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PROJETO DE EMBALAGENS PROF. JONER DE LIMA DIAS Reitor: Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira Pró-Reitoria Acadêmica Maria Albertina Ferreira do Nascimento Diretoria EAD: Prof.a Dra. Gisele Caroline Novakowski PRODUÇÃO DE MATERIAIS Diagramação: Alan Michel Bariani Thiago Bruno Peraro Revisão Textual: Luana Cimatti Zago Silvério Marta Yumi Ando Renata da Rocha Produção Audiovisual: Adriano Vieira Marques Márcio Alexandre Júnior Lara Osmar da Conceição Calisto Gestão de Produção: Aliana de Araújo Camolez © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande re- sponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a socie- dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conhec- imento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivên- cia no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de quali- dade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mer- cado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira REITOR 33WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 01 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................ 4 1. A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EMBALAGEM .......................................................................................................... 5 2. AS FUNÇÕES DA EMBALAGEM ............................................................................................................................... 6 3. O MERCADO DE EMBALAGENS NO BRASIL .......................................................................................................... 9 4. A EMBALAGEM E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR.............................................................................. 10 4.1 A DIVERSIDADE DE NICHOS ENTRE CONSUMIDORES ......................................................................................11 4.2 A MOTIVAÇÃO DE COMPRA DO CONSUMIDOR ................................................................................................ 12 5. DESIGN PARA O CLIENTE: DO BRIEFING À LINHA DE PRODUTOS ................................................................... 13 5.1 A INOVAÇÃO COMO PONTO DE PARTIDA ........................................................................................................... 13 5.2 O BRIEFING COMO FERRAMENTA DE ESTRATÉGIA ......................................................................................... 14 5.3 NOVOS PRODUTOS, NOVAS EMBALAGENS ....................................................................................................... 15 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................................................17 EMBALAGEM: HISTÓRICO E CONCEITOS PROF. JONER DE LIMA DIAS ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: PROJETO DE EMBALAGENS 4WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Atualmente, vivemos rodeados de informações, produtos e processos, com os quais convivemos, às vezes, sem perceber que esses produtos estão inclusos em nossas vidas e, muitas vezes, de forma inseparável. A embalagem é um desses objetos com os quais dividimos nosso cotidiano, quando vamos ao mercado para uma compra rápida, entramos no setor de bebidas, compramos uma garrafa de água mineral. Ao sair do mercado, às vezes, já com a garrafa vazia, nem nos damos conta de como a sede foi saciada por um período de tempo e jamais imaginaremos – naquele instante – porque a garrafa de água contém “apenas” 500 ml do líquido do qual estava em busca. Todos esses detalhes não foram apenas acasos do cotidiano, mas sim um grande e trabalhoso processo de criação e desenvolvimento de um produto denominado embalagem. Para produzir uma garrafa de água que, muitas vezes, é descartada na lixeira do supermercado, houve um processo longo de estudos. Esses estudos são originados em princípios de design, marketing, engenharia, administração, psicologia, entre outros fundamentos. Para que os fundamentos de design – como recorte de um projeto – possam ser aplicados, é necessário compreendê-los e colocá-los em prática no projeto. Nesta unidade, o aluno poderá conhecer e obter noções a respeito das origens da embalagem e sua evolução histórica, compreender na íntegra as principais funções da embalagem, suas características e suas influências. É necessário também que o designer, antes de iniciar um projeto de embalagens, saiba que os usuários, mesmo que desatentos ao ato, possam utilizar o produto sem maiores implicações. Conhecer e prever o comportamento do consumidor é uma tarefa essencial para que o projeto possa sair da fase de criação e ganhar o respeito nas gôndolas de grandes centros de comércio. Entender a relação da embalagem com a economia de uma região, país ou continente, a exemplo do Brasil, faz do profissional de design um estrategista e não apenas um projetista. Portanto, o design de embalagem não é apenas projetar um invólucro em 3D e desenhar elementos gráficos em volta. É projetar desejos, comportamento, cultura, economia e, principalmente, a responsabilidade ambiental. 5WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EMBALAGEM A embalagem tem suas funções primárias nos atos de proteger e carregar. De acordo com a etimologia da palavra, embalagem vem do verbo embalar que, em sentido livre, significa acondicionar (mercadorias e objetos) para proteger e transportar, ou até mesmo balançar o berço para adormecer uma criança. Portanto, o ato de aconchegar um bebê é ilustrado pela embalagem, que tem o mesmo cuidado com a proteção e o transporte de um produto ou mercadoria. O surgimento da embalagem remonta também aos primórdios da civilização humana. Anteriormente, as primeiras tribos ou grupos de pessoas eram nômades, ou seja, tinham suas características sociais baseadas na extração. Para sobreviver, as pessoas caçavam e se alimentavam imediatamente. Porém, com a evolução da sociedade mais sedentária e a fixação de grupos de pessoas em um local, houve a necessidade de se alimentar e de conservar o alimento por mais tempo. Para caçar ou colher frutas e sementes na natureza, o homem necessitava de algo que pudesse armazenar e transportar esses alimentos (MESTRINER, 2007). De acordo com Negrão e Camargo (2008), os primeiros registros de embalagens datam cerca de 2000 a.C. Essas “embalagens” eram confeccionadas de materiais propriamente naturais, como o couro, fibras vegetais, entranhas de animais, frutos e folhas. Ainda de acordo com os autores, o acondicionamento do alimento em “embalagens” permitiu ao homem prolongar os períodos entre as caças, pois poderiam guardar os alimentos e saciarem a fome e sede quando tinham necessidade. A evolução da embalagem também mescla com a evolução da sociedade e da tecnologia. À medida que surgem novos materiais e o homem aprende a manusear e tratar tais materiais, as embalagens, como todo produto desenvolvido industrialmente, também evolui para atender as necessidades do mercado.Com a descoberta do vidro pelos fenícios, as embalagens tiveram seu primeiro salto na evolução e esse material, ainda hoje, é muito utilizado no emprego de embalagens pelas suas características físicas e químicas (Figura 1). O vidro é inerte e não reage com substâncias, portanto ainda hoje, uma grande variedade de alimentos, perfumes e medicamentos é acondicionada e transportada em embalagens produzidas em vidro. Figura 1 – Vaso romano em vidro do século IV. Fonte: Pilkington (2019). 6WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Com relação aos processos de produção das embalagens, anteriormente eram feitas artesanalmente em baixas quantidades, apenas para atender a necessidade imediata das pessoas. Eram produzidas exatamente na medida em que se precisava e para transportar o que se objetivava. Com o aumento da oferta de produtos alavancada pela Revolução Industrial no século 18, as embalagens ganharam também o espaço na produção seriada, dando início a um grande mercado paralelo aos produtos industrializados, pois a embalagem também passou a ser considerado um produto tão importante quanto a mercadoria a qual ela protegia e transportava (NEGRÃO; CAMARGO, 2008). Mesmo com o início da produção seriada, as embalagens ainda tinham, em suas características, duas finalidades distintas: proteger e transportar. Se observarmos os aspectos estéticos e comunicacionais do desenvolvimento do setor, vamos constatar que, até o final do século 20, as embalagens estavam estreitamente relacionadas a movimentos artísticos e seus rótulos refletiam estas referências visuais. Podemos reconhecer, nas embalagens do período, movimentos como o Art Noveau e o Art Déco. Em alguns casos, não havia sequer o nome do produto estampado no rótulo. O aspecto visual restringia-se ao caráter estético. Não existia ainda a dimensão mercadológica do produto. As indústrias não tinham descoberto o conceito de marca como valor agregado do produto (NEGRÃO; CAMARGO, 2008, p. 26). De acordo com Stewart (2009), o advento que marcou a evolução industrial e comercial da embalagem foi a criação do mercado de autosserviço no século XX. Por volta dos anos 1950, logo após a Segunda Guerra Mundial, os países, principalmente os Estados Unidos, tinham altos investimentos nos pontos de self-service de mercadorias de varejo. Esse modelo foi copiado na Europa e, nos anos 1960, o autosserviço se tornou um modelo de compras realmente estabelecido no mundo. Com a evolução da tecnologia de produção dos eletroeletrônicos domésticos, como a geladeira, freezers, micro-ondas, entre outros produtos, promoveram-se alterações no comportamento de compras das pessoas. Agora podiam realizar compras em intervalos maiores (semanais ou mensais em vez de diárias), manter os produtos por mais tempo em despensas e refrigeradores. As embalagens acompanharam a evolução. Não tinham apenas o papel de proteger e transportar, mas também participavam das decisões de venda e da promoção nos locais onde eram depositadas (os pontos de venda) (STEWART, 2009). 2. AS FUNÇÕES DA EMBALAGEM Para Stewart (2009), a embalagem possui três fundamentos, ou como citadas pelo autor, as funções primárias, são elas: conter, proteger e identificar. A função de conter da embalagem é entendida como a manutenção da integridade do produto o qual a embalagem está protegendo. A embalagem deve conter o produto de forma que esse conteúdo não vaze, quebre ou se desfaça. Esse período deve ser compreendido durante todo o ciclo de vida da embalagem, ou seja, do momento de seu envase até a utilização do conteúdo protegido pela embalagem. E uma embalagem cujo conteúdo tenha um tempo determinado para consumo, como, por exemplo, uma embalagem de sabão líquido, deve conter o produto e manter sua integridade até o fim de sua utilização. 7WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A proteção de um produto (conteúdo) é uma importante função da embalagem, pois, durante o transporte, manuseio, armazenagem etc., uma embalagem deve proteger o conteúdo de diversas intervenções como umidade, odores, radiação, luz, temperatura, entre outros. Por isso, para a escolha da embalagem, bem como de seu formato, material e produção para um determinado produto e/ou conteúdo, é de muita importância o conhecimento sobre o conteúdo, suas particularidades, sua forma de distribuição e a resistência máxima com relação a percalços e intempéries. E a terceira função primária compreende a identificação do produto ou conteúdo (Figura 2). É necessário que as embalagens tenham a identificação de qual conteúdo elas trazem. Muitas embalagens têm, por exigência regulamentada, textos e informações sobre o conteúdo em rótulos ou espaços impressos. Porém, a identificação da embalagem em mercados de consumo tem outra função, que é a de qualificar o produto por meio do branding e a diferenciação do produto em um ponto de venda. Isso dá à embalagem o poder de marketing de venda do produto e posiciona um nicho de mercadoria no comportamento do consumidor (STEWART, 2009). Figura 2 – Identificação do produto pela embalagem. Fonte: O Globo (2019). Portanto, esses são os fundamentos primários de uma embalagem, mas ao se considerar o que a embalagem deve “fazer”, há também a percepção do que as embalagens podem promover, pois, além das funções primárias, em cada uma dessas funções, há a possibilidade do que uma embalagem pode proporcionar. É nesse aspecto que designers podem se atentar para os projetos de desenvolvimento e elaborar produtos que realmente façam a diferença entre os demais em um ponto de venda. Contenção pode ser estendida ao servir; por exemplo, um tubo de pasta de dentes não apenas contém a pasta, mas serve também. A forma como ela o faz é parte da experiência do consumidor e influenciará a escolha do consumidor na seleção de produtos e marcas. A eficiência em servir da embalagem está ligada ao sucesso ou o fracasso da sua marca. [...] A função de proteção pode ser expandida para prover maiores níveis de escolha por meio da preservação do produto e dá uma vida de prateleira estendida. Produtos frescos podem ser preservados de diversas formas com o objetivo de estender sua vida útil. Porém antes da embalagem não havia tantas formas assim de se preservar alimentos. [...] A expansão da identificação como uma função é provavelmente a área mais significativa do design de embalagem. 8WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Ela se modificou de uma simples identificação de um produto para a criação de uma imagem de branding e de comunicação de forma interessante e poderosa. Para produtos de varejo, a comunicação mais importante se situa no ponto de venda (STEWART, 2009, p. 4-5). O designer deve estar atento ao comportamento do consumidor a respeito das embalagens, considerando que o final do caminho, ou o sucesso de vendas, não é o momento em que o consumidor escolhe um produto e o leva para a casa. Pois é aí que se inicia o processo da fidelização ou o fracasso de uma embalagem. Muitos produtos são utilizados por longo período de tempo e são manipulados, realocados e armazenados em diversos momentos. Prateleiras, refrigeradores, armários etc. são apenas alguns dos caminhos que uma embalagem toma após ser escolhida no mercado, por exemplo. Isso se torna parte importante na experiência de uso do consumidor. A embalagem é aberta, utilizada e devolvida no local de armazenamento, por isso seu processo de fechamento, acomodação e proteção do conteúdo deve se manter em pleno funcionamento da mesma forma de quando essa mesma embalagem estava nos pontos de venda. Para Stewart (2009), o valor de uma marca se dá pelo processo de uso de uma embalagem, a forma como fecha a tampa ou sua facilidade de armazenamento. Tais qualidades proporcionam um feedback ao usuário e isso elevará a imagem do produto e,consequentemente, da marca, por meio da eficiência da embalagem. Entre brincar com uma boneca ou com uma garrafa de amaciante de roupas, o que uma criança escolheria? Uma campanha feita pelo governo dos Países Baixos mostrou que os produtos de limpeza chamam mais a atenção que os brinquedos para grande parte das crianças. Utilizando uma câmera escondida, um software capaz de monitorar os movimentos oculares e também um monitor cardíaco, a agência publicitária Lemz fez um curioso experimento para mostrar como os produtos de limpeza, com suas embalagens coloridas e indiscretas, atraem não apenas os consumidores em potencial, mas também as crianças. Por isso, no desenvolvimento de uma embalagem, aspectos como segurança na manipulação, informações visuais, cores e tamanhos devem ser fundamentais nos critérios de decisão no projeto. Disponível em: <https://revistacrescer.globo.com/Criancas/Seguranca/noticia/2015/10/ campanha-alerta-para-o-perigo-de-deixar-produtos-de-limpeza-ao-alcance-das- criancas.html> . 9WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 3. O MERCADO DE EMBALAGENS NO BRASIL No Brasil, a produção industrial de embalagem gera cerca de 200 mil postos de trabalho e corresponde a aproximadamente 1,5% do PIB. A produção de embalagens no Brasil é também considerada como um medidor de movimentação econômica no país, pois se há o aumento na produção de embalagens, apresenta consequentemente um aumento da produção econômica de commodities (MESTRINER, 2007). De acordo com Mestriner (2007), o rápido crescimento do mercado de embalagens no Brasil foi o resultado do aumento de vendas ao consumidor por lojas de autosserviço. Os supermercados, que exigem, cada vez mais, produtos já embalados, foram a causa do avanço no mercado de embalagens. Em 1960, no Brasil, havia cerca de 60 lojas de autosserviço e esse número abastecia cerca de 1,5% da população. Dez anos depois, em 1970, o número de lojas subiu para 2.200, o que promoveu o abastecimento de 23% dos brasileiros. Atualmente, existem aproximadamente 70 mil lojas de autosserviço, as quais abastecem 75% da população nacional. Com relação ao mercado como um todo, o Brasil ainda é considerado uma grande economia em ascensão, pois aqui se encontram grandes empresas multinacionais. Muitos parques fabris assentados em todo o território nacional produzem desde computadores, calçados e inúmeros outros tipos de produtos e equipamentos até veículos, aviões e demais produtos pesados. A maioria desses produtos necessita ser embalada, armazenada e transportada (Figura 3) e é no design de embalagem que o mercado espera que os produtos possam ter o destino seguro e útil até chegarem ao alcance do consumidor. Figura 3 – Embalagens para exportação no Brasil. Fonte: GS1 Brasil (2016). 10WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA No Brasil, de acordo com Mestriner (2007), a Associação Brasileira de Embalagem (ABRE), uma entidade de classe empresarial, reúne toda a cadeia produtiva envolvendo o desenvolvimento e o mercado de embalagens, reúne os melhores profissionais e agências de design que trabalham de forma integrada para a resolução das diversas demandas por embalagens em todo o território nacional. Um dos grandes aspectos impulsionadores do mercado de embalagem no Brasil são as exportações e, quando a economia está em pleno crescimento, o mercado de embalagem chega a obter margens de crescimento de aproximadamente 9,5% ao ano. Isso ocorreu nos anos 2000. Porém, alguns setores de mercado ainda continuam em desenvolvimento frequente, como é o caso do mercado de bebidas no Brasil, que cresce cerca de 6% a cada ano, seguido dos mercados de perfumaria, sabões e detergentes, e demais produtos de limpeza. Outro setor que registra crescimentos consideráveis é o de vestuário e acessórios, com crescimento de 5% (MESTRINER, 2007). Diante dos dados, o que se pode ter como referência é o crescimento, ainda que de maneira lenta, do mercado de embalagens no Brasil, impulsionado pelo aumento de produtos manufaturados sendo vendidos internamente ou enviados à exportação. O design deve acompanhar e evoluir sempre onde há uma inovação de produtos, pois um fator importante que deve ser levado em consideração é que, com o surgimento de novas tecnologias, materiais e produtos, devem-se desenvolver e aprimorar novas embalagens carregadas de novas atribuições e funcionalidades. 4. A EMBALAGEM E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR De acordo com Mestriner (2007), para o desenvolvimento de um produto, seja ele de qualquer nível, é extremamente importante que se conheça o consumidor. Para o autor, existem muitos especialistas que se dedicam à missão de identificar, qualificar e entender os hábitos e comportamentos do consumidor. Esse comportamento não se resume apenas ao ato da compra, mas a todo o cotidiano, às características e à identidade de um público. As grandes empresas sempre possuem profissionais que seguem monitorando o comportamento de seu público-alvo consumidor. Essas atividades são muito importantes em tomadas de decisões a respeito de um lançamento de novos produtos ou o reposicionamento de um produto no mercado. Entender o comportamento do consumidor é, muitas vezes, um trunfo que uma empresa possui perante o concorrente em um ponto de venda. Segundo Mestriner (2007), a marca que não conhece seu consumidor, além de estar em desvantagem em relação à concorrente, ainda pode cometer frequentes erros de identidade em seus produtos. O consumidor não separa a embalagem do produto (para ele, os dois componentes constituem uma única entidade). Na escolha de produtos aos quais o consumidor atribui grande importância, predominam os aspectos emocionais na decisão de compra (o preço, nesse caso, não é fator determinante, mas sim o “valor” atribuído ao produto. E a embalagem é um item cada vez mais relevante no processo de escolha dos produtos de consumo (MESTRINER, 2007). 11WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Uma população de um país ou continente não possui comportamentos únicos. Grandes fatores como cultura, educação e evolução socioeconômica alteram cotidianamente o comportamento e as atitudes de uma sociedade. Stewart (2009, p. 55) afirma, em seus exemplos, que “[...] nos anos 1980 foram as barreiras de classe, educação, religião, filiação política e problemas de sexo que ajudaram a criar e identificar a diversidade dentro da população”. Hoje em dia, na Grã-Bretanha de pós-produção, os estilos de vida são diferentes. As pessoas estão menos envolvidas com as barreiras tradicionais, movendo-se para uma sociedade mais igualitária, um mercado de massa de indivíduos, onde as diferenças são menos aparentes. A demografia fica menos relevante onde a distribuição de riqueza e a escolha de estilos de vida passam a ser de maior significância. Mesmo que a transposição de uma sociedade de classes seja bem- vinda, ela introduziu novas ansiedades (STEWART, 2009, p. 55). 4.1 A Diversidade de Nichos entre Consumidores Com o dinamismo de uma sociedade diante da evolução socioeconômica, muitos nichos de perfis surgem entre uma população. As famílias são alteradas; pais separados, por exemplo, geram famílias com comportamentos distintos de famílias tradicionais, consideradas anteriormente. Com isso, o comportamento de consumo também é alterado. As empresas que alcançam essa percepção compreendem que existe um nicho de público- alvo que necessita de atenção a respeito de seus novos comportamentos. Portanto, novos produtos ou novos redesigns (Figura 4) são lançados para atender o consumo desse público. Embalagens com quantidades menores, por exemplo, é a resposta para atender um público de pessoas solteiras ou separadas que moram sozinhas. Esse perfil de população tem notório crescimento entre as sociedades. E as marcas estão atentas às “novas”necessidades de consumo. Figura 4 – Redesign da embalagem da Coca-Cola ao longo de décadas. Fonte: Coca-Cola Mania (2018). 12WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Portanto, para entender o consumidor, é necessário conhecê-lo. Mestriner (2007) define que, para o entendimento sobre o comportamento de um público-alvo, é necessário realizar pesquisas com o objetivo de responder a seguinte pergunta: “quem é, afinal, o nosso consumidor- alvo?” Existem muitas metodologias para tal pesquisa, mas muitos designers se utilizam da ferramenta da criação de um painel com imagens e fatos a respeito do público-alvo e essa composição se torna um retrato do consumidor de forma abrangente: as ações, os desejos, as ansiedades, as crises, entre outros sentimentos. 4.2 A Motivação de Compra do Consumidor Segundo Mestriner (2007), a motivação de compra do consumidor hoje em dia vai muito além do simples abastecimento das necessidades “triviais” de uma casa. O público, muitas vezes, não escolhe o produto cegamente apenas porque precisa higienizar a casa ou fazer suas refeições em casa semanalmente. Há o comportamento complexo do consumidor a respeito de uma linha de produtos, e ali estarão todas as marcas que competem no mercado, apresentando os “motivos” pelos quais se deve adquirir “esse” e não “aquele”. O processo de escolha de um produto, no entanto, segue padrões em uma sequência variável. O primeiro fator é a disponibilidade do consumidor em adquirir o produto, o que pode ser compreendido como seu poder aquisitivo para tal ação ou se o produto se inclui em suas necessidades de compra. Quando um usuário não tem o costume de tingir seus cabelos, por exemplo, toda a linha de produtos destinados a esse fim está, certamente, fora de seu interesse enquanto consumidor. Com relação àqueles produtos que estão em suas relações de compra, o processo de escolha segue também caminhos identificáveis. Primeiro é o conhecimento do produto. Nesse ponto, as marcas conhecidas e estruturadas no mercado levam vantagem pela confiança e por transmitirem segurança ao consumidor. “Assim, se eu consumo um produto líder, famoso, de marca forte, estou por dentro, eu me incluo, faço parte do lado forte do consumo” (MESTRINER, 2007, p. 17). O outro mecanismo de escolha pelo consumidor é a presença na gôndola, ou seja, o produto disponível no ponto de venda. Ao chegar à gôndola de um supermercado (Figura 5), por exemplo, na busca por um certo tipo de produto, a primeira ação do consumidor é a informação das opções que se encontram disponíveis. Nem sempre estarão todos os produtos concorrentes disponíveis. Portanto, na gôndola, um outro fator entra em ação: o poder da embalagem. Aí entram os princípios da embalagem de acordo com o comportamento do consumidor. 13WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Figura 5 – Decisão e escolha do consumidor na gôndola. Fonte: Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (2018). O produto precisa chamar a atenção, é preciso evidenciar a presença do produto na gôndola. Assim que chamar a atenção do consumidor para “si”, o segundo passo é informar com clareza e rapidamente as características e as qualidades do produto. Só então, se houver o interesse do consumidor em adquirir o produto, ele consultará o preço para avaliar suas possibilidades econômicas para tal. Em resumo, a embalagem também possui o papel de transmitir a sensação de que o produto vale o preço a ele estipulado (MESTRINER, 2007). 5. DESIGN PARA O CLIENTE: DO BRIEFING À LINHA DE PRODUTOS 5.1 A Inovação como Ponto de Partida Atualmente, o que se vê em estratégias em empresas e marcas é o termo inovação. Ser inovador hoje significa estar à frente de um mercado extremamente concorrido e oferecer produtos e/ou serviços com características inéditas. Baxter (2011) afirma que o processo de inovação em uma empresa não ocorre de forma rápida. Existe um período e investimento para que a inovação se torne algo realmente palpável dentro de uma corporação. Mas, afinal, do que se trata a inovação? Inovar pode ter diversos resultados, mas quando se trata do termo envolvido em relações empresariais, a inovação significa um novo investimento no comportamento de uma empresa. Esse comportamento vai desde a tecnologia empregada no desenvolvimento de produtos ou serviços até o relacionamento entre as pessoas, de forma geral, que estão envolvidas com a empresa. Em outras palavras, inovar significa ressignificar o conceito de uma empresa por meio de um novo produto, serviço ou tecnologia. No caso do design de embalagens, a inovação é um termo essencial para que o relacionamento design – marca – consumidor seja cada vez mais sólido e duradouro. 14WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A inovação em uma empresa ou uma marca é algo muito mais importante do que apenas uma mudança de hábitos ou um organograma alterado. Inovar é promover a identidade de uma marca ou a cultura dessa marca, que é transmitida não só para os envolvidos (colaboradores e fornecedores), mas para o público consumidor. E, para que haja a inovação, é preciso que aconteça um investimento a médio e longo prazo na preparação do ambiente que seja favorável ao processo, pois há que se encontrar resistências diante de aspectos já estruturados dentro de uma organização (BAXTER, 2011). Ainda de acordo com Baxter (2011), o processo de inovação em uma empresa acontece com a participação de todos os setores. O envolvimento de pessoas acontece com a elaboração de alguns requisitos que são traçados para se obter resultados. Os resultados virão na forma de novos produtos e os requisitos para que aconteça a criação de novos produtos são representados, principalmente, pelas boas ideias e negócios. Esse processo ocorre com a criação de uma equipe. Dentro dessa equipe, estão profissionais de diversos setores da empresa para a formação de uma cultura interdisciplinar, envolvendo áreas que vão desde o departamento de marketing, desenvolvimento de produtos, engenharia até os departamentos administrativos e financeiros. O plano estratégico para a inovação é montado e, no caso do desenvolvimento de um novo produto, por exemplo, os caminhos para que se chegue à elaboração do projeto ocorrem com o relacionamento entre as necessidades de mercado, comportamento do consumidor e o plano de negócios da empresa. Os desenvolvedores de novos produtos estão envolvidos com a intermediação entre os interesses da empresa e as necessidades do público-alvo do novo produto. 5.2 O Briefing como Ferramenta de Estratégia Para que ocorra o desenvolvimento de um novo produto e/ou serviço, a equipe responsável pelo desenvolvimento necessita justificar a criação de um novo produto perante as necessidades do público e as demandas da empresa. O briefing é uma ferramenta importante para a organização, registro e consultas a esses dados que farão um novo projeto sair da idealização e tomar formas concretas no mercado. De acordo com Phillips (2008), o briefing bem elaborado é aquele que contém todas as informações necessárias a respeito do desenvolvimento de um novo produto e que seja acessível a todos os envolvidos no projeto. Diversas nomenclaturas são utilizadas para a ferramenta, como “briefing criativo”, “briefing de projeto”, “briefing da inovação” ou denominações como “especificação do projeto” ou até mesmo “descrição da tarefa”. O fator mais importante para o desenvolvimento de um briefing claramente é a identificação total das informações descritas no documento. Formulários mal desenvolvidos que pecam na coleta de informações ou que contêm informações incompletas são, na maioria das vezes, a causa de grandes atrasos e até mesmo no fracasso de boas ideias e de muitos projetos antes mesmo de chegarem ao mercado. O briefing é útil em quase todos os projetos de design,principalmente aqueles que envolvem a criação de um novo produto. Para Phillips (2008), faz parte da profissão de design a ideia de inovar e fazer compreender que a inovação em forma de design é importante para o crescimento positivo de uma empresa. Portanto, além de desenvolver briefings que possam justificar tal necessidade, o designer deve passar a informação de que os aspectos estratégicos do design são fundamentais para o desenvolvimento de uma marca, o que pode desfazer diversos conceitos errôneos sobre a atividade. Por isso, o uso de briefing não está restrito apenas a ações e etapas de um produto, mas envolve informações mais específicas e estratégicas sobre o novo projeto. 15WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA O briefing tem diversos usos. Serve como acordo ou contrato formal entre partes envolvidas no projeto. Serve também como roteiro a ser seguido durante o desenvolvimento do projeto, definindo as várias etapas intermediárias desse projeto. Assim, serve para elaborar um cronograma, estabelecendo um prazo para cada uma dessas etapas. Os briefings de design devem incluir também informações sobre a estratégia da empresa e estratégia de design. De fato, é útil considerar o briefing de design como parte do planejamento estratégico da empresa (PHILLIPS, 2008, p. 38). Quando se trata de estratégia de empresa e negócios, o desenvolvimento de produtos não pode ficar apenas restrito a princípios e afirmações técnicas de design. O conhecimento sobre o gerenciamento de aspectos econômicos e comerciais deve ser atribuído ao briefing, de forma que o documento não seja apenas um mapa de roteiros de projeto, mas sim o desenvolvimento completo de um produto a ser gerido por uma marca. Por isso, justifica-se a presença, numa equipe de criação e desenvolvimento, de diversos setores da empresa. Porém, é importante que cada profissional, independentemente da área de atuação, tenha noções gerais sobre todas as estratégias que serão absorvidas e utilizadas pelo projeto, não apenas ações de design, engenharia e tecnologia, mas também as ações econômicas e comerciais. 5.3 Novos Produtos, Novas Embalagens Um briefing de uma nova embalagem define se o projeto será totalmente inovador ou se haverá limitações em algumas aplicações como materiais, tecnologias, entre outros. Se, por exemplo, conforme Stewart (2009), um fabricante de bebidas energéticas quer desenvolver uma nova embalagem que envase o produto e o apresente de forma mais radical, como cápsulas contendo o líquido em tubos, tal exemplo pode figurar a existência de um briefing mais amplo, envolvendo todos os tipos de exemplos, tecnologias e formas de se criar e produzir os produtos de forma mais inovadora. Mesmo com o amplo campo de atuação nas ideias e criações, é necessário que o briefing atue como um norteador de checklists que facilitará o desenvolvimento do projeto. Isso porque, independentemente de as necessidades do cliente serem mais radicais ou não, há diversos caminhos para o desenvolvimento de uma ideia e alguns caminhos podem não ter saídas, ou seja, a solução pode ser inviável, e isso, além de impedir a produção de um produto ou uma linha, pode culminar em atrasos e erros durante o desenvolvimento. Para Stewart (2009), existem requisitos fundamentais, divididos em seções, que devem estar contidos num briefing para o desenvolvimento de um novo produto e consequentemente de uma nova embalagem. Eles estão listados a seguir. Na seção 1, são fornecidos dados sobre o mercado: - O tipo de design: produto novo ou redesign, atualização de um produto ou linha. - O objetivo do produto: características do comprador, consumidor ou usuário final. - Mercado: definições de mercado, regiões, distribuições, pontos de venda etc. - Produto: tudo o que se refere ao produto em si, à natureza, ao tipo, à publicidade e promoção etc. - Requisitos do consumidor: definidos pela presença, quantidade, volume, armazenagem e uso, instruções de uso etc. Na seção 2, são elencados os dados técnicos: - Requisitos técnicos dos produtos: proteções contra umidade, líquidos, gases, odores, extremos de temperatura, entre outros, compatibilidade de produtos com materiais, “vida de prateleira” e deterioração. 16WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - Requisitos de produção: maquinário e fábrica existente, necessidade de introduzir novos maquinários e processos. - Requisitos de armazenagem: métodos de armazenagem, tamanhos de pilhas, tempo de armazenagem, padrões de carregamentos em paletes. - Requisitos de transporte e distribuição: vendas por atacado, centros de distribuição, encomenda por correios e serviço de internet etc. - Requisitos de merchandising: posição de display, prateleira, cabeça de gôndola, necessidade de exame tátil da mercadoria exibida etc. - Requisitos para impressão e decoração: número de cores e verniz, área disponível para impressão, métodos de impressão, materiais etc. Na seção 3, há os requisitos relacionados a legislações e obrigações: - Requisitos legais: pesos e medidas, dados do conteúdo, requisitos para produtos perigosos, símbolos obrigatórios etc. - Requisitos ambientais: níveis mínimos de embalagem, considerações de reciclagem e reuso, descarte, utilização mínima de energia etc. Na seção 4, tem-se os requisitos relacionados às considerações comerciais: - Requisitos de compra: fornecedor restrito ou favorecido, embalagem contratada. - Administração: tempo, orçamento, implicações da publicidade etc. Estudo macroeconômico da embalagem (ABRE / FGV) Valor bruto da produção O estudo exclusivo macroeconômico da indústria brasileira de embalagem, realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) há vinte e um anos para a ABRE, demonstra que o valor bruto da produção física de embalagens atingiu o montante de R$ 71,5 bilhões, um aumento de aproximadamente 5,1% em relação aos R$ 68 bilhões alcançados em 2016. ABRE. Estudo macroeconômico da embalagem. 2018. Disponível em: https://www.abre.org.br/dados-do-setor/ano2015/ SANTOS, R. M. A influência das embalagens no comportamento de compra infantil. 2008. Disponível em: <http://www.ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/1593/1/ ACC_Rosana_2008.pdf> . 17WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS Como visto anteriormente, o design de embalagem não é apenas um processo de criação, mas sim um complexo desenvolvimento que envolve diversos profissionais. O designer é apenas um representante das grandes áreas inseridas no projeto. Criar uma embalagem é idealizar, projetar, desenvolver, testar, aplicar, comercializar, responsabilizar pelo uso, reciclagem e descarte. Um bom projeto de embalagem, além do conforto do usuário em sua experiência com o produto, visa ao desenvolvimento econômico da empresa, ou seja, à manutenção do lucro. É nesse sentido que antes do início, de fato, de um projeto de embalagem, o briefing é o documento de maior interesse e compartilhamento de informações precisas e verídicas sobre a cultura da empresa e do seu público-alvo. Um projeto realizado às escuras, sem prever a real função de uma embalagem, pode, certamente, levar um produto ou uma linha inteira de produtos à ruína e/ou ao “encalhamento” em gôndolas de mercados e centros de autosserviço. A embalagem tem tanta importância quanto o produto que ela protege ou contém. O designer deve compreender os princípios e fundamentos do design estrutural e do projeto gráfico para, então, fazer com que um produto seja escolhido numa gôndola pelo “simples” fato de que a atenção foi captada pela embalagem. O preço do produto, nesse caso, é vencido pelo valor do produto. 1818WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 02 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................................20 1. DEFINIÇÕES DE MATERIAIS EM EMBALAGENS .................................................................................................. 21 1.1 A IMPORTÂNCIA DOS MATERIAIS EM EMBALAGENS ....................................................................................... 21 1.2 O PROCESSO DE SELEÇÃO DE MATERIAIS NO PROJETO DE EMBALAGENS ................................................. 22 2. A LINGUAGEM DAS FORMAS ................................................................................................................................. 23 2.1 A FORMA COMO CONFIGURAÇÃO DO PRODUTO .............................................................................................. 23 2.2 A FORMA E A FUNÇÃO EM EMBALAGENS ......................................................................................................... 24 3. A INTERAÇÃO DO DESIGN ESTRUTURAL E GRÁFICO ........................................................................................ 25 3.1 DESIGN E EMBALAGEM NOS PLANOS TRIDIMENSIONAL (PRODUTO) E BIDIMENSIONAL (GRÁFICO) ..... 26 PROJETO DE EMBALAGENS: DEFINIÇÕES PROF. JONER DE LIMA DIAS ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: PROJETO DE EMBALAGENS 19WWW.UNINGA.BR 4. FERRAMENTAS DE CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE EMBALAGENS .................................. 27 4.1 OS PROGRAMAS DE EDITORAÇÃO ELETRÔNICA NO DESIGN DE EMBALAGEM ............................................ 28 5. ARTE-FINAL E MÉTODOS DE IMPRESSÃO EM EMBALAGENS .......................................................................... 30 5.1 OS MÉTODOS DE IMPRESSÃO DE EMBALAGENS ............................................................................................. 31 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................... 34 20WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO As embalagens são produtos indispensáveis para o mercado. É por meio das embalagens que a maioria dos produtos de consumo chega até à casa do consumidor. Nesta unidade, o aluno conhecerá as principais definições desse conceito de embalagem com relação ao desenvolvimento e ao projeto. Sob a ótica dos materiais, as embalagens demandam grandes quantidades de insumos e matéria-prima. Os materiais destinados à embalagem são responsáveis pela economia de muitos setores da indústria. A importância dos materiais nas embalagens dá ao designer o poder de decisão por meio dos critérios de seleção e escolhas, abordados neste módulo. Outro aspecto importante é a linguagem das formas no desenvolvimento de embalagens. O formato de uma embalagem é tão importante quanto o produto que ela envolve e protege. Além da percepção de formas, o designer deve conciliar, num projeto de embalagem, o design estrutural e o design gráfico. A interação entre os dois setores do design é imprescindível para obter um resultado satisfatório em um projeto de embalagem. E, por fim, abordaremos noções a respeito das ferramentas de desenvolvimento e editoração de um projeto de embalagem. Conhecer e manipular a ferramenta, ou seja, os softwares de modelagem gráfica para a criação de rótulos e formatos gráficos das embalagens dão ao designer as possibilidades de produzir resultados que atendem a necessidade, tanto da empresa quanto do público-alvo do produto. Porém, o conhecimento de processos de produção e as noções das ferramentas de criação não devem ser aplicados sem o conhecimento sobre os princípios e fundamentos do design, na aplicação em projetos de embalagens. 21WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. DEFINIÇÕES DE MATERIAIS EM EMBALAGENS A embalagem é considerada um grande negócio no mundo. Muitas empresas e grandes corporações movimentam um mercado milionário de desenvolvimento, industrialização e comercialização de embalagens. E, para a elaboração e confecção de uma embalagem, o que se necessita é de materiais e energia. No mundo todo, a quantidade de material que é empregada no desenvolvimento de embalagens é muito grande. De acordo com a Organização Mundial de Embalagem, o setor gera aproximadamente 1.300 milhões de toneladas de material por ano, com uma estimativa de valores de cerca de US$ 470 bilhões. Além do material, uma grande quantidade de recursos é processada, principalmente a energia que provém, na maioria das vezes, de combustíveis fósseis (TWEDE; GODDARD, 2009). 1.1 A Importância dos Materiais em Embalagens De acordo com Twede e Goddard (2009), todo produto desenvolvido e comercializado, desde alimentos, produtos de consumo até materiais de construção e peças automobilísticas, é armazenado, vendido e transportado, acondicionado em embalagens de diversos tipos e materiais. Mesmo durante o ciclo de vida de um produto, desde a matéria-prima para a confecção desse objeto, passa-se por diversos setores e utilizam-se diferentes embalagens para chegar ao produto final que, por sua vez, ganhará uma nova embalagem exclusiva para suas dimensões e necessidades. Com o avanço da tecnologia, a embalagem ganha ressignificados por meio da inovação em materiais (Figura 1). As novas tecnologias para o desenvolvimento de embalagens são rapidamente conhecidas do mundo todo e os setores interessados começam a se utilizar dos mesmos processos e tecnologias, o que torna o mercado de embalagens uma importante atividade industrial e comercial no mundo (TWEDE; GODDARD, 2009). Figura 1 – Embalagens produzidas com bioplástico de mandioca. Fonte: Ecycle (2019). 22WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Ainda segundo Twede e Goddard (2009), os principais materiais utilizados atualmente para a confecção de embalagens no mundo são: o vidro, o metal, o plástico e materiais provenientes da madeira (exemplos: papel e papelão). Cada grupo de materiais exibe diversos outros tipos de variações de características específicas de material, como o plástico, por exemplo, que possui inúmeros tipos e configurações de propriedades que resultam em plásticos com aplicações diferentes. Os materiais mais utilizados pela indústria de embalagens são o papel e o papelão com 34%, seguido de perto do plástico com 30%, o metal com 25%, o vidro com 6% e os demais materiais com 56%. Porém, a pesquisa citada não aborda alguns países que ainda utilizam materiais tradicionais como os materiais naturais, a exemplo da folha de bananeira, e demais materiais reutilizados, como o papel reciclado (HOWKINS, 1997 apud TWEDE; GODDARD, 2009). 1.2 O Processo de Seleção de Materiais no Projeto de Em- balagens Existem diversos fatores que influenciam a escolha e seleção de materiais no desenvolvimento de um produto. No caso das embalagens, esse processo não é diferente. Os critérios de escolha e seleção de materiais seguem fatores como a disponibilidade do material como recurso natural e de tecnologias para processá-lo, as normas culturais e sociais que compreendem o estilo de vida e consumo do público e as tendências de marketing e distribuição. A evolução da tecnologia também é um fator importante no desenvolvimento das embalagens; por exemplo, o alimento enlatado no início de sua industrialização e comercialização era considerado um produto de luxo, hoje, praticamente cem anos após sua criação, é um produto comum e barato. Isso porque os processos para a fabricação da embalagem foram sendo simplificados e realizados em curtos períodos em uma tiragem muito maior do que no início da produção (TWEDE; GODDARD, 2009). A maioria dos recursos materiais utilizados para embalagem é renovável (madeiras e fibras vegetais para caixas e embalagens de papel) ou muito abundante (areia para vidro, barro para cerâmica, minério de ferro para metal e bauxita para alumínio). Mesmo os recursos finitos, como o petróleo, usados como matéria-prima para plásticos, sãorelativamente abundantes considerando a pequena quantidade de petróleo consumida no mundo, que é utilizada, de maneira eficiente, para a fabricação de plásticos. Outro recurso primário usado na fabricação de todas as formas de embalagem é a energia. São utilizadas quatro fontes principais: combustível fóssil, energias de formas renováveis de curto tempo, tais como a queima da madeira, a energia grátis (solar, ondas do mar, vento e hidroelétrica) e a energia nuclear. Materiais diferentes requerem diferentes quantidades de energia (TWEDE; GODDARD, 2009). Com relação aos fatores culturais e sociais, a embalagem tem seus critérios de seleção de materiais afetados pelas mudanças de comportamento do consumidor. Com a mudança do mercado mundial e o surgimento de lojas de autosserviço, as embalagens passaram a ser vendedores silenciosos do produto na prateleira. E com isso, os materiais para a confecção das embalagens deveria chamar a atenção dos olhares do consumidor. Embalagens com efeitos de hologramas em seus rótulos, com características para facilitar o uso, o processo de abrir e fechar mais facilmente, entre outros, são atributos impostos aos materiais e a suas configurações geométricas. Porém, o uso da embalagem como ferramenta de publicidade foi considerado excessivo por grande parte do público atualmente. 23WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA O exagero em dimensões de algumas embalagens na gôndola para chamar mais a atenção, por exemplo, acabou levando o consumidor mais consciente a questionar o aumento de materiais descartados como lixo em aterros e lixões. 2. A LINGUAGEM DAS FORMAS De acordo com Löbach (2001), um produto industrial possui características estéticas que determinam sua configuração. Tais características são traduzidas por meio de elementos que são classificados entre macroelementos e microelementos. Com relação aos macroelementos, são os aspectos detectados pelo consciente no processo de percepção. São eles: a forma, o material, a superfície, a cor etc. É por meio desses elementos que um produto se torna o essencial de sua configuração. 2.1 A Forma como Configuração do Produto O elemento mais importante da configuração de um produto é a forma. É por meio dela que se distinguem os demais elementos. A forma se divide entre dois tipos: a forma espacial e a forma plana. A forma espacial, ou também denominada tridimensional, é determinada por uma sequência da repetição de uma superfície. Essa forma, ao ser observada por diferentes ângulos, apresentará características diferentes à percepção, como formas côncavas e convexas. Já a forma plana é aquela que se projeta de um produto por meio de uma face ou um lado. A forma plana denomina-se também como contorno de uma forma tridimensional. Um produto pode ser explorado, principalmente, pela sua publicidade, de acordo com sua melhor forma plana, ou seja, a propaganda de uma embalagem, por exemplo, pode ser explorada pela sua “melhor face”. A ilustração bidimensional de um produto, seja ela realizada por qualquer ferramenta (manual ou digital), é a representação de uma de suas formas planas (LÖBACH, 2001). Com relação à forma de um produto, este é o meio mais utilizado pela percepção do consumidor para iniciar uma experiência sobre um determinado produto. Em uma embalagem, por exemplo, a sua forma é fundamental para registrar as características de uma marca. As qualidades visuais de um produto registradas pela forma são indispensáveis para a detecção e memória visual de um público-alvo, e isso faz com que o consumidor tenha experiências sobre o produto com base no design emocional. Esse é o caso da garrafa da marca Coca-Cola. A forma do produto é registrada e patenteada, pois se tornou, com o tempo, uma identidade visual e emocional da marca, o que prova sua percepção no ponto de venda e o seu valor emocional para com o público consumidor (RONCARELLI; ELLICOTT, 2010). 24WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 2.2 A Forma e a Função em Embalagens A forma de uma embalagem, de acordo com Roncarelli e Ellicott (2010), deve ser projetada e desenvolvida tendo como objetivo principal o público consumidor. Portanto, o designer, ao criar e desenvolver o projeto de uma embalagem, deve estar atento às necessidades e aos desejos do público-alvo da marca em questão. Essas necessidades são traduzidas por meio de comportamentos tais como “conveniência, portabilidade, facilidade de acesso e estética”. As propriedades de uma embalagem devem acompanhar seu público durante todo o seu ciclo de vida. Por exemplo, a necessidade de embalagens com aberturas e acessos ao conteúdo mais simples (Figura 2) origina-se do envelhecimento de uma população e consequentemente da redução de movimentos e manejos. As pessoas que moram em locais distantes de grandes centros sempre optam por embalagens que facilitem a acomodação e o transporte de várias unidades, já os moradores de centros urbanos que moram sozinhos preferem embalagens de dimensões reduzidas e convenientes para o transporte (RONCARELLI; ELLICOTT, 2010). Figura 2 – Sistemas fáceis de abertura e fechamento em embalagens. Fonte: TetraPak (2019). Em 1915, 29 anos depois da fundação da Coca-Cola, o caráter distinto e refrescante da bebida havia encontrado uma demanda nacional – e um monte de imitadores. Para combater esses concorrentes, os membros da Coca-Cola Bottling Company combinaram desenvolver, financiar e apoiar uma “embalagem distinta” para seu produto popular. A instrução criativa, enviada a oito empresas de vidro do país, era simples, mas longe de ser fácil: desenvolva “uma garrafa tão única que você a reconheceria pelo tato no escuro ou caída, quebrada, no chão”. Em Terre Haute, Indiana, a Root Glass Company partiu para o trabalho e brincou com a forma de um cacau até chegar ao formato encantador que conhecemos hoje. Disponível em: www.cocacolabrasil.com.br/historias/o-legado-duradouro-do-design-da-garrafa- de-coca-cola . 25WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Para Twede e Goddard (2009), o design tridimensional de uma embalagem é muito útil para sua fixação como referência em um nicho de mercado. Os designers, ao projetarem uma embalagem, devem estar atentos às sutilezas de detalhes, de forma que não passem despercebidos aos olhos de um consumidor que conhece a identidade de uma marca ou que está em busca de um produto que lhe transmita confiança em sua utilização. O design estrutural promove uma oportunidade sem igual de incrementar benefícios ao consumidor na embalagem. Alguns dos benefícios a serem considerados são: facilidade de abertura, de fechamento e de vedação; habilidade de efetivamente servir o conteúdo; facilidade de manejo; oportunidade de ver e sentir o produto antes da compra; facilidade de descarte após o uso; evidência de falsificação, segurança e integridade do produto. É função primeira da embalagem considerar o usuário final e fazer com que a abertura, o servir e o uso do produto sejam os mais simples possíveis. A crítica cada vez mais frequente à embalagem é a frustração de não conseguir abri-la (STEWART, 2009, p. 90). Para Roncarelli e Ellicott (2010), o conhecimento do designer a respeito de todo o ciclo de vida de uma embalagem é fundamental para o aprimoramento de um design que agrade pela forma e pela funcionalidade. É função primordial do designer conhecer o produto desde sua concepção, produção e, partindo dos conceitos de marketing, analisá-lo na gôndola, examinar os critérios de escolha pelo consumidor e, após adquirir o produto, observar a interação do consumidor com a embalagem e o produto após a compra até seu descarte final. Potes de mel, por exemplo, geralmente ficam com resíduos do produto por quase toda a superfície externa, após sua abertura e uso. O designer, ao desenvolver uma embalagem baseadaem tubos com aberturas mais finas e precisas de saída do produto, proporciona uma experiência de consumo que quebrará conceitos tradicionais de um nicho de produto, dando ao usuário a possibilidade de manusear uma embalagem mais limpa e organizada (RONCARELLI; ELLICOTT, 2010). As formas também são influenciadas em uma embalagem pelo emprego de materiais. As sacolas são um exemplo dessa configuração. Designers com briefings e orçamentos variados podem explorar uma infinidade de recursos de design para a confecção desse produto. Materiais como papel, lona, juta e alças de couro e plástico dão aspecto e formas diferentes ao mesmo produto. Técnicas e produtos como as embalagens moldadas ao formato do conteúdo interno, as linhas de limites de corte e impressão, as janelas ou mostradores reveladores do conteúdo interno e as dobras especiais em formas planas que permitem formas tridimensionais são atributos de formatos e funções que permitem ao designer uma grande possibilidade de escolha e atributos de projeto para o desenvolvimento de uma embalagem satisfatória que atenda o público de uma marca ou chame a atenção de um público para um novo nicho de mercado consumidor (TWEDE; GODDARD, 2009, RONCARELLI; ELLICOTT, 2010). 3. A INTERAÇÃO DO DESIGN ESTRUTURAL E GRÁFICO O designer industrial é considerado por uma empresa como o produtor de ideias e o solucionador de problemas, o que é representado na forma de novos produtos. É o papel do designer a mediação entre uma empresa e o usuário dos produtos dessa empresa e o objeto dessa mediação é o produto e suas características. “A criatividade do designer industrial se manifesta quando, baseando-se em seus conhecimentos e experiências, ele for capaz de associar determinadas informações com um problema, estabelecendo novas relações entre elas” (LÖBACH, 2001, p. 139). 26WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Em relação ao processo de design de uma embalagem, a característica do produto “embalagem” está tanto na configuração formal do objeto tridimensional quanto na formatação gráfica do objeto (rótulo, cores, fontes etc.). 3.1 Design e Embalagem nos Planos Tridimensional (Produ- to) e Bidimensional (Gráfico) De acordo com Roncarelli e Ellicott (2010), o design da embalagem deve sugerir o seu conteúdo ou o seu público-alvo, ou seja, atentar à intuição de quem se aproxima em busca de informações e na satisfação de necessidades específicas. A embalagem deve se conectar ao consumidor pela comunicação nos planos lógico ou emocional. Partindo dessa afirmação, os designers, ao desenvolverem um projeto de embalagem, devem esboçar ideias de diferentes planos que absorvam essa comunicação direta ou indireta com o usuário. O começo dos esboços, com muitos desenhos procurando uma forma interessante que faça transmitir o conceito do produto, é o caminho inicial do designer. Posteriormente ou durante o processo criativo, muitos profissionais partem para a modelação das ideias no plano tridimensional por meio de modelos em papel ou espuma, a fim de obterem noções de tamanho, pega ou puramente um estudo das formas (STEWART, 2009). De acordo com Löbach (2001), um dos principais desafios dos designers é conhecer o modo de atuação sobre um produto para que ele possa transmitir a mensagem de que sua forma é atrativa e desperta emoções diversas em quem irá receber a informação do produto (os consumidores). E, para isso, o profissional de design deve ter em seu processo de criação o conhecimento sobre os elementos configuracionais que permitem o efeito desejado sobre o conceito do produto. Esses elementos, dentro do design, envolvem tanto os aspectos da forma tridimensional quanto os princípios do design gráfico aplicado ao produto embalagem. O primeiro processo da criação de uma embalagem, muitas vezes, é a criação e elaboração da forma volumétrica da embalagem. Porém, apenas o modelo tridimensional de uma embalagem não é o design completo. A gráfica tem um papel importante na diferenciação e na concepção do conceito do produto. Em relação ao nicho de embalagens para lavagem de roupas, por exemplo, ao se observar as embalagens de sabão em pó, a única diferenciação entre produtos similares é principalmente o design gráfico. Portanto, o designer, muitas vezes, ocupa um demasiado tempo de projeto dedicado à forma e ignora elementos do design gráfico, o que pode comprometer o efeito de percepção e seleção do produto no ponto de venda. O mesmo efeito dos elementos do design gráfico pode ser aplicado em linhas de produtos de limpeza que têm suas características diferenciadas apenas pela aplicação de cores e o design do rótulo (Figura 3). Séries e coleções de embalagens também são distinguidas pela aplicação do design gráfico, mesmo que a forma tridimensional da embalagem seja a mesma para a linha toda (STEWART, 2009). 27WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Figura 3 – Série de embalagens de produtos de limpeza. Fonte: Visuality (2019). Ainda de acordo com afirmações de Stewart (2009), o design gráfico de uma embalagem envolve, entre outros elementos, o uso das cores, da tipografia, efeitos de figura e fundo e composição. Tem o papel de identificação de um produto, da exposição de informações necessárias, promocionais e legais. Dessa forma, o design gráfico de uma embalagem não deve ser desenvolvido separadamente da forma volumétrica, mas sim na sequência. Desenvolver formas intrínsecas, complexas ou com grandes áreas de textura sem projetar os locais da aplicação de rótulos e impressão de cores pode comprometer a produção de uma embalagem. 4. FERRAMENTAS DE CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE EMBALAGENS Todos que já entraram em grandes supermercados ou lojas de autosserviço, já se perderam, por alguns momentos, nas gôndolas e prateleiras observando a grande quantidade de designs, cores e elementos visuais que as embalagens possuem. Algumas bem coloridas outras nem tanto, umas com inúmeras informações e outras com apenas letras num fundo monocolor. A identificação de um produto ou marca está exatamente na detecção desses inúmeros elementos, e as marcas sabem disso. Portanto, a criação e o desenvolvimento do design gráfico de uma embalagem é uma grande e delicada ação que requer o domínio da tecnologia e capacidade criativa (STEWART, 2009). 28WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 4.1 Os Programas de Editoração Eletrônica no Design de Em- balagem Atualmente, existem diversos programas de editoração eletrônica, porém todos eles têm a função de edição de imagens, elaboração de composições, criação de layouts de páginas e tipografias. Em todos esses aplicativos, pode ocorrer a combinação de elementos como imagens e vetores que se denominam como formas e figuras criadas digitalmente que formam desenhos, símbolos, logotipos e logomarcas. A criação de layouts por meio desses programas pode ser compreendida como a combinação de camadas entre textos, imagens e vetores que funcionam de modo independente, podendo ser editadas, copiadas ou deletadas separadamente (DABNER; STEWART; ZEMPOL, 2014). A maioria dos programas, denominados também softwares ou aplicativos, possui, em suas interfaces, setores de ferramentas que são utilizadas na manipulação dos elementos gráficos durante a criação de um projeto. As ferramentas mais comuns são as ferramentas de seleção, de recorte, de desenho (simbolizadas por canetas ou lápis), ferramentas de texto, de aplicação de cores e efeitos em dégradé, ferramentas de desenho de formas (retângulos, círculos, polígonos etc.) e painéis de controle onde todas as ferramentas são editáveis, como, por exemplo, a aplicação de filtros de tratamentos de imagens. Além das ferramentas, os softwares de edição gráfica possuem elementos que são úteis na criação e no desenvolvimento de um projeto gráfico ou de uma linhade rótulos para embalagens. Alguns elementos são descritos por Dabner, Stewart e Zempol (2014, p. 106) com seus respectivos significados e aplicações: Marca de corte: linhas verticais e horizontais nos cantos de uma imagem ou página para indicar ao fornecedor onde a área sangrada deve ser refilada. Margem: o espaço, geralmente em branco, nas partes superior e inferior e nas laterais de uma composição, entre o refile e a área de impressão definida. Colagem: conceito que evoca o tradicional uso de cola para combinar texturas, materiais achados [...]. Justaposição: Processo de juntar dois ou mais elementos não relacionados ou opostos para criar diferentes efeitos. Montagem: uma imagem formada com partes de outras imagens. As principais ferramentas existentes no mercado profissional de editoração gráfica e as mais utilizadas por escritórios de design e criação de embalagens são os softwares da marca Adobe (o Photoshop, InDesign e Illustrator). Outros softwares como o Freehand, e o QuarkXpress são utilizados para a manipulação de rótulos que demandam grandes áreas de texto como normas obrigatórias exigidas (identificação de conteúdo, regras de utilização e detalhamentos diversos de cuidados com o conteúdo da embalagem) (STEWART, 2009). Dabner, Stewart e Zempol (2014) definem a ferramenta do Photoshop como o programa padrão para a “edição e manipulação de imagens bitmap”. É muito utilizado no tratamento de imagens, montagens, justaposições e composições, além de permitir a incorporação e integração de textos à composição criada. Em suas ferramentas de aperfeiçoamento de imagens, o Photoshop permite a edição de contrastes, iluminação, calibre de cores, entre outras funções. Suas principais ferramentas (Figura 4), de acordo com Dabner, Stewart e Zempol (2014, p. 110-111) são: 29WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. Ferramenta Marquee (Seleção): Seleciona uma área ou estabelece um limite dentro da camada no qual se está trabalhando. 2. Ferramenta Magic Wand (varinha mágica): Seleciona pixels da mesma cor com a opção Tolerance (tolerância) configurada como 1. Ou dentro de uma gama de cores, se a opção Tolerance estiver configurada com um valor maior que 1. 3. Ferramenta Pen (caneta): Cria linhas e curvas baseadas em vetor, com pontos de controle. Esses pontos podem ser arrastados sobre a camada para obter um melhor ajuste, basta convertê-los a partir de pontos fixos. 4. Ferramenta Lasso (laço): Desenha e seleciona formas à mão livre. Use a tecla shift para acrescentar nova seleção e a tecla Alt para subtrair. 5. Ferramenta Brush (pincel): O tamanho, formato e a cor da ferramenta Brush podem ser alterados, bem como sua dureza e faixa de dispersão. Altere a vazão ou a opacidade de um pincel para obter diferentes efeitos de retoque, para gerar texturas ou criar pinturas digitais. Figura 4 – Ícones das principais ferramentas do Adobe Photoshop. Fonte: Monicom (2010a). O Adobe Illustrator (Figura 5) é um software muito utilizado para produzir ilustrações baseadas em vetores. A partir da função “ponto e linha”, é possível criar e editar desenhos, formas e superfícies vetoriais, o que permite ao designer o desenvolvimento de logos e layouts, a exemplo de uma embalagem, e o desenvolvimento de rótulos e ilustrações tipo renderings da embalagem como representação visual. A principal vantagem do software é poder ser manipulado em conjunto com o Photoshop, o que possibilita ao profissional a combinação de ferramentas e efeitos em projetos de design (DABNER; STEWART; ZEMPOL, 2014). Suas principais ferramentas são: Ferramenta Pen (caneta) – Cria linhas vetoriais e pontos editáveis; Ferramenta Type (texto) – A ferramenta mais útil no melhor programa para criar logos e soluções tipográficas com nitidez; Ferramenta Rectangle (retângulo) – cria formas personalizadas; Ferramenta Warp (distorção) – muda a geometria dos objetos vetoriais. A warp arrasta uma área específica de um objeto; Ferramenta Mesh (malha) – cria graduações de cor dentro de um objeto vetorial em 2D (DABNER; STEWART; ZEMPOL, 2014, p. 114). 30WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Figura 5 – Ícones das principais ferramentas do Adobe Illustrator. Fonte: Monicom (2010b). Além da criação de projetos gráficos por meio da editoração eletrônica, Dabner, Stewart e Zempol (2014) citam o processo de fechamento e exportação dos arquivos para o envio e impressão das provas do projeto desenvolvido. A separação dos arquivos e a organização por tipos e origens são fundamentais para a agilidade do processo de impressão. Os softwares de editoração permitem o fechamento de arquivos, principalmente no formato PDF (Portable Document Format) ou em EPS (Encapsulated PostScript), que são tipos de arquivos administrados pelas gráficas para os setores de pré-impressão e impressão. 5. ARTE-FINAL E MÉTODOS DE IMPRESSÃO EM EMBALAGENS Quando um projeto de embalagem chega ao estágio da arte-final, a equipe de desenvolvimento deve estar atenta aos prazos finais de execução do trabalho, pois como é um dos últimos passos para a elaboração do projeto, há as necessidades do cliente com relação aos prazos e o tempo da gráfica para a impressão total dos produtos. Para isso, os profissionais de arte- final devem seguir sempre um “roteiro” de fechamento e organização de arquivos que seguem etapas importantes para que o trabalho siga dentro da deadline estipulada no início do projeto (STEWART, 2009). Stewart (2009) define os princípios de arte-final como padrões dentro do desenvolvimento de um projeto gráfico. A arte-final inicia-se no software de editoração com a manipulação de imagens, fontes, desenhos e composições tipográficas. A seleção de cores e os métodos de impressão definem o segundo passo da arte-final, e os requisitos dos processos de impressão e a definição da forma da embalagem complementam a finalização do projeto de arte-final. 31WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA O fechamento de uma arte-final para o desenvolvimento de um rótulo, por exemplo, compreende desde a formatação da arte, a inclusão de mensagens de texto obrigatórias sobre informações do conteúdo da embalagem (tabelas nutricionais no caso de alimentos), códigos de barras e símbolos legais (Anvisa, Inmetro etc.) até o fechamento do arquivo nas dimensões reais do produto (frasco, caixa etc.) e a especificação e calibração das cores que serão impressas na embalagem (STEWART, 2009). Os detalhes variam de acordo com o projeto e a forma da embalagem. Um contêiner plástico, por exemplo, pode envolver impressão em serigrafia e rotulagem ou possivelmente o uso de um invólucro de filme encolhível. Muitas embalagens, incluindo contêineres de metal e cartão, podem ser impressas por toda sua superfície. Um guia de corte é uma típica arte-final básica para um cartão ou um rótulo; um desenho de painel é uma típica arte-final para um contêiner impresso em serigrafia. Os elementos de design e o texto são adicionados à base da arte-final. Nesse estágio, é usual ter os logotipos em sua forma final, as especificações de tipos e as imagens já em sua resolução correta. O trabalho conceitual inicial, entretanto, pode ter usado resoluções e escolha de cores que necessitem de conversão a fim de assegurar a compatibilidade com o processo de impressão (STEWART, 2009). 5.1 Os Métodos de Impressão de Embalagens Os métodos de impressão de embalagens são processos de obtenção do acabamento dos produtos para posteriormente serem submetidos ao processo de envase do conteúdo. A impressão de uma embalagem, no âmbito do design, é considerado o processo de decoração do contêiner, pois, muitas vezes, o processo de impressão é adicionado para causar efeitos visuais nas embalagens, a exemplo do processo de hot stamping (Figura 6), que não é relacionado ao típico processo de impressão, massim consiste na aplicação de um filme gravado e aquecido em complemento à impressão tradicional para revelar efeitos e evidenciar o rótulo de uma embalagem, como os produtos de linhas de cosméticos, que utilizam com frequência esse tipo de acabamento (STEWART, 2009). O acabamento de uma embalagem realmente é importante? “Um design de embalagem eficaz pode transformar um simples sabão em um objeto de desejo. Uma embalagem bem feita pode elevar o status de um produto ordinário ao de algo excepcional. Na verdade, vários profissionais de marketing têm deslocado seus orçamentos de publicidade para o design de embalagem” (RONCARELLI; ELLICOTT, 2010). 32WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Figura 6 – Rótulo com aplicação de Hot Stamping. Fonte: Lukmar (2019). Os tipos de impressões mais utilizados atualmente na indústria de embalagens, de acordo com Stewart (2009), são: a impressão tipográfica, a flexografia, a litografia, a gravura, a impressão por tela e a impressão digital. Todos esses processos possuem princípios básicos e específicos e com complexidades distintas. Por isso, é importante o conhecimento desses processos por parte do designer para a obtenção de resultados desejados. Os processos de impressão tipográfica e a flexografia são definidos como tipos de impressão que utilizam formas e superfícies elevadas para a aplicação de tinta. Consistem na utilização de chapas rígidas (no caso da impressão tipográfica) ou chapas flexíveis de fotopolímeros (para a flexografia) com as informações da arte gravadas nas respectivas chapas. Fixadas em rolos ou em alças da máquina impressora, as chapas flexíveis, no caso da impressão flexográfica, ficam em contato com o substrato (tinta) e tocam apenas as extremidades (embebidas de certa quantidade de substrato) na folha de impressão ou diretamente no corpo da embalagem (imitando o processo de carimbo tradicional). Isso ocorre com a adição de cores seguindo o padrão (CMYK) de combinação das cores na impressão (STEWART, 2009). O processo de impressão por litografia é o método mais utilizado para impressão em embalagens. É um processo planográfico, em que são utilizadas chapas preparadas para o recebimento de áreas de contato com água e áreas de contato com óleo. Utilizando o método de que água e óleo não se misturam, o processo consiste na deposição de uma camada fotossensível que é receptiva ao óleo. Então, a imagem a ser impressa é aplicada à chapa utilizando o princípio de exposição fotográfica. A chapa é fixada então em um rolo que gira e entra em contato com um outro rolo contendo o substrato e, consequentemente, a chapa toca a área do material a ser depositado à tinta captada (impresso) (STEWART, 2009). O processo de gravura tem as informações a serem impressas gravadas diretamente em rolos de metal (geralmente cilindros de aço cobertos de cobre). O depósito de tinta ocorre similarmente aos demais processos, porém as faces gravadas estão diretamente no rolo e este entra em contato com o material a ser impresso, transferindo a quantidade de tinta captada nos locais determinados. 33WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA O processo de impressão em tela ou serigrafia (silkscreen) utiliza-se de uma tela tratada quimicamente para a revelação de imagens e a tinta é transferida para o material a ser impresso pelos orifícios da tela que foram revelados de acordo com a exposição química. Esse processo é útil na aplicação de áreas de tinta que requerem uma boa cobertura, pois a transferência da tinta através da tela ocorre de forma mais direta na aplicação. E, por fim, o processo de impressão digital, o processo mais novo, utilizado atualmente, emprega a tecnologia de impressão a jato de tinta ou laser, que é um processo similar às impressoras domésticas com pequenas tiragens (STEWART, 2009). Para entender mais sobre o processo criativo e aplicá-lo no design de embalagens, recomenda-se o capítulo 4, “Princípios da criatividade”, do livro Projeto de produto: guia prático para o design de novos produtos do autor Mike Baxter. Assista ao documentário A história da embalagem no Brasil. Direção: Felipe Tomazelli e Ricardo Martensen. Duração: 52 min Ano: 2015 País: Brasil UF: SP Classificação indicativa: livre. Sinopse: uma viagem pela história da humanidade e do Brasil. Um olhar sobre a função estrutural que as embalagens exerceram e ainda exercem em nossa sociedade. Esse símbolo, sozinho, sintetiza a cultura material de um povo, as soluções tecnológicas que transformaram a realidade humana e as novas formas por meio das quais buscamos nos comunicar. Link para Download pago: https://vimeo.com/ondemand/historiadaembalagem 34WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS A função do designer num projeto de embalagens deve ser fundamental para o andamento do projeto. O designer deve ser integrador, conhecer todas as necessidades do público-alvo e da empresa que irá industrializar e comercializar o produto e a embalagem em questão. Portanto, as atividades de criação, desenvolvimento, ensaios e produção de uma embalagem devem ser projetadas da melhor forma, atentando-se para os princípios citados anteriormente. Embalagens transmitem mensagens, informam, formam opiniões, despertam desejos, e essas são apenas “qualidades” inerentes às suas funções primárias, que são armazenar, proteger e transportar. Ao conciliar esses fundamentos, a equipe de criação de um projeto de embalagem, que compreende profissionais de diversos setores de uma empresa, pode desenvolver um produto capaz de causar uma mudança no comportamento de consumo, alterar padrões de mercado e iniciar uma tendência de mercado. Tudo isso, claro, em completa sintonia com as legislações culturais, ambientais e econômicas de uma região, país ou continente. 3535WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 03 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 37 1. A EMBALAGEM COMO FERRAMENTA DE MARKETING ...................................................................................... 38 1.1 A EMBALAGEM COMO COMUNICAÇÃO DE MARKETING .................................................................................. 39 2. A EMBALAGEM E A SEGMENTAÇÃO DE MERCADO ............................................................................................ 41 2.1 CRITÉRIOS PARA A SEGMENTAÇÃO DO MERCADO DE EMBALAGENS ........................................................... 42 3. POSICIONAMENTO DE PRODUTO E MARCA .......................................................................................................44 3.1 A MARCA COMO DEFINIÇÃO DE POSICIONAMENTO ........................................................................................44 3.2 O PRODUTO E SEU POSICIONAMENTO NO MERCADO .................................................................................... 45 EMBALAGEM: MARCA E MERCADO PROF. JONER DE LIMA DIAS ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: PROJETO DE EMBALAGENS 36WWW.UNINGA.BR 4. DISTRIBUIÇÃO E DISPOSIÇÃO DA EMBALAGEM NO PONTO DE VENDA ......................................................... 46 5. A COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA DA EMBALAGEM ............................................................................................ 47 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................... 49 37WWW.UNINGA.BR PR OJ ET O DE E M BA LA GE NS | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO No desenvolvimento de um projeto de embalagens, não são apenas os princípios de design que são fundamentais para o processo criativo. Os fundamentos de marketing e noções de mercado devem
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