um período momentâneo de fúria e tristeza. Provavelmente todo individuo já experimentou uma perda, já viveu um luto, já passou por momentos de desprezo ou de grande tristeza. Não é muito difícil identificar quando alguém esta passando por uma forte emoção, podemos tomar como exemplo alguém que sofre uma fechada no transito, essa pessoa começa a alterar sua voz e a bravejar com o outro sobre o incidente causado pela fechada, nitidamente percebemos que essa pessoa esta com muita raiva, pois manifestou algumas respostas fisiológicas e comportamentais, (Gazzaniga et al, 2018 p.404). De acordo com, (Gazzaniga et al, 2018 p. 405) as emoções básicas ou primarias são inatas evolutivamente adaptativas e universais, enquanto as emoções secundárias são misturas de emoções primárias. Com o pressuposto de que, as emoções são universais e inatas, mas vividas de forma 3 diferente, até mesmo por causa da singularidade do indivíduo, nos resta agora a tarefa árdua de explicar como lidar com elas, para tal, tomaremos os personagens Julia, Hugo, e Lisa como exemplo. Todos os personagens experimentaram fortes emoções, cada um respondendo de forma diferente. Tristeza e suas implicações emocionais. Provavelmente em algum momento da vida, todo sujeito vai experimentar um período de solidão. Estar solitário ou ficar solitário é algo natural a qualquer espécie, visto que também o indivíduo, é um ser independente. Contudo, é muito comum alguém ser abandonado, seja esse abandono em um ambiente coletivo (por não aceitação de um determinado grupo) ou de algum indivíduo. O sentimento do abandonado poderá gerar muitas complicações emocionais ao individuo. Uma emoção gerada pelo estado do abandono pode ser a tristeza ou até mesmo a raiva. Durante uma cena a personagem Julia se questiona o que é o contrário do amor? Basicamente muitos diriam que é o ódio, mas um dos sentimentos contrário ao amor é a própria raiva. O sentimento de angústia produzido pela tristeza do abandono acaba gerando um sentimento de raiva. Cria-se uma relação entre amor e ódio pela outra pessoa, ao mesmo tempo em que amo eu também odeio. O medo do abandono criou no indivíduo um estado de perplexidade e dúvida. “Desde o dia em que Antônia foi embora da minha vida, eu me pergunto; o que é o contrario do amor? Pra maioria o contrário do amor é o ódio, não muito obvio. Cheguei à conclusão que, o contrario do amor é o estado permanente de perplexidade.” (Como esquecer. Direção: Malu de Martino. Produção: Elisa Tomomelli. Brasil: Europa filmes, 2010.) Como deixar de amar tão rapidamente, seria possível? Ou não seria a emoção, gerando uma de suas funções básicas no individuo? A emoção é uma resposta negativa ou positiva imediata específica para eventos ambientais ou 4 pensamentos internos (Gazzaniga et al, 2018, p.404). Internamente, o sofrimento, produz uma necessidade de resposta diante de tudo que está sendo produzido dentro do indivíduo, pelo sentimento do abandono. O indivíduo não deixa de amar, mais busca compensar a dor produzida pelo vazio deixado pelo outro, de alguma forma busca-se uma tentativa mesmo que inconsciente de alívio imediato, pela sensação da dor produzida pela emoção tristeza. Nem sempre os indivíduos abandonados vão experimentar as sensações do abandono da mesma forma. O ser humano é singular, ele é único na sua forma de ser, sentir e, reagir às emoções produzidas, sejam essas emoções positivas ou negativas, eles não reagem da mesma forma aos estímulos produzidos pelas emoções, todos sentem fortes emoções, mais não irão manifestar com a mesma intensidade. De acordo com, (Gazzaniga et al,2018, p.404) “para os psicólogos, a emoção tem três componentes: um processo fisiológico, uma resposta comportamental e uma sensação que é baseada na avaliação cognitiva da situação e interpretação dos estados corporais”. Nota-se que, enquanto diante da perda e abandono, Julia se recolhe ao estado de tristeza e melancolia, Lisa ao fazer o aborto tomado por um sentimento de culpa e tristeza entra no seu quarto e liga o som no último volume. Essa diferença de reação, diante das experiências vividas pelas atrizes demonstra que, apesar de todo indivíduo passar pela emoção raiva, tristeza, medo, devido seus componentes fisiológicos, comportamentais e uma sensação que é baseada na avaliação cognitiva, da situação e interpretação dos estados corporais, o sujeito enquanto atribuído também de uma subjetividade não reagirá da mesma forma a estímulos semelhantes. 5 O medo do Luto, uma experiência a ser vivida. Quem não sofreu uma perda repentina, com certeza vai passar por este momento em algum período da sua existência. Todo indivíduo, enquanto ser que socializa, vai passar pela experiência da perda. Há muitas formas de vivenciar a frustração de ter perdido algo de muito valor, uma delas é o luto. O valor atribuído a um objeto ou a uma pessoa pode ser determinante para intensidade do sofrimento. O sofrimento produzido pela perda ou o abandono é também uma espécie de luto. Estamos acostumados a associar luto somente com a morte, agora, não é a morte uma espécie de separação? O luto é o sofrimento por uma perda, devido à separaçãode uma pessoa ou de um objeto ao qual foi atribuído muito valor. Este processo é algo normal na vida de todo indivíduo, não a como fugir do sofrimento produzido pela ausência do outro, mas a como apreender a lidar com essa dor produzida pelo vazio deixando pelo outro ou talvez pelo objeto que se atribuía muito valor sentimental. Digo objeto, porque pode ser qualquer perda, de um emprego ou amputação de algum membro do corpo. Dentro do contexto que estamos descrevendo usaremos perdas concretas pelos personagens Julia e Hugo. Apesar da dor e sofrimento enfrentado por Hugo com a perda de seu companheiro, nota-se que ele é alguém de uma grande autoestima, um fator de suma importância para superação da dor e do vazio deixado pela perda de seu companheiro. O bom humor e alegria, o qual o personagem demonstra nas cenas em que aparece contracenando também favorecem para sua melhor recuperação. O bom humor é um fator importante nesta fase, pois libera algumas substancias químicas associadas ao bem estar: endorfina e serotonina. Quando falamos de humor precisamos destacar que de acordo com, (Gazzaniga. Et; al; 2018. P404) “humores são estados emocionais difusos, que não tem um objeto ou gatilho identificável. Não se identifica na trama o por que de Hugo ser bem humorado, mas percebe-se que este bom humor é, fundamental para sua recuperação. Em vez de interromper o que está acontecendo, eles influenciam o raciocínio e o comportamento”. Em uma cena do filme, o personagem reencontra os pais de seu falecido companheiro: “A mãe do Pedro começou a falar coisas, a lembrar de coisas, e aquilo foi me dando um vazio, uma angustia uma 6 saudade” ( Como esquecer. Direção : Malu Martino. Produção : Elisa Tomomelli. Brasil: Europa Filmes, 2010) Esta cena demostra a influência do ambiente que produziu uma emoção ( tristeza), o comportamento de Hugo diante da emoção foi imediato, com reações fisiológicas e comportamentais ( lagrimas nos olhos , cabisbaixo ), mais não permanente, pois observa-se que, na próxima cena do filme a sua alegria e bom humor ao estar ensaiando para a peça de teatro. O que acontece com Hugo é basicamente o que aconteceu com Julia, uma separação, uma ruptura de toda uma vida construída e talvez sonhada. Provavelmente a aceitação diante da perda, o viver de suas dores e o reconhecer de suas fraquezas o ajudam para passar por esse período de luto. Por sua vez, nota-se que a personagem Julia é alguém que apesar de alguns momentos de alegria no inicio do filme, quando está em viagem, é uma pessoa reservada, arrisco a dizer introvertida. “Dividir a casa com outras pessoas pode nos dar certas alegrias, um conforto pelo calor do rebanho, mais é também uma perturbação continua“ ( Como esquecer. Direção: Malu de Martino. Produção: Elisa Tomomelli: Brasil: Europa Fimes.2010). A experiência de dividir as aflições tem um papel fundamental para a ajuda na superação do luto. Se abrir para a socialização, em vez de se recolher em uma concha ou buscar o isolamento, ação muito característica de indivíduos que estão passando por um momento de tristeza devida a perda ou ate mesmo devido ao abandono, que consequentemente se tornou em um período de luto. Ajuda essa que ajudara tal individuo a compreender que ele não é o único que sofre, e que tem dores e angústias. Vencer o medo e busca essa interação é fundamental para a abertura de novas experiências. O luto é um processo individual, onde cada um 7 interpreta e sente a sua dor e o medo do vazio de formas diferentes, mais quando este indivíduo consegue vencer o medo e a tristeza gerada pelo próprio abandono, e busca essa interação, então alcança uma experiência de compartilhamento de dores e sensações, porque ao vivenciar a dor do outro, de alguma forma o individuo percebe que não é o único que sofre. A personagem Julia, ao perceber que não é a única que sofre pela tristeza e medo da perda, ela se abre e experimenta o cuidado mútuo com os outros, ela percebe ao vivenciar a dor do próximo, cuidando do sofrimento e tristeza de Lisa, que ela ( Julia), não era a única que estava sofrendo pela tristeza e medo do abandono. Essa percepção da tristeza do outro, da qual o individuo se envolveu de certa forma o faz aprender a lidar com sua própria tristeza. O medo criado pelo abandono vai sendo vencido pela experiência em lidar com o sofrimento do outro. CONSIDERAIS FINAIS: Apreender lidar com as suas próprias emoções não é uma tarefa simples. Apesar dos fatores genéticos, os fatores ambientais e culturais também são determinantes para moldar os comportamentos e até mesmo, algumas emoções. Nem sempre todas as mesmas coisas, terão o mesmo significado para todas as pessoas, seres humanos geneticamente podem até ser iguais, mais são diferentes na formação da sua psique. Pensam e agem de formas diferentes, porque foram criados e educados de formas distintas. No filme percebemos três pessoas que passaram por fortes emoções, respondendo cada um de uma forma diferente. Conclui-se então que, a uma imprevisibilidade de como o indivíduo vai se comportar diante das mais variadas emoções, ou até mesmo diante da mesma emoção, pode haver uma resposta diferente diante da situação. 8 Bibliografia : GAZZANIGA, M. HEATHERTON, T. HALPERN, D. MEMORIA. IN: ___. Ciência Psicológica. 5ª Edição. Porto Alegre, 2018. COMO ESQUECER. Direção: Malu de Martino. Produção de Elisa Tolomelli. Brasil: Europa Filmes, 2010. .
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